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quarta-feira, 7 de outubro de 2020

É preciso aumentar a participação feminina nas áreas técnico-científicas

Os professores americanos Matthew J. Liberatore e William Wagner , da Villanova University, desenvolveram uma pesquisa envolvendo homens e mulheres ocupantes de cargos de nível intermediário em empresas daquele país, pretendendo avaliar o sucesso desses profissionais na execução de tarefas e soluções de problemas com diversos graus de complexidade, que exigiam o uso de computadores, tablets e celulares.

Não foram encontradas diferenças significativas entre os resultados obtidos por homens e mulheres, quer em termos de acertos, quer em tempo empregado na resolução das tarefas e problemas.

Mas a pesquisa também perguntou aos participantes como estes avaliavam sua performance na execução das atividades propostas e, nesse ponto, houve uma diferença muito significativa: os homens mostraram-se muito mais confiantes em relação aos seus próprios resultados.

Resultados similares foram encontrados em outras pesquisas envolvendo estudantes de matemática e alunos de cursos à distância.

Não há certezas acerca das causas dessas posturas, mas uma das hipóteses considera-as derivadas dos estereótipos envolvendo habilidades técnicas, especialmente aqueles relativos a uma hipotética superioridade masculina na área.

E qual a importância dos resultados dessas pesquisas? Em um momento que cresce exponencialmente, inclusive no Brasil, a necessidade de profissionais das áreas STEM, Science, Technology, Engineering e Mathematics (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), a falta de autoconfiança pode levar mulheres, a não se dirigirem para essas carreiras, deixando de aproveitar boas oportunidades e agravando a falta de profissionais nessas áreas.

Nos Estados Unidos, as mulheres são 50% da força total de trabalho, número que cai para 24% nas áreas STEM. Acredita-se que essa diferença se deva principalmente à ausência de autoconfiança e aos preconceitos que as mulheres enfrentam ao atuar nas mesmas.

Visando superar esses problemas, empresas estão desenvolvendo esforços para contratar e reter mulheres para essas áreas; escolas secundárias e ONGs tem buscado incentivar a participação feminina em cursos das mesmas áreas.

Esses preconceitos devem ser combatidos por todos; empresas, governos e sociedade devem trabalhar pelo aumento da população feminina nessas áreas tão importantes para o desenvolvimento econômico e social.

 


Vivaldo José Breternitz - Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie. 

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