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quarta-feira, 4 de setembro de 2024

São necessários R$ 242,5 bilhões para readequar toda a infraestrutura residencial de saneamento no Brasil, aponta estudo inédito do Trata Brasil

 Cerca de 75% do investimento necessário para a readequação está em moradias de famílias pobres ou da classe de renda média baixa

 

O Instituto Trata Brasil, organização que busca a universalização do saneamento no país, em parceria com a EX Ante Consultoria Econômica, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Materiais para Saneamento (ASFAMAS) e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), divulgam o estudo inédito “Necessidade de investimentos em reformas da infraestrutura residencial de saneamento no Brasil – Potencial mercado e políticas públicas”, que tem por objetivo mensurar a necessidade de obras de reposição e readequação da infraestrutura residencial intramuros (que considera a residência e áreas adjacentes) de saneamento no país. O material aponta, por região, como essa modalidade de reforma colabora para o acesso ao saneamento básico, a redução de carências e como isso pode ser fomentado por políticas públicas. 

Estima-se que seriam necessários R$ 242,5 bilhões (valores a preços de 2023) para readequar toda a infraestrutura residencial de saneamento no Brasil. Se essas obras fossem realizadas ao longo de dez anos – entre 2023 e 2033, por exemplo – a readequação da infraestrutura iria requerer investimento adicionais de R$ 24,3 bilhões por ano. Isso constitui um esforço financeiro bastante elevado, visto que as famílias brasileiras despenderam cerca de R$ 13,0 bilhões com reformas da infraestrutura de saneamento em 2018 (valores a preços de 2023). 

As obras de reposição são realizadas, em geral, de forma esporádica pelas famílias com a finalidade de repor a depreciação das instalações ou de modernizar os acabamentos. Todos os anos, uma a cada dez famílias fazem reforma nas instalações sanitárias de suas residências. Por sua vez, as obras de readequação englobam a construção ou instalações dos equipamentos ausentes nas moradias, mas que se considera que sejam essenciais ao bem-estar dos moradores. Seria o caso, por exemplo, da instalação de uma caixa d'água, ou ainda, da ligação do escoamento de esgoto da residência à rede geral de coleta de esgoto, importante para diminuir a poluição dos rios e a incidência de doenças de veiculação hídrica, além de melhorar a qualidade de vida da população

 

COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 

Como as famílias brasileiras gastam com materiais de construção e mão de obra para a manutenção, reparo, reforma e construção de infraestrutura residencial de saneamento? E quais seriam esses materiais?

 

QUADRO 1 – Materiais para infraestrutura residencial de saneamento e seus grupos 


De acordo com a mais recente “Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF)”, realizada pelo IBGE em 2018, aproximadamente 8,8 milhões de consumidores realizaram despesas com materiais de construção para a infraestrutura residencial de saneamento ao longo do ano. Desse total, 4,3 milhões de famílias realizaram despesas para a manutenção e reparos da infraestrutura existente e 4,4 milhões, para a reforma ou construção da infraestrutura. 

Quando se agregam as despesas por família (ou unidade de consumo), chega-se naturalmente a um número menor de famílias consumidoras. Em 2018, foram 6,6 milhões de famílias que realizaram essas despesas. O número de famílias que realizaram obras de infraestrutura residencial de saneamento correspondeu a 31% do total de unidades de consumo brasileiras que realizaram algum tipo de obra em suas moradias em 2018, cujo número alcançou a cifra de 21,357 milhões de unidades de consumo. 

O QUADRO 2 traz os valores totais das despesas realizadas pelas famílias brasileiras em 2018 com materiais de construção para a infraestrutura residencial de saneamento. Nesse ano, essas despesas alcançaram a cifra de R$ 9,0 bilhões, sendo R$ 5,2 bilhões de despesas com materiais para manutenção e reparo e R$ 3,8 bilhões para construção e reforma.


QUADRO 2 – Valor total (em R$ bilhões) das despesas com materiais para obras em infraestrutura de saneamento, Brasil, 2018

 Em termos de valor médio das despesas familiares, o Sul reúne as famílias que mais despendem com infraestrutura residencial de saneamento, com gastos médios anuais por família de R$1.678,74. Santa Catarina foi o estado que elevou a média da região, com despesas médias de R$ 2.254,56 em 2018. Na sequência vê-se a região Sudeste, com despesas médias de R$ 1.525,89. Nesse caso, a média regional foi puxada pelas despesas realizadas pelas famílias capixabas, de R$ 1.843,91 em 2018. As demais regiões registraram despesas médias mais reduzidas, em especial o Nordeste, cuja média ficou abaixo de R$ 1.000,00.

 

QUADRO 3 - Distribuição regional do valor total das despesas com obras de infraestrutura residencial de saneamento, em R$ bilhões e (%) do total, 2018



A distribuição do número de obras de infraestrutura residencial de saneamento por faixa de renda domiciliar é apresentada no QUADRO 4. Nele, vê-se uma forte concentração de unidades de consumo que adquiriram materiais de construção para obras de infraestrutura residencial de saneamento na de faixa de rendimento familiar que vai de R$ 2.862,01 a R$ 5.724,00. Essa é uma faixa de renda populosa (30,2% do total da população brasileira) e que tem poder de compra suficiente. Mas há uma parcela grande nas faixas inferiores de renda: as unidades de consumo com renda até R$ 2.862,00 responderam por 32,7% do total de famílias que adquiriram esses materiais de construção. As faixas de renda mais elevada apresentaram participações naturalmente menores devido à proporção também menor de famílias nessas classes de renda.

 

QUADRO 4 – Distribuição do número de obras de infraestrutura residencial de saneamento por faixa de renda domiciliar, em (%) do total, 2018



 A participação das famílias de baixa renda no valor total das despesas foi menor (23,3%), ao passo que foi proporcionalmente maior a participação das famílias com renda mensal superior a R$ 5.724,21 – essas faixas responderam por 34,0% do número de consumidores e 47,5% do valor total das despesas com materiais de construção para obras de infraestrutura residencial de saneamento.

 

QUADRO 5 – Distribuição do valor total das despesas com materiais de construção para obras de infraestrutura residencial de saneamento por faixa de renda domiciliar, em (%) do total, 2018



De acordo com o QUADRO 6, estima-se que, em 2018, tenha havido uma despesa com mão de obra para essas obras de cerca de R$ 4 bilhões, totalizando despesas com obras no valor de R$ 13 bilhões aproximadamente. Na média, as famílias gastaram cerca de 1,93% de sua renda com materiais de construção e tiveram uma despesa total de 2,79% da renda domiciliar com obras de infraestrutura residencial de saneamento.


 QUADRO 6 – Estimativa das despesas com materiais de construção e mão de obra em infraestrutura residencial de saneamento, em R$ milhões, 2018


CARÊNCIAS DE INFRAESTRUTURA RESIDENCIAL DE SANEAMENTO

De acordo com a análise foi feita com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continuada do ano de 2022, foram consideradas cinco dimensões do problema da privação de acesso aos serviços de saneamento[1]

  • Privação de acesso à água, que é a falta de ligação da moradia na rede geral de distribuição de água tratada dos municípios;
  • Falta de canalização dentro da moradia: aqui estão reunidas as moradias que não têm acesso à água dentro de suas residências, ou seja, não há tubulação para distribuição de água na área molhada;
  • Indisponibilidade de reservatório: é muito importante ter mente que a caixa d'água é um equipamento fundamental para fazer um 'colchão' no recebimento de água e promover uma adequação do fluxo da água que vem da rua com o fluxo da água utilizado dentro das moradias, caso contrário há o imediato desabastecimento de água dentro das moradias quando há instabilidade no sistema de distribuição;
  • Insuficiência de banheiro: entendida como as moradias que têm um número pequeno de banheiros para o tamanho do domicílio, o que leva a um adensamento excessivo do número de pessoas por banheiro; a premissa de adequação é a existência de no máximo três pessoas adultas por banheiro; e
  • Falta de coleta à rede de esgoto: entendida como a inexistência de ligação ao sistema público de escoamento sanitário. A ligação da fossa séptica à rede geral também e considerada adequada.

 

O QUADRO 7 mostra que, do total de famílias sem acesso à água tratada, 41,4% pertenciam à primeira faixa de rendimento mensal domiciliar. Um número também bastante elevado ocorria nas duas faixas seguintes, com rendas mensais entre R$ 1.908,01 e R$ 2.862,00 e renda entre R$ 2.862,01 e R$ 5.724,00. Essas faixas, responderam respectivamente por 21,0% e 25,8% do total de famílias sem acesso à água tratada. Percebe-se que, conforme cresce a faixa de renda, cai a participação do grupo na situação de privação.

 

QUADRO 7 – Moradias em situação de privação de acesso aos serviços de saneamento básico, por faixa de renda domiciliar mensal, 2022


Um ponto importante a se notar é que a falta de canalização é ainda mais concentrada na baixa renda: 57,3% do total dos casos estavam na primeira faixa de renda. Então, cruzando as informações, veem-se casas pobres, sem canalização e situadas no meio rural brasileiro. Aqui também se percebe uma redução da participação conforme cresce a faixa de rendimento mensal domiciliar. A disponibilidade de reservatórios tem uma distribuição bastante semelhante com a falta de acesso à água tratada, o que indica uma correlação forte dessas duas dimensões. Também a falta de coleta de esgoto tem um padrão relativamente próximo a esses dois processos de indisponibilidade de reservatório e de acesso à água tratada.  

A insuficiência de banheiro tem um perfil de faixa de renda um pouco diferente das demais, com uma concentração maior nas famílias com renda entre R$ 2.862,00 e R$ 5.724,00 por mês. Isso se explica pelo fato de envolver moradias altamente adensadas, as quais contam com um número maior de pessoas com fonte de rendimentos. Portanto, essas famílias tendem a ter uma renda per capita baixa, mas uma renda domiciliar relativamente maior.

 

INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS PARA READEQUAÇÃO DA INFRAESTRTURA 

As obras de readequação englobam a construção ou instalações dos equipamentos ausentes nas moradias, mas que se considera que sejam essenciais ao bem-estar dos moradores. Com base nos dados das carências de infraestrutura de saneamento apontadas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continuada do ano de 2022, seriam necessários R$ 242,5 bilhões (valores a preços de 2023) para readequar toda a infraestrutura intramuros/residencial de saneamento no Brasil. Conforme ilustra o QUADRO 8, cerca de 75% do investimento necessário para a readequação da infraestrutura de saneamento do país está em moradias com renda de até R$ 5.724,00 mensais, ou seja, em famílias pobres ou da classe de renda média baixa. Esse fato levanta a questão das políticas necessárias para sustentar esse patamar de investimentos nesses segmentos da sociedade brasileira.

 

QUADRO 8 – Despesa necessária para a readequação da infraestrutura residencial de saneamento, por faixa de renda, em R$ bilhões*

 


O MAPA 1 traz as estimativas da distribuição geográfica dos investimentos em obras para readequação da infraestrutura de saneamento para o período de 2023 a 2040. Nota-se que a distribuição é relativamente concentrada nas regiões Nordeste (26,9%), Norte (19,8%) e Sul (22,4%). Na região Norte o maior peso foi do estado do Pará e na região Sul, do Rio Grande do Sul.

 

 MAPA 1 – Despesa necessária para a readequação do estoque da infraestrutura, por unidade da Federação e região, em (%) do total, 2023 a 2040

 


INVESTIMENTO NECESSÁRIO PARA REPOSIÇÃO DA INFRAESTRTURA – 2023 A 2040 

As obras de reposição são realizadas, em geral, de forma esporádica pelas famílias com a finalidade de repor a depreciação das instalações ou de modernizar os acabamentos. Para construirmos a estimativas da demanda por obras de reformas da infraestrutura residencial de saneamento entre 2023 e 2040 precisamos primeiro traçar alguns possíveis cenários socioeconômicos e sociais. O QUADRO 9 traz os principais aspectos dos três cenários de referência empregados neste estudo[2]. Eles partem de premissas demográficas iguais, que leva em consideração uma expansão demográfica de 0,4% ao ano entre 2020 e 2040. Contudo, dois fatores diferenciam esses três cenários. O primeiro fator é o nível de investimento que prevalecerá no futuro e o segundo, o ritmo de desenvolvimento da produtividade na economia brasileira.

 

QUADRO 9 – Cenários macroeconômicos de referência, 2023 a 2040

O QUADRO 10 traz a evolução da despesa média domiciliar com reposição da infraestrutura residencial de saneamento, em R$ por ano, nos três cenários macroeconômicos. No cenário 1, o crescimento da despesa média domiciliar seria bastante reduzido. A despesa média domiciliar passaria de R$ 181,92 em 2022 para R$ 198,72 por domicílio em 2040, o que equivale a uma taxa média de crescimento de apenas 0,5% ao ano. No cenário 2, a evolução seria mais favorável: a média de crescimento seria de 0,9% ao ano e a despesa atingiria R$ 212,13 por domicílio em 2040. Finalmente, no cenário 3, o crescimento seria bem mais expressivo, de 2,2% ao ano, e a despesa média domiciliar chegaria a R$ 267,32 ao final de 2040.

 

QUADRO 10 – Evolução da despesa média domiciliar com reposição de infraestrutura segundo cenários, em R$ por ano

 


 NECESSIDADE DE INVESTIMENTO TOTAL (REPOSIÇÃO E READEQUAÇÃO) – 2023 A 2040 

Os investimentos totais em infraestrutura residencial de saneamento são obtidos pela soma dos valores de inversão para a reposição do estoque com os valores de investimento para a erradicação das carências da infraestrutura (eliminação dos déficits). 

O QUADRO 11 aponta os investimentos totais necessários considerando os três cenários. No primeiro cenário, os investimentos totais entre 2023 e 2040 somariam R$ 550,9 bilhões, o que corresponderia a uma média anual de R$ 32,4 bilhões. No segundo cenário, o avanço em relação ao primeiro seria relativamente pequeno, pois uma parte grande, que é o investimento para a readequação, permaneceria constante. Mas no Cenário 3, onde há uma expansão mais forte da demanda para reposição de estoque, o volume seria consideravelmente maior, de R$ 607,7 bilhões até 2040, ou ainda, de R$ 35,7 bilhões por ano. Vale observar que, nos três cenários, 69,2% das despesas são com materiais de construção e 30,8% com mão de obra. Dessa forma as despesas com materiais são estimadas em R$ 381 bilhões, R$ 386 bilhões e R$ 420 bilhões nos cenários 1, 2 e 3, respectivamente.

 

QUADRO 11 – Despesa total necessária para a reposição do estoque e a readequação da infraestrutura residencial e saneamento, por cenários, em R$ bilhões

 O MAPA 2 traz as estimativas da distribuição geográfica dos investimentos em obras para reposição da infraestrutura de saneamento para a média do período de 2023 e 2040. Nota-se que a distribuição é relativamente parecida com a dos investimentos para readequação da infraestrutura que foi apresentada no Capítulo 3. Nota-se novamente uma distribuição relativamente concentrada nas regiões Nordeste (27,1%), Norte (20,9%) e Sul (21,4%).


MAPA 2 – Despesa necessária para a reposição da infraestrutura, por unidade da Federação e região, em (%) do total, 2023 a 2040


 O QUADRO 12 traz a distribuição das estimativas de investimentos médios anuais em infraestrutura de saneamento (reposição + readequação) por classe de rendimento mensal domiciliar no Cenário 2, que é o mais provável. O gráfico traz uma informação muito importante para a análise: mais de 80% da demanda futura estará distribuída entre as famílias com rendimento domiciliar mensal até R$ 9.540,00. Isso indica a necessidade de se pensar políticas de crédito voltadas principalmente para a componente de readequação do estoque. De outro lado, quase 36% da demanda por obras de infraestrutura residencial de saneamento estará concentrada nas duas primeiras classes de rendimento domiciliar mensal. Daí decorre a necessidades de se pensar também na possibilidade de políticas de subsídio para viabilizar essa demanda e acelerar o processo de universalização do saneamento no Brasil.

 

 QUADRO 12 – Despesa anual total necessária para a reposição do estoque e a readequação da infraestrutura residencial e saneamento, por classe de renda mensal domiciliar, em R$ bilhões, Cenário 2


O MAPA 3 traz as estimativas da distribuição geográfica dos investimentos em obras para reposição e a readequação da infraestrutura residencial de saneamento para a média do período de 2023 e 2040. Foi tomado como referência o Cenário 2, que corresponde ao mais provável, em razão da maior probabilidade de ocorrência deste cenário, que requer menores mudanças no contexto macro e microeconômico do país em curto prazo.

 

MAPA 3 – Despesa necessária para a reposição e readequação da infraestrutura, por unidade da Federação e região, em (%) do total, Cenário 2, 2023 a 2040

 


Dada a concentração dos investimentos em alguns estados da Federação, é fundamental levar em consideração a questão regional, em particular, a situação do Norte brasileiro. A partir das informações do MAPA 3, do total de investimentos necessários para a universalização do saneamento intramuros no cenário 2, observa-se que cerca de R$ 114 bilhões seriam realizados na região Norte do país, o que significaria uma despesa de R$ 6,1 mil por habitante até 2040, enquanto que, na média nacional, o investimento necessário seria de apenas R$ 2,6 mil por habitante. 

De outro lado, essa é uma das regiões com menor renda domiciliar per capita do país (R$ 5,8 mil por habitante em 2022). Esse nível correspondeu a apenas 71,3% da renda média domiciliar do país, que atingiu R$ 8,1 mil per capita naquele ano. Assim, a maior necessidade de investimentos e a menor disponibilidade de renda para o autofinanciamento levanta a questão da importância de uma política pública de crédito, e eventualmente subsídios, que a viabilize o acesso da população do Norte brasileiro a esses mercados, sob pena da universalização do saneamento intramuros não se concretizar como o desejado até 2033 em todas as regiões do país.

 

POLÍTICAS PÚBLICAS

As análises desenvolvidas sobre o mercado potencial de reformas na infraestrutura residencial de saneamento no Brasil levantaram informações que apontam para muitas direções. Um ponto novo que surgiu da discussão decorre da composição dos investimentos entre obras de reposição e obras de readequação, em que é relativamente elevada a necessidade de fundos para o financiamento das despesas com a readequação. Esse ponto remete diretamente à questão das políticas públicas de crédito e de subsídio. Nas classes de renda mais baixa, além de serem elevadas as necessidades de fundos para a readequação, as participações dessas obras no total dos investimentos são mais elevadas. Na primeira faixa, as despesas com readequação alcançam 42% das despesas totais com obras de reposição e readequação, enquanto que na média das famílias, essa participação é estimada em apenas 31%. 

Isso significa dizer que além de concentrada nas faixas de renda mais baixa, essa demanda envolverá um esforço maior das famílias. Dado que essas carências constituem uma demanda reprimida das famílias, a insuficiência de renda é diagnosticada como a principal causa. Coincidente com a falta de renda, as condições menos favoráveis de inserção no mercado de trabalho agravam a situação, na medida em que tornam o crédito mais caro e escasso para as famílias mais pobres. Nesse sentido, a efetivação de um cenário de extinção dos déficits de infraestrutura residencial de saneamento até 2040, com redução mais acelerada até 2033, passa necessariamente pela discussão de uma política pública que oriente fundos e regramentos para o financiamento de médio e longo prazo dessas inversões, considerando uma combinação adequada de dívida e subsídio para viabilizar a demanda em todas as classes de rendimento domiciliar. 

Outra questão que surge é o desafio empresarial de atender a essa demanda potencial com produção suficiente. As estimativas indicam que a despesa poderá passar de R$ 13,5 bilhões no ano de 2022 para R$ 35,7 bilhões por ano na média do período entre 2023 e 2040 (cenário mais otimista). Mantida a proporção entre despesas com materiais e com mão de obra, isso implica um crescimento potencial de ao menos 5,6% ao ano nesse período. Essa é uma trajetória que irá demandar novos investimentos em plantas industriais e centrais de distribuição, com mudança de escala para todos os segmentos envolvidos. 

Nesse sentido, a sinalização de uma política nacional para tratar o tema do financiamento dos investimentos necessários para a universalização do saneamento intramuros pode alterar a perspectiva de longo prazo das indústrias, incentivando o planejamento para a ampliação da capacidade instalada. Políticas de governo como o Programa Nova Indústria Brasil do MDIC, que facilita o crédito para o investimento em nova capacidade instalada terá papel fundamental no momento em que houver o aumento da demanda ou a percepção de que esse aumento virá em pouco tempo.

 

CONCLUSÃO

Para Luana Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, a infraestrutura intramuros de saneamento é uma das mais importantes etapas para o desenvolvimento do saneamento básico, mas é muitas vezes negligenciada. “Precisamos de políticas públicas que também pensem esse lado do saneamento básico. Sem essa etapa não adianta o município ter oferta de água, coleta e tratamento de esgoto se isso não chega na casa do cidadão. Por impactar mais as pessoas com menor renda, como visto no estudo, sem um olhar adequado do governo para essa questão não conseguiremos universalizar de fato o saneamento até 2033”, afirma a executiva. 

Para Edson Silveira, Diretor de Relações Institucionais e Governamentais da ASFAMAS, “não basta universalizar a infraestrutura extramuros do saneamento se remanescem carências dentro das residências. Estamos falando de famílias que não têm sequer tubulação de água e esgoto, caixa d’água, pia e banheiro. Jogar luz neste problema é o primeiro passo para compreendemos e planejarmos as ações que precisaremos adotar nos próximos anos, focando a política pública e destinando subsídios e crédito para as famílias certas”. 

Para Marina Grossi, presidente do CEBDS, "é impossível pensar em desenvolvimento sustentável sem levar em consideração a universalização do saneamento, e este é um tema que requer atuação conjunta do poder público, do setor empresarial e da sociedade civil. Este estudo deixa claro que, para alcançarmos os mais de R$ 240 bilhões necessários para readequar toda a infraestrutura residencial de saneamento no Brasil, precisaremos de políticas públicas eficazes e de investimentos do setor privado, para garantir a produção dos materiais necessários e mão de obra qualificada. Trata-se de um estudo muito relevante e estamos felizes por contribuir. A agenda da universalização do saneamento é muito cara para o CEBDS e suas associadas, e tenho certeza de que os dados reunidos aqui nos ajudarão a construir importantes soluções”.

 


Instituto Trata Brasil - ITB

CEBDS

Fiesp: aumento de CSLL e JCP prejudica produção e gera incertezas

Na última sexta-feira, o governo enviou projeto ao Congresso que eleva a alíquota da CSLL em até 2 pontos percentuais, além de aumentar de 15% para 20% a alíquota do imposto de renda retido na fonte incidente nos juros sobre capital próprio (JCP) 


A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) se manifestou nesta segunda-feira, 2/9, contra a proposta do governo de subir alíquotas de impostos que recaem sobre o lucro de empresas e acionistas, alegando que a medida agravaria a já "insustentável" carga tributária, sendo prejudicial à produção e ao emprego.

A proposta em questão foi encaminhado pelo governo ao Congresso na sexta-feira, 30. Ela eleva a alíquota da CSLL em 1 ponto porcentual para empresas e em 2 pontos percentuais para instituições financeiras e aumenta de 15% para 20% a alíquota do imposto sobre a renda retido na fonte incidente sobre os juros sobre capital próprio (JCP). 

Com essas mudanças, o governo espera arrecadar R$ 20,94 bilhões em 2025. Só a elevação da CSLL, que será válida apenas para o próximo ano, responderá por um incremento de R$ 14,93 bilhões nas receitas. 

O governo pede que o texto seja apreciado com regime de urgência constitucional, o que dá prazo mais exíguo para a análise. Essas ações são necessárias para equilibrar a peça orçamentária para o próximo ano. Para os próximos anos, a estimativa de receita é de R$ 6,34 bilhões em 2026 e R$ 5,28 bilhões em 2027. 

LEIA MAIS: Quem é a CSLL na sopa de letras tributária 

No caso da CSLL, o texto prevê a elevação da alíquota de empresas de 9% para 10%. Para empresas de seguros privados e capitalização, a CSLL passará de 15% para 16%. Já as instituições financeiras terão aumento maior, passando de 20% para 22%. 

A mudança na CSLL valerá apenas ao longo de 2025 e a contribuição retomará os patamares atuais em 2026. O projeto do governo ainda estima uma arrecadação de R$ 1,35 bilhão em 2026 com a medida. 

Já a alíquota de imposto de renda retido na fonte (IRRF) do instrumento de juros sobre capital próprio passará de 15% para 20%. Com isso, o governo estima uma alta nas receitas de R$ 6,01 bilhões em 2025, R$ 4,99 bilhões em 2026 e R$ 5,28 bilhões em 2027.

 

REAÇÃO

Ao frisar que o equilíbrio das contas públicas só virá com crescimento econômico, a Fiesp aponta que a medida terá resultado "diametralmente oposto" à intenção do governo de encontrar uma solução para as contas públicas.

No sábado, 31, o presidente da Câmara, Arthur Lira, disse que será "quase impossível" a aprovação do projeto. Na nota desta segunda, a Fiesp diz que, embora confie na rejeição do Congresso a mais um aumento de imposto, as tentativas reiteradas de elevação de tributos geram incertezas nos agentes econômicos.

"Isso, por si só, já desacelera investimentos, custando caro em termos de crescimento futuro", comenta a entidade da indústria paulista, que também cobra diálogo dos poderes da República com os setores econômicos na busca por medidas que combinem equilíbrio do orçamento público com redução da carga tributária.




Estadão Conteúdo


Kaspersky revela crescimento de deepfakes e clonagem de voz em ciberataques com IA

Criminosos oferecem serviços para criar conteúdo falso e até tutoriais com dicas para uma falsificação convincente


Especialistas da Kaspersky alertam que conteúdos de deepfakes e falsificação de voz, também conhecido como deepvoice, já estão sendo usados para contornar os controles de segurança, bem como para manipular informações online e cometer outros ataques. No mercado ilegal de deepfakes, o custo do conteúdo pode variar de US$ 300 a US$ 20 mil por minuto, dependendo de sua qualidade e complexidade. Confira mais detalhes abaixo.

Embora exista benefícios de IA para determinados campos, como marcas e criadores criarem avatares de pessoas reais para produzir anúncios em vários idiomas, o uso de deepfakes para fins maliciosos prejudica outros setores, tal qual o bancário. O roubo de identidade com a ferramenta tem desempenhado um papel importante na fraude financeira, com táticas e aplicativos capazes de burlar mecanismos de verificação biométrica já utilizados por diferentes instituições. Isso permite que invasores obtenham acesso não autorizado a contas bancárias e informações confidenciais.

Os golpistas que querem comprar esse tipo de conteúdo procuram outros criminosos que consigam produzir materiais realistas, de alta qualidade e até mesmo em tempo real – já que simular movimentos, expressões faciais ou vozes de forma fluida é um desafio, pois os algoritmos devem capturar e reproduzir detalhes muito específicos. Por esse motivo, existe um mercado específico para deepfakes na Darknet, onde os vendedores desse malware oferecem serviços para criar conteúdo falso e até tutoriais com dicas de como selecionar o material de origem ou como trocar rostos e vozes para gerar uma falsificação convincente.

Para criar esse tipo de golpe, uma rede generativa pode ser treinada com fotos reais de uma pessoa, gerando inúmeras imagens convincentes para originar um vídeo. As mesmas técnicas de machine learning também podem ser utilizadas para desenvolver vozes artificiais, possibilitando a criação de conteúdo de áudio. Infelizmente, pessoas cujas amostras de voz ou vídeo estão disponíveis online, como celebridades e figuras públicas, estão mais vulneráveis a esses ataques de falsificação de identidade. Como se espera que sua evolução continue, as deepfakesforam listadas como um dos usos mais preocupantes da Inteligência Artificial.

Isabel Manjarrez, Pesquisadora de Segurança da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky, explica que a demanda por deepfakes nesse mercado é tão alta que supera a oferta existente. Portanto, em breve, é provável que haja um aumento ainda mais significativo de incidentes relacionados a conteúdo falso de alta qualidade. Isso representa um risco real para o cenário de cibersegurança cibernética uma vez que, de acordo com dados da Kaspersky, dois terços dos brasileiros (66%) não sabem o que é deepfake.

"A exposição de dados pessoais confidenciais online, como imagens de rosto ou áudio, representa um desafio significativo para proteger essas informações contra acesso não autorizado e uso malicioso para criar conteúdo falso ou se passar por outras pessoas. Isso pode causar danos materiais ou monetários, bem como um impacto psicológico e de reputação para as vítimas. Por isso, é fundamental estabelecer diretrizes e padrões claros para a criação e uso de deepfakes, garantindo transparência e responsabilidade em sua implementação. Não há necessidade de temer a IA - é uma ferramenta com grande potencial, mas cabe ao ser humano fazer uso ético dela", conclui Isabel Manjarrez.

A Kaspersky compartilha algumas características que podem ajudar a identificar uma deepfake:

  • A fonte do conteúdo e as informações que você compartilha são suspeitas. Desconfie de e-mails, mensagens de texto ou voz, chamadas, vídeos ou outras mídias que você vê ou recebe, especialmente se eles comunicarem informações estranhas ou ilógicas. Confirme em fontes oficiais de informação.
  • Os movimentos faciais e corporais são incomuns. Desconfie se as expressões no rosto ou no corpo não forem naturais, como piscar estranho ou a completa ausência dele. Verifique se as palavras correspondem aos movimentos dos lábios e se as expressões faciais são apropriadas para o contexto do vídeo.
  • As condições e a iluminação em um vídeo são inconsistentes. Desconfie se detectar anomalias no fundo do vídeo. Avalie se a iluminação do rosto corresponde ao ambiente, inconsistências na iluminação podem indicar manipulação.
  • Áudios falsos podem ter distorções de voz. Preste atenção à qualidade do som. Desconfie se você identificar um tom monótono não natural na voz, se for ininteligível ou se houver ruídos estranhos no fundo.
  • Para nos mantermos protegidos, é importante a informação. Esteja ciente da existência de deepfakes e eduque-se sobre as tecnologias de manipulação digital. Quanto mais consciente você estiver, melhor poderá detectar possíveis fraudes.
  • Use soluções como o Kaspersky Premium, que protegem contra todos os tipos de ameaças, conhecidas e desconhecidas, na navegação na Internet, tanto em computadores quanto em dispositivos móveis.

Para saber mais sobre novas ciberameaças, visite o blog da Kaspersky.



Kaspersky 
Mais informações no site.


5 motivos para conhecer o Panamá

Diego Grandi
Além do famoso canal artificial de navios, o país da América Central é um atrativo ideal para quem procura praias paradisíacas, gastronomia e compras


Ter em seu território uma via artificial de navios, ligando o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico, considerado um feito da engenharia mundial, já seria um motivo suficiente para visitar o Panamá. Acontece que esse país, ponto de conexão entre as Américas do Norte e do Sul, reserva outras inúmeras surpresas para quem o escolhe como destino. Ali, o passado e o presente se entrelaçam em paisagens incríveis e experiências únicas.

 

1 - Praias de tirar o fôlego 

Sua localização estratégica reserva um trunfo pouco conhecido por muitos: o acesso tanto ao Oceano Pacífico quanto ao Mar do Caribe. São quase 3 mil quilômetros de costa e mais de mil ilhas para explorar. Surpreendentemente, a grande maioria desses locais permanece intocada pela presença humana, já que muitos deles  continuam desabitados.

Entre as praias mais famosas, estão Veraguas e Santa Catalina. A primeira província,  no centro do país, é um destino cheio de aventuras, perfeito para quem gosta de belas praias, belezas naturais e vida selvagem. É possível, por exemplo, ver espécies de tartarugas marinhas construindo seus ninhos para o nascimento dos filhotes.

Prepare-se para mergulhar e surfar nas melhores ondas, praticar stand up paddle e pesca esportiva, e explorar a grande diversidade marinha da região, como golfinhos, tubarões e baleias.

Já Santa Catalina é a preferida entre os surfistas, que vão em busca do “The Point” por suas ondas incríveis. No local, há vários hotéis e retiros de ioga, além de opções de restaurantes, bares e passeios para aproveitar ao máximo a região.


  1. Arquipélago de San Blas

Evanto Elements


Um território ancestral dos Guna Yala, um dos sete grupos indígenas que habitam o Panamá. Este é o desafio de explorar o arquipélago de San Blas, que tem mais de 360 ilhas e promete paisagens deslumbrantes e muito bem preservadas.

Um roteiro rústico, sem chuveiros aquecidos ou internet, mas que promete uma conexão profunda com a natureza. Além disso, proporciona um contato genuíno com os povos Guna, sua cultura e culinária, em cabanas de palha e bambu, geridas pelos próprios indígenas.

Quem embarcar nesta aventura vai encontrar ilhas de águas azul-turquesa, como em El Porvenir, considerada a capital. Um povoado que oferece a melhor infraestrutura na região, com opções de hotéis simples, porém com certo conforto durante a estadia.

Vale a pena visitar a Ilha Perro (destaque para o mergulho com snorkel na Playa Chichime), assim como as ilhas Banedub (ou Fragata), Iguana, Pelicano e Robeson.


3 - Panamá City, a nova Miami

A Cidade do Panamá é conhecida como um paraíso para compras, com shoppings repletos de lojas locais e marcas internacionais. A moeda oficial é o balboa, mas o dólar americano é amplamente utilizado. A vantagem de comprar no Panamá pode depender da cotação do dólar, mas possui preços muito parecidos com Miami, destino consagrado entre os que adoram uma pechincha. 

Comparando com a cidade norte americana, o Panamá tem a vantagem de não precisar de visto para brasileiros. Comprar onde os moradores compram pode significar economia, como no Metromall e Los Pueblos, que oferecem preços atrativos, enquanto o Multiplaza exibe marcas de luxo e preços mais altos.

O Albrook Mall é outro lugar um pouco afastado da área turística, porém é uma opção com ampla variedade de lojas e um grande supermercado. Viajar nos meses de troca de coleção pode ser vantajoso, e é importante considerar um imposto adicional de 7% sobre os preços das etiquetas.


4 - Pólo gastronômico

A culinária do Panamá é repleta de sabores e texturas, oferecendo pratos saborosos que equilibram ingredientes doces e salgados, com nuances de especiarias crioulas, acompanhados por muito arroz e castanhas. Essa cozinha é conhecida por sua leveza, valor nutricional, além de sabores bem peculiares.

Na capital do país, é possível encontrar 4 polos gastronômicos imperdíveis: Casco Antiguo, San Francisco, Costa del Este e Cinta Costera. Os 3 primeiros trazem propostas modernas de comida internacional, cozinha de fusão e muito clima. A maioria das opções fica em Casco Antiguo, muito frequentado por sua vida noturna e seus telhados com vista para o horizonte da cidade.

 Do outro lado, perto da Baía do Panamá, fica a Cinta Costera, com muita comida de rua, informal, cheia de sabores típicos e afro-caribenhos.

Sabores del Chorrillo: peixe frito e patacón vendidos na porta das casas.

Mercado Del Marisco: um clássico das tardes de domingo, vende o melhor ceviche do país.

Mercado San Felipe Neri: conheça as frutas e verduras produzidas no Panamá.


5 - Canal do Panamá

E por fim, ele, o famoso marco da engenharia mundial, que liga as Américas e é um dos mais importantes elos comerciais do planeta: o canal do Panamá. Um atalho que diminuiu em cerca de 17 mil km o trajeto marítimo entre as Américas do Sul e do Norte. 

O grande atrativo do canal é sua magnitude em termos históricos e de engenharia. Como existe uma diferença de nível entre os oceanos Pacífico e Atlântico, os navios precisam passar por diversas comportas (ou eclusas) para atravessá-lo. Um trajeto que dura de 6 a 8 horas. 

Pelo Canal do Panamá passam, por ano, 15 mil navios, o que corresponde a aproximadamente 4% do comércio mundial. Uma obra que começou em 1880, pelos franceses, e concluída pelos Estados Unidos em 1914. 

A porta de entrada para o canal é o Centro de Visitantes de Miraflores, a 12 km do Centro da cidade do Panamá. Um edifício de quatro andares que proporciona uma experiência completa. Equipado com um mirante, museu, sala de cinema, restaurante e loja, o centro oferece uma visão abrangente do funcionamento do canal. Há também opções de travessias de barco, experiência que dura cerca de 9h e custa a partir de $ 145. 

 

Como ir

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Cartilha ensina a futuros vereadores como escrever um PL de Educação

Instituto Cultiva preparou seis exemplos de projetos de lei que um vereador, de qualquer cidade do País, pode utilizar para melhor a Educação em seu município. Documento gratuito pode ser baixado no site da instituição

 

O Instituto Cultiva, que há 20 anos se dedica à valorização da democracia e participação social na área da educação, acaba de lançar o “Manual do Novo Vereador”. Trata-se de uma cartilha que sugere aos futuros legisladores municipais seis Projetos de Lei voltados para a melhoria do sistema educacional em suas respectivas cidades. 

Em virtude das eleições 2024 e do número de candidatos e candidatas que disputam o pleito pela primeira vez, o manual possui desde um glossário com termos comuns no regimento interno da Câmara Municipal, passando pelas explicações de como redigir os PLs. Cada projeto sugerido vem acompanhando de uma justificativa sobre a importância daquela eventual legislação para a cidade. 

As propostas estão alinhadas aos princípios do Instituto Cultiva, que valoriza o ensino a partir da percepção da realidade concreta das famílias dos alunos, garantindo que as dinâmicas sociais e as necessidades locais sejam mantidas. Embora os Projetos de Lei estejam descritos já no formato protocolar, é importante esclarecer que o legislador deve priorizar o diálogo com a comunidade. 

“Não queremos propor modelos fixos. Cada PL deve ser adaptado de acordo com as necessidades específicas no contexto de cada município. Isso garante que as iniciativas estejam sempre alinhadas à dinâmica social e aos desafios enfrentados pelas comunidades onde serão implementadas”, afirma Rudá Ricci, presidente do Instituto Cultiva.
 

Seis Modelos – A organização explica que os seis exemplos de projetos já foram testados com resultados positivos em situações reais, como política pública educacional em estados e municípios brasileiros. O primeiro deles é o PL do Articulador Comunitário, que visa fortalecer os laços entre escolas, famílias e a comunidade local. Esse profissional vai realizar visitas periódicas às residências das famílias dos alunos matriculados na rede municipal de ensino, com o objetivo de conhecer e diagnosticar o perfil socioeconômico e cultural dos familiares, assim como elaborar relatórios e sugerir soluções para garantir o bom desempenho do aluno. 

Outro destaque é o “PL da Escola Cuidadora”, que implementa uma política de cuidado dentro das escolas municipais, promovendo o bem-estar de estudantes, professores e familiares. A proposta disponibilização profissionais de saúde em tempo integral para atendimento individual a estudantes, professores e equipe técnica, além de espaços de escuta ativa na instituição de ensino, com constante diálogo sobre o clima organizacional. 

O terceiro projeto é o Programa Cuidar de Quem Cuida, destinado a oferecer educação a domicílio para mães, avós e demais familiares encarregados do cuidado da casa e da família, que enfrentam dificuldades para frequentar as aulas presenciais da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

O documento também apresenta o PL do Grupo de Trabalho Diferenciado, PL da Gestão de Redes e o PL do Jogo do Orçamento, que incentiva a elaboração de um orçamento participativo com as crianças da escola.

“O lançamento do Manual do Novo Vereador representa um compromisso do Instituto Cultiva em fornecer ferramentas práticas e adaptáveis para que os futuros legisladores possam desempenhar seu papel de maneira efetiva, sempre considerando as particularidades de suas comunidades e incentivando o diálogo constante com a população”, diz Ademir Castellari, vice-presidente da organização. “A cartilha surge em resposta às frequentes consultas de candidatos a vereador, preocupados com as condições da educação em suas localidades”, conclui.

 Para acessar o Manuel do Novo Vereador, acesse: Link


Rebranding é a chave para manter a relevância de uma marca no mercado

Especialistas destacam a importância de identificar o momento certo para redesenhar a imagem de uma empresa


O rebranding tem se tornado uma estratégia fundamental para empresas que buscam se manter relevantes em um mercado cada vez mais competitivo. Ao redesenhar sua imagem, uma marca pode revitalizar seu posicionamento, atrair novos públicos e se adequar a mudanças no comportamento dos consumidores.

Embora exija um compromisso de grandes mudanças, o rebranding pode ser um potente mecanismo de reafirmação de seus valores. Além de deixá-los mais visíveis para o público, essa mudança também tem efeitos positivos internamente, já que ajuda a solidificar as prioridades do negócio. Estas, por sua vez, passam a integrar a cultura organizacional e podem até melhorar a autoestima da sua força de trabalho.

Ana Celina Bueno, especialista em marketing, sócia e fundadora da Acesso Comunicação, explica que o rebranding não deve ser encarado como uma simples mudança estética, mas como uma evolução estratégica. “O rebranding é mais do que mudar o logo ou as cores de uma marca. É um processo profundo que envolve entender o momento da empresa, o comportamento dos consumidores e as tendências do mercado. Esse alinhamento é essencial para que a marca continue a dialogar com seu público, por isso exige muito estudo e preparação”, aponta. 


Identificar o momento certo para o rebranding

Entender quando é a hora ideal para realizar o rebranding é um dos maiores desafios para as empresas. Mudanças no mercado, como a entrada de novos concorrentes ou a mudança nos valores dos consumidores, podem indicar a necessidade de uma nova abordagem. Além disso, crises de imagem ou a percepção de que a identidade está desatualizada são sinais de alerta que não devem ser ignorados.

Não é de hoje que marcas globais usam essas estratégias para se posicionar no mercado. A Apple abraçou o minimalismo em toda a sua linha de produtos, enquanto a Pepsi investiu US$ 1 milhão recentemente para revitalizar sua logo e posicioná-la com uma marca que usa menos açúcar. Essas apostas têm o poder de alterar a percepção dos consumidores sobre os produtos e serviços de uma empresa, independentemente de sua dominância no mercado mundial ou regional.

Rodne Torres, Diretor de Criação da Acesso Comunicação, destaca que rebrandings realizados no momento errado podem ser prejudiciais a uma marca. Por outro lado, deixar de investir em uma repaginação da identidade de uma empresa pode mandar uma mensagem negativa aos seus consumidores. “Uma marca que não acompanha as mudanças culturais e comportamentais do seu público corre o risco de se tornar irrelevante. O rebranding é uma oportunidade de se reconectar com os consumidores e reafirmar o propósito da marca. Porém, essa decisão deve ser baseada em dados e conhecimentos sólidos sobre o negócio e o cliente”, ressalta.


Desafios e considerações financeiras

Apesar dos benefícios, o rebranding traz desafios que não podem ser ignorados, especialmente no que diz respeito aos custos envolvidos. A implementação de uma nova identidade visual e verbal exige investimentos consideráveis, o que impõe um planejamento orçamentário. Afinal, este é um trabalho que vai além de atualizar a logo e aplicações, mas também é feita a revisão de como a marca fala do ponto de vista de texto, expressões e conteúdos.

Rodne Torres destaca a importância de escolher o momento adequado para esse movimento estratégico. “O rebranding deve ser planejado com cuidado para não sobrecarregar a empresa. É fundamental avaliar se a empresa tem a estrutura necessária para sustentar essa transição sem comprometer suas operações”, recomenda.

Estes cuidados necessários refletem a importância da renovação de uma marca, um movimento que pode significar uma virada de página em termos de identidade e até mesmo posicionamento no mercado. Quando feito na hora certa, o rebranding tem o potencial de revitalizar a visão do consumidor sobre uma empresa, que permanece mais viva e fresca em suas referências. E um ganho como este não tem preço.

 



Agência Acesso
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Ana Celina Bueno - especialista em marketing, assistente social e socióloga. A formação na área humanitária foi essencial para conhecer o comportamento e os movimentos do consumidor em relação às marcas e ao mercado. É sócia e fundadora da agência Acesso e Develop Live, localizada em Fortaleza, e que há 24 anos potencializa os resultados das marcas para quem trabalha com forte foco em branding como propulsor dos resultados de vendas. Também é diretora da Federação Nacional das agências de publicidade (Fenapro), diretora do Sindicato das Agências do Ceará e membro do Núcleo de Qualificação Técnica do CENP.
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Rodne Torres Vieira - Sócio Diretor de Criação e Planejamento Estratégico na Acesso Estratégia Criativa, pós-graduado em Teoria da Comunicação e da Imagem (UFC) e formado em Publicidade e Propaganda (Universidade Paulista), possuindo mais de 20 anos de experiência como publicitário. O profissional possui diversos reconhecimentos e premiações, como o Brasil Design Award e o Prêmio Nacional ABAP de Sustentabilidade. Durante sua carreira atuou em diversos segmentos do mercado, atendendo marcas como Grupo Ypióca, Grupo Edson Queiroz, Grupo Marquise, Grupo J. Macedo, Grupo M. Dias Branco, Grupo Aço Cearense, Grupo Linhares, Oi Telefonia, Mallory, Unimed Fortaleza, Unimed Teresina, Grupo ibyte, São Geraldo, Coca Cola, Audi, Mercedes Benz e Ambiental Ceará. Teve a oportunidade de desenvolver trabalhos significativos que trouxeram reconhecimentos e conquistas em diversos prêmios regionais, nacionais e internacionais.
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Motor para o desenvolvimento do país, a bioeconomia é o ativo que mantém a floresta em pé

Às vésperas das comemorações do Dia da Amazônia, a Agência Sebrae de Notícias apresenta histórias de empreendimentos que têm em seu DNA o objetivo de cuidar da floresta e das pessoas que dependem dela

 

Quarenta e dois anos de aprendizado e um “ideal diferente” colocaram o paranaense Francisco Samonek à frente de projetos que valorizam a Amazônia como uma potência socioambiental da borracha. Desde a década de 1980, quando o empreendedor chegou à região e multinacionais eram priorizadas por políticas públicas voltadas para o látex, até a realidade atual, com mais de 1.500 famílias de seringueiros trabalhando na produção de insumos para dar vida a calçados compostos por bioativos da região. Essa é a história das marcas Seringô e Jucarepa que a Agência Sebrae de Notícias apresenta nesta xxxxx-feira (XX), para marcar o Dia da Amazônia, celebrado em 5 de setembro.

“Nós não vamos ter condições de manter a floresta preservada se não tivermos o seringueiro morando lá, andando no meio da mata para colher a borracha todo dia e zelando por esse ambiente”, assegura Samonek. O empresário é também fundador do Polo Probio, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que, desde 1998, desenvolve projetos como a Seringô e promove as potencialidades da bioeconomia na Amazônia, aliando desenvolvimento comunitário, inovação e cultura.

Do Paraná para o Acre, do Acre para o Pará, no meio do caminho, aprendizados com Chico Mendes e com os povos da floresta, tudo por um objetivo maior. “O nosso propósito é ajudar as famílias que estão na Amazônia que estão hoje totalmente invisíveis à sociedade”, afirma Samonek. Ele conta que sua trajetória teve marcos importantes a cada dez anos, sendo o último deles a participação no Inova Amazônia, iniciativa do Sebrae.

A instituição finalizou em agosto o segundo ciclo do programa, com um total de mais de dois mil empreendedores inscritos. “Nós pré-aceleramos 660 ideias, desenvolvemos 409 empresas e tivemos mais de 850 projetos e 580 bolsistas nesses dois ciclos”, informa o analista de inovação do Sebrae, Thyago Gatto. A Seringô foi uma das empresas selecionadas para o Módulo Tração do Inova Amazônia, “um banho de capacitação”, como define o analista.

“Nós estamos hoje trabalhando a rastreabilidade do produto. É uma exigência do mercado europeu que os produtos não sejam de áreas desmatadas, que mantenham a floresta em pé”, conta Samonek. Ele adianta que está desenvolvendo, em parceria com uma startup da Suíça, a rastreabilidade da borracha e do calçado. “Nós queremos catalogar tudo, e isso já é um resultado do Inova Amazônia”, salienta.

A iniciativa do Sebrae também contempla pessoas físicas, pesquisadores ou empreendedores que estão com alguma ideia nova, que ainda não saiu do papel, no Módulo Ideação. “A gente desenvolve essas ideias e tenta, ao final do ciclo, fazer com que se tornem efetivamente empresas”, comenta Thyago. Em ambos os módulos, o conceito é o mesmo: capacitação coletiva, mentorias individuais e conexão com o mercado.

Feitos basicamente com borracha e caroço do açaí, os tênis e chinelos “flip flop” da Seringô são 100% sustentáveis. Segundo Samonek, mesmo as grandes marcas produzem poucas coisas realmente sustentáveis. Por isso, sua expectativa é, também, influenciar o mercado. “O nosso produto tem um diferencial: ele provém de fontes renováveis, que são as fibras vegetais, como o caroço do açaí, que além disso vem de um resíduo, de um subproduto”, diz.

“A bioeconomia será o grande motor de desenvolvimento. O Brasil tem um potencial muito grande, não só na Amazônia, mas em todos os biomas, de geração de produtos e serviços a partir de insumos da natureza. E o objetivo do Sebrae é fortalecer essa economia, gerar, desenvolver negócios, produtos e serviços com maior valor agregado para, com essa geração de riqueza, promover o desenvolvimento econômico e social e reduzir o desmatamento, mostrando que a floresta em pé vale muito mais do que deitada”, avalia Thyago Gatto.


A baunilha brasileira

Outro exemplo de negócio que alia a bioeconomia com o comprometimento social é a marca Jucarepa, que “pivotou”, ou seja, mudou de direção, em 2023, e hoje desenvolve insumos para a indústria alimentícia a partir das sementes do cumaru. Comercializada há mais de um século, principalmente para a indústria de cosméticos, a semente amazônica também é conhecida como a baunilha brasileira.

“Nossa ideia de inovação foi sair, ser disruptivo dessa indústria de cosméticos e ir para a indústria alimentícia. A partir de testes laboratoriais, de biotecnologia, começamos a fazer insumos para o uso específico da área de alimentos”, conta Juliana Carepa, fundadora da marca, que começou a trabalhar com o insumo quando ainda era confeiteira.

“Hoje, a gente trabalha com um caramelo de cumaru, que é o que a gente chama de produto de apresentação e chega ao consumidor final por meio de revenda para pequenos mercados, conveniências, lojas de produtos naturais. Mas o nosso maior foco é a semente desidratada, o cumaru em pó, e o extrato, que a gente vem desenvolvendo”, explica.

Segundo a empreendedora, para fazer seus produtos, ela compra a semente in natura de comunidades extrativistas. “A maior parte do cumaru é exportada in natura, que é como a Amazônia faz e sempre fez, com a maioria dos nossos insumos. Então, a nossa ideia já tem como primeiro ponto essa lógica e praticar um preço justo”, explica.

Juliana ainda destaca os desafios que a pequena empresa enfrenta com custos laboratoriais e questões regulatórias. “Não existe regulamentação de extrato de cumaru ainda no Brasil, então a gente entraria como pioneiro, e tudo que é pioneiro é mais difícil ainda”. Ela relata que é um desafio extra o fato de que o cumaru é um bioativo natural ainda desconhecido.

“Seja pela necessidade de um aporte financeiro para conseguir testes laboratoriais, conseguir inserção de biotecnologia, até mesmo discussões regulatórias; os nossos órgãos não conhecem todos os bioativos dentro de uma floresta”, ressalta.

Além disso, Juliana é crítica ao modelo que ainda impera no país, que ela chama de “exportador de commodities”. “As pequenas e médias empresas da Amazônia precisam existir para que continuem dando suporte para que a Amazônia se estruture e possa crescer a partir da Amazônia, pela Amazônia, para a Amazônia e, aí sim, para o mundo”, comenta. “A gente nunca pode esquecer que floresta em pé quer dizer pessoas em pé. Para mim, esse discurso de ‘abraçar a árvore’ não pode estar dissociado de ‘abraçar as pessoas’”, conclui a empreendedora.

 

BOLETIM DAS RODOVIAS

Rodovias concedidas apresentam pontos de lentidão e congestionamento, nesta quarta-feira


A ARTESP - Agência de Transporte do Estado de São Paulo informa as condições de tráfego nas principais rodovias que dão acesso ao litoral paulista e ao interior do Estado de São Paulo na manhã desta quarta-feira (4). 

 

Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI)

Operação 5x5 - Na rodovia Anchieta (SP-150), sentido capital, o tráfego está interditado entre o km 56 e o km 40 devido a uma operação especial de trânsito, há tráfego intenso nas pistas expressa e marginal entre o km 13 e o km 10 causado por excesso de veículos. Entre o km 20 e o km  17 o tráfego está congestionado. Sentido litoral há congestionamento do km 64 ao km 65. Na Rodovia dos Imigrantes (SP-160), o congestionamento segue no sentido capital do km 20 ao km 14, sentido litoral o tráfego é normal.

 

Sistema Anhanguera-Bandeirantes

A Rodovia Anhanguera (SP-330), sentido capital, apresenta congestionamento do km 61 ao km 60 e lentidão do km 14 ao km 11+360, 112 ao km 104. No sentido interior, há congestionamento do km 60 ao km 61 e do km 95 ao km 98. Já na Rodovia dos Bandeirantes (SP-348), sentido capital, o tráfego está congestionado do km 18 ao km 13+360, sentido interior o tráfego é normal.

 

Sistema Castello Branco-Raposo Tavares

Na Rodovia Raposo Tavares (SP-270), há lentidão no sentido capital do km 95 ao km 92, no sentido interior o tráfego é normal. Já a Rodovia Castello Branco (SP-280), apresenta congestionamento do km 30 ao km 24 e lentidão do km 18 ao km 13+700, no sentido interior há congestionamento do km 22 ao km 23 por excesso de veículos. 

 

Rodovia Ayrton Senna/Carvalho Pinto

Na rodovia Ayrton Senna/Carvalho Pinto, sentido capital, o tráfego está congestionado nas pistas expressa e marginal, entre o km 23 e o km 17, devido ao excesso de veículos.

 

Rodovia dos Tamoios

Tráfego normal, sem congestionamento.


terça-feira, 3 de setembro de 2024

6 Principais Motivos de Que Você Vive Cansado e Não Faz Ideia

Você já se perguntou por que está sempre cansado? Descubra as seis principais causas e como recuperar sua energia
 

Cansaço constante é uma queixa comum em nossa sociedade moderna, onde a rotina agitada, a má alimentação e o estresse parecem ser a norma. No entanto, a sensação de esgotamento diário não deve ser encarada como algo inevitável. De fato, existem várias causas para a fadiga que, uma vez identificadas, podem ser tratadas para restaurar sua energia e qualidade de vida. O médico Dr. Ronan Araujo, endocrinologista e nutrólogo, te explica seis razões principais que podem estar drenando sua vitalidade e o que você pode fazer para reverter esse quadro.
 

1. falta de vitamina D: o sol pode ser a chave para mais energia

A vitamina D, muitas vezes chamada de "vitamina do sol", desempenha um papel crucial em várias funções corporais, incluindo a saúde óssea, imunológica e muscular. No entanto, uma deficiência dessa vitamina essencial tem sido cada vez mais associada à fadiga crônica. 

Pesquisas mostram que baixos níveis de vitamina D estão fortemente correlacionados com a sensação de cansaço e baixa energia. Um estudo publicado no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism revelou que a suplementação de vitamina D em indivíduos deficientes resultou em melhorias significativas nos níveis de energia e bem-estar geral.
 

Como resolver? A exposição regular ao sol é uma das melhores maneiras de aumentar os níveis de vitamina D, mas em muitas regiões e durante certas épocas do ano, isso pode ser difícil. Além disso, alimentos como peixes gordurosos, ovos e laticínios fortificados são boas fontes de vitamina D. Em casos de deficiência confirmada, a suplementação e reposição sob orientação médica pode ser necessária para restaurar os níveis adequados e combater a fadiga.
 

2. Hormônios desregulados: o impacto do desequilíbrio hormonal

Os hormônios são os mensageiros químicos do corpo, responsáveis por regular processos como metabolismo, humor e energia. Quando há um desequilíbrio hormonal, como no caso do hipotireoidismo, menopausa ou síndrome de Cushing, o cansaço pode ser um sintoma predominante e debilitante. 

Estudos indicam que o desequilíbrio hormonal pode afetar negativamente a produção de energia nas células, particularmente na função mitocondrial, que é essencial para a produção de ATP (a principal molécula de energia do corpo). Por exemplo, no hipotireoidismo, a produção insuficiente de hormônios da tireoide resulta em metabolismo lento, ganho de peso e fadiga persistente.
 

Como resolver? Se você suspeita que seus hormônios estão desregulados, o primeiro passo é procurar um endocrinologista. Testes laboratoriais específicos podem identificar problemas como níveis baixos de hormônios da tireoide ou desequilíbrios nos níveis de estrogênio e progesterona. O tratamento pode incluir medicamentos para restaurar o equilíbrio hormonal e reposição hormonal para melhorar os níveis de energia.


3. Baixa absorção de nutrientes: quando comer bem não é suficiente

Você está comendo de forma saudável, mas ainda se sente cansado? O problema pode estar na absorção de nutrientes. Mesmo com uma dieta equilibrada, condições como síndrome do intestino irritável, doença celíaca e infecções gastrointestinais podem prejudicar a absorção de vitaminas e minerais essenciais, como ferro, vitamina B12 e magnésio. 

“A má absorção de nutrientes pode levar a deficiências que resultam em fadiga. Por exemplo, a deficiência de ferro pode causar anemia, uma condição caracterizada por cansaço extremo e fraqueza. Da mesma forma, a deficiência de vitamina B12 pode levar a neuropatia e fadiga, enquanto a falta de magnésio pode afetar a função muscular e nervosa.”. Destaca o Dr. Ronan Araujo.
 

Como resolver: Para garantir que você está absorvendo adequadamente os nutrientes, considere fazer exames de sangue para monitorar seus níveis de vitaminas e minerais. Se uma deficiência for identificada, o tratamento pode incluir suplementação e ajustes na dieta. Além disso, melhorar a saúde intestinal com uma dieta rica em fibras, probióticos e alimentos fermentados pode ajudar a melhorar a absorção de nutrientes.
 

4. Mau gerenciamento de pensamentos: quando a mente é o maior vilão

A mente é uma poderosa fonte de energia, mas também pode ser a maior causa de seu esgotamento. Pensamentos negativos, estresse crônico e ansiedade não apenas drenam a energia mental, mas também têm impactos físicos, levando à exaustão completa. 

O estresse crônico ativa o sistema nervoso simpático e aumenta a produção de cortisol, o hormônio do estresse. Embora o cortisol seja necessário para funções de curto prazo, a exposição prolongada a altos níveis desse hormônio pode resultar em cansaço, problemas de sono e até mesmo depressão.
 

Como resolver: Gerenciar pensamentos negativos e reduzir o estresse é crucial para recuperar a energia. Práticas como mindfulness, meditação e terapia cognitivo-comportamental (TCC) podem ajudar a reprogramar a mente para focar no positivo e aliviar o estresse. Além disso, incorporar exercícios de respiração e atividades como ioga em sua rotina diária pode promover um estado mental mais calmo e energizado.
 

5. Privação de sono: a importância de uma noite bem dormida

Não é segredo que o sono é essencial para a recuperação física e mental. No entanto, muitas pessoas subestimam a importância de uma boa noite de sono, resultando em cansaço constante. A privação de sono, seja por insônia, apneia do sono ou uma rotina inadequada, afeta todas as áreas da vida. 

A privação de sono está associada a uma série de problemas de saúde, incluindo comprometimento cognitivo, baixa imunidade e aumento do risco de doenças crônicas. A falta de sono adequado impede o corpo de realizar reparações essenciais, resultando em fadiga persistente.
 

Como resolver: Para melhorar a qualidade do sono, crie uma rotina de sono regular, indo para a cama e acordando no mesmo horário todos os dias. Evite o uso de eletrônicos antes de dormir, e crie um ambiente propício ao sono, com temperatura adequada e pouca iluminação. Se a apneia do sono for um problema, procure um diagnóstico médico e tratamento adequado, como o uso de CPAP (Continuous Positive Airway Pressure).
 

6. Sedentarismo: o paradoxo da inatividade

Pode parecer contraditório, mas a falta de atividade física pode levar ao cansaço. O corpo humano é projetado para se mover, e a inatividade prolongada pode resultar em um ciclo de baixa energia e fadiga. 

Estudos mostram que o exercício regular, mesmo em níveis moderados, pode aumentar significativamente os níveis de energia. O exercício melhora a circulação, aumenta a capacidade cardiovascular e libera endorfinas, que são hormônios responsáveis pela sensação de bem-estar.
 

Como resolver: Para combater o sedentarismo e aumentar sua energia, é recomendado incluir pelo menos 30 minutos de atividade física moderada na sua rotina diária. Isso pode incluir caminhadas, ciclismo, natação ou qualquer outra atividade que você goste. O importante é manter o corpo em movimento para estimular a produção de energia e melhorar a saúde geral. 

O cansaço constante pode ter diversas causas, muitas das quais estão interligadas. Ao identificar e tratar os fatores subjacentes, você pode restaurar sua energia e qualidade de vida. 

“Se você está lutando contra a fadiga persistente, considere agendar uma consulta com um profissional de saúde, para uma avaliação completa. Com um plano personalizado, é possível identificar as causas específicas do seu cansaço e trabalhar para uma vida mais enérgica e plena.”. Conclui o Dr. Ronan Araujo.


Dr. Ronan Araujo: CRM – 197142 - Formado em medicina pela Universidade Cidade de São Paulo, médico especializado em nutrologia pela ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia). Com foco em causar impacto e mudar a vida das pessoas através de sua profissão, ele também se tornou membro da ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica), que o leva a ser atualmente um dos médicos que mais conhece e entrega resultados quando falamos sobre emagrecimento e reposição hormonal.



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