Novos dados divulgados pelo Perfil do
Inadimplente Brasileiro, estudo do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e da
Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), revelam que 46% dos
endividados não têm condições de pagar as contas em atraso nos próximos três
meses. Isto é, chegarão ao fim de 2016 ainda inadimplentes. O motivo principal
para essa situação, apresentado por 28,2% dos consumidores entrevistados, é a
perda do emprego.
Ao analisar rapidamente esse cenário,
parece que não há para onde correr. Mas até mesmo quem perdeu o emprego e
recebeu um bom dinheiro com rescisão e benefícios como o seguro pode sair do
vermelho ainda neste ano. É claro, no entanto, que isso exige uma reorganização
das contas e um novo planejamento para o trimestre.
O primeiro passo é dedicar um tempo
para entrar em contato com todos os estabelecimentos e tentar negociar o
pagamento das dívidas. Explique a sua real situação e tente retirar os juros e
até conquistar um desconto para pagamento à vista. Estamos num momento
economicamente difícil e as empresas acabam assumindo uma postura mais flexível
com o consumidor, já que também precisam de dinheiro.
Lembre-se de que, para se livrar das
dívidas em atraso e ter um fim de ano mais tranquilo, será preciso sacrificar alguns
gastos habituais, como o lazer, vestuário e a alimentação fora de casa. Note
que esses itens são dispensáveis no curto prazo, por isso vale a pena o esforço
para entrar em 2017 com a saúde financeira em dia.
Se isso ainda não for suficiente,
converse com a família e cheque se outros gastos podem ser cortados
temporariamente do orçamento. A TV por assinatura, por exemplo, pode ser
eliminada até as contas se acertarem. Já na ida ao supermercado, opte por
marcas mais acessíveis, pois aqueles poucos centavos que nunca foram levados em
conta vão fazer sentido nesse período.
A consciência sobre a realidade
pessoal é um dos pilares mais importantes do planejamento financeiro e se torna
ainda mais preciso quando se trata de quem perdeu o emprego recentemente. A
falta de atitudes de contenção somada às dívidas já existentes formam uma
grande bola de neve, que influencia não só as finanças, mas também o emocional
do indivíduo.
Organize-se, acredite que você pode
virar o jogo nos próximos meses e encerrar o ano com o orçamento equilibrado.
Afinal, o problema não é ter dívidas previstas no planejamento, o problema é
continuar inadimplente.
Dora Ramos - educadora financeira e diretora da Fharos
Contabilidade & Gestão Empresarial - www.fharos.com.br
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