Por volta de 20 milhões de procedimentos estéticos realizados
em um ano, só no Brasil, foram mais de 2 milhões deles. Os dados são da International Society of Aesthetic Plastic
Surgery (ISAPS) e deixaram o país atrás, apenas, dos Estados Unidos, onde
foram mais de 4 milhões. Entre as intervenções cirúrgicas, lipoaspiração, mama,
pálpebras e nariz são os mais procurados. Toxina botulínica, ácido hialurônico
e laser para remoção de pelos estão entre as principais técnicas
não-invasivas.
“Homens e mulheres querem se sentir bem e, muitas vezes, uma
pequena intervenção faz grande diferença na autoestima”, acredita Roger Vieira,
membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e da American
Society of Plastic Surgeons (ASPS). Segundo ele, a segurança na realização de
procedimentos que, outrora, deixava algumas pessoas receosas, tem evoluído
gradativamente. “Querer não é poder, nesse caso. Existem alguns aspectos a
serem observados e, se você escolhe um profissional capacitado, ele saberá o
que fazer”, garante.
Em torno do assunto, porém, ainda existem mitos. Para acabar
com eles, Vieira aponta e esclarece dúvidas comuns.
Cirurgia plástica
estética não precisa de preparação
Mito. O paciente precisa ser avaliado como um todo e, como na
maioria dos procedimentos cirúrgicos, é necessária preparação prévia. O histórico deve ser avaliado
individualmente, desde o primeiro momento. “Exames pré-operatórios e muita
conversa se fazem fundamentais. A relação entre médico e paciente exige muita
confiança, por isso, é comum que sejam realizadas diversas consultas, para
permitir um conhecimento mútuo”.
O inverno é a melhor
época para realização de cirurgia plástica
Verdade. Embora a época ideal seja determinada pelo próprio
paciente, de acordo com sua disponibilidade e desejo, as cirurgias podem ser
feitas em qualquer clima. "Em períodos mais frios, há menor exposição
solar, o que evita manchas e cicatrizes marcadas. Além disso, geralmente, o
período coincide com férias, possibilitando ajuda e acompanhamento e uma
recuperação mais confortável, pondera Vieira. Ele acrescenta que usar cinta
modeladora no calor, por exemplo, pode ser incomodo.
Quem quer perder peso
pode fazer lipoaspiração
Outro mito. É recomendado a quem está com excesso de peso, a
fim de cuidar da saúde, realizar atividades físicas e adequar a alimentação. Em
níveis mais graves, já considerados obesidade mórbida, a cirurgia bariátrica
pode ser necessária. “A lipoaspiração, contudo, é indicada para eliminação de
gordura localizada que, dificilmente, desaparece mesmo com prática esportiva”,
frisa Vieira. Além disso, de acordo com o médico, há limites de segurança em
relação ao volume a ser lipoaspirado.
Cirurgia plástica tem
relação com autoestima
Verdade. Em alguns casos, o procedimento estético tem
influência direta no estado emocional do indivíduo. “A reconstrução da mama em
uma mulher que teve câncer ou a realização de lifting pós-bariátrico mudam significativamente a forma de a pessoa
ver a si mesma, não há dúvidas disso”, pondera Vieira. Para ele, pacientes com
transtornos de percepção da autoimagem, que procuram cirurgias plásticas têm,
na maioria dos casos, que serem avaliados primeiramente por psiquiatras ou
psicólogos, não sendo a princípio, bons candidatos à plástica.
Lipoaspiração acaba com
as celulites
Mito. Celulites aparecem por fatores como hereditariedade,
retenção de líquidos, problemas circulatórios e alterações hormonais.
Sedentarismo, excesso de toxinas no organismo e má alimentação também
contribuem para seu aparecimento. Vale ressaltar que prevenção é o melhor
remédio para evitá-la e há tratamento para amenizar os sinais, mas não para
acabar com ela, recomenda-se laser fracionado ou laser de CO2, a lipoaspiração
não interfere, nesse caso.
Cirurgia plástica é
coisa de mulher
Mito. Nesse caso, trata-se mais de algo social, como
machismo. Dados apontam que cada vez mais homens têm procurado tratamentos
estéticos, incluindo, cirurgias plásticas. “Desde procedimentos cosméticos para
acabar com rugas, até cirurgia das pálpebras, retoques no nariz, implante
capilar e ginecomastia estão entre as preferidas deles”, pontua Roger Vieira.
Ele lembra, portanto, que as mulheres ainda são maioria.
Maus hábitos e uso de
medicamentos afetam cirurgias
Verdade. “Quaisquer substâncias que
possam aumentar riscos de eventos tromboembólicos, sejam medicamentos ou até
tabagismo, podem interferir no procedimento e na recuperação”, explica Vieira.
Ele também alerta que sedentarismo, obesidade e algumas doenças devem ser
avaliadas pelo especialista antes da realização de alguma cirurgia.
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