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domingo, 27 de março de 2022

A alfabetização sob perspectiva da neurociência, o que você precisa saber

 

Pexels

 O cérebro humano tem múltiplas eficiências, principalmente em como se comporta quando promove alguma atividade. Especialista explica quais são essas habilidades.

 

É incrível a capacidade que o nosso cérebro tem para o aprendizado. Não importa, seja onde for, por todos os lugares do mundo e em todas as culturas com suas diferentes linguagens escritas, a mesma região cerebral, com mínimas diferenças de milímetros, intervalos tem a habilidade de aprender aquele código. 

 

É com base nessa alta capacidade de um órgão tão importante para o nosso corpo e nossa vida que a pedagoga, Miriam da Silva, desenvolveu um artigo em conjunto com o PhD, neurocientista e biólogo, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, no qual foi publicado na revista científica internacional Ciência Latina, em que buscam o entendimento referente à aplicação das contribuições da neurociência na educação. 

 

Levando em consideração a evolução científica constante e rápida, e principalmente na área da Educação em especial nas bases da alfabetização dentro da neurociência, as evidências científicas obrigam os pesquisadores a rever e reformular suas teorias  e hipóteses em qualquer área do conhecimento. Porém, a grande preocupação ainda é a questão do por que o Brasil insiste em permanecer tão alheio a descobertas científicas sobre o cérebro humano e a aprendizagem, insistindo em um modelo tão ultrapassado para a educação.

 

A mestranda Miriam da Silva, inclusive, mostra que o cérebro humano tem múltiplas eficiências, como cérebro individual, social, motor, afetivo-emocional, criativo, inventivo e genial, bem como conhecendo como ele se comporta para promover a aprendizagem, o professor terá outra perspectiva de prática educativa, não somente pela necessidade de mudança pura e simples, mas pelo conhecimento de como fazer o aluno aprender. 

 

E como mesmo cita o neurocientista, Fabiano de Abreu, a educação deve ser singular e não plural, pois, “o aluno, o ser que está diante de nós deve ser visto nas suas particularidades, e deve ser motivado a desenvolver as suas capacidades, as áreas de seu interesse e onde é particularmente notável. O ensino deve ser feito com ritmo próprio explorando melhor cada um."

 

Baseando-se nisso, incentivar estudos sobre a efetividade dos métodos desenvolvidos em sala de aula se faz bastante necessário, assim como, a produção de material didático-pedagógico para que haja respostas para essas e outras questões, além de criar programas realmente eficazes.

 

Artigo publicado: https://ciencialatina.org/index.php/cienciala/article/view/1716/2426

 

 

Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues - PhD em Neurociências, Mestre em Psicanálise, Doutor e Mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências com formações também em neuropsicologia, licenciatura em biologia e em história, tecnólogo em antropologia, pós graduado em Programação Neurolinguística, Neuroplasticidade, Inteligência Artificial, Neurociência aplicada à Aprendizagem, Psicologia Existencial Humanista e Fenomenológica, MBA, autorrealização, propósito e sentido, Filosofia, Jornalismo, Programação em Python e formação profissional em Nutrição Clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Membro ativo da Redilat - La Red de Investigadores Latinoamericanos; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, diretor da MF Press Global, membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo, nos Estados Unidos. Membro da Mensa International, Intertel e Triple Nine Society (TNS), associação e sociedades de pessoas de alto QI, esta última TNS, a mais restrita do mundo; especialista em estudos sobre comportamento humano e inteligência com mais de 100 estudos publicados.

 

sábado, 26 de março de 2022

Aproveite o final de semana e veja dicas de como aperfeiçoar a sua inteligência emocional

90% dos executivos acreditam que as habilidades comportamentais são tão ou até mais importantes que os conhecimentos técnicos, segundo pesquisa do Linkedin
 

A inteligência emocional e o relacionamento interpessoal são exemplos de soft skills. (Imagem: Unsplash).


Com o cenário pós vacina e as empresas voltando ao ritmo normal, muitas oportunidades de emprego voltaram a surgir, sendo uma grande chance para aqueles que pretendem se inserir no mercado de trabalho. Mas para isso, o candidato precisa estar antenado e atualizado com as tendências sobre as habilidades técnicas e comportamentais. Segundo um levantamento da Page Personnel, 9 em cada 10 profissionais são contratados pelo perfil técnico e demitidos pelo comportamental.

A habilidade comportamental muito está ligada com o seu Q.E, Quociente Emocional, que revela a sua capacidade emocional de lidar com os desafios profissionais e interpessoais. O ambiente corporativo está evoluindo constantemente e exigindo cada vez mais profissionais qualificados e que apresentem além das habilidades técnicas, boas habilidades comportamentais, conhecida como Soft Skills. Um estudo realizado pelo Linkedin apontou que mais de 90% dos executivos acreditam que as habilidades comportamentais são tão ou até mais importantes que os conhecimentos técnicos. 

No cenário evolutivo social e profissional, a Soft Skills ganha importância no tocante à comunicação pessoal e interpessoal. A Soft Skills é um termo em inglês usado por profissionais de recursos humanos para definir as habilidades comportamentais, consideradas as competências subjetivas mais complexas para avaliar, em resumo, é a maneira de como o profissional lida consigo mesmo e com o próximo. O Q.E, Quociente Emocional, se envolve muito nessa questão. 

Para Luciana Fontes, Superintendente do Cebrac, muitos são os motivos que levam um pessoal de RH contratar profissionais que apresentem um comportamento que vá ao encontro da ética e moralidade. “Ter um bom relacionamento com a equipe e com os gestores é de extrema importância para manter a qualidade no trabalho, na vida pessoal, levando em consideração o bem da saúde mental. Pessoas que sabem controlar as suas emoções sem interferir no trabalho, estão preparadas para lidar com desafios”, explicou. 

É preciso estar atento à saúde mental para ter um Q.E bem alinhado com a rotina do dia a dia. Pessoas que sabem lidar com os desafios e sabem resolver problemas complexos, são aquelas que apresentam habilidades Soft Skills desenvolvidas, pois sabem controlar suas emoções diante das situações que exigem uma tomada de decisão assertiva e segura. Segundo a pesquisa global da Capgemini Digital Transformations Institute de 2017, solicitado pelo Linkedin, 60% das empresas apresentam dificuldades em encontrar profissionais com Soft Skills (habilidades interpessoais). A pesquisa entrevistou 1.250 executivos pelo mundo, e mostrou que eles buscam em seus colaboradores: Foco no Cliente (65%), Colaboração (64%), Paixão por aprender (64%), e Habilidade Organizacional (61%).  

Para que uma equipe entregue os resultados esperados e mantenha um bom relacionamento no ambiente organizacional é fundamental que profissionais apresentem as habilidades Soft Skills. 

Pensando nisso, Luciana, Superintendente do Cebrac, cita 5 passos para desenvolver o seu Q.E no trabalho e se destacar com as habilidades Soft Skills. Confira: 

1 - Saiba controlar as suas emoções;

2 - Aprenda a lidar com os relacionamentos;

3 - Priorize a sua saúde mental (vivenciando momentos de lazer e descanso);

4 - Tenha autoconsciência e consciência social;

5 -Seja organizado com as tarefas e se interesse em buscar mais conhecimento através de cursos de qualificação. 

Se sentir que o seu comportamento não está ajudando para dar um passo adiante, seja na carreira profissional ou na vida social, procure ajuda de um profissional especialista. 

O Cebrac oferece cursos para o desenvolvimento humano e profissional. Saiba mais, aqui!

 

Como a adoção de um pet pode ajudar no seu relacionamento?

 Segundo pesquisa, adoção dos bichinhos teve um aumento de 30% durante a pandemia 

O animal cria um novo laço com o casal que, por conseguinte, passa a viver a vida com mais alegria e união (Crédito: Unsplash)

 

De acordo com pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), quase 48 milhões de domicílios no Brasil têm cães ou gatos. Sem dúvida, a presença do bichinho em casa representa, verdadeiramente, a inclusão de mais um membro na família. Isso porque, logo de cara, eles criam uma nova energia dentro do lar, possibilitando mais alegria e amor. O casal evita discussões na frente do pet e concomitantemente tendem a racionalizar mais antes de brigar. 

Com o isolamento dos anos pandêmicos, muitos brasileiros resolveram adotar um bichinho de estimação como alternativa para se livrar do tédio e dividir o amor. De acordo com a Comissão de Animais de Companhia, braço do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal, 30% dos lares brasileiros conta com um animal doméstico adotado durante a pandemia.

 

Mas como o animal pode ajudar na vida de um casal que está em crise? 

Ao adotar um pet, o casal passa a ter um novo tipo de laço e mais uma situação em comum: cuidar do novo membro familiar. O animal, da sua maneira, começa a ter contato com os donos e a relação passa ter o vínculo parental amoroso. O casal, que antes estava acostumado a ser impactado pelo peso da rotina, agora pode chegar em casa e ser recebido com todo o amor do seu pet. E o bichinho, por sua vez, se torna a ponte de ligação para o casal que se ama e que está passando por um momento delicado. 

Um dos principais cuidados que se deve ter é entender que o pet não pode sofrer com os desencontros que estão passando. É claro que ele possui uma energia própria e tende a criar uma vibração positiva e contagiante no lar que está inserido, mas os donos não podem, e nem devem, passar suas frustrações para ele. Caminhos através da Espiritualidade são procurados por casais que querem bloquear tudo que possa interferir negativamente em sua união e propiciar um ambiente mais harmonioso, até para estarem prontos para receber todo o amor dos bichinhos. 

“Quando o casal realiza o Casamento Espiritual, ele deixa de ser afetado pelos problemas e consegue blindar-se contra todo e qualquer tipo de energia negativa. As chances do casal voltar a viver a felicidade amorosa se tornam maiores”, explica Maicon Paiva, especialista em relacionamentos e fundador da Casa de Apoio Espaço Recomeçar. 

Um benefício valioso na reconexão do casal é que, a partir da adoção, eles passam a dividir tarefas que, até então, não existiam ou começam a realizá-las juntos, principalmente nos cuidados e na saúde do animal. Levar ao petshop, sair para passear, cuidados alimentícios e tantas outras atividades começam a dar uma nova dinâmica aos donos, como se fosse um filho, e a conexão com o bichinho se expande e reflete no casal. O animal, ao ser adotado, consegue se conectar de forma mais saudável e as chances do casal voltar a viver a felicidade amorosa se tornam maiores. 


 Espaço Recomeçar 

Dia da Saúde e Nutrição reforça como é importante manter hábitos alimentares saudáveis

Especialista mostra como é importante manter um cardápio balanceado e sem a presença de comidas processadas


O Dia da Saúde e Nutrição, celebrado anualmente no Brasil em 31 de março, faz parte do calendário oficial do Ministério da Saúde e objetiva conscientizar a população sobre a importância da saúde e da boa alimentação. Quando saudável, ela entrega nutrientes necessários para o bom funcionamento do organismo, e com isso, eleva a expectativa e a qualidade de vida. 

A confirmação desta estimativa foi divulgada recentemente por especialistas noruegueses. De acordo com eles é possível fazer uma estimativa de quanto tempo de vida deixaria de ser perdido caso as pessoas substituíssem o padrão alimentar tipicamente ocidental (rico em carne vermelha, açúcares e alimentos processados) por uma dieta à base de leguminosas e grãos integrais. A conclusão do estudo mostra que um jovem de 20 anos nos Estados Unidos pode aumentar a expectativa de vida em 13 anos com a mudança do cardápio. Já as mulheres teriam um acréscimo de 10,7 anos. Em relação aos idosos, os resultados mostraram um aumento de 3,4 anos na expectativa de vida para aqueles com mais de 80 anos tanto para homens, como mulheres. 

De acordo com a nutricionista e professora da Faculdade Anhanguera, dra. Fernanda Maniero Banevicius, a recomendação é aumentar o consumo de alimentos in natura e minimamente processados. Ela aconselha também a reduzir da alimentação os produtos com adição excessivas de açúcar, sódio e gorduras. Para a docente, os itens mais recomendados são: arroz, feijão, lentilha, grão de bico, milho, frutas em geral e vegetais como tomate, batata e aipim. Ou seja, todos aqueles que podem ir do campo à mesa, sem a necessidade de alimentos ultra processados. A atividade física regular também é benéfica para a saúde e tem efeitos na resposta do corpo à absorção dos nutrientes. Além disso, precisamos hidratar o corpo e tomar a quantidade de água recomendada para nosso organismo. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) também faz um alerta, destacando que os alimentos industrializados contribuem para o aumento dos casos de câncer, hipertensão, diabetes e outras doenças crônicas.

 

Veja algumas dicas para melhorar a alimentação: 

- Montar um planejamento alimentar semanal com as refeições e incluir opções mais saudáveis;

- Fazer atividades físicas com frequência e sob orientação médica;

- Procurar sempre orientações nutricionais de profissionais credenciados (nutricionista) ou clínica de atendimento com valores acessíveis;

- Criar em casa receitas com produtos naturais e frescos e incluir no cotidiano de toda família.

 

Anhanguera

https://www.anhanguera.com/ e https://blog.anhanguera.com/category/noticias/

 

Kroton

www.kroton.com.br

sexta-feira, 25 de março de 2022

26 de março – Purple Day – Dia Internacional de Conscientização sobre a Epilepsia

 Especialista do Sabará Hospital Infantil esclarece as principais dúvidas sobre o tema 

 

A epilepsia, segundo a Liga Brasileira de Epilepsia, é uma doença neurológica caracterizada por alteração, temporária e reversível, das descargas elétricas cerebrais ocasionando as crises epilépticas que podem se manifestam por meio de alterações da consciência ou dos movimentos erráticos, sensitivos/sensoriais, autonômicos como suor excessivo, queda de pressão ou psíquicos involuntários. A doença afeta pessoas de todas as faixas etárias e tem causas diversas. 

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença atinge mais de 50 milhões de pessoas no mundo e cerca de três milhões de brasileiros. A maior parte dos tipos de epilepsia, que podem ser sucintamente divididas entre parciais e generalizadas, tem início na infância, até os cinco anos de idade. A condição é mais recorrente em bebês nascidos em países em desenvolvimento e em populações rurais. Da totalidade dos casos, uma média de 70% a 80% desaparece na adolescência, porém, 20% a 30% podem ser consideradas graves e permanecem até o fim da vida.  

De acordo com o neurologista pediátrico e coordenador da Linha de Cuidado em Neurologia do Sabará Hospital Infantil, Dr. Carlos Takeuchi, a epilepsia pode apresentar diferentes características entre os meninos e as meninas.  “As meninas adolescentes têm os hormônios mexendo com seu organismo mensalmente. Na adolescência passam pela introdução de métodos contraceptivos e tudo isso faz diferença na hora do tratamento”, explica o neuropediatra. 

Dr. Carlos Takeuchi explica que a epilepsia infantil pode ter diversas causas: “podem surgir a partir de problemas congênitos ou malformações, algumas infecções cerebrais como encefalite e meningite viral ou tumores cerebrais ou algum trauma ou ferimento na região do cérebro”.   Cada subtipo de epilepsia afeta o cérebro de maneira diferentes. 


 Como se faz o diagnóstico 

O diagnóstico é feito a partir da suspeita clínica e depois se pedem exames complementares. Quando há a suspeita clínica de epilepsia exame mais indicado, que analisa a atividade elétrica cerebral, é o eletroencefalograma (EEG). “O EEG não é invasivo, pode ser feito ambulatorialmente, quando tem uma duração mais curta de uma a duas horas ou com a criança internada quando pode-se fazer monitorizações mais prolongadas, de acordo com a solicitação do médico da criança. É sempre importante monitorizar todas as fases desde a vigília quando o paciente está acordado, até o sono, incluindo a sonolência e, em situações especificas como nas crises de espasmos infantis, é mandatório o registro do despertar. “O Sabará conta com os melhores equipamentos do mercado, sendo referência na investigação diagnóstica de epilepsia”, destaca a Dra. Marcilia Lima Martyn, responsável pelo Serviço de Neurofisiologia Clínica do hospital.  “Aqui realizamos exames de EEG todos os dias, inclusive aos fins de semana para os pacientes internados. Contamos com uma equipe médica especializada em Neurofisiologia, com muita experiência em pediatria e uma equipe técnica altamente treinada para lidar com crianças - diferenciais muito importantes quando o assunto é criança”, afirma a médica. 

Outro exame muito importante durante a avaliação da epilepsia assim como de outras doenças neurológicas, é a Ressonância Magnética, que por meio de imagens tridimensionais, permite avaliar a estrutura cerebral e possíveis lesões cerebrais.  

“O Sabará é um hospital referência para a realização de Ressonância Magnética sem intubação em crianças. Acompanhado de uma equipe de anestesistas pediátricos que é referência no país, proporcionando um melhor resultado e mais segurança no procedimento para a criança, que é uma das grandes preocupações dos pais”. 

Como a epilepsia possui inúmeras causas, muitas vezes, são feitos outros exames, como líquor (para estudos bioquímicos ou pesquisa de anticorpos ou ainda estudos genéticos) para melhor esclarecer a doença.  


Linha de Cuidado da Neurologia 

Uma das linhas de cuidado em alta complexidade, a Neurologia do Sabará Hospital Infantil recebe bebês, crianças e adolescentes de vários lugares do país com todos os tipos de distúrbios neurológicos e doenças do sistema nervoso e muscular.  

Contamos com a primeira e maior UTI pediátrica privada do Brasil que recebe crianças que precisam dos mais variados cuidados e ou tratamentos especiais. Entre os casos atendidos, estão pacientes em pós-operatório de grandes cirurgias, como as neurocirurgias e as cardíacas e os pacientes que apresentam alguma doença ou distúrbio que necessite de um acompanhamento permanente, que podem contar com uma equipe multidisciplinar extremamente especializada e completa. 

Além disso, o Sabará oferece um portfólio completo de exames como líquor e exames genéticos, além do EEG, ressonância magnética e tomografia computadorizada, que podem ajudar no diagnóstico de maneira mais rápida e assertiva, melhorando a qualidade de vida da criança. 


MITOS E VERDADES SOBRE EPILEPSIA 

Para esclarecer as principais dúvidas sobre epilepsia infantil, o Dr. CarlosTakeuchi respondeu alguns mitos e verdades sobre a doença. 


A epilepsia é uma doença contagiosa. 

Mito. Por ser uma doença neurológica ela não é transmitida para ninguém.  

 

As crises podem ser controladas com medicamentos. 

Verdade. Na maioria dos casos (70%), as crises são controladas com a administração de medicamentos. No entanto, é importante que o paciente tenha o acompanhamento com especialistas para observar o desenvolvimento motor (e cognitivo) da criança.  

 

A criança e ou o adolescente com epilepsia não tem condições de viver uma vida normal. 

Mito. A maioria das pessoas com epilepsia tem condições plenas de ter uma vida próxima do  normal, desde que sejam adequadamente tratadas e tenham total adesão a esse tratamento.

 

Os pacientes com epilepsia apresentam dificuldade de aprendizado. 

Depende do caso. A maioria dos pacientes que possui apenas a epilepsia, sem nenhuma outra comorbidade associada, não tem dificuldade de aprendizado ou alterações mentais.  Mas a dificuldade de aprendizado existe sim em alguns casos e pode ser consequência da doença em si ou até mesmo efeito colateral das medicações usadas ou efeito indireto como por exemplo pelo sono excessivo que é o efeito colateral mais comum das medicações. 

 

Durante uma crise convulsiva deve-se segurar os braços e a língua da criança. 

Mito. O ideal é coloca-la deitada com a cabeça de lado para facilitar a saída de possíveis secreções e evitar a aspiração de vômito. Não se deve colocar nenhum tipo de objeto na boca da criança. 

 

Toda criança que possui epilepsia irá sofrer de convulsão em algum momento. 

Depende do caso. Convulsão é o evento clínico, quando o indivíduo tem uma crise epiléptica com abalos motores. Existem crises epilépticas sem eventos motores, como a crise de ausência, comum em crianças na idade escolar. A epilepsia ocorre quando o indivíduo tem crises epilépticas, que podem ser convulsões, recorrentes. 

 

A epilepsia não tem cura. 

Mito. Sim algumas formas têm cura, principalmente as epilepsias de “idade dependente” que ocorrem na infância. 

 

Todas as crianças que sofrem com epilepsia precisam de cirurgia.  

Mito. Algumas formas podem se beneficiar de tratamentos cirúrgicos, mas são casos pontuais.  

 

 CIRURGIA DE EPILEPSIA  

Em alguns tipos de epilepsia, a cirurgia é pensada como uma opção de tratamento. Ela pode ser realizada quando há alguma lesão cerebral causando uma epilepsia secundária ou quando não há lesões, mas as convulsões não são controladas com medicação.  

 

“É importante salientar que a cirurgia para epilepsia é definida por meio de um estudo multidisciplinar que, a partir de uma avaliação clínica integrada, define se o paciente é eletivo para esse procedimento. Essa possibilidade de tratamento cirúrgico traz vários benefícios ao paciente, como por exemplo, controle de convulsão (em alguns casos em até 100%) o que melhora significativamente a qualidade de vida e o desenvolvimento neuropsicomotor ou cognitivo do paciente”, explica o neurocirurgião do Sabará Hospital Infantil, Dr. José Erasmo Dal Col Lucio. 

 

SOBRE O PURPLE DAY  

O Purple Day, celebrado no dia 26 de março, chama a atenção sobre as formas de tratamento e prevenção da epilepsia e amenizar o isolamento das pessoas portadoras de epilepsia, permitindo chamar a atenção para o tema. 

O esforço se propõe a derrubar estigmas de uma sociedade que ainda se assusta – e discrimina – as vítimas da doença, que se manifesta na forma de crises, algumas mais fracas, outras mais intensas, e com frequência de crises muito variável de indivíduo para indivíduo. 

 

Sabará Hospital Infantil


Câncer colorretal atinge mais de 40 mil pessoas por ano no país

85% dos casos é diagnosticado em fase avançada, minimizando as

chances de cura


O mês março é marcado pela conscientização mundial de câncer colorretal, sendo este o terceiro tipo mais comum no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Os dados demonstram o surgimento de mais de 40 mil novos casos por ano no país.


O tumor surge no intestino grosso e no reto, e em 90% dos casos se origina a partir de um pólipo adenomatoso que, ao longo dos anos, passa por alterações progressivas em suas células. Por isso, a principal forma de prevenção do câncer colorretal é o rastreamento através de exames diagnósticos, mirando a detecção e retiradas dos pólipos antes de se degenerarem em câncer.


Segundo Dr. Rogério Kuga, Diretor do Sistema de Excelência em Gastroenterologia e Coordenador da área de Endoscopia Digestiva Rede Americas , para diminuir a possibilidade do câncer colorretal, orienta-se estar em dia com as consultas médicas e ter atenção aos sinais de alarme.

“É crucial estar atento aos sinais fora do comum que podem surgir como: sangue nas fezes, alteração na rotina intestinal, dor ou desconforto abdominal, fraqueza e anemia, perda de peso sem causa aparente, alteração na forma das fezes ou massa abdominal. O câncer colorretal é uma doença silenciosa e a colonoscopia é o melhor método de rastreamento e vigilância, pois permite não somente o diagnóstico, mas também a terapêutica através da ressecção das lesões passíveis de tratamento endoscópico. Quanto mais precoce for o diagnóstico e o tratamento, maior as chances de cura para o paciente”, explica o Kuga.


O especialista ainda reforça alguns hábitos saudáveis como medidas de prevenção, entre eles: evitar o tabagismo e o uso de bebidas alcoólicas, praticar atividade física com regularidade; ter uma alimentação rica em fibras e livre de alimentos ultra processados e açúcares, com ingestão reduzida de carnes vermelhas.


O câncer colorretal tem cura e as chances são inteiramente relacionadas à fase do tumor quando diagnosticado, e a probabilidade pode variar de 10 a 95%. Após o tratamento é indispensável o monitoramento para eventuais reincidências de forma precoce.

 

 

Americas

www.americasmed.com.br


Uma nova e grande descoberta sobre a obesidade

Na sociedade do politicamente correto, o "me aceito como sou" entrou na moda. Qualquer coisa que vá contra isso é motivo para "cancelamento na internet". 

Mas precisamos falar sobre o assunto sem melindres, deixando a estética de lado: a obesidade já é uma epidemia global e deve ser tratada como doença. 

O excesso de gordura mantém o corpo em estado de constante inflamação, o que acarreta vários riscos graves à saúde, e por mais que um obeso tenha os exames de sangue dentro da normalidade, isso não significa que ele está saudável. 

Obesidade é o oposto de saúde e todo mundo precisa falar mais disso. Assim como buscamos incansavelmente a cura do câncer, precisamos destinar a mesma atenção na procura da cura para a obesidade.

A boa notícia é que uma nova descoberta da ciência promete mudar completamente as formas de tratamento dessa epidemia global. 

 

A bola de neve do emagrecimento

Se você já fez qualquer tipo de dieta com restrição calórica sabe da enorme dificuldade em estabelecer uma rotina e de seguir essa rotina. 

Pergunte a si mesmo, quantas vezes você já falou "depois do Natal eu volto pra dieta", "depois do Carnaval vou pegar firme na dieta", "segunda feira eu começo de novo"... 

Acredite, não é só com você. E isso não quer dizer que você é preguiçoso ou relaxado. Isso tem a ver com a química do seu corpo. 

Mais de 80% do reganho de peso após um plano de dieta está relacionado diretamente com o fato do organismo se adaptar para impedir que a perda de peso continue, ou seja, seu corpo "luta contra você". Para ele é mais confortável a estabilidade e a tranquilidade do excesso de energia que será transformada em gordura. 

Perder peso não é um fenômeno "natural" e por isso vários sistemas integrados do nosso corpo tentam dificultar cada vez mais o emagrecimento, forçando você a entrar nesse loop de começar a dieta, parar, voltar a dieta, parar…

 

Parte da culpa é dos nossos ancestrais 

O corpo humano não foi projetado para ficar parado, ele precisa de gordura para sobreviver e foi criado para um ambiente de dificuldades alimentares.

Nossos ancestrais precisavam lutar pelos alimentos, caçar, correr, pular…, era preciso de muita movimentação ativa durante o dia, o que vai totalmente ao contrário do nosso estilo de vida nos dias de hoje. 

Passamos a maior parte do nosso tempo sentados no escritório ou em casa, não precisamos de esforço para conseguir alimentos, bastam dois cliques no smartphone e bombas calóricas hiperpalatáveis chegam na porta das nossas casas. 

Aquela gordura necessária para nossa sobrevivência acaba sendo ingerida em excesso e pouco consumida através da escassez de movimento. Junte isso tudo e pronto: a fórmula perfeita que vai levar você ao sobrepeso e a obesidade. 

 

É mais complexo do que parece

Você deve ouvir repetidamente do seu médico, nutricionista, personal ou das "blogueirinhas fit" que basta queimar mais energia do que a quantidade que você consome e tudo estará resolvido, você vai emagrecer.

 

Parece simples, não é mesmo? 

Mas não é. Dentre os mecanismos encontrados pelo nosso corpo para impedir a progressão da perda de peso, um dos principais é a diminuição da taxa metabólica, que é a quantidade de energia necessária para a manutenção das funções vitais do organismo. 

Nosso metabolismo tende a diminuir a quantidade de calorias utilizadas durante o dia, por diversos meios, como a redução dos hormônios estimulantes da tireóide, das gonadotropinas e do próprio sistema nervoso simpático. 

Traduzindo para o bom português: SIM, nosso corpo vai dificultar cada vez mais o emagrecimento e um dos melhores medicamentos para você combater isso são os exercícios físicos para ganho de massa muscular.

O músculo queima muita energia, e mesmo nosso corpo dificultando ao máximo a perda de gordura, quanto mais músculo você ganhar, mais fácil o processo de emagrecimento vai acontecer.

Nenhuma novidade até aqui, certo?

Mas é agora que entra em cena um estudo do International Journal of Obesity que vai mudar a forma como tratamos a obesidade. 

 

Entenda a lógica

É comum durante o processo de perda de peso que nós, em um primeiro momento, tenhamos mais fome, menos saciedade e mais vontade de comer alimentos hipercalóricos. Conforme vamos emagrecendo e perdendo gordura acontece a modificação de um dos principais hormônios relacionados à obesidade: a Leptina.

A Leptina é uma molécula derivada das células de gordura, os adipócitos, e está diretamente relacionada ao nível de gordura no organismo. Quanto mais gordura, mais Leptina. Quanto mais Leptina, maior a resistência do nosso corpo a esse hormônio que está diretamente relacionado com a saciedade. Ela suprime a fome por aumentar a produção de hormônios anorexígenos e diminuir a produção de hormônios orexígenos como o Neuropeptídeo Y. 

É aí que vem o cerne dos novos estudos: nos obesos ocorre um aumento da liberação de Leptina, mas ela simplesmente não funciona, porque a própria célula de gordura libera interleucinas que dificultam a sensibilidade desse hormônio no organismo do paciente obeso. Ou seja, como falamos acima, emagrecer não é uma simples continha de mais e menos. 

Felizmente hoje a ciência tem olhado com mais atenção a essas novas evidências e tem realizado estudos para utilização da Leptina como medicamento para potencializar os resultados daqueles que conseguem perder peso e para manutenção no longo prazo. 

Ainda não existe nenhum medicamento liberado para uso, mas com os últimos avanços da medicina, nós podemos esperar nos próximos anos excelentes ferramentas (medicamentos) para combater a epidemia global de obesidade, sem, simplesmente culpar o paciente por preguiça ou relaxo.

Bons ventos estão por vir. Vamos aguardar. 

 

Dr. Paulo Lara - Médico Nutrólogo (RQE 29833) especialista em Nutrologia pela ABRAN e membro da ABESO (Associação Brasileira de Estudo da Síndrome Metabólica e Obesidade). Instagram (@dr.paulo.lara)

 Fonte: International Journal of Obesity 2021


Problemas Que a Falta de Vitamina D Causam no Organismo e Como Evitar.


A vitamina D vem sendo uma das principais e mais estudadas substâncias do nosso organismo. A nutricionista Adriana Stavro explica a importância dessa substância para o nosso organismo, confira: 


O que é a Vitamina D?
A vitamina D é um suplemento vitamínico mineral, cuja função está relacionada à saúde óssea, responsável também por outras atividades, regula o crescimento, sistema imunológico, cardiovascular, muscular, metabolismo e insulina, mantendo as concentrações adequadas de cálcio e fósforo no organismo. Quando combinada com outros micronutrientes, a vitamina D torna-se solúvel em gordura, adquirida através dos alimentos e da luz solar.


O que acontece quando falta Vitamina D?  

As principais doenças causadas pela falta de vitamina D foram avaliadas, observando que o consumo excessivo pode causar sérios problemas, como a obesidade, já carente de desnutrição. A partir dos estudos analisados, pode-se concluir que a biodisponibilidade da vitamina D está associada à regulação e manutenção para uma vida saudável. Este estudo expõe a necessidade de manutenção de vitaminas para manutenção.

“A deficiência de vitamina D afeta não apenas a saúde musculoesquelética, mas também favorece uma grande quantidade de doenças agudas e crônicas, como risco de doenças agudas e crônicas, como risco de problemas dentários (doença periodontal, cárie dentária e perda de dentes), diabetes mellitus tipo II, doenças cardiovasculares, baixa imunidade e doença neuro musculoesquelética”, explica a nutricionista Adriana Stavro.“Idosos com hipovitaminose D apresentam risco aumentado de quedas e fraturas, osteoporose, hiperparatireoidismo, função cognitiva prejudicada e depressão.” complementa Adriana.



 Como saber se estou com falta de Vitamina D? 

Segundo Adriana Stavro, vários estudos apontam para a sua importância não somente no metabolismo ósseo, mas para sua correlação com os demais órgãos e tecidos e suas implicações em doenças não-ósseas. Esse é um fato relevante, visto que historicamente a indicação clássica do uso da vitamina D é para a prevenção de doenças ósseas como osteoporose, osteopenia, entre outras.

Esses estudos, levam a crer que a vitamina D é uma das mais importantes vitaminas para nosso corpo e participa ativamente no processo de reparo ósseo.

O tratamento da hipovitaminose D é, geralmente, feito com a suplementação adequada -- e só um médico ou nutricionista pode prescrevê-la com a dosagem correta.“Além disso, é indicado aumentar a sua exposição ao sol e comer mais alimentos fontes, como peixes, laticínios e ovos”, explica Adriana Stavro. Esse, aliás, é um importante ponto de atenção: o corpo corpo humano costuma adquirir uma quantidade significativa de vitamina D por síntese cutânea sob a ação de luz solar, e em menor quantidade através de fontes nutricionais.

Ou seja: priorize a exposição segura ao sol e complemente esse hábito com alguns alimentos ricos em vitamina D, como: 

Leite de vaca;
Carne de poco;
Bife de fígado;
Bacalhau, cação;
Gema de ovo.

 


Adriana Stavro - Nutricionista Mestre pelo Centro Universitário São Camilo. Curso de formação em Medicina do Estilo de Vida pela Universidade de Harvard Medical School. Especialista em Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) pelo Hospital Israelita Albert Einstein. Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional pelo Instituto Valéria Pascoal (VP) Pós-graduada EM Fitoterapia pela Courses4U.


Cirurgias de hérnia inguinal minimamente invasivas do SUS representam apenas 1% das operações. Índice preocupa especialistas

 Foto ilustrativa
Vinte milhões de reparos de hérnias inguinais são feitos anualmente, em todo o mundo 


O tratamento minimamente invasivo das hérnias inguinais, com as tecnologias de cirurgia robótica e videolaparoscópica, trazem vantagens na recuperação dos pacientes e redução da recidiva da doença - com taxas que variam de 5 a 10% - e causam um custo do novo tratamento superior a 28 bilhões de dólares, nos Estados Unidos, de acordo com dados do National Center for Health Statistics.  

No Brasil aproximadamente 5,4 milhões de pessoas sofrem com hérnias abdominais, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

A Sociedade Brasileira de Hérnia alerta que as cirurgias de hérnias inguinais realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de forma minimamente invasiva representam apenas 1% do total de operações, conforme dados apresentados pelo DataSus. “Já na rede privada o cenário é inverso ao SUS e os procedimentos são realizados utilizando as novas tecnologias, com profissionais capacitados para trabalhar com as técnicas de laparoscopia e robótica”, alerta o presidente da entidade, cirurgião do aparelho digestivo, Marcelo Furtado.  

Entre 2016 e 2021 foram realizadas 687 mil cirurgias de hérnias inguinais no Brasil, via SUS, sendo que apenas 5.371 foram vídeo laparoscópicas - ou seja, 0,78%.

                                        Imagem: Sisema DataSus


Dr. Gustavo Soares, vice-presidente SBH, ressalta que o tratamento deste tipo de hérnia passou por grande evolução nos últimos 25 anos. “Entre os principais objetivos estavam reduzir o tempo de internação hospitalar, a recorrência da doença e oferecer ao paciente melhor qualidade de vida após o procedimento - o que inclui mobilidade, recuperação mais rápida, satisfatória e redução da dor no pós-operatório”.  

O diretor financeiro da SBH, Dr. Heitor Santos, alerta que as técnicas minimamente invasivas evitam risco de infecções e a perda de sangue na cirurgia. “Sabendo que no sistema privado de saúde, a utilização de técnicas minimamente invasivas têm se estabelecido como preferenciais e considerando as suas vantagens sobre as técnicas abertas, a realidade na rede pública é preocupante”.  

Segundo o IBGE (2019), 28,5% dos brasileiros possuem plano de saúde médico ou odontológico, totalizando 59,7 milhões de pessoas. Mesmo nas unidades da federação em que a renda per capita é mais alta, a proporção de pessoas com plano de saúde médico é inferior a 40% da população.
 

DEMANDA REPRIMIDA PÓS-PANDEMIA - Com a suspensão das cirurgias eletivas durante a pandemia da COVID-19 a procura de pacientes por tratamentos para hérnias da parede abdominal está em alta, em 2022. Sobretudo, casos com mais complexidades são recebidos nos consultórios e clínicas, já que o tempo de evolução da doença aumentou com a suspensão das cirurgias.  

A alta na demanda exige mais tempo para o agendamento. “O período necessário não é devido apenas à agenda do cirurgião, mas também ao prazo dos seguros de saúde, previsto pela Agência Nacional de Saúde, para a liberação dos procedimentos”, esclarece Marcelo Furtado.

 

Número de mortes por tuberculose aumenta durante pandemia

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Especialista do CEJAM destaca importância da conscientização sobre a gravidade do problema e explica como distinguir a doença de crises de tosses ou alergias comuns


Enquanto o mundo avança no combate à Covid-19, as mortes por tuberculose apresentaram, pela primeira vez em mais de uma década, aumento em 2020, primeiro ano da pandemia. As informações são do relatório global da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado em 2021.

No Dia Mundial de Combate à Tuberculose, lembrado em 24 de março, o CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim" destaca a importância de conscientizar a população sobre a doença, que é infecciosa e transmissível e afeta, prioritariamente, os pulmões. Ela tem cinco principais fatores de risco, segundo a OMS: desnutrição, infecção por HIV, transtornos relacionados ao uso de álcool, tabagismo e diabetes. 

O documento da organização indica que cerca de 1,5 milhão de pessoas morreram em decorrência da tuberculose em 2020 (214 mil delas HIV positivo). O Brasil está entre os 30 países com a maior carga da doença, tendo registrado mais de 66 mil novos casos no ano do relatório divulgado.  

Conforme a OMS, o aumento se deve ao isolamento imposto pela pandemia de Covid-19 e a consequente diminuição da procura por serviços de saúde durante o período, além da redução na oferta de tratamento preventivo e nos recursos à tuberculose.

Apenas cerca de 2,8 milhões de pessoas acessaram os serviços devido à doença em 2020, uma redução de 21% em relação a 2019. Além disso, o número de pessoas tratadas para tuberculose multirresistente -- resistente aos medicamentos -- caiu 15%, de 177 mil em 2019 para 150 mil em 2020. Os países que mais contribuíram para a redução global das notificações no período foram Índia (41%), Indonésia (14%), Filipinas (12%) e China (8%).


De acordo com a médica Denise Eri Onodera Vieira, pneumologista do Hospital Dia Campo Limpo e AMA Especialidades Capão Redondo, gerenciados pelo CEJAM, os riscos de morte pela doença aumentam quando ela não é diagnosticada e tratada rápida e adequadamente.

“As chances de adoecer dependem de fatores do próprio indivíduo, especialmente da integridade do sistema de defesa do organismo, estando os portadores de HIV entre os principais atingidos”, afirma.

Crianças menores de 2 anos ou adultos com mais de 60; pessoas com determinadas condições clínicas, como doenças autoimunes e/ou tratamentos imunossupressores; grupos com maior vulnerabilidade, como os em situação de rua ou privados de liberdade; e população indígena também apresentam maior predisposição à doença.



Como diferenciar a tuberculose de uma crise de tosse ou alergia comum?

Conforme a especialista, a tosse decorrente da tuberculose vem associada a sintomas gerais e um quadro clínico mais prolongado. Ou seja, de forma traiçoeira e por mais tempo.

“Isso não ocorre, por exemplo, na tosse decorrente de resfriados ou quadros gripais. Na asma e na rinossinusite, a tosse não vem acompanhada de sintomas gerais, como febre ou perda do apetite. O sinal aparece de forma nem sempre contínua, intercalando períodos de melhora e piora”, explica.

Entre os sintomas gerais, Dra. Denise destaca a febre, perda do apetite e de peso, sudorese, cansaço e fadiga. Já os específicos podem variar de acordo com o órgão acometido pela doença, uma vez que ela pode acontecer de forma extrapulmonar, atingindo ossos, articulações, fígado, baço, sistema nervoso central e até pele.

A tuberculose pulmonar, no entanto, é a mais frequente e seu sintoma específico é a tosse, que pode ser seca ou com expectoração.



Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da tuberculose pode ser feito por meio do histórico clínico do paciente e com o apoio de exames complementares, como raio-X de tórax. Porém, o resultado definitivo se dá pela detecção do bacilo da tuberculose, feito através de um exame de escarro ou de amostras do órgão acometido pela lesão característica da doença.

O tratamento completo é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de forma gratuita, e é composto por um conjunto de medicamentos que devem ser administrados diariamente, durante seis meses.

Neste período, o paciente é acompanhado pela equipe de saúde, que verifica sua evolução clínica, solicita exames para avaliar a eficácia do tratamento e monitora a presença de eventuais efeitos colaterais.

“É necessário manter-se atento aos sinais e sintomas da doença. O tratamento precoce e adequado garante uma alta taxa de cura e contribui para proteger a sociedade e diminuir a incidência da doença”, reitera a especialista.

Dra. Denise ressalta que a principal medida preventiva contra a tuberculose é a vacina BCG, que protege das formas mais graves da doença e é aplicada logo após o nascimento.

“No entanto, ao longo da vida, também é importante manter hábitos saudáveis e boas condições de habitação, com o ambiente limpo e arejado, evitando permanecer em locais com suspeitas de pessoas infectadas”, finaliza a médica.


CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”


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