Pode
parecer clichê o título do meu artigo, mas se queremos que o Brasil cresça verdadeiramente,
é preciso discutir (e aprovar) a reforma das leis trabalhistas do nosso amado
país.
Essas
normas que regulamentam as relações entre empresas e colaboradores entraram em
vigor em 1940, ou seja, 76 anos se passaram. Mesmo que essas leis protejam uma
parte, graças também a ela, temos uma maioria esmagadora de trabalhadores em
condições precárias e que não são abraçados pelos mesmos direitos que os
registrados. E agora, como resolver essa conta que não fecha nunca?
Nos
últimos 12 meses, mais de 1,7 milhão de brasileiros perderam o emprego e a
referência de segurança em termos de qualidade de vida. Afinal, não importa a
idade, qualquer profissional usa o fruto do seu trabalho para atender as mais
variadas necessidades básicas que irão garantir a sobrevivência dele e da
família. É o que aponta os estudos realizados pela Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE).
No
Brasil, temos o fundo de garantia (FGTS), seguro desemprego, aviso prévio,
férias remuneradas, décimo terceiro e etc. São excelentes benefícios, mas podem
ser péssimas armadilhas se pensarmos em produtividade. E é neste sentido que
devemos também usar o momento para refletir a forma como trabalhamos.
Infelizmente, há quem ainda se aproveite dessas vantagens e deixa de
produzir para que seja demitido pois, afinal, pode ser ainda muito vantajoso
para ele. Perde a empresa, o trabalhador e o país.
Como
consequência da elevada quantidade de desempregados, a economia levou um tombo
ainda maior. Todos os setores praticamente frearam. O consumo passou de básico
para somente o necessário. Leia-se “ esqueça a pizza e o cinema de final de
semana”. Afinal, a emocionante aventura não sai por menos de 200 reais para uma
família de quatro pessoas.
A
crise também resultou em um rebaixamento no grau de investimento que é dado
pelas agências de classificação de risco, espantando a vinda de empresas
capazes justamente de criar novos postos de trabalho.
Além
de buscar formas de virar esse jogo, é preciso entender que o país precisa
urgente de mudanças para voltar a crescer. Todos querem trabalho. A classe
média brasileira não vê a hora de poder voltar a consumir, financiar imóveis,
carros, viagens internacionais, e voltar a sonhar com um futuro melhor.
Muitos
brasileiros querem o american
way of life, amam os Estados Unidos, mas lá as leis são muito
diferentes. Não existe, por exemplo, seguro desemprego, décimo terceiro, férias
remuneradas, aviso prévio e etc. Isso faz com que o norte-americano queira sair
da zona de conforto e produzir mais, pois caso contrário será demitido...
e vou contar ainda mais uma novidade: ninguém morreu por conta disto. Muito
pelo contrário, é sem dúvida, a maior economia de todos os tempos.
Entendo
que o modelo norte-americano privilegia demais os empresários e de menos os
trabalhadores. Já no Brasil, é exatamente o oposto. Talvez a flexibilização
proposta pelo governo seja o meio termo de que tanto necessitamos. Precisamos
entender, de uma vez por todas, que a atualização da legislação trabalhista não
prevê o aumento da jornada de trabalho, que não poderá ultrapassar 44 horas
semanais; tão pouco a exclusão de direitos. Haverá ainda a criação de duas
novas modalidades de contrato de trabalho parcial e intermitente, com jornadas
inferiores a 44 horas semanais e salários proporcionais.
Esta
solução sobre a possível alteração da “ forma de pagamento” de alguns
benefícios que são custosos e que podem estimular a improdutividade (férias
remuneradas, seguro desemprego e aviso prévio), incorporando esses valores nos
salários, o que deixaria a equipe mais motivada afinal, eles ganhariam muito
mais mensalmente e premiaríamos a produtividade.
O país mudou, as formas de trabalhar mudaram e os objetivos
das pessoas também. Então, porque não rever essas condições impostas a empresas
e trabalhadores? Essas reformas estruturais são extremamente importantes.
Talvez a CLT, do jeito que existe hoje, seja a própria algoz do trabalhador.
Alexandre
Slivnik - autor do best-seller O Poder da Atitude e O
poder de Ser Você. É sócio-diretor do Instituto de Desenvolvimento Profissional
(IDEPRO), diretor-executivo da Associação Brasileira de Treinamento e
Desenvolvimento (ABTD) e diretor geral do Congresso Brasileiro de Treinamento e
Desenvolvimento (CBTD). Palestrante e profissional com 17 anos de experiência
na área de RH e treinamento, é formado em educação física pela Universidade
Mackenzie, com ênfase em qualidade de vida empresarial. É atualmente um dos
maiores especialistas em excelência Disney no Brasil, tendo visitado e estudado
profundamente os parques e feito os treinamentos do Disney Institute sobre os
temas excelência em liderança, inovação e criatividade, qualidade em serviços e
excelência em negócios. Leva periodicamente vários grupos de executivos
brasileiros para treinamentos in loco nos bastidores do complexo Disney, em
Orlando, nos Estados Unidos, para estudar e ensinar como as empresas podem
incorporar a mesma excelência e felicidade, o que é também tema de suas
palestras, cursos, treinamentos e seminários. Atualmente, faz especialização em
experiência de clientes por HARVARD. www.slivnik.com.br
ou alexandre@slivnik.com.br
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