Pesquisar no Blog

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Sarcoma pode surgir em qualquer parte do corpo?

Especialista em oncologia pediátrica responde dúvidas e reforça orientações sobre diagnóstico e tratamento


Doença rara em crianças e adolescentes, os sarcomas representam 6-7% dos tumores malignos pediátricos e, na grande maioria dos casos, possuem causa desconhecida. Especialista da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE), a Dra. Sima Ferman é coordenadora do Grupo Cooperativo de Rabdomiossarcoma RMS 2005 (EpSSG) e responde dúvidas sobre o tema. 

Antes de abordar alguns dos mitos e verdades a respeito da doença, a médica explica que os sarcomas de partes moles em crianças e adolescentes representam um grupo heterogêneo de malignidades que se originam da célula mesenquimal indiferenciada - isso significa que elas podem se desenvolver em qualquer tipo de célula madura. 

O espectro de tipos de sarcomas é amplo: a célula embrionária tem capacidade de maturar nos componentes dos tecidos conjuntivos, ou seja, tecidos de conexão, que são compostos de grande quantidade de matriz extracelular, células e fibras, a exemplo do músculo, tecido adiposo, tendão, ligamentos, cartilagem, vasos linfáticos e sanguíneos. 

A especialista reforça que, para maior chance de cura e qualidade de vida, é fundamental que os pacientes com sarcomas sejam diagnosticados e tratados em centros especializados com equipe multidisciplinar especializada em oncologia pediátrica e em sarcomas. “O acompanhamento a longo prazo é importante para detectar recidivas ou efeitos tardios relacionados ao tratamento”, afirma. 

Segundo a Dra. Sima Ferman, o tratamento de sarcomas de partes moles é complexo e desafiador. “Nos últimos anos, no entanto, houve muito progresso no diagnóstico e terapia, que depende do subtipo histopatológico e pode variar desde monitorização, cirurgia isolada ou associada a tratamento sistêmico e/ou local. O prognóstico depende do tipo de sarcoma, da localização, do tamanho do tumor, se havia metástase no diagnóstico e da resposta ao tratamento”, explica.
 


Mito ou verdade?
 

O sarcoma é uma doença hereditária em todos os casos? MITO

Em cerca de 10% dos casos, eles estão associados a uma doença genética constitucional subjacente. Nestas situações, é importante o aconselhamento genético para que as famílias possam ser acompanhadas e rastreadas.
 

O sarcoma pode aparecer em qualquer parte do corpo? VERDADE

A apresentação clínica é, na maioria das vezes, com o surgimento de uma massa indolor que pode aparecer em qualquer parte do corpo. Pode ser difícil de distinguir das muitas outras etiologias mais comuns de massas de tecidos moles em crianças (malformações, infecciosas, tumores benignos).
Algumas vezes, os sintomas surgem pela compressão do tumor em estruturas vizinhas, levando à dor e disfunção de órgãos, como problemas respiratórios, digestivos ou dificuldade de movimentação.

Devido à raridade da doença, o diagnóstico pode ser difícil de ser realizado no início, gerando atrasos que podem interferir com o resultado do tratamento.
 

Existe apenas um tipo da doença? MITO

Aproximadamente metade dos sarcomas são rabdomiossarcomas, que surgem das células que desenvolvem os músculos estriados da musculatura esquelética. A outra metade é representada por uma variedade de tipos com características biológicas e prognósticos muito variáveis, chamados em conjunto de sarcomas não rabdomiossarcomas.
 


SOBOPE 




Recidiva em câncer de intestino, cirurgião digestivo explica


Depois de Preta Gil anunciar que entrou em remissão do câncer no intestino, tratado em 2023, a cantora gravou um vídeo na rede social para contar que a a doença voltou em quatro lugares diferentes: dois linfonodos, no peritônio – com uma metástase, e no ureter – com um nódulo. O cirurgião do aparelho digestivo Dr. Rodrigo Barbosa, da capital paulista, explica que a recidiva do câncer, ou seja, o retorno da doença após um período de remissão, pode ocorrer em diversos tipos de câncer, e infelizmente é algo relativamente comum. “A recidiva pode acontecer devido a células cancerígenas que não foram completamente eliminadas durante o tratamento inicial, ou devido ao surgimento de novas células cancerígenas que se desenvolveram a partir de mutações genéticas”, fala. 

O especialista conta que a metástase é um processo em que as células cancerígenas se espalham para outras partes do corpo, formando novos tumores. “Isso pode ocorrer através da corrente sanguínea, do sistema linfático ou por invasão direta de tecidos próximos. A metástase é uma das principais razões pelas quais o câncer se torna mais difícil de tratar e pode levar a um prognóstico mais grave”, diz. 

No caso da cantora Preta Gil, o médico fala que a presença de metástases em linfonodos, peritônio e ureter indica que as células cancerígenas se espalharam para além do local original do câncer no intestino. “O tratamento para a recidiva do câncer pode envolver uma combinação de cirurgia, radioterapia e terapias-alvo, dependendo do tipo e estágio do câncer, por isso, ele diz que é importante ressaltar a importância do acompanhamento médico regular após o tratamento do câncer, para que assim possa detectar precocemente qualquer sinal de recidiva”, diz. 

Dados estatísticos indicam que a taxa de recidiva varia de acordo com o tipo de câncer. Por exemplo, o câncer de mama tem uma taxa de recidiva de cerca de 20% nos primeiros 5 anos após o tratamento, enquanto o câncer de pulmão tem uma taxa de recidiva mais alta, chegando a 50% em alguns casos. “É importante que cada paciente seja acompanhado por uma equipe médica especializada para determinar o melhor plano de tratamento e monitoramento. Além disso, manter um estilo de vida saudável, evitar o tabagismo, praticar atividade física regularmente e manter uma alimentação balanceada podem ajudar a reduzir o risco de recidiva do câncer”, finaliza o especialista.
 

Dr Rodrigo Barbosa - Cirurgião Digestivo sub-especializado em Cirurgia Bariátrica e Coloproctologia do corpo clínico dos hospitais Sírio Libanês e Nove de Julho. CEO do Instituto Medicina em Foco e coordenador do Canal ‘Medicina em Foco’ no Youtube Link


O impacto do tabagismo na saúde bucal

A luta contra o fumo continua neste dia 29 de agosto

 

A crença de que os danos causados pelo tabagismo demoram anos para se manifestar é um mito. Os efeitos nocivos do uso de produtos à base de tabaco podem ser observados logo no início do hábito. Com isso em mente, o Dia da Luta contra o Fumo, celebrado em 29 de agosto, destaca a importância de conscientizar a população sobre os riscos associados ao tabagismo, incluindo os danos à saúde bucal.

Uma das primeiras consequências do tabagismo é a halitose, ou mau hálito. Segundo Cláudia Gobor, especialista no tratamento de halitose, tanto o cigarro eletrônico quanto o cigarro tradicional prejudicam a saúde bucal. "Ambos causam um aquecimento na cavidade oral, levando à descamação da mucosa e gengivas, resultando em alteração de hálito", explica.

Além do mau hálito, o tabagismo também contribui para a aparência desagradável dos dentes, causando manchas e amarelamento. A redução da quantidade de saliva, um efeito indireto do fumo, dificulta a autolimpeza da boca e favorece o acúmulo de bactérias.

Mesmo para os fumantes, manter uma rotina rigorosa de higiene bucal é essencial. Gobor destaca a importância de escovar os dentes, usar fio dental e higienizar a língua. "O fumo reduz a produção de saliva e a torna mais viscosa, o que, além de desconfortável, diminui a autolimpeza da boca e facilita a proliferação de bactérias", afirma a especialista.

O tabagismo está intimamente ligado ao desenvolvimento de doenças periodontais, como gengivite e periodontite. A gengivite é a inflamação das gengivas, frequentemente agravada pelo tabaco, que compromete a saúde das gengivas e contribui para o mau hálito. A periodontite é uma condição mais grave, caracterizada pela inflamação dos tecidos ao redor dos dentes, incluindo ossos e ligamentos.

"Fumantes têm uma resposta imunológica comprometida, o que dificulta o combate às bactérias causadoras da periodontite. O tabagismo também diminui o fluxo sanguíneo para as gengivas, prejudicando a regeneração dos tecidos e agravando a inflamação. À medida que a periodontite progride, formam-se bolsas profundas entre os dentes e as gengivas, criando um ambiente propício para a proliferação de bactérias anaeróbias que liberam compostos responsáveis pelo mau hálito", diz Cláudia Gobor.

Outro efeito do tabagismo é a redução do fluxo sanguíneo para as gengivas, facilitando o acúmulo de placa bacteriana, uma mistura de bactérias, restos de alimentos e saliva. Em fumantes, essa placa é mais difícil de ser removida apenas com escovação e uso de fio dental. As bactérias na placa liberam compostos sulfurados voláteis, conhecidos por seu odor desagradável, contribuindo significativamente para o mau hálito.

O hábito de fumar também afeta negativamente as capacidades sensoriais. As substâncias químicas presentes no cigarro danificam as células responsáveis pelo olfato e paladar, resultando na diminuição da sensibilidade a aromas e sabores. Fumantes frequentes relatam uma redução na capacidade de identificar sabores, o que compromete a experiência alimentar.

A má circulação sanguínea causada pelo cigarro intensifica esses problemas, prejudicando a entrega de nutrientes e oxigênio às células sensoriais, exacerbando a perda de olfato e paladar ao longo do tempo.

Os danos causados pelo tabagismo à saúde bucal são amplos e imediatos, variando desde o desenvolvimento de halitose até doenças periodontais graves. A conscientização sobre esses efeitos e a adoção de práticas para reduzir ou cessar o tabagismo são essenciais para promover uma saúde bucal melhor e uma vida mais saudável.

 

Bom hálito Curitiba
Dra. Cláudia C. Gobor - Cirurgiã Dentista especialista pelo MEC no tratamento da Halitose. Ex-Presidente e atual Diretora Executiva da Associação Brasileira de Halitose
https://www.bomhalitocuritiba.com.br/
(41) 3022-3131 | (41) 99977-7087
@bomhalitocuritiba

Otorrino alerta sobre doenças infantis no inverno

Do resfriado à pneumonia, médica conta quais são os indícios de que é preciso buscar ajuda médica

 

Com os dias mais frios e o ar mais seco, a tendência é buscarmos cada vez mais ambientes fechados e aconchegantes. O grande problema é que esse tipo de ambiente é propício para a propagação de diferentes doenças típicas da estação. Dra. Maura Neves Otorrino da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial - ABORL-CCF explica que as crianças, mais vulneráveis, são as mais acometidas por doenças como: 

  • Asma: caracterizada por espasmo da musculatura dos brônquios, que causa dificuldade de respirar, chiado e aperto no peito, respiração curta e rápida. Os sintomas pioram de noite e nas primeiras horas da manhã ou em resposta à prática de exercícios físicos, à exposição a alérgenos, à poluição ambiental e às mudanças climáticas. Desta maneira, a asma é causada por fatores alérgicos ou irritativos na via respiratória. 
  • Bronquiolite: infecção viral dos bronquíolos, que tem início do quadro com leve resfriado, que progride após 2 a 3 dias com chiado no peito, tosse, fadiga respiratória, cianose e febre. A infecção apresenta graus variáveis de gravidade: de leve a severa, necessitando de internação em UTI. O principal causador é o vírus sincicial respiratório. 
  • Resfriado: coriza, espirros, obstrução nasal, dor de garganta, tosse e rouquidão são os sintomas da doença, que é causada por vírus. Duração de 3 a 7 dias. 
  • Gripe: os sintomas dos resfriados são acompanhados de febre e são causados por vírus. Duração de 3 a 7 dias. 
  • Pneumonia: infecção bacteriana ou viral no pulmão. Causa tosse, falta de ar, dor torácica e febre. Pode ocorrer tosse com expectoração. 
  • Sinusite: infecção viral ou bacteriana dos seios da face. Causa sempre obstrução nasal e secreção amarelada (critérios diagnósticos maiores). Alguns pacientes podem apresentar dor de cabeça, dor nos dentes superiores, tosse e febre. 
  • Rinite: causa alérgica ou irritativa. Os sintomas são obstrução nasal, coriza clara, espirros e coceira (nariz, céu da boca, olhos, ouvidos). 
  • Otite: infecção bacteriana da orelha média. Causa dor de ouvido, altercação auditiva e febre. Em alguns pacientes pode ocorrer ruptura timpânica com saída de secreção. 

E quando a criança sofre com algum dos problemas acima, os pais entram em desespero. A médica orienta os pais sobre como agir.

 

Quando se deve procurar um médico? 

Dra. Maura: Sugiro sempre procurar um profissional nos quadros infecciosos. Quadros alérgicos, já orientados em consulta, podem iniciar tratamento em casa. Caso ocorra agravamento ou prolongamento dos sintomas, além de presença de algum sinal não habitual, o paciente deve ser avaliado novamente.

 

Por que as doenças respiratórias são tão frequentes durante o inverno? 

Dra. Maura: Nessa estação ocorrem condições climáticas (seco e frio) que favorecem a proliferação de vírus. Além disso, há tendência das pessoas buscarem aglomerações ou mesmo locais fechados, o que favorece a transmissão desses agentes infecciosos - por contato interpessoal – mãos e partículas de secreções.

 

Elas sempre começam com alguma coriza, tosse ou espirro e febre? 

Dra. Maura: Os quadros respiratórios de via aérea alta se iniciam desta maneira na maioria das vezes. A febre é frequente em quadros infecciosos e não está presente em quadros alérgicos. Coriza, tosse e espirro não ocorrem nas otites.

 

Tem como cuidar da criança em casa (tratamentos e cuidados caseiros, nada de automedicação)? 

Dra. Maura: Há cuidados gerais, como boa alimentação, lavar as mãos com água e sabão, além de lavagem nasal com solução salina que devem ser feitos de maneira rotineira para prevenção. A lavagem nasal pode ser intensificada no início dos sintomas dos quadros de via aérea alta para alivio sintomático.

 

Por que a automedicação pode ser perigosa? 

Dra. Maura: O uso de medicações sem prescrição médica pode: causar efeitos colaterais ao uso da mesma; mascarar sintomas da infecção atual; medicamento pode ser usado sem necessidade (por não ser indicado no quadro).

 

Quando é necessária a visita ao pediatra? 

Dra. Maura: O pediatra deve ser visitado de rotina para acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança e nos episódios de doenças agudas.

 

Existe alguma faixa etária em que essas doenças podem ser mais preocupantes? Qual e por quê? Como agir nesses casos? 

Dra. Maura: Crianças abaixo de 2 meses devem ser avaliadas de imediato. No geral, quanto menor a criança maior a potencial gravidade da infecção. Nestes casos um médico deve ser consultado.

 

Existe alguma idade em que é mais comum que as crianças fiquem doentes? Por quê? 

Dra. Maura: Teoricamente, crianças entre 2 e 4 anos apresentam de 8 a 11 episódios de infecção viral ao ano. Isto decorre da imaturidade do sistema imunológico associado ao início de atividades sociais (escola etc). Atualmente, o ingresso precoce nas escolas facilitou o aumento da frequência destas infecções.

 

Verdade que crianças com alguma doença crônica ou alergia (como rinite ou asma) estão mais suscetíveis às doenças? 

Dra. Maura: A presença de alergia ou doença crônica causa uma redução nas defesas do sistema respiratório. Isto facilita a entrada de um agente infeccioso.

 

É possível passar a temporada sem pegar nenhuma das doenças? Como? 

Dra. Maura: SIM! Devem-se manter as vacinas em dia, alimentação saudável com aporte de legumes e frutas in natura, realizar o repouso com horas de sono adequadas, prática de exercícios físicos. Além disso, evitar aglomerações, lavar as mãos com frequência e realizar lavagem nasal ao menos duas vezes ao dia.

 

A vacina faz toda a diferença, mas nem todas as famílias têm seguido à risca as vacinações das crianças. Qual a sua recomendação? 

Dra. Maura: A recomendação é vacinar-se. Em todas as faixas etárias há vacinas que devem ser recebidas: crianças, adolescentes, adultos e idosos. Sugiro atenção ao calendário vacinal dos postos de saúde. As vacinas são disponibilizadas gratuitamente no Brasil e são seguras. Quem se vacina ajuda a sua própria saúde (evitando infecções) e a do próximo (ao diminuir a transmissão de doenças). Casos de câncer, hepatite etc. ou gravidez devem ser avaliados individualmente. Nas crianças, atenção à idade: cada vacina tem indicação em uma determinada faixa etária.

 

Quais as suas dicas de modo geral para fugir das doenças de outono, inverno? 

Dra. Maura: Manter as vacinas em dia, alimentação saudável com aporte de legumes e frutas in natura, realizar o repouso com horas de sono adequadas, prática de exercícios físicos. Além disso, evitar aglomerações, lavar as mãos com frequência e realizar lavagem nasal ao menos duas vezes ao dia.

 

Dra. Maura Neves – Otorrinolaringologista; Formação: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP; Residência médica em Otorrinolaringologia no Hospital das Clinicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP; Fellowship em Cirurgia Endoscópica Nasal no Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP; Título de especialista pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial - ABORL-CCF; Doutorado pelo Departamento de Otorrinolaringologia do Hospital das Clinicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP.


Frio: saiba tudo sobre nebulização infantil

 Otorrino pediátrica detalha indicações, cuidados e melhores práticas para o uso de nebulizadores em crianças

 

O inverno chegou, as crianças brasileiras já começam a apresentar resfriados, gripes e quadros alérgicos típicos desta época do ano. Muitas vezes, o melhor caminho para aliviar os pequenos é através da nebulização, método que a Dra. Roberta Pilla, médica otorrinolaringologista pediátrica da ABORL-CCF (Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial), explica a seguir. 

"A nebulização consiste em receber uma solução – soro ou medicamento – por meio da inalação do vapor gerado pelo nebulizador. Esse equipamento faz com que soluções se transformem em uma nuvem de partículas muito finas, chamadas aerossóis, que são inalados diretamente para o interior dos pulmões através de uma máscara", resume a especialista, acrescentando tratar-se de um meio muito eficaz e seguro para tratar alguns distúrbios respiratórios. 

Dentre as questões respiratórias para as quais Dra. Roberta recomenda a nebulização estão os problemas de vias aéreas que incluem quadros inflamatórios e infecciosos, como asma, traqueíte, bronquite e bronquiolite, bronquiectasia, fibrose cística e pneumonia. "Já os processos de via aérea superior, como laringite, faringite e rinite podem ter indicação em quadros específicos", afirma. 

Além de ser uma via de administração de medicamentos, o processo de nebulização, segundo a otorrino, favorece o alívio do paciente, já que esses quadros respiratórios incomodam tanto, principalmente as crianças. Assim, a nebulização também umidifica a via aérea, deixa as secreções mais fluidas, gerando mais conforto.

 

Quais os tipos de nebulizadores disponíveis? 

Dra. Roberta Pilla informa que há 3 tipos principais de nebulizadores: ultrassônico, de ar comprimido e rede vibratória. Considerando o uso domiciliar, a especialista recomenda preferir o nebulizador de rede vibratória, por ser mais prático e funcional. "Este modelo proporciona o conforto de realizar a inalação em qualquer lugar e sem sobra de resíduo. Os modelos são portáteis, silenciosos, leves e de fácil transporte, além de serem indicados para nebulização de soluções e suspensões", opina.

 

Como fazer a nebulização em crianças de forma correta? 

A otorrino pediatra recomenda como primeira medida fundamental que a criança seja apresentada ao método. "Importante sempre apresentar e explicar o que será feito para a criança. Mostre o funcionamento de forma lúdica, para tentar evitar qualquer dificuldade no momento da nebulização", aconselha. 

Em relação ao uso do nebulizador, Dra. Roberta orienta que se prepare o dispositivo previamente, com o soro fisiológico ou outra medicação prescrita pelo médico. "Depois disso, ligue o aparelho e posicione a máscara cobrindo o nariz e a boca, de maneira que a criança respire o ar da névoa produzida e mantenha respirações normais até o término da névoa", explica. 

A posição ideal da criança é sentada, segundo a Dra. Roberta, aproveitando para também realizar uma manobra nas costas, a fim de ajudar na mobilização da secreção. "Para isso, use a mão em forma de concha, para dar leves batidinhas nas costas da criança", detalha. Caso não seja possível que a criança permaneça sentada, a médica avisa que pode-se fazer o processo na posição deitada, dormindo, com a máscara bem próxima ao rosto. “Quando ela estiver dormindo, basta aproximar o inalador do nariz, mantendo durante o período necessário bem próximo à face, sem grandes áreas de escape", aconselha.

 

Prescrição médica e outros cuidados 

Dra. Roberta enfatiza que a avaliação e a indicação da nebulização devem ser sempre recomendadas por um médico. "Uma vez que a prescrição tenha origem profissional, o processo é seguro e eficaz", assinala a otorrino. Caso não haja orientação para uso de medicamentos no nebulizador, Dra. Roberta ensina que deve-se usar apenas soro fisiológico (0,9%) estéril, prestando atenção na conservação desse líquido, que não deve ser estocado por longos períodos. 

Ela acrescenta como dica final a importância de sempre manter a higienização do nebulizador após cada uso, esvaziando o líquido restante, e depois limpar e secar o aparelho, o reservatório e a máscara.

 

Dra. Roberta Pilla - Otorrinolaringologia Geral Adulto e Infantil; Laringologia e Voz; Distúrbios da Deglutição; Via Aérea Pediátrica, Médica Graduada pela PUCRS- Porto Alegre/ Rio Grande do Sul (2003). Pesquisa Laboratorial em Cirurgia Cardíaca na Universidade da Pensilvania – Philadelphia/USA (2004). Título de Especialista em Otorrinolaringologia pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (2009). Mestrado em Cirurgia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS- Porto Alegre/RS) (2012-2016). Membro da Diretoria da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial (ABORLCCF) (2016). Membro do Comitê de Educação Médica Continuada da ABORLCCF (2017-2022)

 

Dia do Gamer: saiba como proteger os olhos sem perder nenhum lance durante os games

Pessoas devem ficar atentas ao número de piscadas por minuto para não desenvolver a Síndrome do Olho Seco
 

Cada dia mais, os videogames vêm ganhando a atenção da população, e se engana quem pensa que apenas crianças e adolescentes estão jogando. Segundo dados da Pesquisa Game Brasil 2024, cerca de 74% dos brasileiros têm o hábito de jogar algum videogame. Durante os anos de pandemia, o número chegou a 74,5% e a prática é considerada uma das melhores formas de diversão atualmente. 

Entretanto, o uso prolongado das telas também pode causar danos aos olhos. É comum que as pessoas passem mais de três horas jogando, e sem as pausas necessárias têm a chance de desenvolver diversos problemas de visão. De acordo com a Dra. Samantha de Albuquerque, médica oftalmologista e consultora da HOYA Vision Care, empresa japonesa que produz lentes para óculos de alta tecnologia desenvolvidas para correção de problemas da visão, o ideal é não passar mais de 5 horas por semana jogando. 

“O vício nos videogames já é considerado uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e essa nova geração tem passado muito mais tempo em telas do que as anteriores. É importante ficar atento com a quantidade de piscadas que a pessoa dá, incentivando a lubrificação natural dos olhos. Com o ressecamento, a pessoa pode sofrer de vermelhidão, irritação, ardência e a secura”, afirma a especialista. 

Como os videogames exigem muita atenção e menos piscadas, isso pode desencadear a Síndrome do Olho Seco, além de úlceras na córnea e feridas na conjuntiva. A falta de lubrificação nos olhos também contribui com a facilidade de contrair infecções oculares. Outro problema grave é o avanço ou surgimento da miopia. Segundo pesquisas, estima-se que até 2050 a miopia pode atingir até 50% da população mundial. 

“É recomendado que a pessoa pisque entre 10 e 20 vezes por minuto, ajudando os olhos a criar uma película protetora e evitando problemas graves. As lágrimas são responsáveis por nutrir, lubrificar e limpar a superfície ocular. A luz azul emitida pelos dispositivos, em excesso, prejudica a retina e pode intensificar problemas de saúde já existentes. Em alguns casos é possível utilizar lágrimas artificiais indicadas por oftalmologistas para tratar o ressecamento.”, explica. 

Os jogadores devem sempre manter uma hidratação adequada e passar em consultas oftalmológicas com frequência para que consiga diagnosticar precocemente qualquer problema. Pessoas com miopia não devem deixar os óculos de lado para jogar, assim como buscar óculos específicos para gamers, que protegem a visão da luz azul emitida pelas telas.

  

Hoya Vision Care
Saiba mais em Link


Dia Nacional de Combate ao Fumo – Levantamento do Observatório de Oncologia mostra que 86% dos pacientes com câncer de pulmão fumam ou são ex-tabagistas

Dados revelam, ainda, o diagnóstico tardio em mais de 90% dos casos atendidos no SUS

 

O Observatório de Oncologia, uma iniciativa do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer, analisou dados abertos do Ministério da Saúde sobre o atendimento aos pacientes com câncer de pulmão no Sistema Único de Saúde, entre 2019 e 2023. Os números revelam o diagnóstico tardio na grande maioria dos casos e o impacto do tabagismo no desenvolvimento da doença. 

O recorte avaliou os casos de tumores pulmonares não pequenas células, que são os mais incidentes no país. Foram analisados dados de 83 mil pacientes que fizeram tratamento com quimioterapia e radioterapia no SUS. Destes, a maioria é composta por homens, brancos, na faixa etária entre 60 e 69 anos.

 

Incidência, fatores de risco e problemas no diagnóstico

O câncer de pulmão, segundo as estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), é o terceiro mais comum em homens e o quarto em mulheres no Brasil, sem contar o câncer de pele não melanoma. Cerca de 32 mil novos casos da doença devem ser registrados no país, em 2024. 

De acordo com o INCA, “em cerca de 85% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de tabaco”. Essa informação é comprovada pela análise dos dados de atendimento aos pacientes com tumores pulmonares no SUS. O levantamento do Observatório de Oncologia aponta que 86% destes pacientes eram tabagistas ou ex-tabagistas, comprovando os riscos do consumo dos derivados do tabaco. 

Por isso, as ações de conscientização no Dia Nacional de Combate ao Fumo, em 29 de agosto, são fundamentais para estimular a cessação do tabagismo, como forma de evitar o desenvolvimento de diversas doenças graves, como o tumor de pulmão. 

A pesquisa traz, ainda, outro dado alarmante: mais de 91 % dos diagnósticos foram feitos em estadiamentos avançados (II e IV), o que leva a tratamentos mais complexos e piores prognósticos. Cerca de 18 % das internações para o tratamento do câncer de pulmão utilizaram as Unidades de Terapia Intensiva e 26 % destas internações terminaram em óbito, um índice bastante elevado. 

“Os dados mostram que o diagnóstico tardio impacta no prognóstico, leva a um número maior de internações para os pacientes com câncer de pulmão atendidos pelo SUS, um cenário que limita o sucesso do tratamento e onera ainda mais o sistema de saúde”, avalia a médica sanitarista Catherine Moura, líder do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer. 

 O câncer de pulmão é uma doença que, muitas vezes, não apresenta sintomas em seus estágios iniciais, fator que dificulta o diagnóstico precoce. 

Não há recomendação de rastreamento para a população geral, mas protocolos recentes indicam a realização de uma tomografia de baixa dose de radiação em grandes fumantes (um maço por dia por 20 anos), com mais de 50 anos de idade.

Segundo os dados coletados pelo Observatório de Oncologia, os pacientes com câncer de pulmão demoram 29 dias para terem a confirmação do diagnóstico e 53 dias até o início do tratamento, na média nacional respeitando os prazos previsto em lei. O Estado de São Paulo agrega mais de 22% dos pacientes e o Rio Grande do Sul, cerca de 13%, mostrando, também, uma incidência maior da doença no Sul e Sudeste do país.


Feridas na boca: quando se atentar?

Dra. Monica, professora do curso de Odontologia da Faculdade Anhanguera Vila Mariana explica as principais causas  

 

A presença de feridas na boca pode causar preocupação e desconforto. Desde pequenas alterações benignas até sinais de problemas mais sérios, é essencial saber quando essas lesões devem ser motivo de atenção. 

Monica Lotufo, professora do curso de Odontologia da Faculdade Anhanguera Vila Mariana, explica que as feridas na boca podem ter várias causas. Entre as mais comuns estão as feridas, herpes, fibromas e cistos. “Aftas são pequenas úlceras que aparecem no interior da boca e causam dor, mas geralmente desaparecem em uma a duas semanas. Os fibromas, pequenos nódulos benignos que podem se formar devido a irritações crônicas como mordidas frequentes na bochecha, também são comuns. Embora inofensivos, devem ser monitorados para garantir que não haja alterações. Cistos, sacos cheios de fluido, podem ser encontrados no interior da boca e, embora muitos sejam inofensivos, alguns podem necessitar de remoção se causarem desconforto ou houver suspeitas de problemas mais graves”, afirma. 

No entanto, é fundamental estar atento a sinais que podem indicar condições mais sérias. Lesão que mudam de cor, textura ou tamanho, que não cicatriza dentro de duas semanas ou que são acompanhadas por dor intensa, dificuldade para engolir ou sangramento, devem ser avaliadas por um profissional. 

A Dra. destaca a importância de consultar um dentista se qualquer lesão na boca persistir ou causar preocupação, para garantir que não haja problemas subjacentes mais graves. “Manter uma boa higiene oral, evitar o uso de cigarro e realizar consultas regulares ao dentista, pode ajudar a prevenir o aparecimento de lesões na boca. No entanto, se surgirem, é essencial observar a evolução e procurar orientação do dentista estomatologista quando necessário. A maioria das condições pode ser tratada de forma eficaz com o acompanhamento adequado, assegurando a saúde e o bem-estar da cavidade bucal”, finaliza. 


Parar de fumar: um processo de paciência e perseverança

 

 

A história do tabagismo e sua ascensão é longa e bem complexa. Algumas décadas atrás, éramos bombardeados com inúmeras propagandas, com belas paisagens e pessoas bonitas, incentivando o uso de cigarros. Minimizava-se os riscos, e era comum familiares/amigos fumantes desconhecerem os malefícios e incentivarem a prática. A pressão”, as influências ou a aceitação social eram os principais fatores que favoreciam o início de um hábito viciante e letal. Hoje, muitos que começam, especialmente os mais jovens, são atraídos por  novidades como o  cigarro eletrônico e aqueles com sabores.

 

Por ser um vício silencioso, muitas vezes se desenvolve de forma gradual e progressiva. No início, é comum a justificativa de se fumar ocasionalmente mas, com o tempo, o consumo aumenta sem se perceber o nível de dependência até decidir, voluntariamente ou não, pela supressão. Mesmo associado a uma série de problemas de saúde, incluindo doenças cardiovasculares, câncer de pulmão, doenças respiratórias e vários outros problemas, muitos utilizam o tabaco como um mecanismo de enfrentamento, para lidar com estresse, ansiedade, depressão ou regulação do humor. Pois sentem que, embora temporariamente, o ato de fumar tende a melhorar o seu estado de ânimo e proporcionar a sensação de prazer e recompensa, e com isso reforça o  desejo contínuo de repetir o comportamento, tornando o indivíduo cada vez mais dependente da mesma sensação (elevação da dopamina).

 

Há ainda comportamentos associados a situações específicas, como fumar após as refeições, café, sexo, em meio à interação social, pausa no trabalho, o que pode ser definido como um hábito ritualizado. Com o tempo, esse hábito pode gerar uma dependência psicológica. À medida que o uso do fumo se torna um abono diário, cria-se um ciclo de comportamento em que fumar não é apenas um desejo físico, mas também uma necessidade emocional e comportamental.

 

Mesmo que se torne um ato ritualizado, alterar ou interromper o hábito pode ser particularmente desafiador, mas nunca impossível. Então, escolha um dia específico para parar de fumar e comprometa-se a não adiar. Identifique os momentos e situações que desencadeiam o desejo de fumar e desenvolva estratégias para lidar com esses gatilhos sem recorrer ao cigarro.

 

Substitua o ato de fumar por atividades saudáveis, como: caminhadas e corridas, natação, ciclismo, meditação, leitura; passar tempo com amigos e familiares pode melhorar o humor e reduzir o estresse; ou até mesmo participar de atividades de voluntariado, dedicar-se à jardinagem, à música ou a aprender técnicas de relaxamento, que ajudam a desviar a mente do desejo de fumar.

 

Informe seus amigos, familiares e colegas sobre sua decisão de parar de fumar. O apoio de pessoas próximas pode fornecer motivação e encorajamento. Se necessário, busque suporte especializado, como terapia comportamental, que ajuda a reconfigurar o sistema de recompensa do cérebro e auxiliar na superação de vícios e comportamentos compulsivos. Outra estratégia é participar de grupos de apoio ou programas de cessação do tabagismo, para ajudar na transição e criar novos comportamentos.

 

Atualmente, com informações do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional de Câncer, a Fundação João Paulo II oferece acolhimento/orientação psicológica e encaminhamento ao PRAD (Programa de recuperação Alcoolicos e Drogadictos) àqueles que se sentem confortáveis para discutir suas intenções de parar de fumar e buscar apoio sem medo de estigmatização ou discriminação. Além de realizar campanhas internas de conscientização sobre os riscos do tabagismo e os benefícios da cessação por meio de palestras e eventos de saúde.

 

Abandonar o consumo de cigarro é um processo que exige paciência e perseverança, porém traz como recompensa a preservação ou melhora da saúde física e mental, além da  longevidade. 

 

Kelli Aparecida da Silva Pontes - psicóloga e pós-graduada em saúde mental. Atua como psicóloga clínica e organizacional na Fundação João Paulo II.


7 Fatos sobre Esclerose Múltipla que você precisa saber

A esclerose múltipla (EM) é uma doença que compromete o sistema nervoso central e atinge principalmente adultos jovens [1]. Caracterizada por surtos e remissões, ela apresenta uma ampla gama de sintomas que impactam significativamente a qualidade de vida dos pacientes [2]. Abaixo, foram destacadas as 10 principais informações que todos devem saber sobre a EM, desde sua incidência até opções de tratamento e desafios enfrentados pelos pacientes. 

1.          No Brasil, cerca de 40 mil pessoas vivem com Esclerose Múltipla [3]

Estima-se que aproximadamente 40 mil pessoas vivam com EM no Brasil, com uma prevalência média de 8,69 casos por 100.000 habitantes – podendo chegar a 27,2/100 mil na região sul. A maioria dos diagnósticos ocorre entre os 20 e 50 anos, embora a doença possa afetar pessoas de qualquer idade. Pessoas brancas e do sexo feminino apresentam maior probabilidade de serem diagnosticadas com EM. A maior incidência é observada nas regiões sul do país [2]. 

2.          Sintomas comuns incluem fadiga, alterações na fala, transtornos visuais e fraqueza muscular [3]

A Esclerose Múltipla pode manifestar-se de várias formas no sistema nervoso central, resultando em sintomas neurológicos diversos. Entre os sintomas mais frequentes estão neurite óptica, diplopia, paresia ou alterações sensitivas e motoras de membros. Os pacientes podem experienciar ainda disfunções de coordenação e equilíbrio, dor neuropática, espasticidade, fadiga, disfunções esfincterianas e cognitivo-comportamentais [2]. 

A doença é caracterizada por surtos agudos de novos sintomas ou intensificação dos existentes, seguidos por períodos de remissão parcial ou total. Esses surtos podem variar em intensidade e frequência entre os indivíduos, com a progressão da doença sendo altamente variável [2]. 

3.          Diagnóstico da EM envolve exames clínicos detalhados e de imagem [2]

O diagnóstico da EM é complexo e baseia-se em exames clínicos detalhados - documentação de dois ou mais episódios sintomáticos, que devem durar mais de 24 horas e ocorrer de forma distinta, separados por período de no mínimo um mês – além de exames de imagem como ressonância magnética e análise do líquido cefalorraquidiano [2]. 

4.          Medicamentos e suporte multidisciplinar controlam frequência e intensidade dos surtos e ampliam qualidade de vida

Embora ainda não haja cura, os tratamentos aprovados para a doença visam a melhora clínica e aumento da capacidade funcional ao reduzir a ocorrência dos surtos ao longo dos anos, em face da diminuição da atividade inflamatória [3}. O tratamento pode envolver o trabalho conjunto de neurologista, enfermeiros, psicólogo, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta e fonoaudiólogo, conforme as necessidades de reabilitação de cada paciente [2]. 

5.          Pacientes de esclerose múltipla precisam atentar à qualidade da saúde mental 

Transtornos do humor, como depressão e ansiedade, são frequentes em pacientes com esclerose múltipla (EM) e muitas vezes são desencadeados ou exacerbados pela dificuldade em enfrentar a doença. A depressão, por exemplo, afeta entre 36% e 54% dos pacientes e está correlacionada com piora na qualidade de vida, perda de dias de trabalho, redução na adesão ao tratamento e aumento do risco cumulativo de suicídio. Além disso, o funcionamento cognitivo, que envolve memória, concentração, raciocínio e julgamento, também pode ser comprometido [3}. 

6.          Suporte e informação podem contribuir para os desafios de viver com EM

Organizações como a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla - ABEM desempenham papeis de destaque ao oferecerem suporte emocional, informação e advocacy para pacientes e familiares. Elas ajudam a ampliar a conscientização sobre a esclerose múltipla, promovendo melhores condições de vida para os afetados pela doença [4]. 

7.          Ferramentas tecnológicas têm o potencial de amparar a rotina de pacientes e familiares que convivem com esclerose múltipla

Soluções digitais, como o aplicativo Cleo podem contribuir na orientação e organização da rotina. A plataforma gratuita apresenta conteúdo para ajudar pacientes que convivem com EM, fornecendo informações gerais sobre a doença, aconselhamento sobre dietas, bem-estar, exercícios e possíveis sintomas. Desenvolvida pela Biogen, a plataforma contou com uma equipe de elaboração formada por mais de 30 neurologistas e enfermeiros e mais de 100 pacientes [5]. 

A Esclerose Múltipla é uma condição complexa que requer uma abordagem multidisciplinar para seu manejo eficaz. Com o apoio adequado, incluindo diagnóstico precoce, tratamento específico e suporte contínuo, os pacientes podem enfrentar os desafios impostos pela doença e manter uma boa qualidade de vida [3].  

 

Biogen
www.br.biogen.com
Facebook, LinkedIn, X, YouTube


Dia Nacional de Combate ao Fumo: especialista do H.Olhos alerta para riscos do tabaco para a saúde ocular

https://br.freepik.com/
Fumar aumenta a chance de diversas doenças, entre elas a catarata, degeneração macular relacionada à idade e glaucoma


O Dia Nacional de Combate ao Fumo, lembrado em 29 de agosto, busca mobilizar e conscientizar a população sobre os riscos do uso do cigarro para a saúde. O tabaco contribui para o desenvolvimento de diversas doenças e pode afetar seriamente a saúde ocular. O narguile e os cigarros eletrônicos, os chamados vapes, elevam ainda mais os riscos de danos à saúde, pois facilitam a inalação das substâncias tóxicas por períodos mais longos, o que também pode tornar o usuário mais dependente que o cigarro comum.

O uso do tabaco, e até mesmo o fumo passivo, aumenta as chances de a pessoa desenvolver catarata e degeneração macular relacionada à idade, a DMRI, como aponta um estudo assinado pela Organização Mundial da Saúde, a OMS, em parceria com a Agência Internacional para Prevenção da Cegueira e a Universidade de Newscastle. 

O oftalmologista Pedro Antônio Nogueira Filho, chefe do Pronto Socorro do H.Olhos Paulista, do Grupo Vision One, alerta que “o hábito de fumar ainda pode contribuir para o desenvolvimento do glaucoma, doença causada pelo aumento da pressão intraocular. Outra consequência pode ser a proptose ou exoftalmia, termo usado para descrever os olhos salientes causados pela Doença de Graves, um distúrbio que ocorre pela hiperatividade da glândula tireóide (hipertireoidismo)”. 

“Além disso, os fumantes têm um risco maior de apresentar queda da pálpebra, problema geralmente caracterizado como estético, mas que é responsável pela diminuição do campo visual, ardência e lacrimejamento constante. Olhos secos, irritados são outras consequências comuns da fumaça do cigarro nos olhos”, explica o oftalmologista. 

“Para garantir a saúde dos olhos e prevenir as doenças oculares é fundamental consultar um oftalmologista regularmente e, se a pessoa for fumante, uma medida extremamente importante é deixar de fazer uso do tabaco. Os benefícios para o organismo são quase imediatos e se refletem na saúde em geral e na aparência”, afirma o Dr. Pedro.


Referência
1 - Link


Posts mais acessados