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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Especialista dá dicas de saúde para o Carnaval

O Carnaval é uma das comemorações mais esperadas do ano e para garantir o sucesso do feriado, o clínico geral Valdir Russo, do hospital Santa Casa de Mauá, recomenda evitar os exageros e manter uma boa alimentação, além de alguns cuidados básicos. 

 De acordo com o médico, nesta época muitos acidentes de carro são causados por distrações e excesso de bebidas alcoólicas, já que o álcool compromete os reflexos e causa sonolência. E, como é verão, a ingestão de líquidos e a reposição de sais minerais é muito importante para conter o desgaste físico. “No entanto, a reposição hídrica deve ser feita por meio de sucos de frutas naturais e de água de coco, preferencialmente”, recomenda o médico.

Uma alimentação saudável também ajuda a garantir o sucesso da folia, pois o clima quente favorece o consumo de alimentos crus, frutas, verduras e legumes, que têm maior concentração de vitaminas, sais minerais e fibras. Evite frituras e prefira as carnes magras, brancas de aves e peixes por serem mais saudáveis e de fácil digestão.  

A exposição ao sol deve ser controlada entre às 8 e às 10 horas da manhã e após às 16 horas. Use protetor solar de acordo com o tipo de pele e lembre-se dos bonés. Também é importante não descuidar dos olhos e fazer uso de óculos de sol de boa qualidade. 

Vale redobrar ainda a atenção com as micoses e as formas mais comuns de contágio são por meio do contato com chuveiros públicos, lava-pés de piscinas e saunas, andar descalço em pisos úmidos, contato com material contaminado e o uso de roupas úmidas por tempo prolongado. “Uma boa dica é usar sandálias, enxugar bem as áreas de dobras e espaço entre dedos dos pés e virilhas e utilizar roupas íntimas de algodão, que facilitam a transpiração”, sugere o médico Valdir Russo.

 

Hospital Santa Casa de Mauá
Avenida Dom José Gaspar, 1374 - Vila Assis - Mauá - fone (11) 2198-8300.
https://santacasamaua.org.br/

 

Bolhas e Feridas na Pele: Entenda o que Causa a Herpes-Zóster e como Evitar

 

Ao contrair catapora na infância, o organismo luta contra o vírus varicela-zóster e os sintomas se dissipam, porém, o patógeno permanece dentro do corpo dormente. Quando se atinge a idade adulta, pode ocorrer situações que desencadeie a manifestação do vírus, desta vez na forma do herpes-zóster. 

A médica e diretora da Clínica de Vacinas Salus Imunizações Dra. Marcela Rodrigues explica que o herpes-zóster é uma infecção viral caracterizada por um surto doloroso ou com uma incômoda ardência de erupção cutânea, ou bolhas na pele. A erupção tende a se manifestar como uma série de lesões cutâneas numa parte específica do corpo.

 

Quem corre o risco de contrair herpes-zóster?

As pessoas que tiveram catapora com maior probabilidade de desenvolver herpes-zóster incluem: 

Com um sistema imunológico enfraquecido (como pessoas com câncer, HIV, receptores de transplante de órgãos, aqueles que recebem quimioterapia ou que possuem a saúde debilitada).

Acima de 50 anos.

Quem esteve doente.

Que passaram por traumas.

Quem está sob estresse. 

O vírus da catapora não sai do corpo depois que você tem catapora. Em vez disso, o vírus permanece em uma parte da raiz do nervo espinhal chamada gânglio da raiz dorsal. Para a maioria das pessoas, o vírus fica lá quieto e não causa problemas. Os pesquisadores nem sempre sabem ao certo por que o vírus é reativado, mas isso geralmente ocorre em momentos de estresse. 

“As erupções podem se manifestar mais de uma vez. Um dos maiores mitos é que só pode acontecer uma vez. Isso não é verdade. Você pode ter mais de um episódio. Se você tiver herpes-zóster novamente, geralmente só não terá a erupção no mesmo lugar.” comenta a Dra. Marcela Rodrigues.

 

Herpes-zóster é contagiosa? 

O herpes-zóster não é uma doença muito contagiosa, mas o vírus varicela-zóster pode ser transmitido através do contato direto com as lesões da pele da pessoa infectada. Em casos mais raros, o vírus também pode ser transmitido por secreções respiratórias. Para evitar, recomenda-se não ter contato com as lesões do infectado.

Posso me vacinar contra o herpes-zóster e prevenir as complicações? 

Até meados de 2022, a única vacina disponível para prevenir o herpes-zóster no Brasil era a Zostavax® (Merck), de vírus vivos atenuados, administrada em dose única e licenciada a partir de 50 anos.

Em junho de 2022 chegou a Shingrix® (GSK), vacina inativada, administrada em duas doses, indicada para adultos com 50 anos ou mais, e pessoas com imunocomprometimento a partir de 18 anos.

A eficácia da Shingrix® é superior a 90% na prevenção do herpes-zóster.

A Shingrix® é utilizada nos Estados Unidos, tendo sido aprovada em 2017. A vacina também é aprovada na União Européia, Reino Unido, Canadá, Japão, China, Austrália, Nova Zelândia e Singapura.

 O esquema de doses para essa vacina é de duas doses com intervalo de 2-6 meses. 

A vacina é indicada mesmo para quem que já teve a doença. Nesse caso, deve-se aguardar 6 meses entre o quadro agudo e a aplicação da vacina. 

Para aqueles que já tem a vacina do herpes-zóster Zostavax®, deve-se respeitar um intervalo mínimo de 2 meses para tomar a Shingrix®. 

“Vacinar-se é uma das maneiras mais eficientes de se proteger contra doenças. Além de cuidar da sua saúde, ao se vacinar você também está contribuindo para a saúde de quem você ama, pois evita o surgimento e/ou a proliferação de doenças. Seja consciente e vacine-se!” Finaliza a Dra. Marcela Rodrigues.

 

Marcela Rodrigues - Diretora da Salus Imunizações. Médica com graduação e residência em dermatologia pela faculdade ciências médicas de Santos, atuando há 25 anos na área da saúde.



Menopausa e andropausa: por que os homens sentem menos efeitos do que as mulheres?

 Freepik
Especialista em longevidade saudável explica os diferentes sintomas e quando a reposição hormonal é indicada



A menopausa, no sexo feminino, e a andropausa, no masculino, são a fase de declínio hormonal. Aumento de gordura corporal, baixa sensação de bem estar, baixo desempenho sexual, aumento de doença cardiovascular e osteoporose são alguns sintomas que podem ser apresentados em ambos os sexos nessa fase. É comum ouvir mulheres se queixando dos sintomas da menopausa, principalmente sobre o calor que sentem. Mas quando o comportamento dos homens é observado, é raro ouvir um homem se queixando de algum fenômeno.

De acordo com especialistas, nos homens o processo é mais lento. À medida que envelhecem, cai a produção de testosterona, o hormônio sexual masculino. Entretanto, mesmo com níveis mais baixos, seus valores ainda podem ser considerados dentro da faixa de normalidade. A médica experiente em emagrecimento e longevidade saudável Mariana Arraes explica que é comum os homens não apresentarem tantos sintomas. Porém, de acordo com a especialista, sintomas físicos e psicológicos podem aparecer causando uma queda mais acentuada desse hormônio.

“Isso acontece com aqueles que têm uma diminuição mais expressiva dos níveis hormonais e, ainda assim, as manifestações são mais discretas e menos aparentes do que nas mulheres. Mas não é só porque os homens não sentem esse período que não devem procurar um acompanhamento médico. As consultas devem ser realizadas com frequência, pois nessa fase, doenças podem ser mais comuns”, alerta a médica.

Muitos pacientes acreditam que todos que entram na menopausa ou andropausa devem repor os hormônios. Mas, para que a reposição hormonal seja realizada é preciso que cada caso seja analisado. Mariana diz que os exames são complementares, pois o que deve ser observado são as queixas do paciente e com isso, a avaliação médica irá concluir se há ou não a necessidade da reposição.

“A primeira coisa que o paciente deve fazer é procurar um acompanhamento médico para a realização de exames regulares, a cada 6 meses. O especialista também deve avaliar se há a necessidade da reposição hormonal, avaliando cada caso isolado. Cabe ao paciente também ter hábitos que sejam regulares, como exercícios físicos e alimentação saudável, ajudando assim na conduta médica e na melhora do paciente”, conclui Mariana.


Carnaval 2023: cinco cuidados para ter com a saúde

Confete, serpentina, música e muita folia. O Carnaval 2023 está próximo e já tem gente animada para a data. Segundo levantamento do Ministério do Turismo, a festa este ano deve movimentar cerca de 46 milhões de pessoas nos tradicionais destinos carnavalescos do Brasil. Somente em São Paulo, a prefeitura estimou um público de 15 milhões de foliões curtindo o Carnaval nas ruas da cidade. Além disso, de acordo com levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgado no dia 25 de janeiro, o setor de turismo deve movimentar mais de R$ 8,1 bilhões no País durante o período festivo.          

Levando em consideração a quantidade de pessoas que vão celebrar a data, torna-se importante reforçar os cuidados com a saúde, já que além de aglomeração, a festa muitas vezes resulta em excesso de ingestão de álcool, entre outros problemas. Assim, especialistas da Medictalks, plataforma digital de acesso gratuito com conteúdos feitos por médicos, para médicos, onde profissionais de todo o país compartilham experiências reais de vida e conhecimento científico relevante e atualizado, e da Doctoralia, maior plataforma de agendamento do mundo, citam cinco pontos de atenção em relação à saúde. 

 

Aglomerações  

Segundo o Dr. Alexandre Naime, parceiro da Medictalks e Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, em aglomerações podem ocorrer facilmente a transmissão de diferentes vírus e por isso, é importante evitá-las. “O coronavírus não representa mais um enorme impacto na saúde pública, porém, este ainda circula e segue sendo muito perigoso para quem tem acima de 65 anos, imunossupressores, entre outros. Além da COVID-19, é importante ressaltar que outros vírus também podem ser transmitidos, como o da gripe e a mononucleose infecciosa, que pode ser passada por meio do beijo”, informa.    


       

Exposição ao sol

 

Para a Dra. Gislaine Sales, Dermatologista e membro da Doctoralia, em caso de exposição solar não esquecer dos cuidados do protetor solar, que deve ser aplicado a cada 2 horas com FPS mínimo 30. Produtos à base de Vitamina C também ajudam nos cuidados da pele quando existe essa exposição. “Além disso, a hidratação é um ponto fundamental nesses dias, tanto oral quanto tópica, principalmente se houver ingestão de bebida alcoólica. Outro ponto importante é investir em blusas com fator de proteção solar, bonés e óculos escuros para deixar a folia mais agradável para a pele”, completa.

 

Álcool em excesso

De acordo com a Dra. Rosamar Rezende, parceira da Medictalks, Gastroenterologista e Hepatologista, muitas pessoas costumam ingerir bebidas alcoólicas em excesso no Carnaval, porém, isso pode trazer vários danos à saúde.     

“Batimentos cardíacos acelerados, náuseas, vômito, euforia, hipoglicemia, falta de coordenação motora e sonolência são alguns dos problemas. Também é importante destacar que o consumo contínuo em excesso pode levar à pancreatite, gastrite, esofagite, sangramento digestivo, problemas hepáticos, neuropatia periférica, anemia, disfunção imunológica, osteoporose, além de ser um fator de risco para vários tipos de câncer. Por isso é fundamental beber com moderação e se hidratar durante e depois do consumo de álcool, já que este é um potente diurético, aumentando a perda de água pela urina”, explica.    

         

Pintura do corpo e compartilhamento de maquiagem

 

Segundo a Dra. Gislaine, é necessário cuidado redobrado com as pinturas, já que, bactérias não usuais são transmitidas quando utilizamos produtos de outra pessoa. “Use produtos certificados e caso apareça qualquer tipo de irritação na pele, retirar imediatamente e procurar seu dermatologista”, afirma.

 

Doenças sexualmente transmissíveis 


De acordo com o Dr. Alexandre Naime, parceiro da Medictalks e Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, é necessário que as pessoas não se esqueçam de se cuidar, já que existem diversas doenças sexualmente transmissíveis. "É fundamental usar preservativo já que há várias doenças como aids, sífilis e hepatite B e C que podem ser transmitidas por meio de atos sexuais e que se não tratadas e diagnosticadas podem levar à morte. Além destas mais popularmente conhecidas, também tem as uretrites, ou seja, infecções da uretra, que podem causar gonorreia, por exemplo”, finaliza. 



Com aumento de casos, CEJAM intensifica ações de combate à dengue em São Paulo

Estratégia da Equipe de Vigilância e do PAVS para 2023 prevê, entre outras medidas, realização de mutirões trimestrais em busca de criadouros do mosquito Aedes aegypti


A prevenção contra a proliferação do mosquito da dengue volta a ser prioridade em todo o país, em especial nas regiões mais quentes e chuvosas. Dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado no último trimestre do ano passado, revelam aumento de 189,1% no número de casos em comparação a 2021.

A doença também matou 4 vezes mais pessoas em 2022, ano registrado como o maior em número de óbitos por dengue no Brasil. Já em 2023, no Estado de São Paulo, o levantamento divulgado pela Secretaria de Saúde aponta um aumento de 20,3% no mês de janeiro, quando comparado ao mesmo período de 2022.

Para combater esses índices e ampliar a conscientização da população sobre os riscos da doença, o CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” desenvolveu, por meio do PAVS (Programa Ambientes Verdes e Saudáveis) e da Equipe de Vigilância, uma estratégia de intensificação das ações preventivas em conjunto com as Unidades Básicas de Saúde e ESF – Estratégia Saúde da Família, sob gestão da instituição.    

O PAVS, criado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo e incorporado ao CEJAM em 2015, tem como objetivo desenvolver projetos que contribuam para a educação ambiental nas comunidades, promoção da saúde e prevenção de doenças. Por essa razão, sua atuação no combate e prevenção à dengue tem sido fundamental ao longo dos últimos anos.

De acordo com Bruno de Oliveira Santos Saito, gestor ambiental do PAVS CEJAM, o trabalho para 2023 inclui visitas domiciliares realizadas pelos Agentes de Promoção Ambiental em conjunto com os Agentes Comunitários de Saúde, auxiliares e enfermeiros das UBSs, além de mutirões, palestras e atividades coletivas em escolas e outros espaços comunitários.

Desde o início deste ano, os agentes já realizaram mais de 90 mil visitas nos distritos do Capão Redondo e Jardim Ângela, identificando mais de 3,5 mil criadouros do mosquito transmissor da dengue.

“A dengue se prolifera onde a água se acumula e fica parada. São esses focos que os agentes buscam durante as visitas, uma ação simples, mas que impacta significativamente a saúde da população, uma vez que os focos são destruídos e as famílias, orientadas corretamente para evitar que surjam novos criadouros”, explica.

Saito reforça que, desde o ano passado, a mobilização de equipes e apoio das Unidades de Vigilância em Saúde (UVIS) de M’Boi Mirim e Campo Limpo tem mostrado a importância do trabalho conjunto diário no combate à doença. “Neste ano, vamos juntar forças novamente para que os casos diminuam e a população fique ciente dos perigos da dengue.”

Para garantir maior eficácia nos mutirões, o PAVS realiza, ainda, um trabalho intenso de alinhamento com todos os profissionais envolvidos, incluindo os Agentes Comunitários de Saúde, para que as visitas domiciliares ocorram da forma certa e com qualidade, seja em relação à orientação dada aos moradores, seja nos critérios para a inspeção mecânica das casas.

Todos esses esforços têm como objetivo, além de reduzir o número de casos da doença, retomar os hábitos preventivos nos lares paulistanos.

“A pandemia levou a população a focar em outras questões mais urgentes e graves, o que fez com que muitos deixassem o cuidado com o mosquito da dengue em segundo plano. Nossa atuação, agora, visa reparar isso para que as pessoas voltem a incluir a eliminação da água parada na sua rotina doméstica”, finaliza.

A melhor forma de prevenção da dengue é evitar a proliferação do mosquito transmissor, eliminando água parada em vasos de plantas, pneus velhos, telhas, piscinas sem uso e lixos. Além disso, deve-se manter a caixa d'água limpa e bem tampada.


CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”


Menstruação em idade escolar: desconfortos ainda são tabu para adolescentes e jovens

Estudantes sentem vergonha e perdem a produtividade na escola e na universidade; é importante conscientizar jovens sobre o tema

 

As dores ligadas ao período menstrual têm uma estreita relação com a perda de produtividade das mulheres. O tema vem à conta com o retorno das aulas, pois jovens em idade escolar ou universitária costumam ter receio em expor os sintomas a professores e coordenadores, o que traz duas sérias consequências: sofrimento e perda de produtividade. Estima-se que sintomas menstruais sejam responsáveis por quase nove dias de produtividade perdida no ano, seja no trabalho ou nos estudos. 

Uma pesquisa feita pela Unicef em 2020 revelou que 95% das meninas e adolescentes em idade escolar sentem incômodo no colégio durante o período menstrual. A pesquisa mostra como esse período natural da vida da mulher se torna algo complicado pela falta de informação, compreensão e estrutura adequada às suas necessidades. Para muitas, a vergonha dos colegas e o tabu sobre o tema são imperativos. Cerca de 35% revelam faltar às aulas no período, por consequência das cólicas e temor que os outros notem.

Outra parcela acaba frequentando aulas com dores ou, quando se ausentam, não explicitam o real motivo. “É necessário aumentar a discussão e a conscientização sobre o impacto dos sintomas menstruais no trabalho e nas escolas e as organizações devem estar abertas a isso. Para as mulheres, ainda é desconfortável falar sobre o tema. Trata-se de saúde e precisamos tornar essa discussão mais humanizada”, defende Patrick Belellis, ginecologista especialista em endometriose.

 

Busca por tratamento

O fato de as mulheres se sentirem obrigadas a estarem presentes, mesmo sofrendo com as dores, contribui mais com a falta de produtividade do que a ausência delas, ao contrário do que possa parecer.

“Ter que estar presente e não abordar seus desconfortos no trabalho, escola ou universidade, também desencoraja a busca por ajuda na investigação destas dores, que podem ser consequência de problemas mais complexos, como a endometriose, por exemplo. O acompanhamento médico é fundamental para que a mulher tenha acesso ao tratamento necessário, o que pode devolver sua qualidade de vida”, acrescenta o médico.

Embora dor ou desconforto leves possam ser vistos como parte de um ciclo menstrual normal, se ocorrerem de forma mais aguda, afetando atividades cotidianas, é importante buscar ajuda médica. 

“Quanto antes a mulher, em idade adulta ou adolescente, procurar um diagnóstico, mais rápido poderá ter uma rotina mais confortável. A dor moderada a grave, por si só, não significa necessariamente que ela tenha endometriose, mas é provável que algo possa ser feito para reduzir o impacto dessas dores sobre a sua rotina”, alerta Belellis.

 

PATRICK BELLELIS --GINECOLOGISTA. Tem ampla experiência na área de Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva, atuando principalmente nos seguintes temas: endometriose, mioma, patologias intrauterinas e infertilidade. É graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC. Possui título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Laparoscopia e Histeroscopia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia -- FEBRASGO. Doutorado em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Especialização em Endoscopia Ginecológica e Endometriose pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Faz parte da diretoria da SBE (Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva) desde a sua fundação. Médico Assistente do Setor de Endometriose do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo desde 2010. Professor do Curso de Especialização em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva -- Pós- Graduação Latu Senso, do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital.

 

Osteopatia melhora circulação e atua no combate das dores e inchaços do corpo no Verão

Estação preferida pelos brasileiros por conta das temperaturas mais quentes e da prevalência de sol, o verão também pode ser um grande vilão para boa parte da população, que nessa época do ano costuma reclamar com frequência de inchaço e dores no corpo, em especial nas pernas e pés. 

Considerada normal por muitos, o ideal é procurar ajuda médica e descobrir a causa do problema para o tratamento, pois essa alteração pode ter relação direta com doenças que envolvem o sistema circulatório. 

Os inchaços ocorrem devido às altas temperaturas que provocam alteração na circulação sanguínea, fazendo com que a drenagem das veias seja feita em um ritmo lento, elevando consideravelmente dessa forma o risco do aparecimento e complicações vasculares. 

Além de dicas já conhecidas para a prevenção, como o consumo de água, que, além de manter o corpo hidratado, evitará a retenção de líquidos; práticas de exercícios físicos, ou ainda, manter as pernas levantadas para a melhora da circulação, a osteopatia também surge como uma importante técnica que atuará diretamente na normalização da circulação venosa, linfática e arterial. 

Método de avaliação e tratamento que busca restabelecer a função da estrutura compreendendo todos os sistemas do corpo, o tratamento preventivo da osteopatia na parte circulatória irá colaborar para a estabilização e recuperação dos tecidos corporais (epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso), resguardando de outros possíveis desequilíbrios e desconfortos corporais. 

Dessa forma, o profissional trabalhará toda a postura corporal para o total equilíbrio do sistema neuromusculoesquelético, responsável pela regulação de demais estruturas internas do organismo, possibilitando uma melhora significativa nas movimentações do local inchado. 

Com a promoção do equilíbrio e bom funcionamento, melhora-se assim a circulação, que proporcionará uma oxigenação adequada e facilitará o transporte de nutrientes que manterá estável e eficaz o desempenho dos tecidos, essenciais para diminuir as chances no desenvolvimento de doenças vasculares e manter uma boa qualidade de vida. Nesse sentido, recomenda-se o uso da  osteopatia para minimizar os efetios colaterais dessa estação, aproveitando o verão de maneira mais saudável e confortável.

 

Luís Henrique Zafalon - fisioterapeuta especialista em osteopatia, professor e palestrante. 

Viagens longas causam trombose. Quais cuidados tomar?

Cirurgião vascular explica que com alguns cuidados esse distúrbio pode ser evitado

 

A trombose venosa profunda acontece quando um coágulo se forma dentro de uma veia, o que pode comprometer o fluxo sanguíneo. Uma das complicações dessa doença é a embolia, situação em que um pedaço de coágulo se desprende da região que se originou, circula pelo organismo e se aloja nos pulmões.

Em viagens de longas distância, o risco de desenvolvimento dessa doença pode aumentar de forma considerável, como explica o cirurgião vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, Dr. Márcio Steinbruch.

“O que está relacionado a esse problema é a dificuldade do fluxo sanguíneo da extremidade do organismo retornar ao coração. Essa situação pode acontecer quando ficamos muito tempo sentados, sem estimular a musculatura da panturrilha, responsável pelo bombeamento do sangue e que está atuando contra a força da gravidade para manter a circulação sanguínea adequada. É importante destacar que só é considerável um risco as viagens que ultrapassam quatro horas de duração”, contou.

As pessoas com varizes e com histórico de trombose na família precisam reforçar a atenção e buscar orientação especializada antes de fazer uma viagem longa, seja de avião ou por meios terrestres. Mulheres que fazem uso de anticoncepcionais orais e pessoas obesas também devem consultar um angiologista antes de viajarem. Contudo, não há necessidade para preocupação excessiva, pois com alguns cuidados esse distúrbio pode ser evitado.

“As meias elásticas ajudam a melhorar o retorno do sangue venoso, mas para isso é importante que ela seja prescrita por um profissional da área, para indicar a altura, compressão e tamanho adequado em cada caso. Também é importante fazer exercícios de fortalecimento da panturrilha e, durante a viagem aérea, fazer movimentos com os pés, simulando uma caminhada para favorecer a drenagem do sangue”, concluiu o cirurgião vascular.

Quando o percurso for feito por meios terrestres, aproveite as paradas para esticar e alongar o corpo. E lembre-se de evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, ingerir bastante água, evitar roupas apertadas nas regiões da cintura e das pernas e procurar não deixar as pernas cruzadas.

 

Dr. Márcio Steinbruch – formado pela Universidade de São Paulo (USP), é médico com especialização em cirurgia vascular pelo Hospital das Clínicas da FMUSP, além disso, possui título de especialista pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular e é membro titular da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. Curta as redes sociais do médico: Instagram: @livredevarizes e Facebook.com/marcio.steinbruch e acesse o site: www.livredevarizes.com.br/.

 

Sete dicas para evitar alergia (e outras doenças) durante o Carnaval

Médica alerta para os cuidados durante a folia

 

“Sprays com espuma, tintas coloridas para cabelo, glitter e outros cosméticos usados no Carnaval podem causar sensibilização, pois ficam muito tempo aderidos à pele. E essa sensibilização pode ser causa de dermatites de contato após novas exposições a essas substâncias”, explica a Dra. Mariele Morandin Lopes, médica alergista e imunologista pela USP.

 

A alergista, que faz parte da equipe técnina da Clínica Croce, centro de vacinação e infusão de imunobiológicos com especialistas das áreas de Alergia, Imunologia, Reumatologia e Endocrinologia, deixa abaixo sete dicas para que a folia seja aproveitada com muita saúde.

 

Dica 1 – Se usar produtos cosméticos para colorir a pele, dê preferência aos que sejam aprovados pelo INMETRO, verifique data de validade e lembre sempre de removê-los da pele assim que chegar em casa. Além disso, proteja sempre os olhos e boca, principalmente, das crianças, pois alguns produtos podem ser tóxicos.

 

Dica 2 - Se viajar para praia, atenção redobrada aos que possuem alergia a camarão. Sintomas como coceira na garganta e no corpo, inchaço da boca e dos olhos logo após ingeri-lo são sintomas importantes de alergia e esses alimentos devem ser evitados assim como outros crustáceos. Quem já sabe ser alérgico leve sempre o kit de emergência orientado por seu médico.

 

Dica 3 – Ainda falando em viagens, vale lembrar que estamos no Verão e todos ficamos mais suscetíveis às picadas e ferroadas de insetos. Proteja as janelas com telas, se puder, use repelentes e muito cuidado com áreas verdes, pois formigas, abelhas, vespas e marimbondos podem causar sérias alergias.

 

Dica 4 – Para os pacientes com asma, fica o alerta para respeitar o tratamento nos dias de Carnaval, pois com os horários ‘bagunçados’ por causa da folia muitos esquecem dos cuidados e medicamentos para evitar as crises.

 

Dica 5 – Antes de verificar o calendário dos blocos de rua, verifique seu calendário de vacinas! Não é apenas o coronavírus que circula por aí: várias outras doenças também são transmitidas pela tosse, espirro e beijo, entre elas, a meningite, portanto, esteja com seu calendário vacinal em dia.

 

Dica 6 – Higiene é fundamental para evitar transmissão de doenças. Sempre que possível lave as mãos, evite compartilhar copos, latas de bebidas e talheres. Continue fazendo uso do álcool sempre que puder.

 

Dica 7 – Por fim, hidratação e boa alimentação são sempre recomendadas. Evite o ‘podrão’ no final da folia e dê preferência aos alimentos que não sejam ultraprocessados. 

 


Clínica Croce
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Câncer de ovário pode estar associado à colonização de bactérias no microbioma

Descoberta de pesquisadores da Mayo Clinic reforça as evidências de que o componente bacteriano do microbioma é um importante indicador para a detecção da doença

 

ROCHESTER, Minn - Uma determinada  colonização de micróbios no trato reprodutivo é comumente encontrada em mulheres com câncer de ovário, de acordo com um novo estudo do Centro de Medicina Individualizada da Mayo Clinic. A descoberta, publicada na Scientific Reports, reforça as evidências de que o componente bacteriano do microbioma – uma comunidade de microrganismos que também consiste em vírus, leveduras e fungos – é um importante indicador para a detecção precoce, diagnóstico e prognóstico do câncer de ovário. 

"Além disso, encontramos um padrão claro que revela que mulheres com câncer de ovário em estágio inicial têm um acúmulo significativamente maior de micróbios patogênicos quando comparadas a mulheres com doença em estágio avançado", diz Abigail Asangba, Ph.D., pesquisadora de microbioma da Centro de Medicina Individualizada. "Em estágios posteriores, o número de micróbios diminui. Este forte sinal pode potencialmente nos ajudar a diagnosticar mulheres mais cedo e salvar vidas, podendo ser utilizado um exame semelhante ao  Papanicolau , um exame não invasivo que é usado para detectar o câncer cervical." 

O estudo também sugere que um maior acúmulo de micróbios patogênicos desempenha um papel importante nos resultados do tratamento e pode ser um indicador para prever o prognóstico de um paciente e a resposta à terapia. 

“Analisamos se os pacientes com resultados parecidos também tinham uma composição microbiana semelhante antes de iniciarem o tratamento, independentemente do estágio, grau ou histologia do câncer, bem como de outros fatores”, diz o Dr. Asangba. “E descobrimos que os pacientes com um maior acúmulo de micróbios patogênicos tiveram resultados piores em comparação com aqueles sem". 

O câncer de ovário ocupa o quinto lugar em mortes por câncer entre as mulheres e é a segunda neoplasia ginecológica mais comum. No Brasil a doença acomete mais de seis mil mulheres todos anos anos no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca) e  de acordo com a Febrasgo, (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) 7 em cada 10 pacientes morrem em decorrência da doença.. A maioria das mulheres afetadas geralmente é diagnosticada em estágio avançado porque a doença em estágio inicial geralmente é assintomática. Além disso, apenas 20% dos casos são causados por mutações genéticas, incluindo os genes BRCA1 e BRCA2, enquanto os 80% restantes dos casos não têm causa conhecida. 

Para o estudo, os pesquisadores investigaram amostras de 30 mulheres submetidas a histerectomia por câncer de ovário e as compararam com amostras de 34 mulheres submetidas a histerectomia por uma condição benigna. Eles usaram sequenciamento de alto rendimento para analisar as amostras, que foram recuperadas do trato reprodutivo inferior e superior, fluido peritoneal, urina e microbioma anal. Nas mulheres com câncer de ovário, a equipe observou uma colonização de bactérias causadoras de doenças, incluindo Dialister, Corynebacterium, Prevotella e Peptoniphilus. 

"Sabe-se que esses micróbios estão associados a outras doenças, incluindo outros tipos de câncer, mas são necessários mais estudos para saber se eles contribuem para o câncer de ovário", diz Marina Walther-Antonio, Ph.D., também pesquisadora de microbioma da Mayo. e autora do estudo. 

"Nosso objetivo final é entender o papel que o microbioma desempenha nos cânceres ginecológicos. Estamos explorando vários caminhos potenciais: o papel na causa da doença, agravamento da doença e resistência ao tratamento", diz a Dra. Walther-Antonio. 

O estudo é uma extensão de vários outros estudos publicados anteriormente pela Dra. Walther-Antonio e sua equipe que vinculam o microbioma ao câncer de endométrio. Em um estudo, a equipe descobriu que um micróbio chamado Porphyromonas somerae tem um papel patogênico no câncer de endométrio por meio da atividade intracelular. 

O Dr. Walther-Antonio diz que a identificação de assinaturas do microbioma para prever o desenvolvimento de malignidades pode levar à intervenção antes que os cânceres tenham a chance de se materializar. "Nosso estudo mais recente fornece um salto significativo para a compreensão do prognóstico do microbioma e nos coloca um passo mais perto de poder ajudar nossos pacientes",completa. 

 



Sobre o Centro Compreensivo de Câncer da Mayo Clinic
Designado como um centro abrangente de câncer pelo National Cancer Institute, o Mayo Clinic Comprehensive Cancer Center está definindo novos limites em possibilidades, concentrando-se no cuidado centrado no paciente, desenvolvendo novos tratamentos, treinando futuras gerações de especialistas em câncer e levando pesquisas sobre o câncer para as comunidades. No Mayo Clinic Comprehensive Cancer Center, uma cultura de inovação e colaboração está impulsionando descobertas de pesquisa que estão mudando as abordagens de prevenção, triagem e tratamento do câncer e melhorando a vida dos sobreviventes do câncer.



Reconhecimentos
Este trabalho foi apoiado por um prêmio de desenvolvimento de carreira da Mayo Clinic Ovarian SPORE National Institutes of Health concede P50 CA136393), a Minnesota Ovarian Cancer Alliance e CTSA concede KL2TR002379 do National Center for Advancing Translational Sciences.



Exames genéticos auxiliam no rastreamento do câncer infantil

A medicina de precisão ajuda na escolha da melhor terapia, fornecendo tratamento preditivo e individualizado


Receber o diagnóstico do câncer infantil assusta pais e familiares, mas o tratamento, quando iniciado de forma precoce, influencia positivamente nas chances de cura. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que, apenas em 2022, cerca de 8.460 novos casos de câncer infanto-juvenis foram diagnosticados no Brasil. A cura e o aumento de sobrevida das crianças estão intimamente relacionados aos avanços da medicina nos últimos 30-40 anos, e no Dia Internacional da Luta Contra o Câncer na Infância, celebrado em 15 de fevereiro, cabe destacar a importância da medicina de precisão na melhora da individualização do diagnóstico e tratamento.

“A personalização do tratamento é uma das principais recomendações para o combate à doença, principalmente quando se trata de quadros mais raros e mais agressivos. Nesses casos, é preciso analisar os antecedentes pessoais do paciente e o histórico familiar em busca de possíveis patologias que podem predispor geneticamente o paciente ao desenvolvimento de câncer”, diz a Dra. Ana Claudia Carramaschi Villela Soares, hematologista pediátrica da Dasa Genômica, braço genômico da Dasa, a maior rede de saúde integrada do Brasil. “Cada indivíduo é único e os testes genéticos auxiliam na indicação do melhor tratamento para cada paciente”, complementa a especialista.

A medicina de precisão é capaz de identificar as características genéticas de cada tumor, fazendo com que um mesmo tipo de câncer tenha características específicas, a depender do organismo. “Pode acontecer de existir o mesmo tumor, no mesmo local, e a terapia escolhida ser totalmente diferente, porque as condições genéticas são outras”, comenta.

Tal realidade faz com que os exames genéticos façam parte do estadiamento, ou seja, processo para determinar a localização e a extensão do câncer presente no corpo de uma pessoa. “O diagnóstico individualizado pode indicar um tratamento mais preciso. Com ele em mãos, o médico ou médica consegue direcionar a melhor terapia para o paciente, indicando terapia alvo-específicas aumentando as chances de cura”, diz a Dra. Ana Claudia.


Sinais de alerta

Podem ser considerados:

- Aumento de volume abdominal;

- Alterações neurológicas, manchas no corpo e dor em membros;

- Palidez, hematomas ou sangramento, dor nos ossos;

- Caroços, especialmente se indolores e sem febre ou outros sinais de infecção;

- Perda de peso inexplicada ou febre, tosse persistente ou falta de ar, sudorese noturna;

- Alterações oculares - pupila branca, estrabismo de início recente, perda visual, hematomas ou inchaço ao redor dos olhos;

- Dores de cabeça, vômitos;

- Fadiga, letargia ou mudanças no comportamento, como isolamento.

“Devemos sempre, como pais e cuidadores, estarmos atentos as crianças. Alguns sintomas, que estão presentes em doenças comuns da infância, quando persistentes podem ser um sintoma inicial do câncer infantil. E nesses casos a avaliação médica do pediatra é fundamental, para o encaminhamento ao especialista o mais rápido possível”, finaliza Dra. Ana Claudia.


Novidade em genética para tumores cerebrais

A Dasa Genômica acaba de trazer ao Brasil o teste MethylBrain, uma ferramenta poderosa no auxílio ao diagnóstico dos tumores cerebrais, possibilitando sua classificação de forma mais precisa, refinada e capaz de fornecer informações muito importantes para auxiliar nas decisões de tratamento e seguimento desses pacientes. 

“Trata-se de um ensaio molecular que indica o padrão de metilação do tumor de cada paciente testado. Com esses dados, o algoritmo irá auxiliar na indicação do diagnóstico mais provável daquela neoplasia, além de proporcionar uma predição sobre o estado de metilação da região promotora do gene MGMT, um parâmetro importante para avaliar a sensibilidade dos tumores cerebrais a uma droga muito usada em neuro-oncologia, a temozolamida”, afirma Dr. Cristovam Scapulatempo Neto, diretor médico de patologia e genômica da Dasa. 

Além disso, outros dados moleculares podem ser inferidos a partir dos dados obtidos. Estas variáveis são fundamentais para o diagnóstico e graduação de determinados tumores. “Por meio da interpretação conjunta de todos os dados clínicos, da tradução de imagem, das características morfológicas do tumor ao microscópio, além dos resultados de outros exames moleculares, é possível a realização de um diagnóstico integrado para tumores do sistema nervoso central”, completa o especialista. 

Este processo envolve médicos patologistas, biólogos moleculares, neuro-oncologistas, oncopediatras, neurocirurgiões e outros profissionais envolvidos na cadeia de cuidado do paciente neuro-oncológico. Este teste também pode ser utilizado para a classificação de tumores sinonasais e sarcomas.

 

Dasa Genômica

 

 

Como evitar a intoxicação alimentar e qual a diferença da alergia alimentar

Médica explica como prevenir e tratar quadros de intoxicação causados por bactérias, fungos, vírus e suas toxinas, presentes em alimentos preparados sem os devidos cuidados 

 

A intoxicação alimentar, como explica a médica alergista e imunologista Brianna Nicoletti, formada pela Universidade de São Paulo (USP): “é uma doença causada pela ingestão de água ou alimentos contaminados por bactérias (Salmonella, Shigella, E. coli, Staphilococus, Clostridium), vírus (Rotavírus), ou por suas respectivas toxinas, parasitas, por fungos ou toxinas. A contaminação ocorre durante a manipulação, preparo, conservação e/ou o armazenamento da água ou dos alimentos”. 

No verão e na praia, é difícil resistir à tentação: pastéis, espetinhos, porções fritas e salgadinhos vendidos por ambulantes e quiosques. Todo esse cenário pode colocar a saúde digestiva em risco, já que o consumo em excesso desses alimentos pode agredir a mucosa do estômago e as bebidas alcoólicas aumentam o nível de acidez do suco gástrico -podendo provocar gastrite e, em casos mais graves, úlcera.  

A forma com que são servidos e expostos deixam esses alimentos facilmente contamináveis; sem a refrigeração necessária, como em buffets; manipulação e armazenamento de forma inadequada esses são os principais fatores para intoxicação alimentar.

 

Sintomas e ações a tomar 

Os primeiros sintomas podem surgir poucas horas após a ingestão de algo contaminado, variando de acordo com o micro-organismo causador. “O intervalo, no geral, vai de duas a 72 horas para o início dos sintomas”, explica a médica. Porém, os sintomas sempre são parecidos: náuseas, vômitos, diarreia, febre, dor abdominal, cólicas e mal-estar. “Nos quadros mais graves, ocorrem queda da pressão arterial, desidratação e perda de peso”, enumera. 

O primeiro passo, ao sentir um dos sintomas, é fazer repouso e ingerir muito líquido (principalmente água, água de coco e isotônicos, e evitar bebidas gaseificadas com excesso de sódio. “Quando há risco de desidratação (com vômitos e diarreia), há medicamentos para controlar as náuseas e é necessário procurar ajuda médica para repor líquidos e sais por via endovenosa”, indica Brianna.  

A boa notícia é que a grande maioria das intoxicações são consideradas leves e duram poucos dias. “As infecções bacterianas com colites e desidratação podem durar mais tempo. E, eventualmente, poderá ser necessário tratamento mais prolongado com antibiótico”, indica a médica. Daí a importância de consultar um médico para avaliar a gravidade e a necessidade do uso de medicamento.

 

Os vilões e como prevenir a doença 

Peixe e frutos do mar, processados e embutidos (por exemplo, o presunto), legumes e frutas lavados com água contaminada costumam ser os causadores mais comuns da intoxicação alimentar. 

O primeiro ponto determinante para evitar as contaminações está no cuidado com a água. “A prevenção das intoxicações está diretamente associada ao saneamento básico, ou seja, à boa qualidade da água para o preparo dos alimentos; aos cuidados ao cozinhar e armazenar, isto é, o modo de embalar e conservar em freezer ou geladeira; e a medidas básicas de higiene de quem os consome, como lavar as mãos antes das refeições e depois de usar o banheiro”, explica a especialista. Outra dica é nunca consumir alimentos em conserva com embalagens estufadas ou amassadas”.

 

Diferença entre intoxicação e alergia alimentares 

Vale distinguir a diferença que existe entre a alergia alimentar e a intoxicação alimentar. “A alergia ocorre quando nosso sistema imunológico passa a entender uma parte da estrutura do alimento como ‘alergênica’ e estranha, e responde com a produção de anticorpos (chamado de IgE) ou células, gerando um processo inflamatório”, explica a médica.  

A alergista detalha ainda que uma vez sensibilizado o organismo, o risco de uma reação alérgica mais grave, em um contato futuro existe, inclusive ao ter contato com uma mínima quantidade daquele alimento. “Mas, da mesma forma, as transformações frequentes do sistema imunológico podem trazer novas sensibilizações ao longo da vida, e pode também acontecer o que chamamos de ‘tolerância’ e, assim, depois de algum tempo, deixar de ter a alergia daquele alimento”. Os que mais causam alergias em adultos são: camarão, frutos do mar, amendoim, castanhas; nas crianças, são leite, ovo, soja, milho e trigo.

 

Dra Brianna Nicoletti - alergista e imunologista pela Universidade de São Paulo (USP)


Quando um familiar assume o papel de cuidador do idoso


As doenças neurodegenerativas, caso da doença de Alzheimer, trazem mudanças para a saúde física e mental dos pacientes, além de alterarem, muitas vezes, a rotina das famílias. Com o avanço da condição e agravamento do quadro, pode ser que o paciente precise de acompanhamento contínuo de alguém da família ou de um profissional de saúde para ajudá-lo com as tarefas do dia a dia. Eis que entra então um ator fundamental neste cenário: o cuidador. 

Não é incomum que parentes mais próximos do paciente assumam esse papel. Para tanto, essas pessoas costumam deixar de trabalhar ou abdicam de outras funções para cuidar da mãe ou do pai idoso. Como médicos, é nossa função nos atentarmos para as necessidades dessa pessoa, educando, valorizando e acolhendo esse cuidador.

Com o aumento da expectativa de vida da população, esse importante ator da cadeia de cuidados vem ganhando protagonismo. Se há condições econômicas, essa função é executada por uma equipe de profissionais de enfermagem, mas, no meu consultório, ainda vejo muitos familiares que assumem essa importante função.

Encarar o posto de cuidador quando se é próximo ao paciente, não é uma tarefa simples. O primeiro desafio é quando nos deparamos com a troca de papeis, quando deixamos de ser filhos para nos tornarmos pais dos nossos genitores. É compreensível estranhar a situação, afinal podemos ter em mente o fato de que o envelhecimento é uma etapa de vida como as demais, mas a finitude, embora seja o destino de todos, é assustadora.

Outro ponto a se ressaltar é que esse cuidador não pode ser o único responsável pelo paciente. Muita se fala do burnout no universo corporativo, mas essa pessoa elencada para dedicar-se aos cuidados com uma pessoa enferma, seja um parente ou profissional, também sofre dessa síndrome, em que o estresse e o desgaste levam a esgotamento mental, quadros de depressão e crises de ansiedade.

Ter uma rede de apoio é fundamental para evitar sobrecargas físicas e mentais. É necessário entender que essa pessoa precisa de alguém para substitui-la em plantões, idas a consultas médicas e divisão de tarefas domésticas e administrativas.

Ninguém está preparado para o acompanhar o agravamento da saúde de qualquer ente querido, nem as alterações cognitivas e comportamentais que fazem às vezes com que o paciente com Alzheimer não reconheça os familiares mais próximos. É um exercício de paciência, resiliência, de desenvolvimento da inteligência emocional e, muitas vezes, de afeto.

Por isso, uma forma de atenuar essa situação é engajar-se num grupo de pacientes, sempre um importante apoio para essas pessoas. No Brasil, temos a ABRAZ (Associação Brasileira de Alzheimer), o Oncoguia destinado a pacientes com câncer, a Casa Hunter dedicada a doenças raras, entre outras instituições que fazem um trabalho excelente de divulgação de conhecimento, empoderamento e acolhimento.

Ledo engano achar que quem cuida não adoece, ainda mais quando existem fortes laços afetivos com o paciente. Sessões de terapia ou mesmo com o médico psiquiatra também podem ajudar. Enfim, precisamos lembrar sempre sobre a importância desse cuidador e respeitá-lo com carinho e muito amor.

 

Marcelo Valadares - neurocirurgião, médico da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Hospital Israelita Albert Einstein.

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