Aprovações dos chamados vistos EB, porém, tiveram queda de 42,7% em razão da pandemia; Brasil é o quinto país que mais recebe green cards de trabalho
Dados
divulgados pelo Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS, na
sigla em inglês) mostram que, no ano fiscal de 2021, o governo americano recebeu 5.416
petições de brasileiros solicitando os vistos EB. O
número é 18,1% maior do que os 4.583 pedidos do ano anterior e 519% acima
do que o registrado em 2012, quando se iniciou a série histórica. Na ocasião,
foram realizadas apenas 874 petições de cidadãos do Brasil a esses tipos de
visto.
“Esse
crescimento mostra a alta disposição de talentos brasileiros de
deixar o Brasil atualmente. É, claro, um movimento de
oportunidade para os trabalhadores, dada a disparidade econômica
entre os dois países, mas também faz acender uma luz de alerta para a
sociedade brasileira, que ano a ano vê suas grandes mentes irem embora”,
analisa o CEO do escritório de advocacia AG Immigration, Rodrigo Costa.
Sigla em
inglês para “Baseado em Empregabilidade”, EB é como são chamados
os vistos de trabalho permanente nos Estados Unidos –
ou seja, aqueles que concedem a seu beneficiário a residência permanente no
país (o famoso green card). Diferem-se, assim,
de vistos temporários de trabalho, como o H-1B, bastante
utilizado, por exemplo, pelo Vale do Silício para a contratação de
profissionais das áreas de engenharia, programação e tecnologia.
O H-1B autoriza que seu portador fique apenas alguns anos no
país.
Ainda que
os pedidos para os vistos EB tenham aumentado, a taxa de
aprovação caiu em 2021 em razão da pandemia da Covid-19, que suspendeu
temporariamente as atividades dos órgãos imigratórios, criando depois um
acúmulo de solicitações – destes e de outros vistos – que ainda não
foi resolvido. “Há uma fila muita grande de pedidos junto às autoridades de
imigração”, afirma o advogado especialista em direito imigratório e
sócio-fundador da AG Immigration, Felipe Alexandre.
Em 2021,
a queda nas aprovações foi de 42,7% na comparação com o ano anterior (o
restante foi recusado ou ainda está em análise). Ao todo, foram 1.650
emissões de EB para brasileiros. Até 2020, porém, a média histórica
era de aprovações era de 79% para cidadãos do país.
O ano
fiscal americano se inicia em 1º de outubro e termina em 30 de setembro. È
o período mais comum para as publicações e estatísticas
governamentais do país.
Os vistos EB
mais populares
O visto
EB mais comum entre os brasileiros em 2021 foi o EB-2, destinado a
profissionais com elevados níveis de expertise nos campos das artes, ciências
ou negócios, assim como a acadêmicos com mestrado, doutorado ou graduações
superiores. Ao todo, foram 2.865 pedidos para essa categoria de visto
EB. Foram 417 aprovações (14,5%).
Já o
EB-1 – que é voltado para estrangeiros com habilidades
extraordinárias, altos executivos de multinacionais e professores e acadêmicos
de destaque – teve 1.066 petições, sendo que 256 foram aprovadas no
período (24%).
Por fim,
o EB-3 teve 1.485 solicitações, com um total de 977 deferimentos (65%).
Esta categoria é direcionada para profissionais que que um diploma de
bacharelado ou equivalente, trabalhadores com habilidades que requerem ao menos
dois anos de treinamento ou pessoas que tenham ocupações que exigem menos de
dois anos de capacitação.
Quase
todos os vistos EB, com exceção de certas categorias do EB-1 e
do EB-2 (como o EB-2 NIW), exigem que o beneficiário tenha uma oferta de
emprego. O processo imigratório, portanto, é iniciado nesses casos pelo
empregador norte-americano – e não pelo candidato ao visto.
Vistos EB
no mundo
No ano
fiscal de 2021, os Estados Unidos receberam 178.498 petições
de vistos EB, sendo que 105.565 foram aprovadas. O resto foi negado
ou ainda está pendente. Os números representam, respectivamente, uma alta de
37,7% e queda de 9,8% em relação a 2020.
Os países
que mais tiveram vistos aprovados em 2021 foram: Índia (62.696),
China (15.406), Filipinas (3.847), Coreia do Sul (2.151) e Brazil
(1.650).
Dr.
Felipe Alexandre - fundador da AG Immigration é referência internacional em
assuntos ligados a imigração, vistos e green cards. Figura há 5 anos
como um dos 10 melhores advogados de imigração do Estado de Nova York, prêmio
concedido pelo “American Institute of Legal Counsel”. Considerado, em 2021, um
dos 10 principais advogados da Califórnia, em votação da revista jurídica
“Attorney & Practice Magazine”, e reconhecido pela “Super Lawyers (Thomas
Reuters)” como referência no campo das leis imigratórias dos EUA. Nascido no
Brasil, mudou-se para os Estados Unidos ainda criança. Tem dedicado
sua carreira à comunidade estrangeira que busca viver legalmente no país.
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