‘Vozes da Espera’ visa conscientizar sobre o impacto do tempo nos pacientes que
aguardam a sua vez na fila do transplante
Os mais de 42 mil
brasileiros que esperam por um órgão sabem o quanto é difícil encontrar o
doador ideal. Embora o país tenha o maior sistema público de transplantes do
mundo, com mais de 20 mil cirurgias realizadas anualmente, o Brasil ainda está
abaixo da meta de 16
doadores por milhão, segundo levantamento do Sistema Nacional de Transplantes
do Ministério da Saúde.
Para ressaltar a importância da doação
de órgãos, a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos
(ABTO), em parceria com o Grupo RÁI – um dos maiores grupos
independentes de comunicação do Brasil –, lança a campanha para o Dia
Mundial da Doação de Órgãos, celebrado em 27 de setembro.
Com o tema ‘Vozes da
Espera’, a ação destaca um viés pouco abordado sobre a doação de órgãos ao
ressaltar a angústia que é aguardar o novo órgão para o transplante. Como
exemplo da dimensão desse tempo, as mensagens de espera telefônica de grandes
empresas do país foram substituídas por histórias contadas por pacientes, na
voz deles mesmos, tranquilizando o ouvinte. Afinal, enquanto do outro lado da
linha a espera será breve, a destas pessoas já dura anos e sem previsão para um
fim.
De acordo com
o presidente da ABTO, Dr. Roberto Manfro, a doação de órgãos ainda é um tabu no
Brasil. “Neste ano, mais de 40% das famílias não consentiram com a doação dos
órgãos de seus familiares com morte encefálica. Isso significa que mais de 3
mil transplantes não foram feitos no país”, explica.
Os números,
de fato, são alarmantes e revelam também o desconhecimento dessa realidade. “Nós temos dezenas de milhares de
pessoas esperando por um órgão a ser transplantado. A Associação Brasileira de
Transplante de Órgãos tem como objetivo principal educar a população e
instrumentalizar a sociedade no sentido de o quão importante é a doação e o
quão importante são os transplantes”, complementa o executivo da ABTO.
A iniciativa visa
desmistificar a doação de órgãos. A falta de informação, a recusa familiar ou
questões religiosas estão entre os fatores responsáveis pela demora do
transplante. “Muito se fala sobre a doação em si. Mostrar que o tempo é
precioso para quem aguarda um novo órgão vai chamar a atenção para este ponto
pouco explorado: essa longa espera”, garante o diretor de Criação da RÁI,
Marcelo Moura.
Com criação de Ben Araújo
e Vinicius Bertollini, da RÁI, a campanha disponibiliza em seu hotsite www.vozesdaespera.com.br os vídeos completos das histórias dos pacientes, onde é
possível assistir e compartilhar os filmes, bem como esclarecer dúvidas
frequentes sobre a doação de órgãos, declarar-se um doador e até disseminar a
própria atitude. Além disso, o site permite que empresas que tenham o interesse
em implementar as vozes dos pacientes em seus sistemas de atendimento façam o download
ali mesmo.
Sobre a doação de
órgãos no País
São Paulo é o estado com
mais doadores, mas, proporcionalmente, Santa Catarina, seguido por Paraná e Rio
Grande do Sul têm mais doadores cadastrados. Em números absolutos, a maior fila
é para receber córneas e rim, seguida de fígado, coração, pulmão, pâncreas e
intestino. No entanto, não são todos os órgãos doados que podem ser
aproveitados. Além das complicações relacionadas à saúde do paciente, o
processo exige uma série de cuidados e infraestrutura para que o procedimento
seja realizado em tempo e com segurança.
Dirigido há 25 anos pelo
publicitário Fabio Burg, o Grupo RÁI é um dos maiores
grupos independentes de comunicação do Brasil. São sete empresas especialistas
e complementares que trabalham de forma autônoma e que se integram quando
necessário. Rái, Tov, Or, Dezoito,
Teolá, Yad e Awaken prestam os
serviços de propaganda, promoção e eventos, soluções em tecnologia/internet, coordenação
de redes sociais, assessoria de imprensa/conteúdo editorial, 3D, fotos e
filmes, logística, pesquisa de mercado/branding e consultoria de inovação.
O Grupo RÁI, que conta com mais de 260 colaboradores, tem sede em São
Paulo e recentemente abriu um escritório em Miami, nos Estados Unidos.
Sobre a ABTO:
A Associação Brasileira
de Transplante de Órgãos foi criada em 1986. Atualmente presidida pelo doutor
Roberto Manfro, a ABTO é uma sociedade médica, civil e sem fim lucrativo, que
tem por finalidade estimular o desenvolvimento de todas as atividades
relacionadas com os transplantes de órgãos no Brasil, como contribuir com a
criação de centros de doação, bancos de órgãos, serviços de identificação de
receptores e outros correlatos, além estimular a pesquisa, a colaboração e a
difusão de conhecimentos sobre transplantes de órgãos.
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