São inúmeros os benefícios da música na vida
das pessoas com mais de 60 anos
Não
é segredo que a música possui forte estímulo sensorial e emocional capaz de
trazer benefícios para a saúde. Por isso, ela é utilizada por especialistas
como terapia para amenizar quadros associados ao stress, falta de concentração,
ansiedade e depressão. Sintomas apresentados, muitas vezes, por pessoas da
terceira idade. A maioria dos idosos têm uma rotina solitária, devido à
ausência de familiares, pois muitos são viúvos e seus filhos possuem uma vida
independente, além da aposentaria que propicia um tempo de ócio que nem sempre
existiu, logo, pode haver uma presença de anseio por preencher este tempo.
Lucas
Golinelli, educador de canto e coral da Universidade Aberta e da Terceira Idade
da Universidade UNG, acredita que as propriedades da música através do canto
podem ajudar os idosos a alcançarem uma melhora na qualidade de vida.
"A música por si já é atraente, ela mexe com nossos sentidos e
emoções. Quando a pessoa canta, ela se envolve com a melodia em uma outra
experiência. Ela deixa de apenas contemplá-la para produzi-la, o que traz outros
benefícios, inclusive para a autoestima", afirma ele.
Segundo
o professor, a prática pode resultar em diversas vantagens, como: fortificar a
memória ao fazer o cérebro trabalhar para recordar as sequências e as letras;
trabalhar a respiração, tonificando os pulmões; preservar o aparelho fonador,
enquanto obtém percepções físicas, resultando num autoconhecimento corporal;
melhorar a concentração; auxiliar a administração da timidez; fortalecer a
autoestima e criar laços emocionais, especialmente no caso do canto em coral.
Ele
enfatiza a diferença entre o canto e coral. "Atuar em um coral é compor um
corpo de vozes, que juntas se tornam um instrumento. Por isso, a socialização é
inevitável. Os laços acontecem de forma natural e mais rápida", menciona.
Ele recomenda o coral para aqueles que sentem a necessidade de interagir em
grupo ou, até mesmo, gostariam de desenvolver esse lado social. Enquanto o
canto, focaliza a técnica e o timbre de cada indivíduo, indicado para aqueles
que desejam explorar mais sua singularidade e seu potencial.
Comumente,
as pessoas têm resistência para a prática, por não acreditarem em seu potencial
vocal. Neste caso, Golinelli deixa a dica "o segredo é se permitir sentir,
sorrir, para assim ter resultados mais significativos". O aluno não
precisa demonstrar nenhum tipo de talento, de facilidade ou de conservação da
voz, já que a idade avançada evidencia os desgastes do aparelho fonador.
É
necessário, caso haja interesse em aprender, atentar-se para os cuidados que o
instrutor tem com o aprendiz. A metodologia adotada não pode, em momento algum,
comprometer saúde do iniciante, seja vocal ou não, conforme orienta Golinelli.
O mesmo vale em relação à autoestima. "Lembrar que cantar é importante,
mas o mais relevante é se sentir bem cantando. Por isso, o professor não deve
exigir demais. Deve-se levar o trabalho a sério, mas tendo a consciência de que
o principal papel não é transformá-los em cantores, mas proporcioná-los uma
melhor qualidade de vida", defende.
Universidade Aberta e da Terceira Idade (UATI)
Praça Tereza Cristina, 88 - Centro - Guarulhos SP
Telefone: (11) 2464-1720
E-mail: uati@ung.br
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