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quinta-feira, 4 de março de 2021

O que esperar de uma mulher, médica e mãe?

A mulher perfeita levanta cedo, beija os filhos e o marido, prepara o café, arruma as crianças e as deixam na escola, depois segue para o trabalho, linda, reluzente, bem cuidada, de bom humor e perfumada.  Já no trabalho, é elogiada pelo excelente desempenho, retorna cedo e prepara o almoço saudável que a família come reunida em volta de uma grande mesa. Pena que não existe!

Nas últimas décadas, temos visto cada vez mais mulheres engolidas pela rotina massacrante de ser mãe, profissional e mulher. Perseguindo modelos de saúde, beleza e comportamento inatingíveis. Comparando-se a modelos ilusórios, frustrando-se com resultados reais distantes dos ideais e consolando-se em aceitar o possível sem perceber que já executam o impossível.

Como meras executoras de tarefas, se desdobram em calendários e agendas com múltiplas atividades que não serão cumpridas, seguidas daquelas que serão mal executadas. Exercem menos cargos de chefia, têm remuneração menor e terminam por ficar mais suscetíveis a crises de estresse.

Na Medicina, além de todas as dificuldades normais de cada mulher, ainda enfrentamos a responsabilidade de atender bem a todos os pacientes, com atenção e competência. As dificuldades de cada mulher não podem entrar no consultório ou no centro cirúrgico. Ao trocar a roupa privativa, sai de cena a mulher e entra a cirurgiã. Talvez por isso compreendemos bem nossas pacientes. A paciente que procura por nós, além da competência, espera por empatia e sororidade.

Ser médica é dedicar-se integralmente à profissão, pois, além dos longos plantões, ainda precisamos lidar com a rotina dos cursos incessantes, que são extremamente necessários. Os avanços, a ciência e as descobertas não param. Mas, conciliar toda essa demanda com a família e, principalmente, com o cuidado com os filhos, sem perder o jogo de cintura, não é uma tarefa nada fácil. É assim que, muitas vezes, deixamos nossas próprias necessidades de lado.

De tempos em tempos, no entanto, é possível encontrar super-heroínas capazes de aceitar a própria vulnerabilidade, vencer a vergonha e ousar serem diferentes.  É quando a mágica acontece.

É quando exaustas das regras e modelos, as mulheres se aceitam e se permitem ser originais. Nem sempre boa mãe, às vezes nem mãe. Nem sempre casada, até mesmo preterida, mas feliz, bem resolvida e satisfeita.

Ser mulher nos dias atuais é um desafio diário de permanecer consciente das próprias limitações sem se deixar imobilizar por elas. É aceitar as próprias dificuldades, superar algumas e, no final, perceber que é nelas que nos tornamos diferentes e únicas.

Foi vivendo imersa em tantas atividades da vida que aprendi a pedir ajuda, delegar tarefas, fazer-me de tonta, surda e muda. A rir de mim com leveza, perdoar-me e seguir em frente, porque uma mulher feliz não precisa ser perfeita.

 


Dra. Roberta Campos - Cirurgiã Vascular e presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular Regional Maranhão (SBACV-MA)


Criatividade ajuda a desenvolver brinquedos e atividades com custo reduzido para crianças

Por conta do momento marcado pela pandemia da Covid-19 e passando mais tempo dentro de casa, pais e mães desenvolvem maneiras de se entreter com os filhos, garantindo a eles momentos de lazer e diversão.

 

A Pritt, marca inovadora de produtos escolares, selecionou 3 passo a passos que as crianças podem realizar dentro de casa sem muita complicação e custo reduzido. As atividades, além de proporcionarem momentos lúdicos junto de seus familiares, oferecem também práticas manuais que contribuem para o desenvolvimento cognitivo dos pequenos.

 

Vale lembrar que as atividades devem ser feitas em casa sempre sob a supervisão de um adulto e seus ingredientes não devem ser ingeridos.

Confira abaixo os passo a passos selecionados pela Pritt:

 

Robô Porta-lápis


Materiais:


- Pritt Bastão Original;

- Cartolina amarela, vermelha, azul, branca e preta; 

- Caixa de leite ou suco;

- Lápis;

- Tesoura sem ponta.

 

Modo de fazer:

 

Passo 1: Corte a parte da tampa da caixa de leite ou suco e encape com a cartolina branca;

 

Passo 2: Recorte dois retângulos de aproximadamente 7cm de altura por 1,5cm de largura, e duas estrelas amarelas ou com a cor que você quiser. Com Pritt Bastão Original, cole cada estrela na ponta de cada retângulo;

 

Passo 3: Com a cartolina branca, recorte dois círculos brancos grandes e dois pequenos. Já com a cartolina preta, recorte dois círculos médios. Cole-os na ordem do maior para o menor, para que se formem os olhos;

 

Passo 4: Depois, cole-os num retângulo vermelho. Faça um meio círculo vermelho para ter a boquinha do seu robô;

 

Passo 5: Para fazer os bracinhos, corte dois retângulos amarelos de 3,5cm de largura por 5,5cm de altura, dois retângulos vermelhos com as mesmas medidas, e um meio círculo azul. Cole um no outro;

 

Passo 6: Cole o rosto e as anteninhas de estrela na caixa;

 

Passo 7: Seu Robô Porta-lápis está pronto para diversão e para te ajudar nas tarefas de casa;

 

Dica: Use diferentes cores de materiais para personalizar o seu Robô Porta-lápis:

 

 

Planeta





Materiais:


- Pritt Bastão Original;

- Pritt Multi Tack;

- Lanterna Japonesa;

- EVA brilhante;

- Papel seda;

- Papel laminado prateado;

- Papel alumínio;

- Régua;

- Lápis;

- Tesoura sem ponta.

 

Modo de fazer:

 

Passo 1: No EVA brilhante, desenhe dois círculos, um dentro do outro, sendo que o menor deve ter o mesmo perímetro da lanterna japonesa. Para ficar mais fácil, use a própria lanterna para riscá-lo. O círculo maior deve ter 6 cm a mais do que o menor;

 

Passo 2: Recorte o círculo maior e depois o menor. Você terá o anel do seu planeta.

 

Passo 3: Rasgue várias faixinhas de papel seda e, depois, cole com Pritt Bastão Original as faixinhas

ao redor da lanterna japonesa.

 

Passo 4: Encaixe o círculo de EVA brilhante na lanterna japonesa.

 

Passo 5: Corte aproximadamente 1 metro de papel alumínio e enrole-o para fazer um fio metalizado.

 

Passo 6: Desenhe algumas estrelas no EVA brilhante e no papel laminado prateado. Recorte-as. 

 

Passo 7: Cole um pedacinho de Pritt Multi Tack atrás das estrelas e grude-as no fio de papel alumínio

Passo 8: Cole o anel no planeta com Pritt Bastão Original.

 

Passo 9: Pronto!! Um novo planeta foi descoberto! 

 

 

Vaso decorativo



Materiais:


- Cola Pritt Tenaz;

- Cola Pritt Bastão Original;

- Garrafa de vidro;

- Pincel;

- Lápis;

- Tesoura;

- Palitos de churrasco;

- Fita crepe;

- Glitter cor rosa pink ou qualquer outra cor de sua preferência;

- EVA cor verde, branco e azul;

- EVA com glitter cor azul e prata;

- Pote de plástico.

 

Modo de fazer:

 

Passo 1: Faça um contorno com a fita crepe próximo a base da garrafa de vidro.

Passo 2: Faça o mesmo procedimento na parte mais acima da garrafa.

 

Passo 3: Passe a cola Pritt Tenaz no vidro.

 

Passo 4: Espalhe a cola Pritt Tenaz por todo o vidro com um pincel.

 

Passo 5: Em seguida, aplique o glitter em volta da garrafa com uma colher.

 

Passo 6: Deixe secar e depois retire a fita crepe com cuidado.

 

Passo 7: No EVA com glitter, desenhe uma flor no lado inverso e recorte o molde em seguida.

 

Passo 8: No EVA branco desenhe o molde de um círculo e recorte-o.

 

Passo 9: Passe a cola Pritt Bastão Original em um dos lados do círculo.

 

Passo 10: Cole no centro da flor para formar um miolo. Também cole o palito de madeira na parte de trás da flor.

 

Passo 11: No EVA verde, desenhe um círculo e recorte no meio para formar uma folha.

 

Passo 12: Cole a folha no palito de madeira.

 

Passo 13: Recorte um círculo no EVA prata e cole no verso da flor, em cima do palito, para dar acabamento.

 

Passo 14: Faça diversas flores com cores diferentes


Passo 15: Deixe seu vasinho bem alegre e colorido para presentear quem você ama


Mulher: uma conquista a cada dia

Entrada no mercado de trabalho, independência financeira, direito político, liberdade sexual. Essas são algumas conquistas da mulher moderna. Mas será que isso basta? Acho que não, pois essas vitórias e os obstáculos do dia a dia parecem andar juntinhos, como por exemplo, conciliar a vida profissional com a familiar e ainda priorizar as atividades profissionais; desempenhar plenamente os papéis, como o de mãe, profissional, dona de casa e ainda ser uma esposa exemplar; e etc.

Vale dizer que tudo começou no dia 28 de fevereiro de 1909, nos Estados Unidos, quando mulheres foram para as ruas para reivindicar por seus direitos. Já naquela época, havia muitas denúncias de más condições de trabalho em fábricas formadas essencialmente pelo sexo feminino. Era nítido, que os privilegiados que tinham melhores condições, eram os homens, com cargo de chefia.

Com as reivindicações do Movimento Feminista, especialmente a partir da década de sessenta do século XX, as mulheres conseguiram inúmeras conquistas, ou seja, mesmo não evitando a desigualdade entre os sexos, diminuíram consideravelmente as diferenças.

As profissões importantes e de prestígio, à época, eram muito menos associadas a nomes femininos do que são atualmente. Com acesso negado aos estudos e ambientes intelectuais durante séculos, a primeira mulher a alcançar um diploma de ensino superior o conquistou estudando sozinha, e não dentro das salas de aula. A heroína foi a filósofa italiana Elena Lucrezia Piscopia Cornaro, que reclamou este direito acredite, apenas em 1678.

Foi apenas no início do Século XX que as mulheres de classe média começaram a atuar nas empresas, preenchendo funções de auxiliar, como secretárias. Aos poucos, elas foram ganhando espaço no mercado de trabalho, bem como sua inserção na política. Além disso, as mudanças na economia, a globalização e o capitalismo, trouxeram como consequência a busca pelo aumento da renda familiar, favorecendo o crescimento das mulheres dentro das empresas.

 

Diante do atual cenário, mediante o surgimento da pandemia em decorrência do novo coronavírus, a vida de muitas mulheres virou pelo avesso. De acordo com a pesquisa Mulheres na pandemia, realizada pela Gênero e Número, 50% das mulheres no Brasil passaram a ser cuidadoras de alguma pessoa, sendo  que 16% delas foram prejudicadas em suas finanças por conta desse fato.

Mas no Dia Internacional da Mulher, que se comemora no dia 8 de março, temos também que destacar as coisas boas: direito de expressão, direito ao voto, direito de escolher ter ou não filho, direito de tomar as próprias decisões. O resultado desse mix positivo foram as transformações ideológicas e psicológicas nas novas gerações.

A mulher tem a capacidade de sempre encontrar equilíbrio entre a sua carreira e a vida familiar. Ela sabe dividir e diferenciar o que é trabalho e o que é lazer encontrando uma nova forma de viver bem na sociedade. Que assim seja!

 


Emília de Castro Belo - administradora de empresa, sócia- Fundadora da Aspen Investimentos


Saúde mental na pandemia: técnicas de respiração da Yoga para acalmar a ansiedade


Prestes a completar um ano no Brasil, a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) deixa marcas em todas as pessoas. No início, pela angústia do desconhecido e, agora, pela ansiedade para que tudo fique sob controle e chegue ao fim. Mas ainda com forte estresse causado pelo isolamento social prolongado e incertezas em relação ao futuro. Além disso, a tristeza por perder amigos e parentes queridos, ou até mesmo o sentimento de empatia por ver tantas pessoas sendo atingidas pelo vírus.

Quando os estímulos de estresse e ansiedade são contínuos, como vivemos ao longo dos últimos 11 meses, provocam uma hiperativação do organismo, fazendo com que o sistema imunológico fique frágil. E todo o trauma coletivo que estamos vivendo deixa marcas emocionais quase que irreparáveis, mas ao mesmo tempo nos faz refletir sobre nos colocar no lugar do outro, sonharmos com um futuro mais feliz, justo e com equilíbrio.

Para almejar esse futuro mais feliz, é importante sabermos lidar com a ansiedade. Segundo Organização Mundial da Saúde (OMS) estima-se que entre um terço e metade da população mundial exposta à pandemia pode vir a sofrer algum problema psicopatológico caso não seja feita nenhuma intervenção de cuidado profissional.

Mas é possível ao menor sinal de ansiedade ou angústia, aplicar algumas técnicas de meditação para que o corpo não sofra tanto impacto por essas emoções. Se permitir desconectar do que está fazendo por alguns minutos e dar uma pausa, tomar um copo de água com calma ou um chá quentinho, pode ajudar a relaxar.

Respirar da forma correta também ajuda e aliada a técnica de yoga, pode fortalecer ainda mais a proteção ao nosso corpo. Selecionei três dicas focadas na respiração que são grandes aliadas para ajudar a aliviar o estresse e ansiedade e ainda fortalecer do sistema imunológico:


1 - Aprenda a respirar

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil 11,5 milhões de pessoas sofrem com depressão e até 2030 essa será a doença mais comum no país. De acordo com um estudo realizado em 2019, cerca de 20 mil brasileiros pediram afastamento médico no ano por doenças mentais relacionadas ao trabalho. Diante do panorama atual, a tendência é que essas questões se intensifiquem.

A primeira dica para não cair na estatística é aprender a respirar corretamente. Quando você trouxer o ar para dentro (inspirar), deixe a barriga crescer, o peito abrir e, assim, a clavícula subir um pouquinho. Note a breve pausa que ocorre, e comece a soltar o ar (expirar). A clavícula baixa, o peito contrai e puxe a barriga para dentro. Feche os olhos, foque no ponto entre as sobrancelhas e inspire. Outra ideia seria você abrir os braços, e quando você trouxer o ar para dentro devagar, suba os braços até as palmas das mãos tocarem lá em cima. Pause e solte o ar devagar, baixando os braços lentamente.


2 - Descubra uma nova respiração

A ciência de Yoga reconhece os 2 canais/rios energéticos (canais de prana, a energia vital) muito importantes são: ida e pingala. De uma forma bem simplista o Ida - que termina na narina esquerda - corresponde a energia lunar, uma energia que te acalma e te tranquiliza. Já o Pingala - que termina na narina direita - corresponde a energia solar, uma energia que te desperta e traz vitalidade. Ou seja, se você respirar exclusivamente pela narina esquerda, você irá acalmar seu corpo e tranquilizar a sua mente. Respire pela narina esquerda por alguns minutos, como na dica acima, lentamente, tapando a narina direita com o polegar direito e deixe a mão esquerda descansando. Sinta o ar passando pelos três pontos: barriga, peito e clavícula. Deixe o ar fluir exclusivamente pelo canal Ida e sinta o efeito, três minutos é o suficiente.


3 - Aprenda a observar sua respiração

A minha última dica é algo que eu faço até hoje utilizando a yoga para acalmar ansiedade! Ponha um alarme no telefone 3 vezes ao dia. Quando o alarme tocar, note como está a sua respiração. Veja se está rasa, se está afobada. Tome consciência da sua respiração e faça uma respiração lenta e profunda por 1 minuto, se possível. Aos poucos, você vai criar o hábito de observar a sua respiração e ficar consciente quando ela está rasa ou afobada.

Para finalizar, destaco a importância de reconhecer nossos limites. Eu já tive vários momentos que precisei parar tudo e encontrar o meu eu, me equilibrar energeticamente. É importante encontrar o equilíbrio entre o que nutre o seu coração e o que o mundo ao seu redor pede. Então, busque válvulas de escape, pratique Yoga, ouça sua música preferida, faça uma caminhada e se reconecte com você.

 


Daniela Mattos - (@danielamattos_yoga) oferece aulas de Kundalini Yoga e Meditação em português e inglês para adultos e crianças. Possui certificação de yoga infantil pelo Radiant Child Yoga com a Shakti Khalsa, Reiki 1 e 2 com o Mestre Brian Brunius, Cursos de Astrologia com a Rebecca Gordon em NYC. Também possui Bachelor of Science em Biotecnologia pelo Rochester Institute of Technology.


Saúde mental: os males expostos pela pandemia

Não é de hoje que o ser humano foi se transformando em um sujeito atópico, com dificuldade de encontrar seu lugar e com uma sensação de inconsistência. A pandemia exacerbou os sentimentos de insegurança individuais e coletivos, demonstrando ainda a tendência ao individualismo, que sempre existiu e vem se tornando um mal ainda maior no século XXI. As pessoas tendem a interagir digitalmente umas com as outras, sem o real calor humano. O isolamento demonstrou o quanto o contato com o outro é fundamental.

Vivemos em uma sociedade e uma cultura que nos forçam a perseguir um ideal irreal de felicidade, muitas vezes exibido nas redes sociais. Sem facilidade de dizer Não para situações de "suposto" prazer, fomos nos tornando reféns de ilusões e fantasias de felicidade plena. Em certo grau, perdemos a noção de que a vida também é feita de privações. Ainda cuidamos e hierarquizamos nossas ações em termos de Bem e Mal, mas deixamos de delegar à religião, ao trabalho, as relações sociais ou à família o papel de dar sentido à vida e acabamos privatizando esse sentido.

O que exatamente isso quer dizer? Que passamos a usar como parâmetro de certo, errado ou merecimento quase que exclusivamente nosso ponto de vista. A individualização extremada nos tornou os "únicos e infalíveis juízes" das mazelas da humanidade ou daqueles que nos rodeiam inclusive daquilo que é considerado "normal" ou "anormal".

Mas quando se trata de saúde mental, como estamos reagindo? Tendemos a pensar que normalidade está ligada a saúde e que anormalidade está ligada a doença. Não podemos esquecer que até pouco tempo atrás transtornos mentais eram vistos como demonizações. Somente a partir do século XIX foram sendo estabelecidos os conceitos de doença e saúde mental. Se sofrimentos psíquicos ou manifestações "fora do padrão" eram vistas como pactos demoníacos, era natural haver uma exclusão dessas pessoas e como herança cultural carregamos esse estigma, ainda que mais ameno, até hoje.

Atualmente encontramos formas variadas de adoecimento emocional com nomenclaturas nem sempre unanimes, mas a partir de março de 2020 com o advento da pandemia causada pelo Covid-19, um ponto se tornou comum tanto entre profissionais da saúde mental quanto da população em geral: as pessoas estão sofrendo muito. O distanciamento prolongado, o medo do desconhecido e da morte pelo vírus e a possível perda do trabalho tiveram como consequência o aumento expressivo de doenças psicossomáticas. De crianças a idosos a vulnerabilidade passou a fazer parte do mundo, ninguém saiu ileso e, sem contabilizar outras doenças, somente os casos de depressão somam 11 milhões de brasileiros acometidos por esse mal, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Mas afinal o que acontece com uma pessoa depressiva? A pessoa possui uma lógica de pensamento de que nunca vai conseguir mudar, o passado é visto de maneira negativa ou apática e o futuro não existe para ela. Além disso, se instala uma inapetência para viver, uma impossibilidade de desejar e de agir. Há um sentimento de incapacidade gerando um esgotamento e uma profunda angústia que impede a pessoa de levantar da cama e, muitas vezes, é somente pelo trabalho que ela sai de casa.

Agora se a pessoa já vivenciava um quadro depressivo e perdeu o emprego a depressão se intensifica. Sabemos que o trabalho não tem apenas a função de garantir uma remuneração financeira, ele também constrói uma autoimagem positiva pelo seu valor simbólico, garantindo uma identidade e uma subjetividade realizadora. A perda do trabalho pode "desarrumar" um sujeito.

O que fazer? O primeiro passo é procurar um especialista: psiquiatra, psicólogo ou psicanalista. Avaliar a necessidade de medicação e análise/terapia. Isso é fundamental, mas insuficiente. São necessárias outras ações para que a vitalidade volte a habitar a pessoa e para isso acontecer exercícios físicos são extremamente importantes, ioga, meditação, leituras e programas positivos, contato com a natureza e o resgate ao amor próprio.

Se a mão invisível do Covid pesou sobre nós, também descobrimos a força da cooperação, o respeito pela ciência, a virtude pelo autocuidado, a suportabilidade da incerteza e a alegria daquilo que de fato tem valor na vida: saúde, família, amigos, disciplina e determinação de hoje sermos uma versão melhor de quem fomos ontem.

 


Márcia Tolotti - psicóloga e psicanalista, consultora e especialista em educação psicofinanceira pessoal e corporativa. Já publicou sete livros sobre autoconhecimento e mercado psicofinanceiro, como ‘O Desafio da Independência - Financeira e Afetiva’, que já teve mais de 50 mil exemplares vendidos, e ‘As Armadilhas do Consumo’. https://marciatolotti.com.br/

Educação ao ar livre

             Necessidade de manutenção do distanciamento social favorece a adoção da educação ao ar livre na volta às aulas presenciais. Mas quais as vantagens do modelo? E como as instituições de ensino podem implementá-lo?

 

         Andressa Lutiano, especialista em Educação Transformadora e diretora da escola bilíngue de educação holística Wish School, de São Paulo (SP), aponta dez aspectos relevantes da educação ao ar livre:

 

  1. “Terceira via” para o momento atual: nem dentro de sala de aula, nem apenas em frente ao computador, com aulas virtuais;
  2. Incentivo à criação e à adoção, por educadores, de estratégias pedagógicas holísticas, que contemplem a aquisição de conteúdos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) por meio do desenvolvimento de habilidades cognitivas, emocionais, morais, interpessoais e culturais;
  3. Restabelecimento do contato com a natureza, parcial ou totalmente perdido durante o período de confinamento, e maior sensação de liberdade;
  4. Natureza como promotora de saúde física e mental e espaço de experiências e novas formas de aprendizagem;
  5. Experiência como caminho alternativo de descobertas e conquistas – cognitivas e humanísticas;
  6. Vivência prática como forma de incremento do interesse por temas trabalhados;
  7. Fomento à autonomia do aluno e à aprendizagem individualizada;
  8. Oportunidade para maior e melhor conhecimento do corpo, favorecendo o desenvolvimento motor e de habilidades correlacionadas;
  9. Incentivo à proatividade, à criatividade, à capacidade de execução, ao trabalho em equipe e ao trato com emoções contraditórias (por exemplo, a satisfação com a atividade realizada versus a frustração diante de eventuais dificuldades); e
  10. Maior sensação de integração e pertencimento entre aluno e escola.

 

          O tempo destinado à educação ao ar livre e/ou ao contato com a natureza pode variar conforme a idade da turma, o tipo de atividade, os objetivos de aprendizagem, a estrutura física da instituição da ensino e às condições climáticas – embora, neste caso, eventuais variações possam ser aproveitadas, desde que adotadas medidas específicas de proteção aos alunos.

 

          Durante a pandemia, sugere-se que a utilização, ocupação e/ou circulação por espaços abertos e ventilados seja de pelo menos metade do dia letivo e com as devidas precauções sanitárias, por alunos, educadores e colaboradores da escola. 

Aluno da Wish School em aula ao ar livre: exploração do espaço, conquistas cognitivas e autoconhecimento
Crédito: Acervo/Wish School

 

Mês da Mulher: O poder do empoderamento e autoestima feminina

Créditos: Sabrina Alves
Psicóloga e especialista da área de beleza explicam a relação entre os temas na vida das mulheres

 

Autoestima e empoderamento são temas que se confundem, mas que basicamente se complementam. O primeiro é a apreciação que cada pessoa tem por si mesma, conjunto de pensamentos e sentimentos a respeito do próprio valor, capacidade de “se gostar” e a forma como se percebe no mundo. Sua formulação inicia-se na infância e quando elevada pode proporcionar bem estar, força e flexibilidade para mudanças; já quando baixa, produz sensação de incompetência e impotência diante das situações do cotidiano.

O empoderamento feminino é uma tomada de consciência da mulher em relação ao seu valor. Significa conceder poder a si próprio, escolher a vida que quer viver. “Uma mulher está empoderada quando desenvolve a capacidade constante de realizar, por si, as mudanças para sua evolução e fortalecimento. Com essa questão exercitada, a mulher vai se tornando cada vez mais autônoma, autoconfiante, expressiva e forte para lutar pelo seu espaço e pelos seus direitos.”, explica a psicóloga e mentora Sabrina Alves

Pode-se dizer que a pandemia, em boa parte dos casos, colocou uma lente de aumento nas questões internas de cada pessoa, amplificando-as. Quanto às mulheres, toda a negligência de um auto olhar ficou mais evidenciada ainda. Em contrapartida, toda essa situação também endossou tal conduta, quase que como um convencimento subconsciente de que, reclusa, não é necessário um olhar mais amoroso dado a si mesma.

“Um dos serviços de beleza mais procurados durante a pandemia foram sobrancelhas e cílios. Isso demonstra o quanto as mulheres, mesmo usando máscaras frequentemente, buscam mais confiança e autoestima”, relata Thais Giraldelli, proprietária da Lash House, referência em extensão de cílios em São Paulo

Por muitos séculos a mulher ocupou lugares nos quais precisou se desdobrar para cumprir “obrigações sociais, culturais e morais”. Hoje, o caminho do autoconhecimento e da autoaceitação é o que tem de mais indicado para uma harmonização de mundo interno, que reflete no mundo externo quando o assunto é autoestima. A Psicoterapia e A Mentoria em Desenvolvimento Pessoal são ferramentas muito eficazes para o processo de autoconhecimento, autoaceitação, empoderamento, autonomia, formação ou resgate de identidade que levam à uma autoestima boa e saudável.

Uma mulher que tenha deixado de lado sua autoestima, numa terapia, é levada num primeiro momento a refletir sobre quando foi a última vez que se sentiu bem consigo mesma (que sentiu autoestima elevada) ou se nunca houve esse momento na vida.

Uma reflexão a respeito dos papéis que lhe são exigidos que ocupe também é realizada com a finalidade de que entenda, pouco a pouco, com profundidade, quais destes lhe fazem sentido, que sente como seu propósito de vida. Buscando assim, identificar, entrar em contato com sua essência.

Pensar a respeito do alinhamento que há entre o que vive e o que gostaria de viver é um dos grandes desafios que a terapia propõe à mulher que busca o autoconhecimento.

Assim, passo a passo, descoberta após descoberta, a mulher vai construindo seu mundo; liberta de amarras sociais, aprisionamentos psicológicos e emocionais; e com grande autonomia.

Não é uma tarefa fácil, tampouco rápida. Exige um mergulho profundo em seu mundo interno com disposição de abandonar “verdades” que carregava que não eram suas, em detrimento de substituir por nova conduta e uma nova “cartilha de vida”, totalmente inspirada em sua essência, agora descoberta.

 

"O estigma do transtorno mental e a fuga da métrica", por Bruna Richter, psicóloga

Quando somos pequenos costumamos ser ensinados gradativamente a categorizar. Isso nos auxilia muito na construção de alguns conceitos e no desenvolvimento da lógica e da coerência. Formamos grupamentos de acordo com números, cores, sons ou utilidades. Aprendemos a criar padrões, protótipos emoldes. E essa forma de funcionamento pode nos acompanhar em boa parte de nossa história.

Não há nada de contraditório no pensamento cartesiano. Ao contrário, no inicio de nossa narrativa ele se torna inclusive altamente eficaz no que tange a aquisição de novos conhecimentos e na subsequente formação de categorias, classes e hierarquias. Contudo, quando seguimos usando o mesmo exemplo matemático na vida adulta, corremos um alto risco de impor normas métricas às pessoas.

Quando cristalizamos o conceito de normalidade, dizemos basicamente que apesar dos desvios padrões existentes, temos uma média do que é esperado para os comportamentos, pensamentos ou emoções de cada um. Entretanto, essa forma de pensar suprime por completo a singularidade. Ao exigir que tenhamos um modelo, tudo o que destoa acaba sendo classificado como errado, censurável ou inconveniente. E essa é uma das origens de nossos preconceitos.

Em meio a tudo isso, ainda hoje, existe muita discriminação quanto aos portadores de transtornos mentais. Àqueles que não se encaixam no funcionamento esperado pela sociedade, se percebem muitas vezes segregados. Recebem estigmas que intensificam negativamente seu quadro. Isso quando não são deliberadamente apartados ou impelidos compulsoriamente a ficarem à margem da vida social ou laboral.

Essa psicofobia afasta a cada vez a possibilidade de tratamento. Ao se perceberem rejeitadas, as pessoas acometidas com doenças psíquicas desenvolvem ainda mais resistência quanto à necessidade de se cuidar. Desse modo, perceber o sofrimento emocional e mental como algo real, desconstruindo representações sociais, é essencial. Ainda que, num primeiro momento, o diferente possa parecer assustador, apenas acolhendo as dissemelhançascriamos verdadeiras pontes na direção da empatia e do acolhimento do outro.

Nesse sentido, boa parte do nosso amadurecimento é composto pela capacidade de desconstruir arquétipos aprendidos na infância e pela expansão denossa aceitação para um espectro de possibilidades. Entender que categorias funcionam para coisas, não para pessoas e que, portanto, essa inclusão se faz necessária e iminente é o ponto de partida para uma sociedade não apenas mais gentil como também muito maisjusta.

 

 


Bruna Richter - graduada em Psicologia pelo IBMR e em Ciências Biológicas pela UFRJ, pós graduanda no curso de Psicologia Positiva e em Psicologia Clínica, ambas pela PUC.     Escreveu os livros infantis: “A noite de Nina – Sobre a Solidão”, “A Música de Dentro – Sobre a Tristeza” e ” A Dúvida de Luca – Sobre o Medo”. A trilogia  versa sobre sentimentos difíceis de serem expressos pelas crianças – no intuito de facilitar o diálogo entre pais e filhos sobre afetos que não conseguem ser nomeados. Inventou também um folheto educativo para crianças relacionado à pandemia, chamado “De Carona no Corona”.  Bruna é ainda uma das fundadoras do Grupo Grão, projeto que surgiu com a mobilização voluntária em torno de pessoas socialmente vulneráveis, através de eventos lúdicos, buscando a livre expressão de sentimentos por meio da arte. Também formada em Artes Cênicas, pelo SATED, o que a ajuda a desenvolver esse trabalho de forma mais eficiente.


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