É fato. Como empregados, somos acostumados a pedir,
solicitar, reclamar, protestar e reivindicar por melhores condições de
trabalho: salários, bonificações, abonos, auxílios, vales, adiantamentos,
dissídios, reajustes e férias. Talvez consequência dos movimentos ludista e
cartista ocorridos no século XVIII, quando engatinhávamos na relação empregado versus
empregador, lutando pela extinção do trabalho infantil e de jornadas que
beiravam 80 horas semanais. Ou dos movimentos sindicais no início dos anos 80.
E já que estamos em épocas de vacas magras, que tal
reformularmos nossas atitudes? E se deixarmos de lado a cobrança e adotarmos
uma postura mais gentil, produtiva, proativa e colaborativa? Não obstante soar
estranho, a mudança poderá trazer maior disposição para encarar a
segunda-feira, suportar o mau humor do chefe ou as pesadas cobranças do dia a
dia. Isso tornará sua vida corporativa um pouco mais leve e descontraída.
Seguem algumas valiosas dicas que aprendi gerenciando, liderando ou
simplesmente observando.
1.
Olhe sempre a parte cheia do copo
Há pessoas que adoram enxergar a parte ruim e o lado
negativo das coisas. Pessimistas, fazem questão de analisar em profundidade
tudo o que lhe é apresentado, encontrando sempre algum ponto que sirva como
base para minar o projeto, a proposta ou a melhoria, olhando a metade vazia do
copo. Profissionais inteligentes também se encaixam nessa categoria. Eles
poderiam ter melhores chances caso utilizassem seu tempo e capacidade analítica
na outra parte do copo.
2.
Seja positivo
É comum que o pessimista se enquadre na categoria dos que
reclamam por default, às vezes jogando a toalha antes mesmo que uma
ideia seja concluída ou uma tarefa requisitada por completo. Esses costumam
ficar de fora dos melhores comitês, já que nem todos os gestores suportariam
ter voluntariamente em suas equipes um personagem como a hiena do seriado
infantil Lippy e Hardy, de Hanna Barbera, famosa pelo bordão: ó dia, ó vida, ó
azar.
3.
Faça bem feito e na primeira vez
Parece difícil, mas não é.
De acordo com uma pesquisa divulgada mês passado pela CNI (Confederação Nacional da
Indústria), a produtividade do brasileiro é a que menos cresce durante
uma década. O estudo foi feito com
trabalhadores de 12 países, entre 2002 e 2012. No inicio do século XX, o
pensador e empreendedor Henry Ford disse: “Há uma única regra para um
industrial: faça produtos com a melhor qualidade possível, ao menor custo,
pagando os salários mais altos que puder”. Então, tente ser mais produtivo,
fazendo bem feito da primeira vez. Além de agradar o empresariado, certamente
irá gerar uma boa impressão aos que estão ao seu redor. Esse profissional é
cada vez mais raro e, consequentemente, mais valorizado.
4.
Pense coletivamente
Vivemos conectados em redes, compartilhando e
colaborando. Portanto é paradoxal que haja pessoas que insistam em pensar e
agir de maneira individual, cuidando apenas do seu quadrado. As frases
preferidas são: “isto não é minha responsabilidade”, “não sou pago para isso”
ou ainda “esta atividade é dele, não minha”. Um grande erro, já que muitas
vezes as maiores oportunidades estão em áreas cinza, sem uma pessoa ou cargo
pré-definido.
5.
Foco no trabalho
Se não somos o país com o maior número de profissionais
produtivos, muito se deve a falta de foco no trabalho. A lista aqui é extensa:
banco, Facebook, notícias, namoro, família, etc. Já aconteceram demissões por
descumprimento às politicas de TI das empresas. A dica aqui é se policiar e
criar algumas regrinhas. Por exemplo: redes
sociais e smartphones devem ser usados apenas no tempo livre. Evite que estas
ferramentas tirem sua atenção no que está sendo feito. O pior que pode
acontecer é você chegar mais cedo em casa.
Enfim, a não ser que você seja um vereador, deputado ou
senador e possa contar com vales, bonificações e auxílios do tipo viagem,
paletó, gráfica, moradia, carro, assessor, secretário e gabinete, levando uma
vida leve com jornada de terça a quinta-feira e 60 dias de férias, adotar as
dicas mencionadas poderá ajudá-lo a suportar o ano que temos pela frente - além
de poder render alguns bons frutos.
Vale lembrar que greves e paralisações raramente trazem
bons resultados, com raras exceções, como o ex-sindicalista do ABC, que passou
da aguardente e do cigarro sem filtro, para os escoceses envelhecidos em barris
de carvalho e cubanos legítimos.
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