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terça-feira, 3 de outubro de 2023

Outubro Rosa: Prevenção, Saúde Mental e Autoestima no Combate ao Câncer de Mama

A campanha e movimento internacional Outubro Rosa, criado no início da década de 1990 pela Fundação Susan G. Komen for the Cure, tem como objetivo alertar a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. O movimento conhecido como "Outubro Rosa" é realizado em todo o mundo e desempenha um papel crucial na luta contra a doença que afeta milhões de mulheres.

Segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o que mais acomete mulheres em todo o mundo, ocupando a primeira posição no quesito mortalidade feminina. A estatística é válida tanto para países em desenvolvimento, quanto para os países desenvolvidos. Ainda de acordo com o INCA, são previstos 74 mil novos casos de câncer de mama até o ano de 2025. Em 2020, foram 2,3 milhões de novos casos em todo o mundo. No Brasil, foram mais de 66 mil novos casos da doença.

Estudos realizados pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) mostram o crescimento de aproximadamente 26% nos casos de câncer de mama em estágios mais avançados da doença. Os dados foram publicados no International Journal Public Health (IJPH) com base em estatísticas do Data SUS, do Ministério da Saúde. Segundo os dados, houve redução significativa na realização de mamografias pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde a pandemia da COVID-19.

Realizar exames médicos periódicos é de extrema importância, visto que muitas comorbidades iniciam de forma silenciosa, como pressão alta, diabetes, colesterol alto e problemas cardíacos. Com o câncer de mama não é diferente: quanto mais cedo descoberto, mais rapidamente o tratamento inicia e, consequentemente, aumentam-se as chances de cura da doença. Em geral, quando se sente algo incomum no corpo é porque o problema de saúde pode estar avançado, dificultando o tratamento e, assim, o controle ou cura da doença.

A mamografia é uma ferramenta fundamental na prevenção e detecção precoce do câncer de mama e desempenha um papel crucial na redução da mortalidade pela doença. O exame é capaz de identificar pequenas alterações nos tecidos mamários antes mesmo de um nódulo ser palpável. Segundo a Dra. Priscilla Alencar, ginecologista (Escola de Saúde Pública - Ceará), a mamografia é o exame mais recomendado para o rastreio do câncer de mama e que é importante destacar que a realização anual da mamografia não vai impedir o surgimento do Câncer de mama, mas vai proporcionar o diagnóstico e o tratamento precoces e, assim, aumentará as chances de cura. A médica alerta ainda que mulheres com risco usual para o desenvolvimento do câncer de mama devem iniciar o rastreamento, ou seja, realizar a primeira mamografia, a partir dos 40 anos. Já aquelas mulheres com alto risco para desenvolvimento do câncer de mama, parentes de primeiro grau que tiveram esse tipo de câncer, devem iniciar o rastreamento antes dos 40 anos.

Outubro Rosa também destaca a necessidade de cuidar da saúde mental e da autoestima das mulheres que enfrentam a doença e também após a retirada das mamas. “A remoção das mamas causa uma mudança drástica na aparência física das mulheres. Isso pode fazer com que muitas se sintam desconfortáveis com seu novo corpo e com a perda de uma parte significativa de sua identidade feminina”, esclarece o psicólogo André Carneiro, especialista em terapia Cognitivo Comportamental (TCC).

Adaptar-se à vida após a cirurgia de retirada das mamas é um desafio que requer tempo. Além do desconforto com a aparência, podem surgir: crises de ansiedade, pânico, prejuízo na vida sexual e social. De acordo com o psicólogo André Carneiro, aceitar e  abraçar as mudanças são atitudes essenciais para dar um início positivo ao novo ciclo de vida após vencer a doença. O especialista salienta que cada mulher é única no que diz respeito a atitudes pós câncer. “Não existe uma receita específica para recuperar a autoestima após o desgaste físico e emocional causado pelo câncer. Cada mulher reage de uma forma e é importante respeitar as individualidades, o tempo e as necessidades de cada uma”, completa o psicólogo.

Por isso, a terapia com um profissional de saúde mental é fundamental para lidar com as emoções e preocupações associadas à mastectomia. Algumas mulheres optam por não realizar cirurgias estéticas pós retirada das mamas e outras preferem recorrer a procedimentos em busca da reconstrução dos seios.

Assim, a cirurgia de reconstrução mamária desempenha um papel significativo na recuperação emocional e na autoestima das mulheres após o tratamento do câncer de mama. Ela permite que as pacientes restaurem a aparência física e recuperem a autoestima. Isso não apenas ajuda na recuperação psicológica, mas também na reintegração social e no restabelecimento da confiança.

“Mulheres que não tiveram perda das mamas procuram a cirurgia de aumento mamário com próteses para melhorar o tamanho, forma ou simetria das mamas. Por outro lado, aquelas que tiveram uma mastectomia e optam pela reconstrução mamária geralmente passam por um processo mais complexo, envolvendo a criação de um novo seio usando implantes ou tecido autólogo, como retalhos de pele e gordura”, explica o cirurgião plástico Ricardo Cavalcanti, professor e chefe da Divisão de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e membro da Sociedade Brasileira e Americana de Cirurgia Plástica.

O pré e pós-operatório para mulheres que passaram por mastectomia podem ser mais minuciosos em comparação a cirurgias estéticas. Antes da cirurgia de reconstrução, é importante discutir opções, expectativas e considerar o estado de saúde geral da paciente. “O pós-operatório envolve um período de recuperação mais longo e pode exigir múltiplas etapas cirúrgicas, como expansores de tecido antes da colocação do implante definitivo. Também é fundamental o acompanhamento médico contínuo para monitorar a saúde das mamas reconstruídas e proporcionar suporte emocional durante o processo”, esclarece o médico professor Dr. Ricardo Cavalcanti.

 

Como funciona a mamografia:

A mamografia é um exame de imagem que tem como objetivo detectar precocemente alterações na mama, especialmente o câncer de mama. Ela funciona por meio de raios-x de baixa dose que são usados para criar imagens projetadas das estruturas internas das mamas. A mulher posiciona-se de frente para a máquina e coloca a mama entre as duas partes chamadas mamógrafos, que registra o raio-x. É essencial que a paciente fique imóvel e segure a respiração durante alguns segundos para que as imagens saiam nítidas e com qualidade. O recomendado é que a paciente faça o exame entre o 10º e 15º dia após o início da data da menstruação. 

Mais informações sobre prevenção, sintomas e tratamento do Câncer de Mama pelo https://www.gov.br/inca/pt-br

  

Renata Maia - Mestre em Administração de Empresas - Ênfase em Marketing. Especialista em Assessoria de Comunicação. Jornalista


Cerca de 60% dos brasileiros sofrem de algum grau de somatização

 

Para ser considerado somatizador, o paciente tem que apresentar mais de três sintomas, de sistemas orgânicos diferentes, por mais de dois anos

 

Em 10 de outubro é celebrado o Dia Mundial da Saúde Mental. Um dos aspectos que têm chamado atenção é a importância de buscar equilíbrio entre a saúde física e mental. 

Segundo a psiquiatra Danielle H. Admoni, supervisora na residência da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM), para haver este equilíbrio, é essencial entender que não existe uma divisão entre mente e corpo; ambos são interdependentes e correlacionados. “No transtorno de somatização, um fenômeno contemporâneo, o psíquico influencia o lado biológico, enquanto o sofrimento físico afeta a mente”. 

Exemplo disso são os crescentes casos de pessoas com queixas de dores, mal-estar e sintomas persistentes, cujos exames clínicos e de imagem não apresentam qualquer alteração. “Por exclusão de causas orgânicas, são comorbidades que costumam ter origem emocional”, diz Admoni. 

Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), realizado em 15 países, incluindo o Brasil, apontou que uma média de 50% das pessoas que procuram atendimento médico são submetidas a exames clínicos e de imagem, mas não apresentam uma doença física constatável, reconhecível e catalogável pela Classificação Internacional de Doenças (CID). Só no Brasil, a média de pessoas que sofrem de algum grau de transtorno de somatização chega a 60%.

 

Como o transtorno se manifesta

Segundo Monica Machado, psicóloga e fundadora da Clínica Ame.C, quando a sobrecarga física ou emocional é muito grande, há um desequilíbrio no funcionamento do organismo. 

Um levantamento da StarCheck (da Healthtech Starbem) mostrou que 48,59% dos brasileiros que realizaram exames nos últimos seis meses apresentaram níveis de estresse elevado. 

Um dos responsáveis pelo processo da somatização é o cortisol, um hormônio neurotransmissor que, em níveis equilibrados, exerce importantes funções orgânicas, como regular o metabolismo, o sistema cardiovascular, a imunidade, o humor e a resistência à dor. Também auxilia no controle da energia do corpo, para ser usada em momentos considerados como ameaça ao indivíduo. 

Entretanto, segundo Claudia Chang, doutora e pós-doutora em Endocrinologia e Metabologia pela USP, quando uma pessoa está sob forte estresse ou ansiedade, o cérebro entende que se trata de uma situação de alerta ou perigo, e ocorre uma hiperestimulação de produção do cortisol no organismo. 

“Ou seja, há uma maior liberação do hormônio na corrente sanguínea, fazendo com que seus níveis fiquem acima do normal e comprometam o desempenho de várias funções, incluindo o humor e a imunidade”. 

“Como resposta, o indivíduo fica mais vulnerável emocionalmente e suscetível a doenças e sintomas somáticos, que podem incluir desde dores de cabeça a palpitações”, diz Claudia Chang, que é membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

 

O que define um paciente somatizador

“Como não é possível separar mente e corpo, o ideal é que os profissionais de diferentes especialidades comecem a olhar para cada paciente de uma forma holística, integral, avaliando a pessoa como um todo”, reflete a psicóloga Monica Machado, que também é pós-graduada em Psicanálise e Saúde Mental pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein. 

De acordo com as diretrizes diagnósticas do CID, para ser considerado somatizador, o paciente tem que apresentar mais de três sintomas, de sistemas orgânicos diferentes, por mais de dois anos:

 

- Dolorosos: dor de cabeça, dor nas costas ou dor articular.

 

- Gastrointestinais: náusea, diarreia ou vômito.

 

- Cardiorrespiratórios: falta de ar, palpitação ou aperto no peito.

 

- Neurológicos: lapsos de memória, visão embaçada/turva ou dificuldade de raciocínio.

 

- Sexuais/Reprodutivos: baixa libido, dores na relação sexual ou alterações no ciclo menstrual. 

 

A psiquiatra conta que, além da recusa de aceitar que não há explicação física para seus sintomas, a pessoa com o transtorno costuma ter uma preocupação desproporcional ao que sente. 

“As queixas também resultam no comprometimento social, familiar e profissional, além de afetar outros aspectos da vida”, completa Admoni, especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).

 

Gatilhos da somatização

Diariamente, somos afetados por um turbilhão de emoções e pensamentos de todos os tipos. “É claro que, como seres humanos, é difícil manter uma ‘linha reta’ quando o assunto são nossos conflitos mentais, pontua Monica Machado. 

Segundo as especialistas, estar sob forte pressão no trabalho, ter passado por um rompimento amoroso abrupto, pela perda de um ente querido ou estar com problemas financeiros, são situações típicas que podem levar o indivíduo a uma condição de estresse, ansiedade e tristeza tão grave que se torna inevitável o desequilíbrio emocional e orgânico. 

Danielle Admoni, que também é especialista em Infância e Adolescência, relata que, na criança, é comum que as emoções sejam manifestadas fisicamente. “Isso ocorre porque, na primeira fase da vida, há uma maior dificuldade em nomear a dor psíquica. Cabe aos pais prestarem atenção no comportamento dos filhos e saber identificar se há algo de errado”.

 

O que fazer para evitar ou tratar o transtorno de somatização

Se não houver tratamento, o transtorno gera um ciclo vicioso: mente afeta o corpo e vice-versa. 

Monica explica que o tratamento da somatização é multidisciplinar, envolvendo a participação de médicos, psicólogos e psiquiatras. “O objetivo é ajudar o paciente a entender a relação entre seus sintomas físicos e sua saúde mental, e a desenvolver mecanismos de enfrentamento para lidar com o estresse e as emoções negativas”.

 

Tratamento médico: é importante para descartar qualquer condição médica subjacente que possa estar causando os sintomas. Os médicos podem realizar exames físicos, solicitar exames laboratoriais e de imagem.

 

Tratamento psicológico: é essencial para ajudar o paciente a entender a relação entre seus sintomas físicos e sua saúde mental. Segundo a psicóloga, a terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma abordagem eficaz para o tratamento da somatização. “A TCC ajuda o paciente a identificar e mudar os pensamentos e comportamentos que contribuem para os sintomas”, complementa Monica Machado.

 

Tratamento psiquiátrico: em alguns casos, ele pode ser necessário. Conforme a especialista da ABP, os medicamentos antidepressivos e ansiolíticos podem ajudar a reduzir os sintomas associados de ansiedade e depressão.

 

Cuidar da saúde mental é fundamental para o autoconhecimento e para entender os alertas que o corpo emite. Em momentos conturbados, estes sinais aparecem constantemente e nunca devem ser negligenciados. Daí a importância de procurar ajuda de um médico especializado ao menor sinal de que algo não vai bem”, finaliza Danielle Admoni.


Carregar bolsa pesada e aumento da temperatura corporal podem ser algumas das causas das urticárias crônicas induzidas

 

As urticárias crônicas induzidas acontecem quando as reações na pele são provocadas por estímulos específicos. Pode ser pelo frio, pela água e outras causas, e estão presentes em 20% a 30% dos adultos com urticária crônica. As crianças também podem presentar a urticária crônica induzida, sendo mais comuns o dermografismo e a urticária colinérgica.


                  Urticária ao frio e aquagênica estão entre elas

 

 

Os especialistas do Departamento Científico de Urticária da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) listam abaixo as principais causas da urticária crônica induzida:

 

Dermografismo: É a mais frequente das urticárias induzidas em todas as faixas etárias. A palavra dermografismo significa dermo (pele) e grafismo (escrita), significa “escrever na pele”, ou seja, é possível, com um objeto de ponta romba, escrever letras ou sinais na pele de uma pessoa. Caracteriza-se pelo surgimento da urtica ou vergão linear acompanhado de intensa coceira nos locais de fricção da pele, desaparecendo sem deixar marcas. Um exemplo clássico é a lesão que surge na pele após carregar uma bolsa pesada ou uso de uma roupa muito justa no corpo.

 

Urticária ao frio: Afeta mais os adultos jovens e caracteriza-se pelo aparecimento de urticas após a exposição da pele ao frio (ar, líquidos ou objetos frios). As lesões surgem minutos após o contato com o frio e geralmente são limitadas às áreas que foram expostas, mas se este contato for extenso (após mergulho em água fria, consumo de bebidas geladas), a reação pode ser generalizada e acompanhada de sintomas como dor de cabeça, falta de ar, queda súbita de pressão, perda de consciência e até mesmo morte.

 

Urticária colinérgica: Desencadeada pelo aumento da temperatura corporal durante atividades cotidianas como exercícios físicos, banhos quentes, suor e consumo de alimentos quentes e bebidas alcoólicas. Não raramente aparece em pacientes após exposição ao sol, ou mesmo emoções intensas, pelo mesmo mecanismo de aumento da temperatura corporal.

 

Urticária ao calor: Presença de coceira e vermelhidão restrita a pele exposta ao calor, após 2 a 15 minutos da exposição, e podem durar por 1 a 3 horas. Pode ocorrer sensação de queimação local. Se a exposição for extensa, podem manifestar sintomas de enjoo, vômitos, cansaço e falta de ar. É uma forma rara.

 

Urticária de pressão tardia (UPT): Caracteriza pelo aparecimento de urticas e/ou angioedema após um estímulo de pressão estática (parada) sobre a pele. Pode ocorrer de forma imediata (em alguns minutos) ou tardia, entre 4 e 24 horas. Vários estímulos podem levar ao surgimento da UPT, como ficar de pé por longo período, caminhar longas distâncias, uso de roupas muito apertadas, ou o simples ato de ficar sentado muito tempo em uma superfície dura.

 

Urticária solar: As urticas aparecem rapidamente após exposição da pele à luz solar. Alguns pacientes podem apresentar dor de cabeça, enjoos, vômitos e até mesmo anafilaxia. Na maioria dos casos é benigna.

 

Urticária/angioedema vibratório: Surgimento de coceira, urticas ou inchaço após exposição à estímulos vibratórios como cavalgar, uso de britadeiras, tocar instrumentos musicais (guitarras), pilotar motocicleta, dentre outros.

 

Urticária aquagênica: Desencadeada por contato com água em qualquer temperatura. A lesão surge em até 15 minutos após a exposição e duram no máximo 1 hora. É uma condição rara.

 

Urticária de contato: Acontece após contato com agentes externos como látex (borracha), medicamentos e alimentos. As lesões podem ocorrer no local do contato com a substância, mas também à distância.

  



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“Nem sempre é possível reconstruir a mama no momento da mastectomia”

A tendência é que o tratamento cirúrgico do câncer de mama seja cada vez ser menos invasivo 

   Cirurgião plástico responde à principais dúvidas que recebe em seu consultório

 

O câncer de mama é o mais incidente entre as mulheres (depois do de pele não melanoma), com 74 mil casos novos previstos por ano até 2025, segundo informações publicadas na Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil.

No entanto, o diagnóstico precoce aumenta significativamente as taxas de cura. Os exames regulares, como autoexame de mama (palpação), mamografia e ultrassonografia de mama, aliados ao conhecimento dos fatores de risco, são fundamentais na prevenção da doença.

 

A mastectomia, que consiste na remoção total da mama, tem sido uma abordagem padrão no tratamento do câncer de mama por muitos anos. “Tradicionalmente, era vista como a única forma de remover completamente o câncer e evitar a sua disseminação. Contudo, a técnica, embora eficaz, deixa cicatrizes visíveis e impactava significativamente a autoestima das pacientes”, comenta o cirurgião plástico Dr. Fernando Amato.

 

O especialista, que é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), explica que, em alguns casos, é possível colocar o implante de silicone no momento da mastectomia, porém, é preciso analisar o tratamento oncológico proposto, já que nem sempre a reconstrução da mama com prótese de silicone pode ser realizada de imediato, principalmente, nos casos em que se retira muita pele ou mesmo precedem um tratamento complementar com radioterapia.

 

“Dependendo do estadiamento da doença (determinado pelo tamanho da lesão, localização, comprometimento de linfonodos e presença de metástase), a mastectomia (retirada da mama) pode ser indicada e é nesse momento que a reconstrução mamária pode fazer a diferença para o resgate da autoestima e confiança feminina, contribuindo até mesmo para o fortalecimento da batalha contra a doença”, explica Dr. Amato.

 

Segundo o cirurgião plástico, a tendência é que o tratamento cirúrgico do câncer de mama seja cada vez ser menos invasivo. “Serão ressecções menores, preservando mais tecido mamário, o que possibilita reconstruções com resultados mais próximos de cirurgias estéticas”, detalha o especialista.

 

Abaixo, o cirurgião plástico responde algumas das perguntas mais feitas por pacientes em seu consultório:

 

Próteses de silicone aumentam o risco de desenvolver câncer de mama?


Não há evidências científicas que comprovem uma relação direta entre implantes de silicone e o desenvolvimento de câncer de mama. Portanto, não é necessário entrar em pânico ou evitar a colocação de próteses mamárias por medo do câncer. Além disso, o uso de implantes de silicone não impede a realização da mamografia, um dos principais exames de rastreamento para o câncer de mama. Existem técnicas específicas para realizar a mamografia em mulheres com próteses, e é importante informar ao médico sobre a presença das próteses antes do exame.

 

Quem tem câncer de mama pode reconstruir as mamas na mesma cirurgia de tratamento?


Sim, o médico e o paciente devem discutir a possibilidade de realizar a reconstrução das mamas na mesma cirurgia de tratamento do câncer. Diversos fatores, como o estágio do câncer, a preferência da paciente e a avaliação do cirurgião, devem ser levados em consideração ao fazer essa escolha. A reconstrução mamária pode ajudar a restaurar a autoestima e a qualidade de vida das mulheres que passaram por tratamento para o câncer de mama.

 

Convénios cobrem cirurgias de reconstrução de mama?


Sim, a Lei nº 10.223, de 15/05/2001, alterou a Lei nº 9.656/98, estabelecendo a obrigatoriedade da cobertura de cirurgia plástica reparadora de mama por planos e seguros privados de assistência à saúde nos casos de mutilação decorrente de tratamento de câncer.

 

Os convênios médicos devem fornecer cobertura para a cirurgia de reconstrução mamária nos casos em que essa intervenção seja indicada como parte do tratamento do câncer de mama.

 

Dr. Fernando C. M. Amato – Graduação, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica e Mestrado pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP). Membro Titular pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).
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Implante de Testosterona: quais são os prós e contras do hormônio?

Ginegologista Loreta Canivilo relata benefícios e malefícios do hormônio em mulheres


A Testosterona é o hormônio primordial no corpo do homem. Mas, ele não se encontra somente em corpos masculinos. A Testosterona tem uma função importante na reprodução da mulher em pequena quantidade no corpo feminino.

Com a chegada da menopausa, o nível desse hormônio diminui muito. “Em mulheres a Testosterona é produzida no ovário na glândula suprarrenal, mas com a chegada da menopausa, esse hormônio produzido no ovário é perdido, porém a outra parte continua sendo produzida na suprarrenal, entre tanto, em algumas mulheres esse pouco de Testosterona não é o suficiente para manter a vida sexual ativa e nem garantir a massa magra do corpo” conta a médica ginecologista Loreta Canivilo.

A Testosterona é importante não somente para manter a libido, mas também para o cérebro, osso, músculo, além de manter o nível de insulina e glicose no corpo. Sendo assim é necessário repô-la na menopausa para que haja mais qualidade de vida. Confira os principais benefícios do implante hormonal:


Prevenção de prolapsos pélvicos

Para mulheres que tiraram o útero e sofrem com o prolapso da musculatura pélvica, também conhecido como "bexiga caída", a reposição de Testosterona pode ser benéfica. Segundo alguns trabalhos, mulheres que fizeram a administração da Testosterona por seis meses apresentaram uma melhora do quadro.


Incontinência urinária

De acordo com estudos, a administração da Testosterona pode melhorar casos de incontinência urinária - especialmente em mulheres idosas.


Fortalecimento da musculatura

A administração da Testosterona exógena em mulheres histerectomizadas, com deficiência androgênica, resultou em aumentos significativos da área do músculo central, que foi avaliada por Ressonância Magnética (RM).

Embora sejam várias as vantagens desse tratamento, existem contraindicações. Confira quais são:


Efeitos androgênicos

Ao fazer a reposição de Testosterona com valores sanguíneos que fiquem acima de 150 ng/di, sintomas como acne, espinhas e queda de cabelo passam a ser comuns. Portanto, é importante usar doses que se distanciem de níveis séricos masculinos.


Mulheres que passaram anos sem hormônios

Quando a mulher relata que está há mais de 10 anos sem usar nenhum hormônio, a reposição de Testosterona passa a ser questionável, já que parte da Testo vira estradiol. Além disso, a Testosterona pode ocupar certos receptores - alguns tumores têm receptores positivos para a Testosterona.


Quem não pode usar?

Pacientes que passaram da janela de oportunidade e que têm câncer de mama, não podem fazer a reposição de Testosterona. Porém, essas mulheres podem ser beneficiadas com o uso da Testosterona vaginal em baixíssimas doses. Além disso, por falta de conhecimento, existe uma restrição muito grande na prescrição.

 

Loreta Canivilo - Médica ginecologista, obstetra e ginecoindócrino Loreta Canivilo, especialista em reposição hormonal feminina. Experiente na área, a ginecologista, obstetra e ginecoindócrino Loreta Canivilo é especialista em assuntos relacionados a reposição hormonal, estética íntima feminina e tratamentos de doenças do útero e endométrio. A profissional possui diversas pós-graduações em instituições de referência como: Reprodução, Ginecologia Endócrina no Hospital Sírio Libanês e Medicina em Estado da Arte no Hospital Albert Einstein. É especialista em Nutrologia e Endocrinologia pela Faculdade BWS, referência em educação em medicina.Nas redes sociais, Loreta já possui mais de 30 mil seguidores - @draloreta, e oferece conteúdo explicativo sobre assuntos relacionados à saúde da mulher, gestação, reposição hormonal e implantes. Loreta Canivilo também é idealizadora de projeto social, em parceria com o Instituto BWS – onde também ministra aulas -, que promove atendimento de saúde feminina gratuito a mulheres em situação de vulnerabilidade.


Medicamento para tratar crise de angioedema hereditário pode ser incorporado pelo SUS

AEH pode levar a óbito se o paciente não portar o medicamento de crise

         Consulta Pública acontece até o dia 09/10

 

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC) abriu consulta pública para avaliar se o SUS passará a disponibilizar o inibidor de C1 esterase derivado do plasma humano - via intravenosa - para o tratamento de crises de angioedema hereditário (HAE) em pacientes a partir dos 02 anos de idade.

 

O maior problema para os pacientes com angioedema hereditário é a dificuldade no acesso aos medicamentos. “Infelizmente, no SUS, estão disponíveis apenas os derivados de hormônios andrógenos atenuados ou tratamento com plasma fresco.

“É importante ressaltar que os andrógenos não atuam nas crises de angioedema hereditário e o tratamento com plasma fresco não foi avaliado por estudo científico, a dose não está estabelecida e é de difícil acesso a pacientes que vivem for de grandes centros”, explica a Dra. Faradiba Sarquis Serpa, Diretora de Políticas de Saúde da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) e membro do Grupo de Estudos Brasileiro em Angioedema Hereditário (GEBRAEH).

 

O inibidor de C1 derivado de plasma (que está em consulta pública), o icatibanto, o anticorpo monoclonal anticalicreína e o inibidor do receptor de bradicinina ainda não estão disponíveis, apesar da aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que leva à judicialização do tratamento por causa do alto custo destes medicamentos.

 

As diretrizes brasileiras e internacionais recomendam que todo paciente com angioedema hereditário deve ter acesso à uma das medicações de resgaste aprovadas.

 

O AEH é raro e faz parte do grupo dos erros inatos da imunidade (EII). Cerca de 1 a cada 50 mil pessoas tem a doença. A Associação Brasileira de Portadores de Angioedema Hereditário (Abranghe) possui 1.700 pacientes cadastrados. Mas, para os especialistas, esses números são subestimados em razão do atraso no diagnóstico, que pode levar até 15 anos.

 

A Dra. Anete Grumach, Coordenadora do Departamento Científico de Erros Inatos da Imunidade da ASBAI, explica que a demora no diagnóstico acontece porque o angioedema hereditário ainda é pouco conhecido entre a classe médica do Brasil e de outros países.

 

O angioedema hereditário é uma doença de origem genética de transmissão autossômica dominante e, na maioria dos casos, ocorre por deficiência de um regulador chamado Inibidor de C1, que resulta na produção excessiva de uma molécula conhecida como bradicinina. A presença de familiares afetados ocorre com frequência, mas, em alguns casos, o paciente pode ser o primeiro a ter a alteração.

 

Sintomas - Crises de edema ou inchaços, podendo ocorrer principalmente na pele, lábios, olhos, extremidades e genitais. Esse inchaço é bastante deformante. Outro tipo de sintoma que ocorre com certa frequência em pessoas com angioedema hereditário é o acometimento de órgãos internos, no trato intestinal, com extravasamento de líquido na cavidade abdominal, resultando em dor intensa, náuseas, vômitos e diarreia.

 

“Outro sintoma menos frequente, porém, mais preocupante, é o edema das vias aéreas, como na língua, palato e glote, podendo levar à asfixia e óbito se o paciente não tiver em mãos o medicamento para tratar a crise”, alerta Dra Anete.

 

Desencadeante das crises - Embora seja uma doença genética, existem fatores que ajudam a desencadear as crises e um dos principais é o uso de estrógeno. “É muito comum na mulher que começa a tomar contraceptivo”, comenta a Coordenadora do Departamento Científico de EII da ASBAI. Reposição hormonal, tratamento dentário, ansiedade - já que a imprevisibilidade das crises causa insegurança e medo no paciente - além do estresse também estão entre os principais provocadores de crises.

 

Doença desconhecida – Dra. Anete conta que quando a pessoa chega ao pronto-socorro com inchaços em lábios e olhos, por exemplo, é comum suspeitarem de uma reação alérgica. “Se o sintoma associado for dor abdominal, abre-se um leque de possibilidades para outras causas, porém, é raro o médico pensar no angioedema hereditário”, conta a especialista.

 

O diagnóstico é baseado nos sintomas característicos de inchaços recorrentes que não melhoram com medicamentos antialérgicos (anti-histamínicos e/ou corticoides). Devem ser feitos exames laboratoriais específicos nesses pacientes, mas em alguns tipos de angioedema hereditário apenas a avaliação genética é definitiva.

 

A diferença entre a reação alérgica e o angioedema hereditário é que em casos de alergia, quando é administrado o anti-histamínico, os sintomas melhoram. “No angioedema hereditário os antialérgicos não fazem efeito e os sintomas podem demorar de cinco a sete dias para começarem a diminuir”, explica Dra. Anete.



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Outubro Rosa: 10 informações sobre a mamografia que toda mulher precisa saber

Para alertar sobre a importância do rastreamento precoce do câncer de mama, o mês reforça a necessidade do exame como uma forma de prevenção à doença

 

Com o objetivo de alertar sobre um exame indispensável, como a mamografia, a campanha Outubro Rosa traz uma reflexão importante sobre a necessidade de se cuidar e olhar com carinho para a saúde.

Projeções do Instituto Nacional do Câncer (INCA), indicam que em 2023 devem ser registrados 73.610 novos casos de câncer de mama, número que representa 10,5% de todos os diagnósticos da doença no Brasil – ficando atrás somente do câncer de pele não melanoma, que compreende 31,3% do total de casos de forma geral.

Os tumores de mama são mais incidentes entre mulheres, liderando o ranking dos que mais matam a população feminina. São estimados 11,84 óbitos pela doença a cada 100 mil mulheres, ainda conforme o INCA. Porém, a partir do diagnóstico precoce, é possível encontrar lesões em estágios iniciais e barrar que o câncer de mama avance.

A partir do rastreamento mamográfico - desde que realizado periodicamente - diversos estudos mostram que a redução da mortalidade por câncer de mama pode ter um impacto de 25% a 40%. "Quando a doença é descoberta cedo, os tratamentos podem ser menos agressivos, além de terem uma maior chance de sucesso. A boa notícia é que 95% dos diagnósticos precoces têm chances de cura", comenta Daniel Gimenes, oncologista da Oncoclínicas em São Paulo.


Mas, afinal, como o exame é feito?

Em um mamógrafo, a mulher fica de pé em frente ao aparelho e duas placas pressionam as mamas tanto na vertical, como na horizontal. Para ter uma melhor imagem, o técnico pedirá para a paciente prender a respiração por alguns segundos. "Em média, o exame pode durar cerca de 20 minutos no máximo", explica o oncologista.


Quem deve fazer a mamografia

Acima dos 40 anos, o exame pode ser realizado anualmente para a detecção precoce do câncer de mama, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM). Já entre os 50 e 69 anos, de acordo com o Ministério da Saúde, a mamografia de rotina pode ser realizada a cada dois anos, desde que a mulher não tenha sinais ou sintomas da doença.

Quando o procedimento é realizado fora da faixa etária, ou seja, em mulheres com menos de 40 anos, ele pode ser indicado para complementar o diagnóstico de nódulos na região. Porém, vale lembrar que apenas o médico poderá recomendar a necessidade ou não da mamografia em situações como essa.


Por que a mamografia não é recomendada antes dos 40 anos?

Segundo Daniel Gimenes, o exame pode trazer alguns riscos quando feito antes dos 40 anos. Além disso, o diagnóstico de câncer de mama em mulheres abaixo da faixa etária é raro - representando apenas cerca de 10% dos casos.

"Por causa de uma maior densidade da mama, o exame pode trazer falsos negativos. Além disso, realizar a mamografia antes dos 40 anos expõe a mulher a uma radiação que não é necessária naquele momento", comenta.


Dói fazer mamografia?

O exame pode causar desconforto, mas a compressão no aparelho é rápida, fazendo com que a dor seja passageira. "Uma dica para evitar que o incômodo seja maior é realizar a mamografia fora do período menstrual, pois a mama está mais sensível neste momento", recomenda o especialista da Oncoclínicas São Paulo.


Quem tem silicone pode fazer mamografia?

Sim, pode. A prótese não irá atrapalhar o exame, mas é necessário que a paciente avise sobre o silicone. "O mamógrafo não irá furar a prótese. A diferença é que podem ser necessárias mais imagens durante o exame, assim como a manobra de Eklund - que consiste em afastar o silicone para que não haja distorção dos resultados", comenta Daniel.


A radiação da mamografia pode fazer mal?

O exame é contraindicado na gravidez, mas pode ser realizado normalmente em outras situações. A radiação emitida no procedimento é baixa e não causa complicações.


Existe preparo para fazer a mamografia?

O exame em si não necessita de muitos preparos, mas é recomendado que a mulher faça o agendamento da mamografia alguns dias após a menstruação. "Isso ajuda a evitar o desconforto e oferece mais tranquilidade para a paciente durante o exame", explica Daniel.

Além disso, é necessário evitar o uso de hidratantes, desodorantes e outras substâncias nas mamas e axilas, pois podem interferir no resultado do exame.


A vacina contra a covid-19 pode causar erros de interpretação na mamografia?

Sim, pode. Por causa do aumento de linfonodos no braço em que a paciente recebeu a vacina, a situação pode ser interpretada erroneamente como um sinal de câncer de mama - uma vez que a doença também apresenta esse desdobramento. O INCA recomenda que a mamografia de rastreamento seja feita entre quatro a seis semanas após a vacinação contra a covid-19.


Mulheres que estão amamentando podem fazer mamografia?

Não, o exame não é recomendado caso a mulher esteja amamentando ou grávida. Em situações como essa, o médico poderá solicitar outros exames de rastreamento que não sejam prejudiciais para a mãe e para o bebê, como o ultrassom.


O autoexame substitui a mamografia?

Não! No caso do autoexame, ele auxilia na detecção de nódulos palpáveis, mas não substitui a realização da mamografia. “Por isso, caso note sintomas como: alterações de formato, da pele ou tamanho das mamas, procure um médico o quanto antes para avaliação e diagnóstico correto”, finaliza Daniel Gimenes.

 

Oncoclínicas
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