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quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Relações Públicas em um mundo pós-pandêmico: 7 previsões para 2022

A chegada da Covid-19 acelerou a transformação digital, ao mesmo tempo em que trouxe uma nova forma das empresas e a mídia conduzirem as relações públicas (RP), na qual se tornou fundamental ter informações mais precisas, respostas mais rápidas e estratégicas a situações imprevistas, além de monitoramento de mídia abrangente e inteligente. 

O Instituto de Relações Públicas (IPR) entrevistou recentemente 300 executivos de comunicação e gerentes seniores para entender como as empresas estão preparadas para o cenário pós-pandemia. O estudo mostra que os executivos corporativos entendiam a necessidade da comunicação para lidar com a pandemia. Mais de três quartos (81%) dos entrevistados consideraram o papel de comunicação de sua empresa em face do Covid -19 como "essencial" ou "muito importante". Embora a maioria das empresas tenha feito todos os esforços para se preparar para cenários críticos, apenas 30% sentiram que suas empresas estavam “extremamente” preparadas para lidar com uma crise, enquanto 55% disseram que estavam “um pouco” preparadas. No entanto, mais da metade dos entrevistados (44%) disse que seu plano de comunicação de crise não incorporou as diretrizes para doenças pandêmicas. Pior, 10% dos entrevistados acreditam que não têm um plano de comunicação de crise. 

Cenários como este demonstram a necessidade da comunicação estratégica e relações públicas. No Brasil, por exemplo, uma marca de roupas foi duramente criticada após colocar à venda quatro modelos diferentes de máscaras faciais a preços exorbitantes, o que resultou em repercussões tão negativas que o Procon entrou em ação. 

Essas “novas” crises, criadas em um cenário inesperado, precisam de uma estratégia distinta que só pode ser executada por uma equipe de RP forte e eficiente. Com base nisso, listamos 7 razões pelas quais o RP se tornou (ainda) mais essencial durante a pandemia de Covid-19.

 

1.    Capacidade de lidar com crises 

Embora muitas empresas de RP tenham tido um 2020 desafiador, as equipes de comunicação corporativa e de RP trabalharam incansavelmente para ajustar suas mensagens, dando entrevistas, desenvolvendo planos de comunicação para crises e mantendo o público calmo. Dessa forma, o PR demonstra não apenas sua habilidade de navegar em águas complexas, mas também o quão importante o setor é.

 

2.    Rentabilidade 

Com algumas exceções, incluindo as indústrias de saúde e entretenimento, a pandemia teve uma influência prejudicial sobre os gastos de marketing da maioria das organizações. Então, para onde eles redirecionaram o dinheiro? Muitos recorreram ao RP, o primo mais lucrativo da publicidade, com o difícil desafio de persuadir os outros de que o investimento valia a pena.

 

3.    Confiança 

Segundo comunicadores e jornalistas de Relações Públicas, a maior estratégia para superar uma crise é construir confiança, o que vai melhorar a reputação das organizações para as quais trabalham. Vimos uma combinação das áreas de RP, marketing, mídia social e comunicação corporativa como nunca antes.

 

4.    Inovação tecnológica 

As agências de RP tiveram que se adaptar, implementando ferramentas tecnológicas para coletar mais informações e monitorar questões importantes, tanto na mídia tradicional (rádio, imprensa e televisão) quanto na digital.

 

5.    Adaptação e interpretação de cenários 

A pandemia demonstrou que agora, mais do que nunca, os profissionais de RP devem ser capazes de compreender rapidamente novos cenários. Entender a situação dos clientes - no caso das agências e acompanhá-los do ponto de vista 360 é fundamental para evitar erros. O mundo está cada vez mais rápido e esse acompanhamento deve ser constante.

 

6.    O toque humano 

Os consumidores de hoje exigem e apreciam a empatia, e os profissionais de RP estão comprometidos em entregá-las. As pessoas perceberam a fragilidade não só da nossa existência, mas também da nossa dependência e relacionamento com os outros em momentos de tanta incerteza, razão pela qual as relações públicas são tão importantes.

 

7.    O poder dos influenciadores 

Devido à pandemia, os influenciadores receberam um aumento notável nas interações e no envolvimento de seu conteúdo. É do conhecimento geral que muitas campanhas tradicionais foram paralisadas, atrasadas ou suspensas, principalmente no setor de turismo e hotelaria. Portanto, foi necessário que as marcas aprendessem a se reinventar para superar essa crise e continuar crescendo.

Os desafios da pandemia, bem como os novos cenários que surgiram em decorrência dela, têm causado mudanças em organizações em todo o mundo. A maneira como muitos se comunicavam e se posicionavam antes que seu público-alvo se tornasse desatualizada e tivesse que mudar. Tecnologia, pensamento estratégico e adaptabilidade são essenciais para a comunicação em um mundo pós-covid-19. 

Se você gostou desse texto e está precisando de ajuda na sua empresa com, entre em contato conosco clicando aqui. Nossos especialistas estão prontos para ajudá-lo com a estratégia de comunicação, imprensa e ações para aumentar a visibilidade, posição e fortalecer a reputação da sua marca.

 


Ari Lisjak - CEO ISource Marketing

ISource Marketing - agência de marketing e comunicação especializada na indústria de tecnologia


Vamos ter uma conversa franca sobre segurança digital?

 Proteger sua empresa vai além do conhecimento básico de seguridade. Aprenda como se tornar um "ciber inteligente" e manter seus dados seguros em 2022


Por que devemos falar sobre a importância da cibersegurança constantemente e não apenas no Mês de Conscientização sobre Segurança Cibernética? Vamos começar com os fatos. No primeiro semestre de 2021 o Brasil ocupou a sétima posição entre os países mais afetados pelo ataque de cyber ransomware. Os dados são de uma pesquisa divulgada recentemente pela Apura Cyber ​​Intelligence. Nesses seis meses, foram registradas mais de 60 ocorrências. Além dos ataques do tipo ransomware, o Brasil é o primeiro na lista dos países mais atacados por ameaças que usam arquivos como phishing, os populares vírus. Há uma incidência de 63,9% de bloqueios para esse tipo de ameaça. O segundo país, com uma distância muito grande, é a Índia, com 13,5%, seguida pela Indonésia (13,5%), África do Sul (4,8%) e Itália (2,6%).

 

No caso da América Latina, o ransomware agregou novos métodos em vários estágios de ameaça, que vão desde sua criação e mutação para não ser detectado, até ataques de negação de serviço (DDoS) como uma nova forma de extorsão. De acordo com o relatório de tendências 2021 da ESET, vários grupos de ransomware são encontrados nessas tendências. Um deles, e com muita atividade até agora em 2021, é o Avaddon, um ransomware como serviço (RaaS) que foi relatado pela primeira vez em junho de 2020. Embora os alvos de ataque mais comuns tenham sido empresas de pequeno e médio porte na Europa e nos Estados Unidos, há um grande número de afetadas na América Latina.

 

Em países como Brasil, Peru, Chile e Costa Rica, foram registradas vítimas de Avaddon. Elas vão desde agências governamentais a empresas em setores como saúde ou telecomunicações. Poucos grupos de ataque fazem tantas vítimas na região e em tão pouco tempo. Em janeiro de 2021, o número de empresas impactadas pelo Avaddon foi de 23 e pelo menos cinco de suas vítimas eram da América Latina.


 

Tornando-se um "cyber inteligente"

 

Sim, podemos dizer que muitas pessoas e empresas têm um conhecimento básico de segurança cibernética. A questão é que saber o básico não é suficiente - não tem como ficar realmente protegido sabendo apenas o básico. No mundo perfeito, você deve se tornar um "ciber inteligente". No início deste ano, muitas pessoas postaram seus cartões de vacinação nas redes sociais, expondo suas informações pessoais. Por exemplo, apenas por saber sua data e local de nascimento, os golpistas às vezes podem adivinhar a maioria dos dígitos do seu número de Seguro Social. Ser "ciber inteligente" inclui saber quais informações podemos compartilhar online e se manter informado sobre as ameaças mais recentes.

 

Além disso, a criação de senhas fortes ainda é um problema relevante hoje. No entanto, hoje a autenticação multifator (MFA) é a melhor maneira de criar uma defesa em várias camadas contra invasores. Se ao menos fosse possível desenvolver um único método de autenticação que fosse 100% preciso e não pudesse ser hackeado, não precisaríamos de autenticação multifator. Mas as senhas podem ser vistas, ouvidas, adivinhadas ou contornadas; um token pode ser perdido ou roubado; e um gêmeo idêntico ou usando uma fotografia pode até funcionar para enganar os sistemas de reconhecimento biológico. É por isso que a autenticação multifator é atualmente muito importante para a segurança de qualquer conta.


 

Aquele velho conhecido chamado phishing

 

O esquema de phishing acaba de completar 25 anos. Os phishers originais visavam nomes de usuário e senhas e usavam algoritmos para randomizar números de cartão de crédito até que pudessem abrir contas AOL, quando ela ainda cobrava dos usuários por contas de e-mail. Com o tempo, o phishing evoluiu para sistemas de pagamento online, enviando e-mails maliciosos e spoofing. O criminoso usa e-mail, aplicativos e sites que são projetados especificamente para roubar dados pessoais. O crime evoluiu, assim como as medidas de proteção.

 

No entanto, os ataques de phishing continuam aumentando e piorando no escopo. As tentativas de phishing desde a pandemia dispararam. Na verdade, os e-mails de spam representaram mais de 50% do tráfego global de e-mail em 2020. Em vez de uma carta de amor ou uma mensagem de um príncipe nigeriano que poderia resultar no roubo de informações pessoais, as tentativas de phishing atuais podem ameaçar a economia mundial, a política e as lideranças organizações. Os atacantes atuais são grupos de grande escala organizados profissionalmente e com motivação financeira. As organizações perdem cerca de 2 bilhões de dólares por ano com phishing.


Habilitar a autenticação, relatório e conformidade de mensagens com base em domínio (DMARC) para os domínios de uma organização reduz o número de e-mails de phishing que tentam enganar os clientes. Isso reduz a desordem na caixa de entrada e torna mais fácil para os consumidores confiarem nas mensagens de e-mail em suas caixas de entrada.


 

Não se esqueça das melhores práticas

 

Saber quais são as melhores práticas e adotá-las também é essencial para que você e sua empresa se tornem "ciber inteligentes". Listamos algumas delas aqui:

 

  • Faça backups frequentes de seus dados, informações de sistema e imagens. Certifique-se de que seus backups sejam testados regularmente e não estejam conectados à rede da empresa, já que variantes de ransomware buscam esses dados online para criptografia e exclusão.
  • Atualizar e corrigir problemas de sistema imediatamente: isso envolve manter a segurança dos sistemas operacionais, aplicativos e soluções de firmware em tempo hábil.
  • Elabore um plano de gestão de riscos: não há nada que crie maior segurança contra possíveis acidentes do que manter um mapa de riscos. Crie um com todas as lacunas no sistema e teste-o.
  • Analise as políticas de segurança adotadas: contrate um serviço terceirizado e faça testes de segurança em sua rede, principalmente no caso de ataques mais sofisticados. Ataques cada vez mais ousados ​​podem colocar os sistemas da sua empresa em risco.
  • Setorize sua rede: os ataques cibernéticos podem assumir várias formas, desde roubo de dados a interrupções de operações. É imprescindível que as operações principais sejam separadas e que existam filtros e limites de acesso às mesmas, identificando os usuários e com controles manuais que possam garantir sua proteção e correto funcionamento em caso de ameaças.

 

Cibersegurança primeiro 

A instalação de práticas recomendadas pode proteger sua organização contra ataques que são onerosos, tempo de inatividade significativo e danos à sua reputação. Usar o bom senso, criar senhas fortes, combater o phishing e treinar funcionários devem ser as prioridades do próximo ano. Além disso, prevemos que 2022 será o ano para a automação de PKI, já que a empresa média gerencia mais de 50.000 certificados. Comece a se preparar agora para soluções de automação nos próximos seis a 12 meses e tenha um ano mais seguro.

 


Dean Coclin - Diretor Sênior de Desenvolvimento de Negócios da DigiCert

 

DigiCert

@digicert


Não basta reindustrializar

“Meu modelo de negócios são os Beatles. (...) Eles se balanceavam, e o total era maior do que a soma das partes. É como eu enxergo os negócios: as coisas incríveis nunca são feitas por uma única pessoa, são feitas por um time”, essa frase dita por Steve Jobs, criador da Apple e considerado um dos maiores gênios da história recente, reflete bem o momento atual que estamos vivendo no setor de máquinas e equipamentos.

Somos um grande time composto por diretores, empresários e colaboradores. E o que nos dá certeza de que estamos no caminho certo é o nosso recorde de associados que pela primeira vez na nossa história atinge 1650 empresas. Um grande time que busca melhorar as condições das empresas e o ambiente de negócios do País.

Temos empunhado várias bandeiras e a reindustrialização é uma delas, que tem envolvido todo o nosso universo, e inclui várias sub-bandeiras, inclusive e, especialmente, o combate ao Custo Brasil. Mas sabemos que não basta reindustrializar. É preciso lutar para ter uma indústria cada vez mais tecnológica e sofisticada, com ética e ações sustentáveis. Esse é o caminho do futuro, muito mais do que defender uma simples reindustrialização. Sabemos que a Inovação é fundamental para ampliar demandas internas e modernizar a indústria.

Após a pandemia, vimos que a transformação digital nos traz uma nova cultura organizacional onde a tecnologia é o centro da estratégia empresarial. Não se trata apenas de investir, mas de um processo de transformação acelerada e contínua que demanda esforços maiores por parte das organizações.

É universal o entendimento de que a indústria é uma das principais alavancas das transformações em curso, por estar associada ao desenvolvimento de serviços sofisticados.

Além disso, a indústria estabelece vínculos com outras atividades dando a elas maior capacidade de introduzir inovações e modificar seus processos produtivos, o que lhe garante a condição de multiplicador de empregos e renda em todos os setores da economia nacional.

No Brasil, a recuperação do crescimento e do desenvolvimento econômico também demandam uma indústria forte e diversificada. E para tanto, obter condições competitivas é prioritário. A economia global, antes mesmo do advento da pandemia, vinha num processo de transformações em direção à maior sustentabilidade ambiental e social, à digitalização da indústria e à busca pelo fortalecimento dos elos da cadeia produtiva.

É fato que o processo de reindustrialização deve vir acompanhado de um processo de desenvolvimento tecnológico e inovação e que o Brasil precisa de políticas públicas que não só permitam, como impulsionem esse processo. Trabalhar nesse sentido tem nos dado muito protagonismo no setor, e a principal consequência é que nos últimos anos, mais que duplicamos o número de associados e aproveito para agradecer a todas as empresas que estão conosco neste momento tão importante em nossa história, onde continuamos trabalhando diariamente para executar nosso compromisso de oferecer aos nossos associados, conhecimento, atendimento personalizado e geração de oportunidades de negócios.

 


João Carlos Marchesan - administrador de empresas, empresário e presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ


Alimento: não basta produzir, precisa ser saudável

Chegamos a mais um final de ano - e esse especial para o agronegócio, que ao longo do período foi de extrema importância ao Brasil e para a economia brasileira, no auge da pandemia de COVID-19. E não é de hoje que o Agro brasileiro se destaca e surpreende. E de fato o Agro não para.

Ao longo da história, a nossa agricultura prosperou com empreendedorismo, coragem e muito trabalho. No entanto, foram as transformações tecnológicas - com ciência e pesquisa – que transformaram o Brasil em celeiro do mundo e potência na agricultura tropical.

Esse papel de alimentar a nossa população, em adição de outros bilhões de seres humanos mundo afora, nos traz a responsabilidade de abundância e qualidade! Produzir a custo aceitável, com sustentabilidade, quantidade e qualidade, é missão para gigantes.

No quesito qualidade, é importante perseguirmos a missão de colocar na mesa dos nossos clientes um alimento o mais puro e saudável - e para isso a agricultura regenerativa e sustentável tem papel fundamental.

Hoje, graças a notável e emergente indústria de produtos Biológicos e naturais, é possível combater pragas, doenças e reduzir a quantidade de fertilizantes, produzindo alimentos livres de resíduos. O uso da própria natureza para tornar a agricultura mais sustentável e mais rentável é ao mesmo tempo simples e brilhante!

A indústria biológica floresce e cresce a passos largos: os produtores rurais estão aceitando e utilizando mais e mais os produtos biológicos e naturais; as pessoas estão sendo treinadas no segmento e se transformando em agentes de mudanças! Estes aspectos nos fazem crer que, nos próximos anos, o Brasil continuará a liderar e dar exemplo ao mundo todo em como produzir o melhor e o mais sustentável.

Nesse encerramento de ciclo, gostaria de deixar uma mensagem aos leitores, para reflexão: A saúde começa no solo e vai para a planta, colheita, armazenamento e mesa. E isso tudo não é “papo de ambientalista”, é real, rentável, possível e disponível! Hoje todos nós demandamos por mais saúde, equilíbrio e responsabilidade. E os biológicos já estão possibilitando tudo isso, hoje são REALIDADE!  Abracemos esse novo mundo, bom para nós e para as gerações futuras.

E o melhor da vida a todos vocês em 2022!

 


Antonio C. Zem - produz uvas de mesa para exportação no Vale do São Francisco, é Conselheiro em empresas do agronegócio nacional e internacional e CEO da BIOTROP, líder em tecnologias biológicas e naturais para a agricultura.


2022 será o ano de cobrar plano concreto para a Educação


No livro Pedagogia da Esperança, Paulo Freire escreveu que esperança é se levantar, construir e não desistir. É a ação de levar adiante e juntar-se com outros para fazer de outro modo. A obra de 1992 foi escrita num contexto notadamente sem esperança, semelhante ao que vivemos agora. Duas décadas depois e a referência continua necessária porque é preciso um ponto de partida para o processo de reconstrução. É hora de olhar para a frente.

Uma mudança é possível, mas é evidente que ela depende da educação como plano de governo. Fator essencial para o desenvolvimento de um Brasil inclusivo e com perspectivas.

O ano que está ficando para trás foi marcado por profundas sequelas deixadas pela conjuntura de uma crise sanitária e de um governo cuja gestão provocou retrocesso inequívoco, com uma sucessão de ministros que arruinaram entidades e sucatearam pesquisas com corte de recursos. Programas que necessitavam apenas de ajustes foram descontinuados ou modificados para pior, com viés de exclusão. Caso do Prouni.

O Programa Universidade para Todos sofreu mudanças, por medida provisória, para entre outras coisas, alterar a reserva de cotas destinadas a negros, povos indígenas e pessoas portadoras de necessidades especiais. Mas há algo ainda pior, se é que é possível determinar uma escala de catástrofes. Há padronização de modelos pedagógicos excludentes em todos os níveis e, por consequência, pouco eficientes. Num país desigual como o Brasil não é possível nivelar todos pela mesma régua.

Assim, é fato que o futuro da educação consiste na promoção da diversidade como um valor inegociável. Quanto mais respeitados em suas diferenças, mais os estudantes e educadores avançam. E entende-se aqui a inclusão do diverso como a aceitação da pluralidade dos indivíduos, com suas experiências, habilidades, contextos e capacidades. Essa é uma realidade que deve ser desenvolvida por meio de práticas educacionais.

Apesar de asseguradas, essas garantias constitucionais têm sido desrespeitadas pelo principal órgão executivo implantado para desenvolver políticas de acesso à educação, o MEC. Vide a extinção da Secretaria de Educação Especial. Um sinal de total despreparo para promover a equidade. A pasta teve atividades transferidas para a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi). E o que temos visto é que quem tem muito a cuidar, nada realiza.

Se nem os estudantes que mais necessidades apresentam têm respeitados os seus direitos, o que dizer dos demais? Essa falta de políticas públicas de acesso, inclusivas e estimuladoras, resultaram na desmotivação e no afastamento de jovens e crianças do sistema de ensino.

Os principais indicadores internacionais já apontam os prejuízos: após um longo período de estagnação nos resultados obtidos o país começa a regredir. Uma perspectiva para reverter a situação pode começar a se desenhar em 2022, quando teremos oportunidade de discutir os planos de governo para um próximo mandato.

Que estejamos alertas para cobrar propostas concretas, apresentadas e debatidas dentro da nossa realidade: a de um Brasil plural e democrático, com acesso universal, mas com respeito à individualidade, aspecto vital para o direito à aprendizagem.

 

Francisco Borges - mestre em Educação e consultor da Fundação FAT em Gestão e Políticas Públicas voltadas ao Ensino.


SERVIÇO DE SELEÇÃO DO PESSOAL DA MARINHA (SSPM)

Militares temporários da Marinha: 500 vagas para Praças

O concurso é para candidatos com ensino fundamental e médio técnico.

 

Saiu o aviso de convocação do processo seletivo para o Serviço Militar Voluntário de Praças Temporárias (SMV-PR), para 500 vagas de níveis fundamental e médio técnico. Os rendimentos iniciais podem chegar até R$3.126,13. As inscrições estarão abertas entre os dias 18 de dezembro de 2021 e 09 de janeiro de 2022. O certame é voltado para ambos os sexos, para quem tem mais de 18 anos e menos de 41 anos de idade até 03/10/2022 (data da incorporação), entre outros requisitos. Os interessados devem acessar o site , clicar em “Serviço Militar Voluntário”, escolher o distrito de sua preferência e ler o aviso de convocação por completo. O processo seletivo para o SMV-PR é regional, portanto cada Distrito Naval (DN) abre vagas conforme sua necessidade. A taxa é de R$ 65 e deverá ser paga até dia 10 de janeiro de 2022 no horário bancário dos diversos Estados do País. O processo seletivo será feito por meio de prova objetiva, com 50 questões, sendo 25 questões sobre língua portuguesa e 25 sobre conhecimentos específicos da carreira militar naval. Os aprovados serão convocados para os Eventos Complementares: Verificação de Dados Biográficos (VDB), Inspeção de Saúde (IS), Teste de Aptidão Física de Ingresso (TAF-i) e Verificação de Documentos (VD). 

www.ingressonamarinha.mar.mil.br


Conheça a distribuição das vagas para Praça temporária da Marinha

O candidato vai concorrer à vaga do DN para o qual se inscrever.

 

Vagas:


1ºDN – 129 vagas
2º DN – 54 vagas
3º DN – 100 vagas
4º DN – 23 vagas
5º DN – 61 vagas
6º DN – 21 vagas
7º DN – 40 vagas
8º DN – 43 vagas
9º DN – 29 vagas

Serviço
Site:  https://www.marinha.mil.br/sspm/?q=content/processo-seletivo-para-o-servico-militar-voluntario
Taxa: R$ 65


LGPD: O que você precisa saber para 2022?


Os casos de vazamento de dados pessoais que têm ocorrido no Brasil não são poucos. O ano de 2021 foi marcado por vazamento do cadastro de pessoas físicas e exposição de brasileiros a golpes de phishing. De acordo com estudos da PSafe, a tendência é que o número de vazamentos ultrapasse a casa dos 10 bilhões no fim do ano. Para se ter uma ideia, o total de credenciais vazadas no primeiro semestre deste ano foi de mais de 4,6 bilhões, o que representa um aumento de 387% em relação aos 1,2 bilhão de vazamentos de todo o ano de 2019.

 

Entre os casos marcantes estão o vazamento de dados na internet que expôs mais de 100 milhões de contas de celulares, incluindo o número do celular de Fátima Bernardes e do presidente Jair Bolsonaro. Casos como esses têm se tornado comuns. Também aconteceu o vazamento de senhas de sistemas do Ministério da Saúde que fez com que cerca de 16 milhões de brasileiros que tiveram diagnóstico suspeito ou confirmado de covid-19 sofressem por quase um mês com seus dados pessoais e médicos expostos na internet, uma nova falha do Ministério da Saúde expôs os dados de cerca de 243 milhões de brasileiros, incluindo pessoas que já morreram, cadastrados no Sistema Único de Saúde (SUS). Esses fatos reiteram a importância da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

 

Pensando em 2022, a sugestão é que as empresas acelerem a implantação do sistema de governança em privacidade, a fim de possam afastar qualquer possibilidade de aplicação de penalidades legais, que vão desde advertência, até multas de 2% de faturamento, isso porque não se sabe ao certo como a ANPD vai aplicar tais penalidades e o Judiciário ainda não tem uma jurisprudência uniformizada sobre o tema. 

 

As empresas têm aproveitado essa oportunidade para otimizar processos internos e gozar dos benefícios de um programa de conformidade, culminando numa mudança de cultura e um foco claro em resultados, marcado por esse sistema de gestão de processos.

 

É importante entender que a conformidade com a LGPD traz uma competitividade muito grande para as empresas, além de trazer o conceito da própria exigência legal a necessidade de um sistema de Governança, que nada mais é que um conjunto de regras e procedimentos que visam criar um sistema de proteção para a lei. Além disso, outra expectativa para 2022 é a análise de como as pessoas físicas irão amadurecer em relação a esses direitos. Será um ano de adaptação de todas as partes, mas principalmente das empresas que correm os riscos de sofrer penalidades.

 

A LGPD para pessoas físicas


As pessoas físicas titulares dos dados devem ficar atentas às empresas que têm acesso aos seus dados e o que elas fazem com eles, já que a lei exige que isso seja explícito de forma bem clara. Os titulares também podem indagar as empresas acerca do uso, destinação e finalidade de todos os dados que constam em poder da empresa. A pessoa física titular desses dados, seja funcionário da empresa, cliente, fornecedor, tem o direito de saber como eles serão usados e a empresa precisa ter um canal de comunicação para sanar esses questionamentos.

 

É importante entender que os direitos dos consumidores são a apresentação de forma clara, expressa e inequívoca de quais são as finalidades de uso daquele dado, qual será o fluxo de dados dentro da empresa. Ou seja, o consumidor tem o direito de receber a informação do que a empresa irá fazer com as informações dele. Então, este é um dos principais direitos do consumidor em relação à LGPD, que é o direito de dar ou não consentimento para uso desses dados, revogar o consentimento, atualizar as suas informações e o direito de ter acesso a esse fluxo de dados. Além disso, o consumidor que tiver algum dano decorrente de um incidente com os dados pessoais, pode recorrer aos órgãos competentes para que possa requerer a devida compensação.

 

A LGPD para as empresas

 

Em relação às empresas, é necessário ressaltar a latente responsabilidade pelo uso dos dados. Todo o fluxo de dados dentro da empresa deve ser mapeado, ou seja, deve-se entender qual o caminho que os dados pessoais que a empresa recebe percorre dentro da empresa. É necessário que haja essa rastreabilidade e mapeamento, mecanismos de controle e toda uma política de gestão de segurança dessas informações. O conjunto de proteção e regras chamamos de Compliance de Proteção de Dados, ou Governança em Privacidade como a lei se refere.

 

Em relação às empresas que não estão dentro da LGPD, acredito que a ANPD - autoridade nacional de proteção de dados - criará um mecanismo de recebimento de denúncias de violação de dados e toda e qualquer forma de desvirtuamento do uso desses dados. De forma administrativa teremos a autoridade nacional, e outros meios que tem a competência de fazer isso, como o próprio Procon quando estivermos falando de dados de consumidor. Em casos mais drásticos, pode ser recorrido ao poder judiciário justamente para que haja uma atuação de forma a coibir a atuação das empresas de forma contrária a lei.

 

O primeiro semestre de 2022 é o momento para que as empresas revisem a implementação de um projeto de proteção de dados. Afinal, a implantação vai sempre olhar o tamanho da empresa, os dados que ela utiliza e, cada sistema de compliance, terá a cara da determinada empresa - ou seja, pode haver sistemas de LGPD desde o mais simples, em empresas menores que tem uma quantidade menor de procedimentos internos, até procedimentos mais complexos que utilizam uma série de ferramentas de controles para empresas maiores. O essencial é que as empresas tenham um sistema de proteção.

 

Rubens Leite - advogado e sócio-gestor da RGL Advogados e especialista em LGPD


10 dicas para não ser vítima de golpes na web

A consultora Aline Bak, especialista em assuntos da internet, destaca estratégias importantes para manter os estelionatários bem longe

 

Durante a pandemia, a venda de produtos e serviços pela internet teve um crescimento meteórico. Esse aumento no fluxo de dados e transações online atraiu, por sua vez, a atenção de golpistas, de forma crescente. Enquanto algumas fraudes podem parecer bastante óbvias, outras são mais elaboradas e difíceis de reconhecer. “Saber como evitar golpes é a melhor maneira de se manter seguro. É preciso estar atento aos sinais”, diz Aline Bak, especialista em assuntos da internet e marketing digital.

De forma geral, existem alguns indícios que apontam, de modo mais explícito, para ilegalidades. Como, por exemplo, uma solicitação inesperada para o compartilhamento de dados pessoais; situações em que há uma pressão absurda para responder ou transferir dinheiro rapidamente; pedidos de pagamento por métodos incomuns, como moedas virtuais, ou, ainda, textos em que há erros ortográficos ou gramaticais.

Ainda nesse contexto, vale destacar os golpes de clonagem do Whatsapp, que têm acontecido em uma frequência assustadora. “Bandidos usam a conta clonada ou roubada do aplicativo para induzir os contatos a efetuar depósitos e transferências”, alerta Aline.

Veja, a seguir, 10 dicas da expert para não ser mais uma vítima das fraudes no universo digital:


1) Ative a confirmação em duas etapas no Whatsapp. Este mecanismo, de manejo simples, permite cadastrar um código PIN que será pedido pelo app quando houver a tentativa de habilitar sua conta em outro aparelho celular. Para isso, basta acessar a guia de “Configurações”, clicar em “Conta”, em seguida “Confirmação em duas etapas” e então “Ativar”. Por fim, siga as orientações e cadastre uma senha de seis dígitos.


2) Atenção às senhas. Como regra geral, estas devem ser difíceis de adivinhar e é recomendável que incluam uma combinação de letras maiúsculas e minúsculas, números e símbolos. “É importante nunca usar a mesma senha para todas as contas e atualizá-las com regularidade, para maior segurança”, diz Aline.


3) Prefira comprar de sites com boa reputação. “A idoneidade dos sites de e-commerce é o melhor antídoto para não se cair em ciladas”, diz a especialista. “Por isso, dê preferência aos sites e marketplaces já bem conhecidos, para evitar riscos”.


4) Revise as configurações de segurança e privacidade das mídias sociais. É preciso ter cuidado com as pessoas com as quais você se conecta nas redes, já que golpistas podem usar suas informações e imagens para criar uma identidade falsa. “Uma boa dica é aprender a usar as configurações de privacidade e segurança destes aplicativos”, recomenda Aline. “Se você reconhecer um comportamento suspeito, tome medidas imediatas para proteger sua conta. O primeiro passo é fazer uma denúncia na própria plataforma”.


5) Nas compras online, prefira o cartão de crédito virtual. “A prática não vai impedir que se caia em falsas promoções, mas pelo menos você vai se prevenir contra o ataque de bandidos, já que os dados ficam protegidos”, enfatiza. “E sempre que suspeitar que algo está errado, comunique imediatamente seu banco; após análise, algumas vezes, a compra pode ser cancelada”.


6) Não baixe aplicativos aleatoriamente. Você não deve baixar nenhum app de fontes que não sejam comumente conhecidas. “Procure informações detalhadas antes. Verifique o desenvolvedor, as avaliações e as análises”, alerta a especialista.


7) Não abra textos suspeitos, janelas pop-up ou clique em links ou anexos de e-mails. “Se não tiver certeza sobre a idoneidade do emissor, faça uma checagem independente. Não use, de forma alguma, os detalhes de contato fornecidos na mensagem enviada a você”, diz Aline. “Abra apenas emails, links e anexos de fontes conhecidas”.



8) Mantenha seus aparelhos e computadores seguros. Não compartilhe o acesso a seus dispositivos com outras pessoas (inclusive remotamente), atualize o software de segurança e tenha o hábito de fazer backup do conteúdo. Proteja sua rede Wi-Fi com uma senha e evite usar computadores públicos ou hotspots para acessar serviços bancários e fornecer informações pessoais.


9) Cuidado com pedidos de dinheiro. Nunca faça transações monetárias ou forneça detalhes de seu cartão de crédito, conta online ou envie cópias de documentos pessoais a alguém que você não conhece ou, mais do que isso, não tenha absoluta confiança.


10) Desconfie de contatos feitos “na pressão”. Os golpistas querem que você tome atitudes antes de ter tempo hábil para pensar. Se estiver ao telefone, eles podem lhe pressionar para não desligar, de modo que você não poderá conferir a história. “E também costumam fazer ameaças, como dizer que seus cartões bancários podem ser desativados ou seu computador corrompido. Nestas situações, alerta máximo”, alerta a especialista.

 


Aline Bak - especialista em marketing de influência digital, consultora e estrategista de influência digital e de negócios digitais. Atua há oito anos no mercado de marketing digital e é formada pela FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado-SP), em São Paulo, com especialização no Instituto Europeo di Design (IED) em Barcelona, na Espanha. Aline ajuda a empreendedores e grandes marcas a construírem marcas sólidas nas mídias digitais. Ela ministra palestras e treinamentos e desenvolveu método próprio e exclusivo. Atualmente, tem mais de 300 mentorados, que acompanha, junto com sua equipe. Para saber mais, acesse: https://www.instagram.com/alinebak_/

 

Senado aprova do projeto de lei da geração própria de energia e investimentos devem crescer no Brasil, diz ABSOLAR

Para a entidade, marco legal impulsiona o crescimento dos projetos de energia solar em telhados, fachadas e pequenos terrenos
 

Texto aprovado manteve os principais elementos já aprovados na Câmara dos Deputados e as emendas inseridas em nada alteram a essência da matéria

 

À exemplo do que ocorreu na Câmara dos Deputados em agosto deste ano, a aprovação hoje por votação consensual no Senado Federal do Projeto de Lei n° 5829/2019 (PL), que cria o marco legal para a geração própria de energia solar e demais fontes renováveis no Brasil, vai trazer mais segurança jurídica ao setor e deve acelerar os investimentos em novos projetos fotovoltaicos em residências e empresas no País.
 
A avaliação é do presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), Rodrigo Sauaia. Para o dirigente, a aprovação do PL nas duas casas legislativas desfaz as incertezas jurídicas e regulatórias que pairavam sobre o mercado e, com isso, traz estabilidade, previsibilidade e clareza para o crescimento acelerado da energia solar no Brasil.
 
“O PL aprovado manteve os principais elementos do texto já aprovado na Câmara dos Deputados e as emendas inseridas em nada alteram a essência do marco legal.  A geração própria de energia solar é atualmente uma das melhores alternativas para fugir das bandeiras tarifárias e, assim, aliviar o bolso do cidadão e do empresário neste período de escassez hídrica”, diz. “A energia solar é fundamental também para a retomada econômica sustentável do País, pois gera muitos empregos de qualidade, com uma energia limpa, abundante e acessível”, acrescenta.
 
Para a vice-presidente de geração distribuída da ABSOLAR, Bárbara Rubim, o marco legal fortalece a diversidade e segurança de suprimento elétrico do Brasil, ajudando a aliviar os efeitos da crise hídrica no setor elétrico, o que contribui para a redução da conta de luz de todos os consumidores. “Além de limpa e competitiva, a energia solar é rápida de implantar: um novo sistema solar de geração própria pode ser instalado em uma casa ou pequeno negócio em poucos dias, trazendo uma redução de até 90% nos gastos com a conta de luz”, aponta Rubim.
 
O texto final do PL traz segurança jurídica ao manter as regras atuais até 2045 para os pioneiros e aqueles que solicitarem acesso à distribuidora até 12 meses após a publicação da Lei. Também prevê um período de transição para quem entrar após os 12 meses com o pagamento escalonado da Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD fio B). Além disso, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e a ANEEL têm 18 meses, a partir da publicação da Lei, para estabelecer as diretrizes e a valoração dos custos e benefícios da geração distribuída a serem implementados após o período de transição.
 
A geração própria de energia solar possui hoje no País mais de 7,5 GW de potência instalada, o que representa mais da metade da capacidade da usina de Itaipu. O segmento trouxe mais de R$ 37,1 bilhões em investimentos e cerca de R$ 9,4 bilhões em arrecadação acumulados desde 2012, espalhados pelas cinco regiões do Brasil. A tecnologia solar é utilizada atualmente em 99,9% de todas as conexões de geração própria no País, liderando com folga o segmento.
 
Com a aprovação no Senado, o PL 5829/2019, de autoria do deputado federal Silas Câmara, relatoria do deputado federal Lafayette de Andrada na Câmara dos Deputados e relatoria no Senado Federal do senador Marcos Rogério, retorna agora à Câmara dos Deputados para apreciação das mudanças feitas pelos senadores.


O que você precisa saber sobre as big techs chinesas


O poder dessas empresas se explica não somente pelo produto, pela inovação ou pela facilidade com que seus formatos podem ser replicados, mas também pelo volume e valor da informação que milhares de usuários produzem ao utilizá-las

 

País com a maior penetração de rede 5G, a China inspira inventividade e é responsável por uma nova era mercadológica. Com modelos de negócios potentes, as chamadas Big Techs chinesas - Alibaba, Tencent, Didi Xuxing e Baidu -, maiores empresas do ramo de tecnologia, direcionam a fórmula de sucesso de grandes empresas brasileiras, como, por exemplo, a Magazine Luiza.

O poder dessas empresas se explica não somente pelo produto, pela inovação ou pela facilidade com que seus formatos são replicados, mas também pelo volume e valor da informação que milhares de usuários produzem ao utilizá-las.

Um desses fenômenos é um aplicativo multiplataforma que começou como um serviço similar ao Whatsapp. Hoje, o Wechat tem mais de 1 bilhão de usuários em todo o mundo e se tornou uma ferramenta usada para basicamente tudo.

Além de possibilitar a troca de mensagens, ele também é usado como redes sociais, para realizar compras e pagamentos, transferir dinheiro para outras pessoas, compartilhar conteúdos, jogar pelo celular, chamar táxis, usar o transporte público, reservar hotéis e até acessar serviços do governo.

A Alibaba é detentora da Alipay (pagamentos), taobao.com (ecommerce), Alibaba Cloud (nuvem), KuWo Music (música), Weibo (redes sociais), entre outros negócios.

Todo esse universo criado por um único negócio é um dos diferenciais das big techs.  Elas criaram uma nova lógica em que tudo, ou quase tudo, pode ser resolvido por meio de apenas uma plataforma.

E existem tantos outros exemplos. Para tudo o que habitualmente utilizamos na rede, como Facebook, Spotify, Amazon, YouTube, Google Maps e outros, o mercado chinês criou um equivalente e desenvolveu todo um novo conceito em cima dessa base.

Como grandes empresas de tecnologia que dominam o mercado, esses negócios, muitas vezes, começaram como pequenas startups, que criaram serviços inovadores que moldam a forma de viver e de comunicar da sociedade.

 


 Num resgate histórico, vale compará-las ao trabalho realizado por empresas de tecnologia que superaram crises, inovaram e se mantiveram presentes no mercado mesmo com os novos concorrentes, como a Nokia (fundada em 1865), IBM (1911), Samsung (1938), HP (1939) e Sony (1946).


NOVAS ESCOLHAS

Se durante muito tempo vimos um mercado de dispositivos polarizado em Samsung e Apple, a entrada da Xiaomi muda esse cenário radicalmente.

Da mesma forma, quando pensamos em plataformas de busca na internet, tradicionalmente temos o Google e seus algoritmos em mente. No entanto, muitos já consideram outras ferramentas, como o Baidu, ou pensando em buscas específicas para compras, entram os grandes marketplaces chineses como Alibaba e Shopee.

Em crescimento constante, essas empresas aproveitaram investimentos públicos e o desenvolvimento de toda uma indústria de serviços que permite de forma simples que tantas propostas inovadoras cheguem a milhões de habitantes.

Outra característica dessas companhias é a agilidade em perceber futuras concorrentes ainda em estágio inicial. As big techs registraram recorde no ritmo de compra de concorrentes menores em 2021.

Dados levantados pela Refinitiv, fornecedor global de dados e infraestrutura, estimam que essas empresas tenham gasto algo em torno de US$ 264 bilhões entre fusões e aquisições. O número é o maior desde 2000, quando houve a explosão do comércio eletrônico.

Foram mais de nove mil contratos para aquisição de startups por menos de US$ 1 bilhão, cerca de 40% a mais do que os níveis vistos na virada do milênio, de acordo com a Refiniitiv. Atualmente, Baidu, Alibaba e Tencent controlam ou investem em pelo menos 50% das startups chinesas.


CHEIAS DE PODER

Sair comprando negócios promissores se tornou o jeito mais rápido de crescer e se tornar mais funcional. O Facebook, agora chamado de Meta, também adotou a estratégia e comprou o WhatsApp e o Instagram para ter todo tipo de público de redes sociais.

Nesse verdadeiro ecossistema de serviços, as aquisições do Magazine Luiza – ou Magalu – também deram um salto em 2020, quando a gigante varejista brasileira adquiriu 11 empresas (Shoestock, Época Cosméticos, Estante Virtual, Steal the look, entre outras).

De livraria virtual a site de notícias de tecnologia, passando por startup de delivery e soluções de logística, entre outras, o ritmo continuou neste ano com segmentos ainda mais variados - plataforma de beleza, sistema de gestão de restaurante e por aí vai.

Mas, nem tudo são flores. Cheias de poder nas mãos, essas empresas se tornaram o centro das discussões sobre uma maior regulamentação pelo governo de Pequim. Isso causou impacto no mundo todo e levantou dúvidas sobre uma possível limitação da força de atuação dessas empresas.

Ocorre que muitas vezes os valores de mercado dessas empresas ultrapassam até mesmo o PIB dos países em que estão inseridas e, claramente, esse domínio dá aos executivos poderes desproporcionais na economia e na cidade.

O Google, por exemplo, é suspeito de usar seu mecanismo de busca para privilegiar seus próprios produtos, enquanto o Facebook é acusado de impedir a concorrência no mercado de redes sociais.

Ou seja, sem muitas amarras legais, essas empresas constroem suas próprias regras. Sob a justificativa de combater o monopólio no território asiático, a China tem reprimido suas gigantes locais de tecnologia. Órgãos reguladores do país estão expandindo essa batalha e também tentam focar em regulamentações mais rígidas sobre a proteção de dados individuais.

Muito dinâmicas e diante de uma legislação de dados relativamente frouxa, essas gigantes tecnológicas têm conseguido coletar grandes quantidades de dados pessoais na China. São hábitos de viagens, refeições, tipos de compras e pagamentos e muito mais sendo revelado por meio de inúmeros aplicativos usados por eles diariamente, que podem levar a abusos em diversos setores, como o bancário, comércio, saúde, entre outros.

Com a nova lei de segurança de dados que começou a vigorar nos últimos meses, Pequim terá mais uma ferramenta para colocar as gigantes contra a parede. Desde então, o governo luta para que os gigantes da internet sigam novos padrões para garantir que essas companhias sejam mais contidas ao coletar dados pessoais.

A intenção é que nenhuma big tech se torne um super banco de dados, com mais dados pessoais do que o próprio governo, e muito menos possa usá-los como quiser.

No que tange os direitos do usuário, essas reformulações tornam possível, por exemplo, a opção de exigir acesso às suas informações armazenadas, solicitar correções e até mesmo ordenar que as companhias apaguem tudo o que desejar. Ele também pode conceder ou retirar a permissão de um site para coletar e tratar seus dados quando quiser.

Enquanto isso, os Estados Unidos e países da Europa tentam adotar uma abordagem unificada para limitar o crescente poder dessas gigantes de tecnologia.

No Brasil, apesar da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), o governo ainda não avançou em ações direcionadas à regulamentação e trabalha com análises individuais sobre posições dominantes no mercado e condutas em violação e política antitruste, ou seja, uma legislação contrária à formação de monopólios e fatores que possam prejudicar a livre concorrência.



Mariana Missiaggia 

 Repórter mserrain@dcomercio.com.br

Fonte: https://dcomercio.com.br/categoria/tecnologia/o-que-voce-precisa-saber-sobre-as-big-techs-chinesas


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