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segunda-feira, 17 de abril de 2017

O QUE SÃO AS ESTOMATITES?



Se o seu pequeno está com aftas na boca e não consegue se alimentar, ele pode estar com estomatite.


A estomatite é uma inflamação da cavidade oral (stoma, do grego = boca). Na infância, acomete crianças pequenas e na maioria das vezes é causada por vírus.


Quais são os sintomas da estomatite?
A estomatite é caracterizada pelo aparecimento de aftas em todas a cavidade oral com inchaço e vermelhidão das gengivas, as vezes até com sangramento local. Por conta disso, é muito comum a criança apresentar “babação” e dificuldade de se alimentar e beber líquidos. Além dos sintomas locais, a criança pode apresentar febre, dor, irritabilidade e prostração. Todos esses sintomas podem durar até 15 dias, mas o período crítico ocorre no final da primeira semana.


O que provoca a estomatite?
Normalmente, os vírus são os responsáveis por essa infecção. Dentre eles, o principal é o vírus herpes simples (HSV-1). Em menor incidência, os vírus da família Coxsackie também podem causar estomatites, entre outros. Em menor frequência a estomatite pode ser a manifestação de outras doenças, não infecciosas. Caso o quadro seja recorrente e/ou persistente, deve-se atentar para outras possibilidades e a orientação do pediatra irá auxiliar no diagnóstico. 


Em que períodos do ano a estomatite é mais comum?
Nos meses de outono e inverno, os episódios são mais frequentes. Nesse período, a maior frequência a ambientes fechados facilita a transmissão do vírus que ocorre pela saliva contaminada ou pelo contato com as lesões. As crianças menores são as mais acometidas também por frequentarem creches e escolas. 


Pode haver complicações?
A principal complicação é a desidratação. Por conta da dificuldade de comer e beber e da própria inapetência causada pela doença, a criança ingere pouco líquido, podendo ficar desidratada. Embora aconteça na minoria dos casos, pode ocorrer infecção secundária por bactérias, com aparecimento de lesões com secreção e odor forte, podendo agravar e/ou prolongar os sintomas gerais como a febre. Nessa situação, o uso de antibióticos poderá ser necessário. 


Como evitar a estomatite?
Infelizmente trata-se de uma infecção muito comum nos primeiros anos de vida e dificilmente o seu pequeno escapará dela. Cuidados gerais podem evitar a transmissão, como lavar as mãos com frequência e higienizar brinquedos de uso comum com água e sabão ou detergente, evitando-se a propagação do vírus. 


Mas e se meu filho ficar doente, o que fazer?
Evite a ida a escolas ou creches porque poderá transmitir a infecção para outras crianças. Ofereça alimentos frios, pastosos, sem ácidos ou temperos. Estimule preferencialmente a ingestão de líquidos, oferecendo de forma fracionada mais vezes ao dia para se evitar a desidratação. Mantenha seu filho em repouso e o medique com analgésicos para aliviar a dor. Alimentos pastosos e líquidos, que não exijam mastigação, são mais facilmente aceitos. Iogurte, sorvete, gelatina e líquidos como sucos de frutas não ácidas, água, chá e leite frios são ótimas opções.


O que pode ser usado para aliviar os sintomas locais?
A higiene oral é um passo importante para se evitar as infecções secundárias. Pela resistência das crianças em permitir a escovação, podem ser usados antissépticos bucais, que aliviam a dor, na forma de bochecho.

Lembre-se que a estomatite é, na maioria das vezes, causada por infecções virais. Os cuidados são apenas sintomáticos, ou seja, objetivam aliviar os sintomas e prevenir as complicações. O vírus tem um ciclo com duração média de 1 a 2 semanas, com remissão de todos os sintomas.

A consulta pediátrica é fundamental para orientar o diagnóstico e as melhores opções para que o seu pequeno sofra o mínimo possível em consequência da estomatite.






Dr. Marco Aurélio Safadi (CRM: 54792) - parceiro da NUK e professor de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e coordenador da Equipe de Infectologia Pediátrica do Hospital.




Endometriose: O mal do século?




Pesquisa da USP mostra como essa realidade afeta a vida das mulheres


Pacientes com endometriose têm mais que o dobro de disfunções sexuais em relação à população sem a doença é o que diz estudo realizado pela Dra. Flávia Fairbanks, que culminou em sua tese de doutorado pela Faculdade de Medicina da USP. Nele foram avaliadas 583 mulheres entre 2013 e 2015, sendo que 254 pacientes com endometriose e 329 mulheres sem a doença. Na avaliação geral, 43,3% das pacientes com endometriose apresentaram disfunções sexuais, enquanto que na população sem a doença as disfunções ocorreram em 17,6%. Entende-se por disfunções sexuais – desejo sexual, excitação sexual, dor na relação sexual e orgasmo/satisfação sexual.

A endometriose caracteriza-se pelo implante, crescimento e desenvolvimento de glândula/tecido endometriais fora do útero. Trata-se de uma doença ginecológica benigna que ocorre pelo refluxo de menstruação pelas trompas, acumulando células parecidas com o endométrio (e que, portanto, também "menstruam"), fora da cavidade uterina.

Estima-se que 10% da população feminina apresentam essa doença e, quando são estudadas populações específicas de mulheres com dor pélvica ou infertilidade, a prevalência pode atingir até 47% dos casos.

É uma doença com impacto negativo em diversos aspectos da vida da mulher, inclusive na função sexual - Os principais sintomas da endometriose são representados por dor e infertilidade, relacionam-se diretamente com prejuízos na atividade sexual, mas aspectos específicos da função sexual dessas mulheres permanecem obscuros, o que motivou a realização deste estudo. 

As principais causas são o refluxo menstrual, associado a causas genéticas (o risco é maior entre parentes de primeiro grau), ambientais (exposição a ambientes poluídos com resíduos de monóxido de carbono como as dioxinas) e imunológicas (o organismo não reconhece, adequadamente, esse tecido fora de lugar e não faz uma faxina adequada todos os meses, que serviria para remover esse tecido e evitar a doença).

A Endometriose pode ocorrer entre a adolescência e a menopausa, em qualquer idade, mas a faixa dos 30-40 anos é a mais comum. O diagnóstico se baseia em ouvir as queixas da paciente (cólicas menstruais muito severas, dor nas relações sexuais, dores na barriga durante o mês, dificuldade para engravidar, alterações do intestino durante a menstruação e também da urina). Também pode ser feito por exames complementares especializados (ultrassom pélvico e transvaginal com preparo intestinal ou ressonância magnética da pelve) e também por videolaparoscopia - uma cirurgia que pode ajudar a tratar o problema.

Mesmo com os tratamentos acredita-se que a prevenção verdadeira não exista.

Há muitos fatores envolvidos, porém, existem medidas que evitam que a menstruação seja muito abundante, como o uso de anticoncepcionais que reduzem o fluxo menstrual, o que é benéfico.

Os tratamentos são à base de medicamentos gerais, para alívio dos sintomas (analgésicos e anti-inflamatórios, associados a hormônios, para reduzir a menstruação e agir nos focos da doença, anticoncepcionais ou progesteronas específicas e, por vezes, cirurgia para restaurar a pelve.). Há, também, a possibilidade de tratamentos complementares, simultaneamente, com excelentes resultados: acupuntura para as dores, fisioterapia do assoalho pélvico e, recentemente, um estudo mostrou que a homeopatia também pode ter algum benefício.






Dra. Flávia Fairbanks - ginecologista do Hospital das Clínicas da USP e da Clínica FemCare. Graduada pela Faculdade de Medina da USP, realizou residência médica em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital das Clínicas da FMUSP, foi médica preceptora da Ginecologia do Hospital das Clínicas da FMUSP. É Pós-graduada em Ginecologia do Hospital das Clínicas da FMUSP nos setores de Endometriose e Sexualidade Humana.





Infecções de repetição podem acender o sinal de alerta para as IDPs



Cerca de 70% a 90% dos pacientes ainda não estão diagnosticados


Entre os dias 22 e 29 de abril acontece a Semana Mundial de Imunodeficiências Primárias (IDPs), que traz como tema este ano “Testar, Diagnosticar e Tratar”. Várias entidades pelo mundo estarão reunidas nesta semana de conscientização, sendo no Brasil a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) e o Grupo Brasileiro de Imunodeficiências (BRAGID) assim como associação de pacientes. Diversos serviços de saúde que prestam atendimento às IDPs farão trabalhos com a população para alertar sobre estas doenças.

As IDPs ocorrem em pessoas nascidas com o sistema imunológico deficiente em algum setor e manifesta-se por meio de infecções "comuns", como otites, pneumonia, sinusites, entre outras. São mais de 300 doenças diferentes e, por isso, a prevalência varia muito. “As mais comuns são aquelas em que há defeitos na produção de anticorpos. Assim sendo, o fundamental para o tratamento destas doenças é garantir aos pacientes o acesso à reposição de imunoglobulina por via venosa ou subcutânea regularmente”, explica a especialista da ASBAI Dra. Ekaterini Goudouris.

Chegar à conclusão de que uma pessoa tem IDP não é tarefa simples. Atualmente, cerca 70% a 90% dos pacientes ainda não estão diagnosticados. Para auxiliar os médicos no diagnóstico, foram listados os 10 principais sinais para crianças e adultos que podem caracterizar uma pessoa com imunodeficiência primária. São eles: 


Os 10 Sinais de Alerta para Imunodeficiências Primárias em Adultos 

· Duas ou mais novas otites por ano

· Duas ou mais novas sinusites no período de um ano, na ausência de alergia

· Uma pneumonia por ano

· Diarreia crônica com perda de peso

· Infecções virais de repetição (resfriados, herpes, verrugas)

· Uso de antibiótico intravenoso de repetição para tratar infecção

· Abcessos profundos de repetição na pele ou órgãos internos

· Monilíase persistente ou infecção fungica na pele ou qualquer lugar

· Infecção por micobactéria da tuberculose ou atípica

· História familiar positiva de imunodeficiência


Os 10 Sinais de Alerta para Imunodeficiências Primárias em Crianças

· Duas ou mais pneumonias no ano

· Quatro ou mais otites no último ano

· Estomatites de repetição ou monilíase por mais de dois meses

· Abcessos de repetição ou ectima

· Um episódio de infecção sistêmica grave (meningite, osteoartrite, septicemia) 

· Infecções intestinais de repetição/diarreia crônica 

· Asma grave, doença do colágeno ou doença autoimune 

· Efeito adverso ao BCG e/ou infecção por micobactéria 

· Fenótipo clínico sugestivo de síndrome associada à imunodeficiência

· História familiar positiva de imunodeficiência


“Suspeita-se do diagnóstico das IDPs sempre que há processos infecciosos graves ou difíceis de tratar e/ou muito frequentes e/ou por agentes infecciosos não comuns. Febre, sinais de inflamação sem infecções ou doenças autoimunes em crianças pequenas também são sinais de alerta”, explica a Dra. Beatriz Tavares Costa Carvalho, especialista do Departamento Científico de Imunodeficiências da ASBAI e membro do Jeffrey Modell, instituição que apoia eventos sobre IDPs em todo o mundo.

Entre os desafios de se chegar ao diagnóstico de imunodeficiência primária está o desconhecimento da própria classe médica sobre estas doenças. Além disso, a dificuldade do acesso a determinados exames que confirmam a doença e o ingresso no tratamento.






Sobre a ASBAI
A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia existe desde 1946. É uma associação sem finalidade lucrativa, de caráter científico, cujo objetivo é promover o estudo, a discussão e a divulgação de questões relacionadas à Alergologia e à Imunologia Clínica, além da concessão de Título de Especialista em Alergia Clínica e Imunologia a seus sócios, de acordo com convênio celebrado com a Associação Médica Brasileira. Atualmente, a ASBAI tem representações regionais em 21 estados brasileiros.


Sobre o BRAGID
O Grupo Brasileiro de Imunodeficiências foi criado para oferecer aos médicos acesso a informações sobre as Imunodeficiências Primárias, procurando promover educação continuada sobre seu diagnóstico e tratamento, desenvolver uma rede nacional de diagnóstico laboratorial e estabelecer uma rede de cooperação entre os centros de referência nacionais e da América Latina.

Twitter: @asbai_alergia
Facebook: Asbai Alergia
www.asbai.org.br





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