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segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Mais de um terço dos aposentados continuam trabalhando: como mudar essa situação?



Já era sabido que apenas uma pequena parcela da sociedade se preocupa em constituir uma reserva para a aposentadoria sustentável. Pesquisa recente divulgada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) comprova isso, ao mostrar que 33,9% dos aposentados continuam trabalhando para complementar a renda e conseguir viver.

Se falarmos sobre os que estão na faixa entre 60 e 70 anos, esse percentual aumenta para 42,3%, ou seja, grande parte realmente não consegue se sustentar com o dinheiro da aposentadoria e não se preparou ao longo da vida, fazendo uma previdência privada ou algo do tipo. Ao longo dos meus anos de experiência como educador e terapeuta financeiro, entendi que existe uma solução para este problema: educação financeira.

As pessoas não foram ensinadas nem pela família e nem pela escola a lidar com os recursos financeiros de maneira que sejam um meio para a realização de objetivos de vida. O que nos foi passado é que ele serve para adquirirmos coisas. Portanto, é natural que as escolhas tomadas ao longo da vida não priorizem o ato de poupar, nem em curto prazo e muito menos em longo prazo, como é o caso da aposentadoria.

Para ajudar a sanar as razões pelas quais os brasileiros não se planejam, preparei algumas informações importantes sobre o assunto. Já faz um tempo que anda ocorrendo uma proposta de reforma previdenciária. Ano passado foi decidido que uma nova fórmula serviria de base para o cálculo da aposentadoria por tempo de contribuição, funcionando como um sistema de pontos, uma alternativa ao fator previdenciário.

Uma nova medida provisória (MP) aplica a regra da progressividade. As novidades mudam a vida do beneficiário e, por isso, é importante que saibamos exatamente do que se trata e como agir para garantir uma aposentadoria sustentável. Se a proposta é boa ou não, é outra história, mas é imprescindível ter ciência da situação, para poder se preparar da melhor maneira, sem depender de terceiros ou ainda precisar trabalhar para se sustentar.

É claro que a aposentadoria pelo INSS possui grande importância, principalmente, para os trabalhadores menos abastados, pois estes, em sua maioria, não possuem condição para fazer uma previdência particular, o que faz com que esses ganhos sejam a única fonte de sobrevivência. No entanto, para alguém que realmente quer se planejar para uma aposentadoria sustentável a questão vai muito além, sendo fundamental a educação financeira, a partir da qual se traçará uma estratégia na busca dos melhores investimentos.
Veja alguns passos que desenvoli para realizar um bom plano de aposentadoria:
  • Descubra com qual padrão de vida você quer se aposentar. Aposentadoria segura não significa ser milionário, é preciso encontrar um percentual da renda que possa poupar. Se você deixar para poupar apenas a sobra, não terá um resultado satisfatório;
  • Quanto mais cedo começar a poupar, mais agressiva pode ser a estratégia. Quem está na casa dos 20 anos, pode formar uma reserva de emergência que corresponda a 6 a 12 meses de salário e, a partir daí, investir todo o resto do dinheiro nesse sonho. Guardando R$ 300 por mês, em 30 anos, pode se ter cerca de R$ 1 milhão;
  • Divida os objetivos e sonhos em três grupos de acordo com os prazos que pretende realizá-los, que deverão ser de curto, médio e longo prazos, e invista o dinheiro de acordo com esses objetivos;
  • Como a atratividade de cada tipo de investimento varia com o tempo, aconselho o poupador a rever a estratégia adotada a cada quatro ou seis meses. Além de eventuais mudanças na conjuntura econômica, também podem surgir boas oportunidades;
  • Para não ter sustos, o poupador deve acumular um capital que renda o dobro do que ele precisa. Vamos supor que você ganhe um salário de R$ 4 mil, tendo uma aposentadoria pública de R$ 2 mil. Se sua aposentadoria complementar lhe pagar apenas R$ 2 mil por mês, um dia, o dinheiro vai acabar. Mas, se os investimentos renderem R$ 4 mil, você saca metade e deixa a outra metade rendendo. Assim, o dinheiro se recapitaliza e se preserva.



Reinaldo Domingos - educador financeiro, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira e autor do best-seller Terapia Financeira, do lançamento Mesada não é só dinheiro, e da primeira Coleção Didática de Educação Financeira do Brasil.

DSOP Educação Financeira
(11) 3177-7800 www.dsop.com.br


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