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terça-feira, 16 de agosto de 2022

Câncer: uma condição a ser vivida, não derrotada

O câncer não é uma batalha, não há vencedores ou perdedores, mas sim pacientes e profissionais de saúde trabalhando, juntos, pelo melhor prognóstico possível


O câncer não é uma guerra, e a morte em decorrência da doença não é resultado de uma derrota, pois não há luta insuficiente ou falha pessoal, mas sim uma limitação dos tratamentos possíveis diante do tipo de tumor, estágio e condição de saúde de cada um. 

Utilizar a metáfora da ‘luta contra o câncer’ ou outras doenças graves pode trazer um problema a mais ao paciente, um sentimento de responsabilidade por algo que não está a seu alcance. 

Vencer o câncer, portanto, não está relacionado à cura da doença, mas sim à forma como se vive o diagnóstico e o tratamento, independentemente de seu desfecho. 

De acordo com o Dr. Arnaldo Urbano Ruiz, cirurgião oncológico especializado em doenças do peritônio e coordenador do centro de carcinomatose peritoneal dos hospitais BP e BP Mirante, da Beneficência Portuguesa de São Paulo, antigamente não havia qualquer expectativa de cura para o paciente com diversos tipos de câncer, como a carcinomatose peritoneal, que levava à morte em decorrência de complicações, como a obstrução intestinal.

“Com o advento da cirurgia denominada peritoniectomia (cirurgia citorredutora ) e a técnica de quimioterapia quente no abdome no intraoperatório, chamada quimioterapia intraperitoneal hipertérmica (HIPEC), alguns pacientes chegam à cura da carcinomatose”, afirma. 

Da mesma forma, diversos outros tipos de câncer hoje apresentam taxas de curas cada vez maiores, bem como melhor qualidade de vida e maiores sobrevidas a seus pacientes.

 

O tratamento oncológico 

O tratamento oncológico, independentemente do tipo de tumor, possui diversos caminhos a ser percorridos, que precisam ser bem avaliados pelos médicos e demais profissionais que acompanham o paciente. 

No caso da carcinomatose peritoneal, por exemplo, o tratamento cirúrgico é extremamente agressivo e de alta complexidade, comparável a transplantes de órgãos. O procedimento busca retirar toda a doença, o que pode levar muitas horas. 

Mas nem todo paciente será encaminhado para a cirurgia. São diversos os fatores que serão avaliados e apresentados ao paciente e a sua família, que juntos decidirão os próximos passos. 

“Em muitos casos, a cirurgia é contraindicada, pois os riscos são maiores que os possíveis benefícios. Quanto mais experiente o profissional, melhor será sua capacidade de avaliar todas as possibilidades e apresentá-las ao paciente”, explica Dr. Arnaldo.

 

Carcinomatose peritoneal 

A carcinomatose peritoneal é a disseminação de um câncer pela cavidade abdominal. A doença sai de seu órgão de origem e se espalha pelo peritônio, membrana de revestimento interno do abdome.

A carcinomatose pode se originar em órgãos como ovário, apêndice, intestino grosso (colón), reto, pâncreas, estômago, mama ou primariamente do peritônio.   

Esta cirurgia só deve ser realizada em centros com experiência neste procedimento”, alerta o Dr. Arnaldo.

Por este motivo, só é realizada em hospitais referenciados, com uma equipe multidisciplinar especialmente treinada para estas situações. Além de UTI e centro cirúrgico devidamente equipados, são necessários, na equipe, cirurgiões, cardiologistas, clínicos, instrumentadores, anestesiologistas, fisioterapeutas e fonoaudiólogos preparados e habilitados para cuidar destes pacientes.


Quais hábitos podem danificar o cérebro?

Créditos: Mente humana foto criada por atlascompany - Freepik
Costumes como poucas horas de sono, negligência da saúde mental e má alimentação são nocivos para o órgão

 

O nosso cérebro é um dos órgãos mais importantes, pois controla todo o nosso corpo e funções dos demais órgãos, além de ser o responsável pela nossa capacidade de raciocínio. Acontece que alguns hábitos que adotamos podem prejudicá-lo e, consequentemente, prejudicar todo o resto. 

A boa notícia é que este órgão tão complexo se regenera a cada dia e, se corrigirmos esses hábitos inadequados a tempo, podemos evitar o desenvolvimento de doenças degenerativas, falhas de memória, hipertensão, AVC e cansaço mental, entre outros. 

O principal hábito e também um dos mais fáceis de ser mudado é o de dormir mal. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Persono em parceria com o SESI, 61,7% dos brasileiros acreditam que dormem bem, mas outros dados apontados no estudo indicam que o tempo e a qualidade do sono são insuficientes. Além disso, enquanto 53,8% das pessoas dormem entre 6h e 8h por noite, 37,8% fazem parte do grupo que dorme apenas de 4h a 6h, quantidade não recomendada pela Sleep Foundation, que aconselha entre 7h e 9h para população adulta entre 18 e 64 anos. 

Dormir pouco prejudica o funcionamento do cérebro, a fixação das memórias e a reorganização dos neurônios. Como consequência, a pessoa fica mais letárgica e não consegue realizar as atividades diárias com a mesma eficiência. “A longo prazo, o sono insuficiente ou de má qualidade traz outros malefícios para a saúde como hipertensão, AVC, infarto e até mal de Alzheimer, além de maior risco de diabete, baixa imunidade e prejuízo na consolidação de memórias”, explica o Diretor do Persono, Josué Alencar. 

Além disso, a falta de cuidado com a saúde mental também pode comprometer a saúde física do órgão. “A promoção da saúde mental resulta em melhores condições para manutenção do bem-estar físico e psíquico, pois assim o organismo fica em harmonia”, comenta Abel Antonio, psicólogo cadastrado no GetNinjas, maior aplicativo para a contratação de serviços do Brasil. Segundo o profissional, o cuidado com a saúde mental ganha ainda mais importância com a pandemia. “Durante os últimos dois anos, ficamos sujeitos a pensamentos de inquietação, medo, frustração, destruição e morte. Pensamentos tendem a se ligarem a outros do mesmo tipo e com a repetição de pensamentos negativos, criam padrões prejudiciais à saúde e podem levar a estados mentais doentios, gerando condições para o adoecimento físico”, pontua. 

Alguns alimentos, apesar de serem deliciosos e parecerem inofensivos, pelo menos para o nosso cérebro, também podem prejudicar, “uma dieta rica em açúcares, consumo excessivo de álcool, gorduras saturadas, alimentos industrializados pode agravar o declínio cognitivo”, afirma a head de nutrição da Vitamine-se, Thais Bonelly. 

Todos esses fatores podem gerar o aumento de radicais livres, prejudicando o bom funcionamento cerebral, pois afetam as células de todo o organismo, incluindo os neurônios. O excesso de radicais livres aumenta o estresse oxidativo, que está associado a diversas doenças. 

Alimentos ricos em gorduras boas e nutrientes antioxidantes, podem ser benéficos para saúde mental, “podemos destacar o ômega 3 presente nos peixes, os flavonoides presentes no cacau e chocolates 70%, as vitaminas C, E e o selênio encontrado em castanha-do-pará, sardinha e feijão-preto ajudam na saúde mental”, destaca Thais.

Para deixa o cérebro mais saudável é possível repor os nutrientes além da alimentação com a suplementação. A reposição apenas por alimentos acaba muitas vezes, insuficiente para o organismo, “a suplementação de ômega 3, fosfatidilserina e cúrcuma podem ser aliada para a memória”, finalizada Thais. A posologia e dosagem devem ser recomendadas por um médico ou nutricionista.

 

Cerca de 10% dos pacientes com Parkinson no mundo são diagnosticados com menos de 50 anos

Relato público da jornalista e apresentadora Renata Capucci mostra como o diagnóstico no início da doença pode impedir sua progressão e manter a qualidade de vida do paciente

 

 Embora a prevalência da Doença de Parkinson seja em pessoas com mais de 60 anos, estima-se que em cerca de 10% dos pacientes a doença se manifeste antes dos 50 anos1-2, como aconteceu com a jornalista e apresentadora Renata Capucci, 49 anos, que revelou em um dos podcasts do “Fantástico”, da Globo3, ser portadora da doença desde 2018, quando surgiram os primeiros sintomas motores -- ela começou a mancar e, posteriormente, um dos braços passou a subir sozinho, enrijecido.

O relato da jornalista alerta para a importância de estar atento aos sinais do corpo e de buscar um especialista, caso a própria pessoa ou alguém próximo a ela identifique alterações no movimento. Um relatório divulgado, em junho, pela Organização Mundial de Saúde (OMS)4 revela que a prevalência da Doença de Parkinson dobrou nos últimos 25 anos (dados de 2019), mostrando que 8,5 milhões de indivíduos no mundo vivem com a doença. O levantamento também aponta que as mortes e os impactos na saúde como consequência do Parkinson estão aumentando de forma mais rápida que qualquer outro distúrbio neurológico. No Brasil, estima-se que 200 mil pessoas tenham a patologia.

“O aumento dos diagnósticos também está relacionado ao crescimento do número de especialistas que trabalham com distúrbios de movimento e que são capazes de identificar mais rapidamente a doença”, afirma Renan Rocha, gerente de produto da linha de Neurologia da Zambon. Ele participou recentemente do PD Academy, evento anual promovido pela farmacêutica Zambon na Europa, com a presença de 250 neurologistas especialistas em distúrbios do movimento do mundo inteiro para debater sobre novos estudos, técnicas e medicamentos.

A Doença de Parkinson é uma das prioridades da Zambon, que tem investido de maneira significativa em pesquisas de doenças crônicas e degenerativas. O objetivo é promover a qualificação médica e a globalização das informações, de forma a antecipar o diagnóstico, retardar a progressão da doença e manter a qualidade de vida dos pacientes.


O que é a Doença de Parkinson?

O Parkinson é causado por uma degeneração progressiva dos neurônios que produzem uma substância chamada dopamina, um neurotransmissor que ajuda na comunicação entre as células nervosas e é essencial para o controle dos movimentos dos músculos5-6-7. A ausência da dopamina causa tremores, ou seja, movimentos involuntários de braços, pernas e cabeça. 

Mas nem sem sempre os tremores são o primeiro sintoma da doença. Na maioria das vezes, antes deles a pessoa desenvolve bradicinesia, caracterizada pela lentidão dos movimentos, quase sempre de um lado só do corpo. De acordo com a Dra. Yvi Gea, diretora médica da Zambon, existem outros sintomas que podem aparecer -- os não motores - e que dificilmente são relacionados ao Parkinson, tais como quadros de tristeza, ansiedade, distúrbios de humor e do sono, depressão, problemas urinários, sintomas gastrointestinais e dor.

Atualmente, o diagnóstico da doença é feito com base na história clínica do paciente e no exame neurológico. Segundo Dra. Yvi, não há, por enquanto, nenhum teste específico para diagnóstico precoce ou prevenção da patologia. Por isso, a orientação é procurar um neurologista sempre que surgirem alguns dos principais sintomas:

  • Tremores involuntários em repouso
  • Rigidez muscular
  • Andar mais lento e arrastado
  • Perda de expressão facial
  • Depressão
  • Ansiedade
  • Dores musculares
  • Constipação

 

Doença pode ter origem no intestino

Durante o evento anual da Zambon, os especialistas debateram sobre uma possível correlação entre a Doença de Parkinson e problemas no intestino. “Evidências recentes sugerem que uma mudança na composição do microbioma gastrointestinal pode desempenhar um papel importante na patogênese da DP 8. Antes o foco das pesquisas era o cérebro; agora está sendo redirecionado do cérebro para os intestinos”, ressalta Mônica Bognar, coordenadora de Assuntos Médicos da Zambon.

Dois estudos publicados no início deste ano por pesquisadores brasileiros reforçam a hipótese de que a evolução dos distúrbios neurovegetativos pode ser influenciada pela microbiota intestinal9. Os trabalhos descrevem a forma pela qual o desequilíbrio entre as bactérias patogênicas e benéficas do intestino - a disbiose - pode facilitar o surgimento da doença de Parkinson.

Em artigo publicado na revista iScience, em março, pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM)10, de Campinas, descobriram que a proteína aSyn, agregada nos intestinos pela proliferação descontrolada de bactérias, pode migrar para o Sistema Nervoso Central, iniciando um provável mecanismo do surgimento da patologia. Ou seja, há evidências de que células específicas do epitélio intestinal possuem propriedades semelhantes às dos neurônios e podem estar relacionadas ao Parkinson e outras doenças degenerativas.


Dados

A prevalência da Doença de Parkinson está aumentando mais rapidamente que outros distúrbios neurológicos. Em 2016, cerca de 6 milhões de indivíduos tinham diagnóstico de Parkinson, o que significa um aumento de 2,4 vezes, se comparados com os dados de 1990. Nos Estados Unidos, 930 mil pessoas convivem com a doença.11 Na Espanha são 300 mil, o que representa um novo caso a cada 10 mil pessoas por ano. 12 

Alguns estudos internacionais estimam que o número de pacientes com Parkinson no Brasil dobrará até 2030. Como o número de pessoas diagnosticadas com a patologia representa em torno de 3% da população com 60 ou anos ou mais, é possível que 630 mil indivíduos passem a conviver com a doença até o final desta década, levando em consideração que existem, hoje, aproximadamente 21 milhões de pessoas nessa faixa etária (=>60 anos).13


Tratamento

Como a doença é progressiva e não tem cura, as terapias ajudam a controlar os sintomas e permitem que o indivíduo continue exercendo suas atividades. O tratamento com medicamentos estimula a oferta de dopamina, aumentando a sua presença ou evitando a sua degradação, além da deterioração das funções cerebrais e do controle dos sintomas.

Quanto mais cedo se obtém o diagnóstico, mais chances de diminuir a progressão da doença e de melhorar a qualidade de vida ao lado de amigos e familiares, além de ampliar a capacidade produtiva dos pacientes. Além dos remédios, existem outros recursos terapêuticos como fisioterapia, cirurgia e até o implante de um marcapasso cerebral que reduz os tremores e a rigidez dos músculos.




Zambon

 

Referências:

1. https://hospitalsiriolibanes.org.br/blog/neurologia/apesar-de-incomum-doenca-de-parkinson-pode-afetar-jovens 2. https://ge.globo.com/eu-atleta/saude/noticia/2022/07/02/parkinson-o-que-e-e-sintomas-da-doenca.ghtml

3. https://g1.globo.com/fantastico/podcast/isso-e-fantastico/noticia/2022/06/26/isso-e-fantastico-o-diagnostico-nao-e-o-fim-da-linha.ghtml 4. https://opopular.com.br/noticias/magazine/parkinson-ainda-%C3%A9-cercado-de-estigmas-e-desinforma%C3%A7%C3%A3o-1.2484190

5. MEDSCAPE Diseases and Conditions: Parkinson’s Disease. Disponível em: http://emedicine.medscape.com/article/1831191-overview. Acesso em: 01/04/2021.

6. Parkinson: sintomas, tratamento e como adiar o avanço da doença. Disponível em: https://www.minhavida.com.br/saude/temas/parkinson. Acesso em: 08/04/2021.

7. K. R. Chaudhuri e W. Ondo, Movement disorders in clinical practice, Springer Science & Business Media, 2010.

8. Lubomski M, Tan AH, Lim SY, Holmes AJ, Davis RL, Sue CM. Parkinson's disease and the gastrointestinal microbiome. J Neurol. 2020 Sep;267(9):2507-2523. doi: 10.1007/s00415-019-09320-1. Epub 2019 Apr 30. PMID: 31041582. 9. https://www.tecmundo.com.br/ciencia/237561-parkinson-doenca-ter-inicio-intestino-dizem-estudos-brasileiros.htm 10. https://cnpem.br/parkinson-como-o-desequilibrio-na-flora-intestinal-pode-favorecer-o-surgimento-da-doenca/

11. Marras C, et al; Parkinson’s Foundation P4 Group. Prevalence of Parkinson’s disease across North America. NPJ Parkinsons Dis 2018; 4:21.

12. Benito-Leon J. Epidemiologia de la enfermedad de Parkinson en España y su contextualización mundial. Rev .Neurol 2018; 66(4): 125-134. 13. https://www.prosaude.org.br/noticias/em-2030-mais-de-600-mil-brasileiros-poderao-sofrer-do-mal-de-parkinson/


Cuidar da saúde bucal durante a gestação é fundamental

Na semana da gestante, o CROSP chama a atenção para a importância do acompanhamento odontológico durante a fase de transformações 

 

Os cuidados com a saúde bucal devem fazer parte da rotina de todos. Porém, durante a gestação essa atenção precisa ser redobrada, incluindo também o pré-natal odontológico.

Com o objetivo de orientar as futuras mamães sobre a importância de manter a saúde bucal em dia e, assim, fazer com que elas atravessem com tranquilidade todas as fases deste momento tão especial, o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) elencou algumas informações importantes para saúde da gestante e do bebê. 


A importância do pré-natal odontológico 

O pré-natal odontológico é feito por meio de consultas ao Cirurgião-Dentista logo no início da gestação e tem a finalidade de fornecer às gestantes orientações sobre como prevenir a instalação e evolução de doenças gengivais, além de promover os tratamentos necessários. 

A gestação é responsável por diversas transformações no corpo como um todo. Durante a gravidez, os hormônios femininos estão em maior concentração na circulação, podendo impactar no sistema vascular gengival.

A Cirurgiã-Dentista Dra. Solange Daud, especialista em Periodontia, explica que a doença periodontal, embora seja multifatorial, tem como agente causal o biofilme bacteriano, composto por uma grande variedade de bactérias. O controle desse biofilme, segundo ela, é essencial para a saúde bucal. “Deve-se observar rigorosamente os cuidados com a higiene bucal, com uso de fio dental e escovação adequada, para não alterar a microbiota subgengival, pois a alteração dela pode ocasionar a inflamação gengival, o que por sua vez ativará o sistema imunológico”. 

Segundo a Dra. Solange, nas últimas décadas estudos indicam uma correlação entre as condições sistêmicas e a condição periodontal, estabelecendo que a saúde sistêmica pode afetar as doenças periodontais bem como a periodontite pode afetar a saúde. Neste sentido, muitos estudos apontam que a periodontite é fator de risco para o nascimento de bebês com baixo peso e partos pré-termos. “Embora esses estudos não sejam conclusivos, necessitando de maior evidência científica, é importante ressaltar que o atendimento odontológico a gestantes é imprescindível no programa de assistência pré-natal”, enfatiza. 


Acompanhando as mudanças

Durante o segundo trimestre de gestação, é comum ocorrer um aumento de gengivite, percebido com um maior incômodo durante a escovação, vermelhidão e sangramento gengival. Isso pode ser explicado por aumento de alguns hormônios específicos, que provocam uma alteração na composição bacteriana (microbiota) normal e são capazes de induzir alterações subgengivais, causando gengivite.

A partir do quarto mês de gestação, inicia-se o desenvolvimento do paladar do bebê, o que torna importante a alimentação correta da gestante, evitando doces e sacarose, que podem causar problemas relacionados ao aumento de cárie na própria gestante, além influenciar negativamente na tendência do paladar do próprio bebê.

Segundo a Cirurgiã-Dentista Dra.Claudia Cinelli, especialista em Odontopediatria, é fundamental esclarecer que a gravidez não é responsável pelo aparecimento de cárie e nem pela perda de minerais dos dentes da mãe. Ela explica que o aumento de cárie na mulher grávida é, provavelmente, determinado por possíveis negligências com a higiene bucal; maior exposição do esmalte ao ácido gástrico (vômitos); alterações de hábitos alimentares resultantes do fato de estar grávida; aumento da frequência das refeições, já que com a compressão do feto, diminui a capacidade volumétrica do estômago e, consequentemente, a gestante se alimenta em pequenas quantidades, porém mais vezes, incluindo alimentos cariogênicos, que são carboidratos como pães, açúcares sob forma de liquido ou mesmo sólidos como bolachas, biscoitos, bolos, refrigerantes, sucos etc.

Por isso, a Odontopediatra destaca que é importante iniciar o pré-natal odontológico desde o começo da gestação, baseado na prevenção de cárie através de orientações de escovação, dieta alimentar e controle bucal e gengival, para que a gravidez transcorra da melhor forma.

Outro aspecto relevante apontado pela Dra. Claudia é a adequada nutrição, considerada fundamental para as condições de saúde satisfatórias durante a gestação, pois uma nutrição materna inadequada, principalmente na última parte da gravidez, pode impactar no crescimento fetal e causar deficiência nutricional ao feto. Daí a importância de vitaminas, minerais e proteínas balanceadas.


Desenvolvimento dos bebês

É importante ter o entendimento que, assim como o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento do bebê pelo pediatra é fundamental, o profissional da Odontologia especialista em crianças, o Odontopediatra, também tem papel essencial na orientação e prevenção bucal e no acompanhamento e desenvolvimento do sistema orofacial desde o nascimento. “O Odontopediatra é o responsável por orientar as mães nas diversas etapas de desenvolvimento orofacial do bebê. Vários fatores influenciarão no desenvolvimento do bebê: amamentação, tipo de alimentação, posição de amamentação, respiração, dentre outros fatores”, explica Dra. Claudia.

Ainda de acordo com a especialista, a higiene oral dos bebês deve ter início com a erupção do primeiro dente de leite, o que normalmente ocorre por volta do sexto mês, e deve ser realizada após as principais refeições. “Antes do nascimento dos dentes não existe necessidade de escovação, uma vez que a colonização e presença de placa bacteriana ocorre com a irrupção do primeiro dente na cavidade oral. Opte por escovas macias, com tamanho indicado pra cada idade, e pasta de dente específica com flúor, que varia de acordo com a idade da criança e quantidade”.  

  

Conselho Regional de Odontologia de São Paulo - CROSP

www.crosp.org.br


Tremor essencial ou Parkinson? Entenda a diferença

Neurocirurgião da Unicamp explica as inúmeras causas dos tremores no organismo, que também podem sinalizar doenças

 

O tremor é um movimento involuntário, oscilatório e rítmico que costuma surgir em diferentes situações, podendo ser fisiológico, com uma reação ao frio, psicológico, como em situações de estresse e ansiedade, ou patológico, quando está associado a algumas enfermidades, como a Doença de Parkinson, o diabetes, o AVC, o hipertireoidismo, entre outros casos. 

“Esse tipo de sintoma precisa ser investigado, principalmente quando passa a ocorrer com frequência, prejudicando a saúde e a qualidade de vida do paciente. Dependendo da análise clínica, podemos entender a gravidade do tremor e tratá-lo”, esclarece o neurocirurgião Marcelo Valadares, da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e do Hospital Albert Einstein. 

Ainda de acordo com o médico, existem tipos diferentes de tremores que podem acometer as pessoas em estado de repouso ou em movimento, sendo que a maioria envolve mãos, braços e, menos frequentemente, cabeça, face, tronco, pernas e cordas vocais. Para entender melhor quando o tremor é um sinal de alerta de algo mais complexo, o médico esclarece abaixo a origem deles.

 

Reação ao frio - Está na lista dos tremores mais comuns e acontece porque a queda na temperatura faz com que os músculos se contraiam rapidamente. É uma forma que o corpo encontra para manter-se aquecido: com uma contração involuntária que garante a produção de calor. Para contornar a situação, basta proteger-se do frio. Em casos graves, pode ocorrer uma situação crítica, chamada de hipotermia (quando a temperatura do organismo cai para menos de 35°C). Além dos tremores, outros sintomas estão associados, como a redução no batimento cardíaco, comprometimento da função renal, entre outras consequências, que podem levar até mesmo à morte.

 

Estresse, medo ou ansiedade - O organismo encara esses momentos de tensão e se prepara para uma reação de ataque. Uma série de hormônios estimulantes são liberados para manter a pessoa em alerta, como a adrenalina. Tais substâncias também levam à contração muscular involuntária que causa tremores, espasmos ou dores. Uma forma de controlar o estresse é recorrer a atividades que ajudam a manter a calma e a concentração, como meditação, yoga, exercícios físicos, entre outras tarefas prazerosas.

 

Doença neurodegenerativa - Um dos principais sintomas da Doenças de Parkinson é o tremor, notado quando o paciente está em repouso. Neste caso, costuma acometer primeiramente as mãos e, normalmente, começa de um lado do corpo, afetando depois o outro. Grande parte desses tremores podem ser controlados com medicações. Porém, quando o tratamento com remédios não é eficaz, existem outras formas seguras de controle. Chamada de DBS (do inglês, deep brain stimulation), a estimulação profunda do cérebro consiste na implantação de um dispositivo médico cirurgicamente, semelhante a um marca-passo cardíaco, que leva ao controle desse tipo de movimento involuntário.

 

Tremor essencial - Confundido erroneamente com o Parkinson, o tremor essencial afeta 1 em cada 20 pessoas com mais de 40 anos, e uma em cada 5 com mais de 65 anos. Embora não seja um risco à saúde, a doença pode ser debilitante, impedindo que o paciente realize atividades básicas do dia a dia, como comer ou amarrar os sapatos, por exemplo. Muitas pessoas reclamam do incômodo causado pela constante observação por parte de outras, que sempre questionam por que o paciente está tremendo em situações normais do dia a dia, como o trabalho. As causas do tremor essencial ainda são desconhecidas, mas a desordem pode aparecer na juventude, agravando-se com a idade. A estimulação cerebral profunda costuma ser indicada para esses casos também.

 

Medicamentos e outras substâncias - As medicações que interferem no sistema nervoso podem ter os tremores como efeito colateral, como alguns antidepressivos e ansiolíticos. Os broncodiladores, para controle da asma, também levam a tremores. A situação pode ser contornada com a substituição das terapias, sempre com indicação médica. Quem sofre de alcoolismo também costuma apresentar tremores em crises de abstinência. Em casos de overdose de determinadas drogas ilícitas e intoxicações, o tremor também pode ocorrer, como em situações de uso de cocaína e crack.

 

Outras doenças - O tremor também pode ser indício de doenças, como por exemplo, o hipertireoidismo, quando há excesso de hormônio da glândula tireoide no organismo, diabetes (queda na glicemia), esclerose múltipla, doenças hepáticas e consequência de AVC (Acidente Vascular Cerebral). Na dúvida, o ideal é procurar ajuda médica o quanto antes possível para que seja feito o diagnóstico e indicado o tratamento.

  
 

Dr. Marcelo Valadares - médico neurocirurgião da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e do Hospital Albert Einstein. A Neurocirurgia Funcional é a sua principal área de atuação, sendo que o neurocirurgião trabalha em São Paulo e em Campinas. Seu enfoque de trabalho é voltado às cirurgias de neuromodulação cerebral em distúrbios do movimento, cirurgias menos invasivas de coluna (cirurgia endoscópica da coluna), além de procedimentos que envolvem dor na coluna, dor neurológica cerebral e outros tipos de dor. O especialista também é fundador e diretor do Grupo de Tratamento de Dor de Campinas, que possui uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e educadores físicos. No setor público, recriou a divisão de Neurocirurgia Funcional da Unicamp, dando início à esperada cirurgia DBS (Deep Brain Stimulation -- Estimulação Cerebral Profunda) naquela instituição. Estabeleceu linhas de pesquisa e abriu o Ambulatório de Atenção à Dor afiliado à Neurologia. 


Especialista alerta sobre hábitos que podem prejudicar a saúde bucal

  

Escovas “centenárias”, palitar o dente, roer as unhas e mastigar objetos são comportamentos inofensivos que pedem atenção



Nos cuidados com a saúde bucal, alguns hábitos começam na infância, tais como escovar os dentes, evitar doces em excesso e visitar o dentista periodicamente. São ações simples que contribuem na prevenção de problemas comuns, como a cárie, por exemplo. Porém, para criar essa rotina, é necessária a repetição diária. E justamente por isso, assim como adquirimos bons hábitos de higiene, também estamos propensos a adquirir hábitos inconscientes que comprometem toda uma rotina de cuidado.

Em sua maioria, quando pequenas manias têm aspecto negativo, o indivíduo é prejudicado e, caso haja demora ao procurar auxílio de um especialista, o problema tende a se tornar mais severo. A mastigação de objetos, por exemplo, pode causar enfermidades como Disfunção Temporomandibular, que ocorre quando as articulações apresentam desarmonia funcional comprometendo a mastigação, a deglutição e a fala, e até mesmo desgaste dos dentes. Alguns sintomas devem ser observados com atenção.

Segundo o dentista e coordenador do curso de Odontologia da Faculdade Anhanguera, Ricardo Rada, alguns sintomas devem acender o alerta para a existência de problemas ocasionados por tais hábitos.

“O paciente deve procurar um dentista quando perceber dores de cabeça localizadas, e se sentir pressão na mandíbula ou dificuldade ao mover a boca, e ainda se ouvir zumbidos. Ignorar esses sinais pode acarretar piora do quadro, levando à necessidade de alguma intervenção mais séria ou cirúrgica. Quanto mais cedo for detectado o problema, mais fácil é o tratamento”.

A seguir, o especialista chama atenção para comportamentos inofensivos que afetam a limpeza bucal e explica como evitá-los:


1 -- Escova de dente

Demorar para descartar as escovas de dente impede que as cerdas realizem o ciclo completo de limpeza, pois elas auxiliam na remoção de placas e diversas bactérias. Por isso, o recomendado é substituir as escovas a cada três ou quatro meses, média de tempo suficiente para que as cerdas fiquem desgastadas e percam a coloração original. Com esses cuidados, diminuem significativamente as possibilidades de que bactérias se proliferem na escova.


2 -- Palito de dente

Palitos de madeira, mais conhecidos como palitos de dente, estão presentes na maioria dos lares brasileiros. Esse item popularmente utilizado para promover a limpeza dos dentes é sinônimo de terror para dentistas.

Mas palitar os dentes logo após as refeições é um grande erro que pode machucar a gengiva e causar infecções. O palito de dente, por ser pontiagudo, não é o objeto ideal para fazer a higiene entre os dentes, o mais recomendado é usar o fio dental.


3 -- Roer as unhas

Geralmente usado como justificativa para ansiedade ou nervosismo, o ato de roer as unhas é uma mania que atinge 20% a 30% da população mundial, esse hábito faz mal à saúde em diferentes escalas e, principalmente, desencadeia sérios problemas bucais. O ato de roer a unha causa uma pressão em excesso sobre o dente, e isso repetidamente acaba desgastando o esmalte do dente, podendo provocar fraturas e até desalinhar a arcada dentária.


4 -- Morder e abrir objetos

Morder tampas de canetas ou abrir garrafas com os dentes é uma ação que pode ser chamada de “parafuncional”, isso acontece quando fazemos algo que não está dentro da função natural do corpo. Esse hábito de morder objetos pode causar fissuras no esmalte dental, e até alterar a estética do sorriso.


Qual é a rotina ideal para uma saúde bucal saudável?

Para se desvencilhar do mau hábito é preciso estar atento as próprias ações e sempre buscar ajuda de profissionais especializados. Em casos extremos, a atuação de psicólogos e terapeutas é necessário. “Todos devem marcar presença em um consultório dental pelo menos uma vez a cada seis meses. O acompanhamento com um profissional garante uma saúde bucal em dia, evitando também outros problemas de saúde. Além disso, no dia a dia, todos devemos escovar os dentes sempre depois das refeições e fazer uso do fio dental”, finaliza Rada."


Cerca de 50 mil pessoas morrem por doenças relacionadas à poluição, anualmente, no Brasil

Poluição oferece risco ao desenvolvimento de doenças pulmonares, cardiovasculares e neurológicas. Populações de grandes cidades e de regiões com alta incidência de queimadas estão entre as mais afetadas
 

Líder mundial no desmatamento e nas emissões associadas ao uso da terra, o Brasil é o quarto país que mais emitiu gases poluentes, ou seja, responsável por 5% de todas as emissões desde 1850, conforme o levantamento da Carbon Brief. Além dos prejuízos para o planeta, a poluição também afeta o nosso corpo, aumentando o risco de desenvolvimento de doenças pulmonares, cardiovasculares e neurológicas. 

“Existem evidências de que a poluição está relacionada a diversas doenças, especialmente cardiovasculares (infarto agudo do miocárdio), respiratórias, além de desregular o sistema nervoso central, com alterações cognitivas e acidente vascular cerebral. Também está associada a alterações para o desenvolvimento fetal na gravidez, diabetes mellitus, hipertensão arterial e doenças do colágeno”, alerta a Dra. Blenda Endlich, pneumologista do Hospital Santa Catarina -- Paulista. 

Pesquisas, como a da World Resources Institute, mostram que 51 mil brasileiros falecem todo ano em decorrência da poluição. Entre as principais doenças relacionadas estão o câncer de pulmão, traqueia e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Grande parte das populações afetadas está nos centros urbanos e nas regiões com alta incidência de queimadas. 

“Nas metrópoles, as pessoas têm mais estresse, são mais sedentárias e a taxa de obesidade é maior. Fatores de risco que, somados à poluição, acarretam inúmeras enfermidades”, explica o Dr. Nilton Carneiro, cardiologista do Hospital Santa Catarina -- Paulista. 

O principal responsável pela poluição no ar é o monóxido de carbono, que pode ser emitido a partir da combustão de motores automotivos e de queimadas. Esse poluente prejudica a oxigenação do corpo e causa diminuição do reflexo e da visão. Na cidade de São Paulo, principal polo econômico do país, 90% do gás é enviado para o ar por meio dos motores dos veículos automotores. 

“O sistema respiratório é um dos mais afetados pela poluição do ar devido à inalação de partículas que levam a alterações nas nossas defesas naturais e à formação de processos inflamatórios na via aérea”, diz a pneumologista. “No sistema cardiovascular, ocorre uma série de cascatas mecanísticas, que favorecem a coagulação, levando ao aumento no risco de trombose. Também há propensão de arritmia, por meio de uma inflamação e de uma vasoconstrição”, complementa o Dr. Nilton Carneiro.

 

Poluição é a quinta maior causa de mortes no mundo 

De acordo com a Global Burden of Diseases, frente internacional voltada à análise de impacto das mortes e riscos das doenças nos sistemas de saúde, a poluição é a quinta maior causa de mortes no mundo, com cerca de 7,6% dos óbitos. As populações que mais sofrem com os efeitos da poluição do ar são os idosos, crianças e cidadãos de baixa renda. Durante o inverno, as consequências para a saúde em decorrência dos poluentes tendem a crescer, já que a concentração de componentes aumenta por conta da falta de chuva. 

“Todas as faixas etárias são afetadas pela poluição do ar. Desde as crianças, com sintomas irritativos da exposição aguda, crises de asma, infecções respiratórias e até alterações no desenvolvimento pulmonar. Pessoas mais idosas, com período de exposição mais prolongado, estão susceptíveis aos sintomas agudos e relacionados à exposição crônica”, afirma a Dra. Blenda.

População que convive com índices mais altos de poluentes, os moradores de grandes centros urbanos podem realizar pequenas ações para diminuir a concentração de partículas poluidoras ao utilizar de transporte público, especialmente trens e metrôs, menos poluentes, ou uso de bicicletas, deixando de circular com carros particulares, contribuindo para a redução da poluição. 

“O objetivo final é a prevenção de doenças em grandes cidades. Quando o indivíduo não tem escolha, ele precisa evitar outros fatores de risco, tendo um cuidado maior com o sobrepeso, tabagismo, check-up do sistema cardiovascular, mais vezes ao ano, e, principalmente, cobrança do poder público sobre a mensuração da qualidade do ar”, reforça o cardiologista do Hospital Santa Catarina - Paulista.


A Cegueira é um problema sócio-econômico no Brasil

Estudos apontam que classes menos favorecidas têm maior propensão à cegueira e problemas de saúde ocular 

 

No Brasil, segundo estudo do IBGE de 2019, 35 milhões de pessoas sofrem com problemas de visão, o que corresponde a 19% do total da população.  

Já um estudo do Ibope com apoio do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), mostra que 34% dos brasileiros adultos nunca foram ao oftalmologista.  

Mas, porque a cegueira é um problema econômico, também? Mais de 90% das pessoas com deficiência visual no mundo vivem nos países pobres ou que estão em desenvolvimento. Regiões com boa economia e serviços de saúde têm apenas 0,3% da população com problemas de cegueira. Contudo, em regiões onde a economia e os serviços de saúde são precários essa taxa quadruplica.  

De acordo com os estudos citados acima, mais de 1 milhão e meio de cegos no Brasil pertencem à população pobre ou remediada. 

 

Envelhecimento da população brasileira precisa de atenção 

Outro dado importante e que vale destacar é que as principais causas de cegueira estão relacionadas com problemas oculares que surgem com a idade e, consequentemente, envelhecimento. A mudança demográfica no Brasil aponta a necessidade de um cuidado mais específico a este ponto.  

Em 1950, o país tinha 2 milhões de indivíduos com mais de 60 anos. Em 1965, este número chegou a 6,2 milhões. Na virada do século, o país tinha 13,9 milhões de idosos e atualmente, são quase 30 milhões, colocando o Brasil como o 6 país com maior número de idosos.  

Nesta idade, problemas como a catarata, glaucoma, retinopatia diabética e degeneração macular são mais comuns e podem causar a cegueira. Sem acesso a cuidados específicos, esses indivíduos acabam tendo a situação agravada e sendo atingidos de forma mais rápida e irreversível. 

 

Qual a solução para eliminar a cegueira no Brasil 

Existe um projeto de Lei, 258/15, que institui a obrigatoriedade de que os cuidados com a saúde ocular sejam mais efetivos na rede pública de saúde.  

De autoria do Senador Romero Jucá a Lei institui a necessidade de desenvolvimento de ações de fortalecimento da atenção primária oftalmológica no âmbito do Sistema Único de Saúde.  

A atualização desta Lei está pronta para pauta na comissão e aguardando sua atualização. 

 

Principais problemas que levam à cegueira 

Existem algumas causas de cegueira que são reversíveis. Contudo, é preciso atenção, diagnóstico correto e tratamento adequado desde o início. Os problemas oculares que mais levam à cegueira são: 

  • DMRI (Degeneração Macular Relacionada à Idade)
  • Catarata
  • Glaucoma
  • Retinopatia diabética

O acesso ao oftalmologista é uma questão pública e precisa de atenção. É importante salientar os esforços públicos para tal, mas, também, atentar para a necessidade de informação. A população precisa e deve saber que tem direito a este cuidado. 


Especialista da Mayo Clinic Healthcare compartilha sinais de insuficiência cardíaca e fatores de risco que as pessoas podem não conhecer

 

Insuficiência cardíaca significa que o coração não consegue bombear sangue com a eficiência que deveria.

 

A insuficiência cardíaca pode parecer uma doença de pessoas em idade avançada, mas ela pode se desenvolver em qualquer momento da vida. E, em muitos casos, ela pode ser prevenida ou tratada. Nesse alerta da especialista, a Dra. Gosia Wamil, M.D., Ph.D., cardiologista da Mayo Clinic Healthcare em Londres, explica os fatores de risco, os sintomas que as pessoas podem não conhecer e como a insuficiência cardíaca é tratada. 


Fatores de risco:

Insuficiência cardíaca significa que o coração não consegue bombear sangue com a eficiência que deveria. A doença é o resultado do coração ficar muito fraco ou muito rígido. Na insuficiência cardíaca, o coração não consegue mais acompanhar as demandas para bombear sangue para o resto do corpo. A doença arterial coronariana é a principal causa de insuficiência cardíaca. O enrijecimento do músculo cardíaco é principalmente uma consequência de hipertensão ou diabetes. Existem causas mais raras de insuficiência cardíaca, como a miocardite (que pode ser causada por uma infecção viral) e as cardiomiopatias, diz a Dra. Wamil. 

Há também fatores de risco relacionados ao estilo de vida.

“Manter uma dieta saudável, tratar a obesidade, evitar o tabagismo e o fumo passivo, além de evitar a ingestão de bebidas alcóolicas podem ajudar a prevenir a insuficiência cardíaca”, diz a Dra. Wamil. Outros fatores de risco para insuficiência cardíaca incluem a apneia do sono, alguns medicamentos usados para tratar cânceres e infecções virais que danificam o músculo cardíaco, diz a Dra. Wamil.


Alguns sinais de alerta de insuficiência cardíaca são intuitivos, como inchaço no tornozelo, falta de ar, dor no peito, batimentos cardíacos acelerados ou irregulares e fadiga durante a prática de exercícios físicos, diz a Dra. Wamil. “Existem outros sintomas que as pessoas podem não associar à insuficiência cardíaca. Eles incluem tosse persistente, inchaço abdominal, rápido ganho de peso, náusea e falta de apetite”, diz a Dra. Wamil. “As pessoas que têm qualquer um desses sintomas devem entrar em contato com seu médico.”


Tratamento:

É importante identificar a causa da insuficiência cardíaca porque os tratamentos podem ser diferentes. Na maioria dos casos, a insuficiência cardíaca não pode ser curada, mas os sintomas geralmente podem ser controlados por muitos anos. “Depois que a insuficiência cardíaca é diagnosticada, os pacientes precisam gerenciar a doença pelo resto de suas vidas, geralmente por meio de cuidados em clínicas especializadas em insuficiência cardíaca”, diz a Dra. Wamil.

Há muitas opções de tratamento. Elas incluem medicamentos, dispositivos implantados cirurgicamente e, em casos avançados, transplante cardíaco. Médicos e pesquisadores estão colaborando para descobrir novos tratamentos, diz a Dra. Wamil.“Nos últimos anos, observamos avanços significativos com a introdução de novas classes de medicamentos para gerenciar a insuficiência cardíaca”, diz ela. Isso inclui os medicamentos chamados de inibidores de SGLT2, que foram desenvolvidos inicialmente para reduzir os níveis de glicose em pacientes com diabetes. 

A pesquisa de insuficiência cardíaca da Dra. Wamil inclui estudos destinados a entender e quebrar a conexão entre o diabetes e a doença cardíaca e o uso de técnicas de exames médicos de imagem inovadores para identificar a insuficiência cardíaca precocemente, quando as consequências graves podem ser evitadas.   

 

Mayo Clinic


OBESIDADE E GRAVIDEZ: ENTENDA COMO O EXCESSO DE PESO PODE PREJUDICAR A GESTAÇÃO

Médica nutróloga e cirurgião bariátrico explicam a importância de uma alimentação equilibrada e cuidados especiais nessa fase 

 

A obesidade é o problema de saúde mais comum em mulheres que estão em idade reprodutiva. Essa doença além de apresentar riscos clinicamente significativos para a saúde das mulheres durante a gravidez e após o parto, ainda tem implicações de longo prazo para a saúde que necessitam de reconhecimento e tratamento. Ela pode afetar adversamente os resultados fetais, neonatais e infantis, com consequências ao longo da vida para essas crianças.

 

Segundo estudo publicado no New England Journal of Medicine (NEMJ), em julho de 2022, é importante que haja um acompanhamento nutricional, comportamental e cirúrgico nos casos de obesidade materna. O ideal é que isso seja feito antes da gravidez e continuado após o parto, além de parte dos cuidados de longo prazo para garantir os melhores resultados possíveis para as mães e os bebês e assim prevenir complicações graves.

 

Segundo a Dra. Andrea Pereira, médica nutróloga do hospital Albert Einstein e cofundadora da ONG Obesidade Brasil, a obesidade pode alterar o eixo cerebral-ovariano ocasionando redução da fertilidade e até mesmo infertilidade. Além disso, também prejudica a implantação do embrião no útero com aumento da taxa de aborto espontâneo. Já na gravidez associada à obesidade existe de três a quatro vezes mais probabilidade de haver diabetes gestacional, aumentando o risco do bebê. Existem estudos relacionando obesidade à pressão alta da gravidez, ao parto prematuro e a complicações após o parto, como infecções. 

 

“Todas essas condições pioram à medida que a obesidade é mais grave, por isso, perdas de 5 a 10% do peso antes da gravidez melhoram a fertilidade e reduzem complicações durante a gestação. Durante a gravidez adotar um estilo de vida saudável com alimentação equilibrada e prática de atividade física regular é importante para reduzir riscos”, explica a nutróloga.

 

O cirurgião bariátrico Dr. Carlos Schiavon, também cofundador da ONG Obesidade Brasil afirma que a obesidade é um fator de risco na gravidez, por isso realizar cirurgia bariátrica antes de engravidar é uma forma de prevenir complicações como hipertensão e diabetes gestacional. “No entanto, é importante deixar claro que a gravidez deve ocorrer após no mínimo 18 meses da cirurgia, evitando a fase de emagrecimento intenso. O acompanhamento também é fundamental, principalmente com relação às vitaminas”, conclui Schiavon.

 

Andrea Levy – Psicóloga. Presidente e cofundadora da ONG Obesidade Brasil; Psicóloga Clínica e bariátrica, especialista em Obesidade e Transtornos Alimentares pelo HC-FMUSP; Mais de 20 anos de atuação em clínica de Obesidade e Cirurgia Bariátrica; Autora do livro "Cirurgia Bariátrica: manual de instruções para pacientes e familiares".

 

Andrea Pereira – Nutróloga. MD, PhD. Médica Nutróloga do Departamento de Oncologia e  Hematologia do Hospital Israelita Albert Einstein; Cofundadora e coordenadora da ONG Obesidade Brasil; Doutorado pela Endocrinologia da UNIFESP em Obesidade e Cirurgia Bariátrica; Pós-doutorado pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa; Pós-doutorado em andamento pela Medicina Esportiva da FMUSP sobre obesidade, câncer de mama e exercício; Autora do livro “Dieta do Equilíbrio: a melhor dieta anticâncer”.

 

Carlos Schiavon-  Cirurgião Bariátrico. Médico Especialista em Cirurgia Bariátrica e Metabólica; Formado em 1987 pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; Doutor Cirurgião pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – São Paulo, SP; Especialista em Cirurgia Bariátrica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica; Coordenador de Ensino e Pesquisa do Núcleo de Obesidade e Cirurgia Bariátrica do Hospital BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo; Investigador principal do Trial GATEWAY – Gastric Bypass to Treat Obese Patients With Steady Hypertension.

 

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