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quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Quebra de tabus para uma vida sexual mais prazerosa


Natali Gutierrez e Renan de Paula comentam 5 tabus que podem mudar a maneira de enxergar as relações


Quebrar tabus nem sempre é algo fácil, ainda mais quando o assunto está relacionado à sexualidade. Mas, muitas vezes, o desafio pode ser mais simples do que parece. O importante é ter a mente tranquila e entender que quebrar tabus, pode ser um ato de autoconhecimento.

Para mulheres e homens que estão em busca de novas experiências sexuais e querem enfrentar esse tema de frente, os sexólogos Natali Gutierrez e Renan de Paula, sócios da Dona Coelha, comentam 5 tabus comuns e dão dicas de como quebrá-los.

 

1 – Sexo Anal

O sexo anal sempre desperta muitas curiosidades, interesses, dúvidas e também fantasias. Também é um tema de muitos mitos e medos. Você já deve ter se questionado ou conversado com alguém sobre como funciona, como faz, se é seguro, se faz mal ou não. Mas a grande questão do sexo anal é que ele é muito prazeroso, pois o ânus possui muitas terminações nervosas. Mas, para que seja um momento gostoso, é importante que ele seja feito por vontade e não com o objetivo de agradar alguém. É importante respeitar o tempo de cada pessoa, o processo, os desejos e o corpo de cada um.

 

2 – Orgasmo feminino

O orgasmo feminino ainda é motivo de dúvidas para muitas mulheres. Como assim mulheres também pode ter orgasmos? A sensação é de que apenas homens podem ter algo assim. Mas a verdade é que os orgasmos clitorianos são muito mais intensos do que o orgasmo vindo do pênis, afinal, o clitóris tem no mínimo o dobro de terminações nervosas comparado à glande do pênis. O orgasmo é um novo processo para muitas mulheres, já que por muito tempo não houve incentivo ou interesse para conhecer a própria vulva, quem dirá tocar nela com objetivo prazeroso. A dica para se conectar é se convidar para momentos de intimidade sem pressão ou julgamentos com um único objetivo: conhecer mais sobre si mesma e entender o potencial orgástico que nosso corpo pode proporcionar.

 

3 – Uso de sextoys

Um vibrador ainda é tema de choque, medo e julgamentos, ainda mais quando se os pensamentos se resumem aos toys com formatos fálicos e semelhantes demais ao pênis, mas a verdade é que existe uma variedade enorme de possibilidades, cores, tamanhos e vibrações para serem descobertos e levados para momentos de intimidade sozinha ou acompanhada. É importante visualizar os brinquedos como aliados e não concorrentes, levar cada um deles para um momento de diversão e descobertas e deixar os medos e julgamentos para o lado de fora da porta!

 

4 – Carícias no ânus e nas zonas erógenas para os homens

Se existe um grande tabu, é o estimulo anal nos homens héteros, é como se o toque anal mudasse a orientação sexual deles e isso como um problema. Um tremendo absurdo e falta de informação! Os homens se fecham e não se permitem sentir novos estímulos por muro machismo e preconceitos, por vezes vindo deles mesmos. É essencial a conversa com as parcerias para compartilhar desejos, vontades e fantasias sem que o preconceito tome conta. O estímulo anal pode ser extremamente excitante e gostoso, mas para acontecer é preciso conhecer, se permitir e curtir o momento sem pensar no que outras pessoas vão pensar, afinal a intimidade de cada um só é de responsabilidade de cada individuo.

 

5 - Masturbação na vulva

O autotoque na nossa vulva ainda é motivo de muitas questões para as mulheres, afinal, nunca tivemos liberdade para perguntar, entender e conhecer nossa intimidade com tranquilidade. Hoje há mais espaços e rodas de conversa para que esses momentos aconteçam, o que alivia muito essa rigidez e tabus para falar do assunto. É importante se acolher, se permitir entender os sinais que o corpo emana e principalmente se conectar com a própria sexualidade. Vai muito além do prazer, é uma questão de sensibilidade, fluidez, amor e renascimento.


 

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SUBMETER-SE: UMA MOÇA DISSE NÃO


Dada a impossibilidade de as conquistas femininas mais recentes conviverem com os preceitos da tradição cristã dirigidos às esposas, muita gente, mulheres inclusive, reinterpreta a Bíblia, mitigando, com insinceros dribles semânticos, o sentido das suas palavras.


A palavra do “senhor”, contudo, é muito eloquente: “Efésios, 5:22: Mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, como ao Senhor, 23: pois o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador”.


Mas, procurando-se em Respostas Bíblicas, vê-se que a ordem não é havida por degradante: “A Bíblia ordena que a mulher seja submissão ao marido. Essa regra somente se aplica dentro do casamento. As mulheres não precisam se submeter a todos os homens”.


O patriarcal códice “sagrado” até seria judicioso com as mulheres: “As mulheres não precisam se submeter a todos os homens nem estão barradas de serem autoridades. Mas, no casamento, o marido tem uma posição de liderança” (Respostas Bíblicas).


Quem teria emplacado nas Escrituras tal preceito? Exatamente aquele que, embora não haja convivido com Jesus, foi o mais letrado dos seus discípulos: Paulo. Estava em Roma, escrevia aos efésios, cristãos da antiga cidade grega de Éfeso (na atual Turquia).


Esses insultos contra as mulheres formaram respeitável tradição por mais de dois milênios, e ainda estão por aí, com servas voluntárias entregando-se em holocausto a um machismo codificado e abençoado por sedizentes representantes de uma falodivindade.


Aí, assim, do nada, essa “mocinha” atropela tão elevado regulamento, fincando uma marca inaugural de recusa na orientação de “são” Paulo: “Inaiã Dias fazia o juramento quando o cerimonialista pediu que ela jurasse amor, respeito e submissão ao marido, Roney Barros.


Ela, então, se negou a repetir a frase. Quebra de tradição dos votos de obediência já foi feita por personalidades como Meghan Markle e princesa Diana” (Rodrigo Rodrigues, g1, 25out21), mas, suponho, não se esperaria tal gesto de uma católica brasileira.


Inaiã, contudo, que se declara não feminista, parece-me estar como está a maioria das mulheres esclarecidas: não milita, mas se posiciona. Está, pois, alcançada pelas lutas libertárias do feminismo pós-Segunda Guerra. Edito suas declarações ao g1 (citado):


“Acho que a palavra submissa, do jeito que eu conheço e está no dicionário, não deveria mais ser usada nos dias de hoje, quando a mulher trabalha, é independente e busca no casamento uma parceria. Quando ouvi, tomei um choque e não segurei a espontaneidade.


Respeito e companheirismo têm que existir, mas ninguém manda em ninguém. Temos direitos iguais. A gente sabe que as conquistas femininas estão se consolidando e muitos episódios ruins contra mulheres acontecem. Quero viver o que toda mulher livre quer”.


Pelo que leio dela sobre ela mesma, reafirmo que, à sua revelia, o feminismo constitui ideologicamente suas posições. Sua firmeza de propósitos (construir sua família) conjugada com sua noção de liberdade (recusa ao voto de submissão) assim o atestam.


Retomando suas palavras: “Recebeu muitas mensagens de apoio de mulheres através das redes sociais e achou a solidariedade feminina muito importante”. Essa sororidade advém de um discurso feminista em circulação que congrega esforços e estabelece conquistas.


Sua pedagógica conclusão: “Acho que de fato precisa ter respeito, amor e parceria, mas os tempos são outros e certas palavras estão fora do tempo”. Muito correta: palavras exprimem ideias. Se uma ideia está extemporânea, as palavras que a exprimem decaem.


Livro: palavras articuladas expressando ideias. Livros tais quais esse que admoesta esposas à subserviência (a Bíblia é um palavreado horroroso contra
o feminino) estão fora do tempo. Mulheres, sobretudo, não deveriam levar suas palavras vencidas por aí.

 


Léo Rosa de Andrade

Doutor em Direito pela UFSC.

Psicanalista e Jornalista.


5 dicas para driblar os desafios de educar na adolescência

 

A adolescência é uma fase de muita instabilidade emocional e oscilações de comportamento. É quando surge o despertar do próprio “eu” e do desenvolvimento físico e psíquico.

Entretanto, o adolescente não costuma ter sintonia com o universo dos adultos e acaba, muitas vezes, se refugiando no isolamento ou com os amigos da mesma idade, cuja identificação tende a ser maior. 

Sendo assim, compreender as mudanças e os conflitos que envolvem a adolescência é fundamental para uma relação segura e produtiva com seu filho. 

Para ajudar neste processo, Stella Azulay, fundadora da Escola de Pais XD, Educadora Parental pela Positive Discipline Association, especialista em Análise de Perfil e Neurociência Comportamental e Mentora de pais e adolescentes; dá 5 dicas de como ter uma proximidade natural e saudável com seu filho adolescente:

 

Conte suas histórias de quando era adolescente

Os filhos esquecem que, antes de serem adultos, os pais também passaram pela adolescência. Ao compartilhar suas histórias, seu filho se sente mais seguro por saber que você entende o que ele está passando. Isso gera mais confiança para seu filho se abrir com você.

 

Nunca proíba nada de forma intimidadora

Mesmo já crescido, o adolescente precisa receber limites dos pais e cumprir com as regras pré determinadas. No entanto, isso nunca deve ser imposto de forma ameaçadora ou intimidadora, mas com firmeza e autoridade. “Adolescentes tendem a ser desafiadores. Dependendo do seu ‘não’, ele pode te afrontar e passar a fazer coisas escondido. Ou seja, será o caminho oposto do que você quer para esta relação”, aconselha Stella Azulay.

 

Demonstre interesse pela vida dele

Puxar papo, perguntar sobre assuntos cotidianos ou mesmo retomar alguma conversa que foi interrompida são atitudes que criam vínculos entre você e seu filho. Só não vale chegar em tom de cobrança ou parecer interrogatório. Tenha espontaneidade e saiba o momento certo de tocar nos assuntos. Vale mudar um pouco o cenário e sair para tomar um café, almoçar ou andar no parque. 

 

Se descobrir mentiras, não surte

Aquela explosão de raiva quando se descobre que o filho está mentindo, fazendo algo escondido e enganando os pais só serve para piorar a situação. “Não haja de forma impulsiva. Espere a cabeça esfriar para, então, chamar seu filho e ter uma conversa civilizada. O mais importante é entender o que o fez mentir. As medidas a serem tomadas vão depender da gravidade da situação”, pontua a educadora parental.

 

Demonstre sempre seus sentimentos

Quando os filhos crescem, se distanciam dos pais, já que começam a passar mais tempo com os amigos. Por isso, faça com que os momentos com seu filho sejam especiais e nunca deixe de demonstrar, por meio de atitudes, o seu amor por ele. Marque um jantarzinho e prepare sua comida preferida. Promova uma pequena viagem para um lugar que ele adora. Percebeu que ele está precisando de alguma coisa? Compre de surpresa! “Pequenos ou grandes gestos de amor, além de demonstrarem que você se importa, mantêm o vínculo e a conexão, fundamentais entre pais e filhos”, finaliza Stella Azulay.

 

Como a positividade pode impactar nos resultados de sua vida

A vida nos revela situações desafiadoras diariamente, ainda mais nos tempos atuais. Entretanto, apesar das dificuldades, é importante se manter positivo. Afinal, são as atitudes que tomamos diante dos problemas que definem o nosso sucesso ou fracasso.

Para viver de forma mais positiva, olhe para os desafios da sua vida como uma forma de aprender a evoluir. Para isso, substituta o pensamento "por que isso está acontecendo comigo?" por "qual o propósito e a lição que posso tirar dessa situação?’. Faça o exercício de agradecer mais e reclamar menos: toda vez que for reclamar de algo, pense em três motivos que você tem para agradecer na sua vida.

Aos 66 anos, sou uma mulher muito realizada. Sempre trabalhei meus pensamentos para enxergar o positivo e foquei na minha autoestima. Tenho amor por mim e respeito pela minha história. Nasci em uma família humilde, passei por dificuldades, mas, sempre, honrei a minha história e busquei a positividade. Tenho certeza que esse modo positivo de enxergar a vida fez total diferença e me tornou uma mulher forte, batalhadora, que acredita que o sucesso é fruto da educação, do esforço e da nossa convicção para vencer. A propósito, por saber que a educação tem esse poder de transformar vidas que me engajei em ajudar pessoas no Instituto Sou 1 Campeão, ao lado do meu marido Mamá Brito e do Rodrigo Minotauro.

Para finalizar, lembre-se: cada pensamento positivo é um passo a mais em direção a uma vida com mais possibilidades e momentos felizes. Renove a cada amanhecer a sua vontade de seguir em frente. Os resultados só aparecem para quem não desiste. Trilhe seu caminho para se tornar o verdadeiro (a) campeão (ã). Tenha em mente suas metas e como fará para alcançá-las. E o mais importante, persista sempre na busca de sua felicidade e nunca deixe de agradecer pela vida que tem e pelas conquistas obtidas até o momento!

 

Clemilda Thomé


Dez passos para seguir em frente

Psicóloga Lala Fonseca, especialista em luto, aponta preceitos e condutas para enfrentar a perda da morte 

 

Na última terça-feira, 2 de novembro, marcou o Dia de Finados, momento em que as pessoas costumam homenagear parentes e amigos que se foram. E esse ano não poderia ser diferente, ainda mais numa época marcada pela pandemia, que ocasionou mais de 600 mil mortes só no Brasil. Mas, como lidar com esta dor da hora da partida? Como seguir em frente com tanta tristeza pela perda?  

Lala Fonseca, especialista em Luto e Terapia Cognitiva Comportamental, sugere, abaixo, dez passos para enfrentar emoções como abatimento, desgosto, amargura às pessoas que perderam algum ente, companheiro ou amigo querido: 

 

1- Não adianta pensar no que deixei de fazer e sim no “tudo que fizemos juntos”; 

2- Lembrar do que a pessoa me ensinou, qual o som da voz dela que ecoa em minha mente;  

3- Recordar os momentos felizes que tivemos juntos; 

4- O processo de luto natural tem início, meio e fim. Para quem se pergunta quanto tempo dura a dor do luto ou como superar um luto, vai se deparar com uma resposta não existente. Afinal, é um processo individual;  

5- Há um momento onde a dor diminui. A saudade continua sempre porém, a dor física no peito deixa de existir;  

6- Aceitar que a morte é um processo da vida, mesmo que seja desagradável. Quase não falamos sobre isso, porém falar sobre o assunto auxilia ao outro que também está vivendo isso saber que não está sozinho; 

7- Evite postar fotos em grupos de WhatsApp de família, uma vez que não sabemos como o outro, que está distante, pode receber o impacto dessa mensagem; 

8- Procure não manter espalhado pela casa fotos e recordações. É preciso deixar de pensar no fato por algumas frações de segundos ou minutos para o luto ser tolerável; 

9- Não sinta culpa por sorrir ou se distrair quando deveria estar triste. Afinal, quem fica por aqui está vivo!; 

10- Lembre-se que a vida continua, essa é a maior certeza! O que posso fazer para viver bem a minha vida hoje?

 

 

Lala Fonseca - Especializada em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), a psicóloga Lala Fonseca também se formou em Psicofarmacologia pela FMUUSP- Hospital Clinicas; além de ter se graduado em Hipnoterapia Ericsoniana e Oratória The Speaker. Em sua grade curricular consta uma especialidade em Luto, além de curso de Transtornos Alimentares, pelo Hospital do Servidor Público de S. Paulo; curso em Emergências e Terapia Breve pelo Instituto Foccus, entre outros.

 

Afinal, o que é inteligência? Como é o cérebro de uma pessoa com alto QI?


Referência em inteligência e com uma das maiores pontuações de QI na atualidade, o Prof. Dr. Fabiano de Abreu Rodrigues explica sobre como funciona o cérebro de superdotados ou gênios como o caso do Gustavo Saldanha, entenda:

 

É comum ouvir na sociedade que uma pessoa é mais inteligente do que a outra. Mas, o que define isso? Quais os critérios que devem ser observados para qualificar um indivíduo como superior a outro? Qual a diferença entre superdotado e gênio? O PhD, neurocientista, mestre psicanalista, biólogo com mais de 50 títulos acadêmicos, Prof. Dr. Fabiano de Abreu é o cientista nacional com maior quantidade de estudos sobre inteligência publicados em artigos científicos, somando mais de 30, também é considerado um gênio com 148 pontos de QI no teste WAIS III e 180 pontos calculando desvio padrão 24. Um dos seus estudos, publicado no Journal of Bio Innovation, o também antropólogo e sua equipe discorrem sobre o que é a inteligência geral.

 

De início, os pesquisadores destacam que há aqueles indivíduos que possuem um desenvolvimento cerebral mais eficiente do que de outros, e tais variações são determinadas através do tipo de inteligência de cada um. Eles lembram que a psicologia considera dois tipos de inteligência: cristalizada e fluida. “A primeira está relacionada ao conhecimento e experiência anteriores e reflete a cognição verbal, já a inteligência fluida requer raciocínio adaptativo em situações novas”. Além disso, é preciso observar que esse nível de intelectualidade de uma pessoa tem grande participação genética, “sendo um percentual de genes que produzem proteínas funcionais está implicada em diversas funções neuronais, incluindo função sináptica e plasticidade, interações celulares e metabolismo energético. Há uma expressão de genes associados aos neurônios principais do córtex e mesencéfalo. Estudos ainda indicam que pode haver relação da função e a estrutura da célula piramidal à inteligência humana relativo ao tamanho dendrítico e velocidade do potencial de ação e o QI”. Diz o chefe da pesquisa, Dr. Fabiano de Abreu.

 

Existem diversos recursos para analisar a inteligência de um indivíduo, “como imagem cerebral que investiga a estrutura e funções macroscópicas do cérebro e associações genéticas para identificação de genes e loci genéticos relacionados a inteligência. Quando observadas neuroimagens, é possível identificar melhores e maiores conexões na região branca e cinzenta do cérebro“, acrescenta o cientista. Porém, “é importante lembrar que não apenas o volume e espessura da substância cinzenta do cérebro, que são os corpos dos neurônios, como a integridade e função da substância branca nos córtices temporais, frontais, parietais, axônios mielinizados, tem relação com a inteligência”.

 

Além disso, eles explicam que existe uma expressão de genes associados aos neurônios principais do córtex e mesencéfalo. “Um estudo com células da região lobo temporal (responsável pela memória, reconhecimento de sinais e linguagens, que são associadas à inteligência) de 35 indivíduos, que haviam realizado teste de QI e obtido uma pontuação alta, demonstrou haver relação da função e a estrutura da célula piramidal à inteligência humana relativo ao tamanho dendrítico e velocidade do potencial de ação e o QI”.

 

Já as áreas frontais e parietais do cérebro têm relação com a inteligência fluida, capacidade de pensar e raciocinar de forma abstrata e resolver problemas, lobos temporais na inteligência cristalizada, que envolve “conhecimento que vem de aprendizagem anterior e experiências passadas, e a integridade da substância branca na velocidade de processamento que define o volume da substância cinzenta”. Vale lembrar que “o córtex pré-frontal atua como uma central de distribuição de dados onde monitora e influencia as demais regiões do cérebro, a capacidade de resolver problemas de lógica em situações inusitadas independente do conhecimento adquirido já define essa região como líder intelectual e gestora de toda inteligência”, completam.

 

Para que seja medida a inteligência a partir do teste de QI, utiliza-se a fórmula:

 

QI = 100 X IDADE MENTAL (IM)/ IDADE CRONOLÓGICA (IC)

A escala é:

 

Gênio: acima de 144 pontos;

Superdotado: de 130 a 144 pontos;

Acima da média: de 115 a 129 pontos;

Média alta: de 100 a 114 pontos;

Média baixa: de 85 a 99 pontos;

Abaixo da média: de 70 a 84 pontos;

Baixo: de 55 a 69 pontos;

Muito baixo: menos de 55 pontos.

 

 

Fabiano de Abreu Rodrigues - PhD, neurocientista com formações também em neuropsicologia, biologia, história, antropologia, neurolinguística, neuroplasticidade, inteligência artificial, neurociência aplicada à aprendizagem, filosofia, jornalismo e formação profissional em nutrição clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International e membro da Federação Européia de Neurociências e da Sociedade Brasileira e Portuguesa de Neurociências.


Dia Mundial do Diabetes - ADJ Diabetes Brasil promove educação em diabetes por meio de gameficação

Para chamar a atenção sobre a gravidade da epidemia do diabetes e gerar conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce e da adesão ao tratamento, a ADJ Diabetes Brasil promove duas ações digitais: uma delas é a competição que envolve o conhecimento de diabetes entre duas famílias, Quem Sabe Ganha – game do diabetes, e a outra um Jogo da Memória baseado nos sete comportamentos do autocuidado do diabetes (atividade física, teste de glicemia, bem estar, prevenção, tratamento, alimentação e bons hábitos).

77% das pessoas com diabetes tipo 2 não são aderentes ao tratamento* e desenvolvem com mais facilidade uma série de complicações do diabetes. O convívio com a doença requer atenção e cuidados constantes, que passam a fortalecer a autoestima e uma maior compreensão da própria saúde.

Com cerca de 16 milhões de pessoas com diabetes, segundo dados da Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o quinto país em número de pessoas com a condição. De acordo com o relatório preliminar da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), publicado em setembro, 8,2% dos brasileiros têm a doença, sendo maior entre as mulheres (9,0%) do que entre os homens (7,3%) **.

Por todo este cenário a ADJ Diabetes Brasil escolheu realizar iniciativas lúdicas com foco na educação em diabetes para chamar a atenção dos brasileiros. No dia 10 de novembro (quarta-feira), às 19h, a competição Quem Sabe Ganha – game do diabetes, será transmitida ao vivo em um evento digital nos canais (https://www.facebook.com/ADJDiabetesBrasil e https://www.youtube.com/adjdiabetesbrasil). Terá a participação de duas famílias, devidamente uniformizadas, que competirão sobre conhecimento em diabetes. O apresentador Tom Bueno, jornalista, influenciador em diabetes, cujo canal “Um Diabético”fará a moderação da iniciativa, e a Dra. Denise Reis Franco, endocrinologista, pesquisadora do Cpclin- Centro de Pesquisa Clínica e diretora da ADJ Diabetes Brasil, participará para dar todas as explicações sobre os temas abordados.

A segunda iniciativa será um Jogo de Memória, que poderá ser acessado em www.adj.org.br. Voltado a um público de várias gerações, o game será utilizado também como ferramenta educativa nas atividades realizadas pela ADJ.

Os eventos terão como patrocinadores: Roche, Astrazeneca, Bayer, Novartis, Novo Nordisk, Sanofi e BD.

 

Sobre o Dia Mundial:

 

O Dia Mundial do Diabetes foi criado em 1991 pela International Diabetes Federation (IDF) em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em resposta ao aumento do interesse em torno do diabetes no mundo. Celebrado em 14 de novembro, é visto como a maior iniciativa mundial em torno do diabetes. A data foi escolhida devido ao nascimento do cientista canadense Frederick Bantin que, em parceria com Charles Best, foi responsável pela descoberta da insulina, em outubro de 1921. Dois anos mais tarde, Banting recebia o Prêmio Nobel de Medicina por esta descoberta e pela aplicação da insulina no tratamento das pessoas com diabetes.

 

O símbolo do Dia Mundial do Diabetes é um circulo azul que simboliza a união. A IDF buscou um formato simples para facilitar a reprodução e o uso para as pessoas que quisessem dar apoio à campanha. Esta data também é marcada com a iluminação em todo o mundo de monumentos e construções de destaque na mesma cor. O azul representa o céu e é a mesma cor da bandeira das Nações Unidas, que simboliza também a união entre os países. Neste dia, é estimulado o uso de roupas na cor azul, cor símbolo da campanha.



Sobre a ADJ Diabetes Brasil


Fundada em 10 de março de 1980, a ADJ Diabetes Brasil é uma entidade não governamental, sem fins lucrativos, legalmente registrada no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Seu objetivo é promover educação nesse campo para pessoas com diabetes, familiares, profissionais de saúde e comunidade.

Atende gratuitamente as pessoas com todos os tipos de diabetes, de qualquer faixa etária e classe socioeconômica. Oferece um trabalho integrado realizado por uma equipe multidisciplinar.

 

 

Fontes: *Estudo clínico controlado e randomizado realizado na Clínica Ambulatorial de Diabetes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo avaliou a adesão dos indivíduos com diabetes tipo 2 ao tratamento, mostrando que 77,2% não eram aderentes. Faria HTG et al. Revista da Escola de Enfermagem da USP. 2014;2:257-263.

** Vigitel Brasil 2020 - Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/vigitel/relatorio-vigitel-2020-original.pdf/view

 

Novembro Azul: conheça os principais avanços no tratamento do câncer de próstata

Terapias apresentadas no mais importante congresso de oncologia europeu, o ESMO 2021, já começam a ser usados na BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo

 

Um a cada seis homens serão acometidos pelo câncer de próstata durante a sua vida. São cerca de 65 mil novos casos por ano no Brasil, de acordo com estimativas do INCA (Instituto Nacional do Câncer), confirmando a alta prevalência da doença na população masculina. Na fase 1, a mais precoce do tumor, que atinge de 30% a 40% dos pacientes diagnosticados com a doença, o paciente pode não ser tratado imediatamente. Ele pode seguir com uma vigilância ativa, através de avaliações clínicas, exame de PSA periódicos e eventualmente rebiópsia. Já em pacientes com doença localizada mais agressiva, o tratamento imediato é necessário, seja com uma cirurgia conhecida como prostatectomia radical, ou seja, a remoção da próstata, das vesículas terminais e dos gânglios, ou a radioterapia em associação com um tratamento de bloqueio hormonal, que diminui os níveis de testosterona, o principal nutriente das células malignas prostáticas. 

Todo esse artesanal começa agora a ganhar reforço com novas terapias que intensificam os tratamentos, apresentadas recentemente no ESMO 2021(European Society for Medical Oncology), um dos mais importantes congressos de oncologia do mundo. De acordo com o médico Fernando Maluf, diretor médico associado do Centro de Oncologia e Hematologia da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, os estudos alcançaram melhores resultados de sobrevida com uma boa qualidade de vida para os pacientes. 

Um dos trabalhos conhecido como STAMPEDE focou nos pacientes com doença localizada, mas com características adversas. O tratamento intensificado associou o tratamento padrão (radioterapia e diminuição da testosterona por meio de injeções) a um novo remédio chamado abiraterona, que bloqueia a produção da testosterona na glândula suprarrenal. “O bloqueio duplo, com a terapia de dois medicamentos mais radioterapia, promoveu resultados de cura e de sobrevida melhores do que o bloqueio simples”, explica o médico. O medicamento, entretanto, não deve ser usado em todos os pacientes com doença localizada. “Devemos analisar caso a caso. Mas este é um tratamento extremamente importante porque muda a prática médica para um grupo selecionado de pacientes com algumas características de mais alto risco”, diz. 

Já para a doença metastática, quando o câncer já atinge outros órgãos, um estudo apresentado no congresso chamado PEACE 1 trouxe uma estratégia mais intensa de tratamento. “No passado, os tratamentos eram feitos somente com injeções que diminuem a testosterona produzida no testículo. Vieram várias drogas quimioterápicas e não quimioterápicas que, associadas com a diminuição da testosterona pela injeção, mostraram melhores resultados”, explica o médico. O novo estudo avaliou a eficácia da injeção, com quimioterapia associada a mais um inibidor do hormônio masculino no tratamento, ou seja, a utilização de três drogas ao invés de duas. “Os resultados foram melhores e mais animadores, prologando a vida das pessoas”, comemora o médico Fernando Maluf. 

De acordo com o especialista, o tratamento do câncer de próstata foi um dos que mais evoluiu em favor dos pacientes nos últimos tempos e as novas terapias apresentadas no ESMO já começam a ser utilizadas na BP. 

 


BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo



Referências: 

STAMPEDE (Annals of Oncology 32: abstr LBA4_PR, 2021)

Disponível em https://oncologypro.esmo.org/meeting-resources/esmo-congress-2021/abiraterone-acetate-plus-prednisolone-aap-with-or-without-enzalutamide-enz-added-to-androgen-deprivation-therapy-adt-compared-to-adt-alone-fo ou https://mocbrasil.com/blog/cobertura-de-congressos/esmo-2021-gu-prostata-dr-daniel-vargas/ 

PEACE 1(Annals of Oncology 32, abstrc LBA5_PR, 2021)

Disponível em https://oncologypro.esmo.org/meeting-resources/esmo-congress-2021/a-phase-iii-trial-with-a-2x2-factorial-design-in-men-with-de-novo-metastatic-castration-sensitive-prostate-cancer-overall-survival-with-abirateron ou https://mocbrasil.com/blog/cobertura-de-congressos/esmo-2021-gu-prostata-dr-daniel-vargas/


Vômito pode ser indicativo de alergia alimentar em crianças?

Cristina Targa Ferreira
Divulgação

Ocorrência pode ter várias causas e fatores e conversar com o pediatra é o melhor caminho para que o diagnóstico seja feito adequadamente

 

Vômitos frequentes são uma das situações mais comuns enfrentadas por pais e, logo, vem a preocupação de uma possível alergia alimentar. A médica da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), gastroenterologista e endoscopista pediátrica, Cristina Targa Ferreira, lembra que há duas possíveis classificações para os casos.

"As alergias imediatas em geral apresentam urticária, manifestações respiratórias e são consideradas mais graves. Já as alergias de reação tardias, são caracterizadas por vômitos intermitentes ou agudos e sintomas gastrointestinais que podem ser inespecíficos ou não", explica.

Também é importante estar atento ao especialista mais indicado para cada caso. Vômitos nas reações imediatas são acompanhadas pelo médico alergologista e vômitos nas alergias tardias pelo gastropediatra.

No cuidado com a criança é indicado estar sempre atento uma vez que a ocorrência de vômito pode causar desidratação, porque há perda de líquidos. Às vezes, as crianças não conseguem beber o suficiente para compensar os líquidos perdidos, seja porque continuam a vomitar, seja porque não querem beber líquidos.

A pediatra reforçou, ainda, que os pais fiquem atentos a regurgitação crônica e doença do refluxo nos lactantes que são apresentações comuns que requerem um manejo adequado e podem ser um sinal de apresentação de alergia alimentar. O tema foi tratado no Congresso Brasileiro de Pediatria, que foi realizado nos dias 15 e 16 de outubro, de forma online.

 

Marcelo Matusiak

 

Afinal, a Covid-19 afeta ou não a visão? Especialista esclarece a relação do vírus com os olhos

 Sintomas relatados pelos pacientes da doença costumam estar atrelados ao tratamento e não ao contágio pelo coronavírus, aponta oftalmologista


A relação entre a Covid-19 e a visão tem sido de proximidade desde o início da pandemia, quando, inclusive, um médico oftalmologista chinês foi um dos primeiros a alertar sobre a doença. Contudo, apesar de relatos de pacientes com queixas relacionadas à visão antes, durante e após a infecção, os impactos da doença nos olhos ainda não estão nítidos e podem estar mais relacionados com o tratamento e o desgaste do organismo no processo de recuperação do que com o vírus em si.

Ressecamento, vermelhidão, lacrimejamento, prurido (coceira) e dor nos olhos. Essas foram algumas das manifestações identificadas em pacientes com Covid-19 por um estudo publicado na revista científica inglesa Journal of Ophthalmic and Vision Research, em janeiro de 2021. Dos 8.219 pacientes analisados, 11,03% relataram algum desses desconfortos relacionados à visão.

Segundo o oftalmologista e fundador do Instituto da Visão de Curitiba (iVisão), Dr. Marcello Fonseca, essas ocorrências não podem ser atribuídas diretamente ao vírus, devendo ser analisadas dentro do contexto exigido pelo tratamento da doença. Como se trata de uma síndrome respiratória aguda, muitas vezes com internação em UTI, ventilação usando máscaras ou mesmo entubação orotraqueal e traqueostomia, e também com desdobramentos pós-infecção que levam ao uso de medicações como os anticoagulantes e corticosteróides, alguns sinais e sintomas podem advir do próprio tratamento.

A conjuntivite, que ainda em 2020 foi apontada como um possível indicador de casos graves da Covid-19, pode ser causada pelo próprio vírus ou como uma infecção bacteriana secundária: "De fato, os olhos são uma das portas de entrada do coronavírus para o corpo, visto a grande exposição da mucosa conjuntiva do olho. Mas, até o momento, não há comprovação de uma conjuntivite causada pelo coronavírus", esclarece o médico.


Sequelas na visão

Uma vez recuperados, as consequência a longo prazo passam a ser uma preocupação para os pacientes. No que tange à visão, o cansaço nos olhos e a vista embaçada aparecem como um dos desconfortos mais frequentes que, assim como as manifestações durante a infecção, não possuem evidências conclusivas de vínculo direto com o vírus da Covid-19.

"Nos meses que seguem a recuperação, normalmente, os pacientes se queixam de uma dificuldade visual para leitura e focalização de objetos próximos. Isso se deve, basicamente, à fadiga muscular que acompanha o "pós-doença" imediato. Os pacientes mal conseguem andar depois que saem do hospital. A recuperação é lenta e gradual e, mesmo depois de alguns meses, eles ainda podem se sentir cansados para fazer atividades básicas. Como temos uma musculatura dentro do olho, responsável pela focalização dos objetos próximos, a fadiga pode ocasionar essa dificuldade de visão.", explica o oftalmologista.

Ainda segundo o médico, a dificuldade de visualizar objetos próximos relacionada à fadiga muscular, também chamada de presbiopia, é um processo gradual que faz parte do envelhecimento natural dos olhos e pode ser contornada com a prescrição de óculos para a correção da visão. Trata-se de uma condição que afeta principalmente pessoas mais velhas, acima dos 40 anos, as quais, também, estão mais suscetíveis à Covid-19.

Uma outra possível sequela está relacionada ao uso de corticoides no tratamento da Covid-19. O medicamento, que já é utilizado para tratar outras doenças, pode ocasionar, a longo prazo, um quadro de catarata devido ao uso prolongado e em alta dosagem. O Dr. Marcello, contudo, ressalta que isso é apenas uma suposição e que, caso venha a acontecer, há tratamento e cirurgia para a correção da catarata.

Enquanto uma doença recente, a Covid-19 ainda requer estudos conclusivos sobre os seus efeitos tardios, inclusive os relacionados à visão, que devem ser identificados conforme os avanços científicos. Independente do surgimento de sequelas, o médico afirma que uma consulta oftalmológica pós-Covid é obrigatória para verificar possíveis impactos na visão e, diante de qualquer desconforto nos olhos, procurar ajuda médica é indispensável, evitando a automedicação e prejuízos maiores à saúde.


No Novembro Azul, SBGG reforça a necessidade do autocuidado entre os homens

Entidade destaca que a expectativa de vida dos homens é inferior à das mulheres e um dos motivos é justamente a ausência de consultas médicas preventivas


Ao descobrir a gestação, uma das principais curiosidades da mulher e de todos que a cercam é saber o sexo do bebê. No entanto, poucos se atentam que o gênero também será um fator indicativo para a expectativa de vida daquela criança em formação. Segundo a Tábua Completa de Mortalidade de 2019, divulgada em novembro de 2020 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida das mulheres é de 80,1 anos, ante 73,1 anos dos homens.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada três pessoas adultas que morrem no Brasil, duas são do sexo masculino. Um dos motivos que explicam esse cenário é o fato de os homens procurarem menos a consulta médica preventiva. Por isso, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) aproveita o Novembro Azul, mês de conscientização do câncer de próstata, para ampliar o debate sobre a saúde masculina.

"A maioria dos homens busca os serviços de saúde somente quando os sintomas já estão graves e/ou limitantes ou quando a própria doença já está em seu estágio mais avançado. Segundo o Programa Nacional de Saúde (PNS), em 2019, 82,3% das mulheres procuraram, em algum momento do ano, um auxílio médico. Já o índice de homens foi de 69,4%", aponta Dr. Marco Túlio Cintra, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, sendo superado apenas pelo câncer de pele não-melanoma. Entretanto, não é apenas o câncer de próstata que exige atenção, como afirma Dr. Marco Túlio: "As taxas de doenças cardiovasculares, diabetes e hipertensão arterial são, em geral, mais elevadas em homens".

Ainda segundo o vice-presidente da SBGG, uma das principais causas dessa falta de cuidado masculino com a saúde é de ordem cultural. "Os idosos atuais foram educados, desde pequenos, com alguns estereótipos, como o que diz que o homem deve ser forte, que não pode parar suas atividades por qualquer problema de saúde, que não pode demonstrar fraqueza. Então, por vergonha, receio, orgulho ou desconhecimento, os homens não costumam frequentar os consultórios".

Por fim, Dr. Marco Túlio esclarece com qual periodicidade os homens idosos devem realizar as consultas médicas preventivas: "O ideal é que eles façam a avaliação periódica de saúde anualmente. Quanto ao câncer de próstata, especialmente quando há histórico familiar da doença e o paciente for da raça negra, deve-se considerar o exame anual a partir dos 45 anos. Nos demais casos, deve-se discutir caso a caso, sendo a evidência mais elevada a realização do exame anual entre os 55 e 69 anos. "Só com o diagnóstico precoce é que conseguiremos diminuir um pouco essa diferença de quase dez anos na expectativa de vida entre homens e mulheres e, principalmente, permitir que os homens envelheçam com independência, autonomia e qualidade de vida. É necessário que todos tenham claro que cuidar da saúde também é coisa de homem", finaliza o vice-presidente da SBGG.


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