O primeiro mês de 2016 está encerrado, você
ainda se lembra dos desejos de começo de ano? Anestesiada a excitação da
virada, como ficaram registradas em você todas aquelas mensagens recebidas?
Compartilho algumas que recebi por WhatsApp: “que todos os desejos sejam
realizados”, “um lindo e alegre ciclo de vida”, “todo o sucesso do mundo”, “que
cada vez mais seus sonhos venham a se realizar” e “saúde, paz, dinheiro,
música, viagens e tudo de melhor”, entre outras.
Tenho um querido amigo que sempre me lembra a
“equação” da felicidade: ela é a realidade subtraída da expectativa. Quando
temos uma expectativa baixa, aumentamos a chance de nos satisfazermos com
aquilo que encontramos. Uma percepção sábia sobre a vida!
Essa adoração por “realizar os sonhos” em
profusão, sentindo desejos que se transformam em realidade de forma sequencial
e inesgotável, nunca foi uma boa pedida. A bem da verdade é que isso remonta ao
processo de ganância que vivemos mundialmente na questão material – capaz de
contaminar nossos conceitos de realização. Queremos uma vida repleta de
felicidade.
Tenho notado essa busca por aqueles que já
possuem tudo para ser felizes, mas não percebem ou assumem isso. Sempre falta
algo. Responda a duas perguntas: o que você precisa para ser feliz? Quando isso
vai acontecer? Talvez perceba que não precisa de mais nada, precisa apenas
mudar do modo “falta algo” para o modo “aproveitar”.
As pessoas precisam “aceitar” que são
felizes. Olhar no espelho e perguntar “o que mais eu posso querer para ser
feliz?”. Note que você já tem tudo e mais um pouco. Perceber uma vida abundante
é o que te move a agir livremente e, em grande parte dos casos, olhar em volta
e ajudar os outros. A adesão a trabalhos voluntários é uma tendência mundial,
as pessoas fazem isso porque ajudar traz uma sensação de pertencimento e
completude.
Para isso, é preciso que se abandone a ideia
ultrapassada do “tudo de melhor” e “todo sucesso do mundo”. Esse caminho nos
leva à ganância de felicidade, um sentimento de sofrimento e busca
incessante do inalcançável - cuja consequência é a desvalorização daquilo que
já somos.
Talvez você não precise conquistar tanto assim, não é
mesmo? O ano só está começando, pense em aproveitar o tempo que é seu grande
tesouro, sair da correria, desfrutar da intimidade dos amigos, acabar com a
inibição de sentir-se livre e celebrar o seu contentamento. Você chegará a 2018
dizendo: que pena que 2017 já acabou!
Alvaro Fernando - autor do livro
“Comunicação e Persuasão – O Poder do Diálogo”, no qual demonstra a importância
comunicacional de virtudes como propósito de vida, altruísmo e generosidade.
Fernando é premiadíssimo compositor de trilha sonora, vencedor de três leões em
Cannes, duas medalhas em New York Festival e três estatuetas no London
Festival. Há mais de 25 anos no mercado, atua com os principais anunciantes
dentro e fora do país.
Desde
2013, atua como palestrante e consultor sobre comunicação.
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