Para o setor de infraestrutura,
foi particularmente preocupante o rebaixamento da nota de crédito do Brasil, de
“BB” para “BB-”, por parte da agência de classificação de risco Fitch Ratings,
sob a alegação de que será difícil conter o rombo fiscal sem a realização da
reforma previdenciária. Esta medida, como se sabe, foi descartada pelo governo
por causa de sua incompatibilidade constitucional com a intervenção na segurança
do Rio de Janeiro. Agora, é grande a expectativa de que não se confirmem as
possibilidades de que as demais agências internacionais de risco sigam o mesmo
caminho.
O problema é que, atualmente, a
infraestrutura nacional, em decorrência dos problemas enfrentados pelas grandes
companhias do setor, depende muito dos investimentos estrangeiros, que são
extremamente suscetíveis às notas internacionais de crédito. Considerando a
necessidade de aporte de um volume substantivo de capital nessa área, sua retomada
pode ficar cada vez mais difícil.
Segundo a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base
(ABDIB), os investimentos no setor deverão alcançar 1,5% do PIB. É
um volume muito baixo, em especial se considerarmos a necessidade de ampliação
e modernização nas áreas de transportes, logística, energia, portos,
aeroportos, ferrovias e de se recuperar as perdas acumuladas nesses anos de
crise econômica”.
Caso as notas de crédito do
Brasil continuem sendo rebaixadas, pode ocorrer um desestímulo aos investimentos,
especialmente estrangeiros, que são importantes para o crescimento do setor de
infraestrutura. A credibilidade da economia também é importante para o sucesso
de parcerias público-privada e o estímulo à participação de grandes grupos em
leilões, como os previstos para 14 aeroportos, 11 lotes de linhas de
transmissão de energia elétrica e 15 terminais portuários, além da Eletrobrás
(esta privatização depende de aprovação do Congresso Nacional”, frisa José
Henrique Bravo.
O Brasil investe cerca de R$
120 bilhões por ano em infraestrutura. A demanda, porém, é de R$ 300 bilhões,
chegando perto de 5% PIB. Por isso, tudo o que puder incentivar o aporte de
capital no setor é importante. Na direção inversa, preocupa muito os obstáculos
aos investimentos, e o rebaixamento de nossas notas de crédito é uma densa
barreira.
José Henrique Bravo - vice-presidente Comercial da Locar Guindastes e
Transportes Intermodais.
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