Pesquisar no Blog

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Novembro Azul: diagnóstico precoce é fundamental no combate ao câncer de próstata

"Eu tinha dificuldade para urinar e isso me incomodava", conta o empresário aposentado Antônio Carlos Gardenal, de 68 anos, sobre o motivo que o fez procurar por atendimento médico. "Nos exames, identificaram o câncer. Realizei uma cirurgia robótica urológica para retirar o tumor e hoje sigo em tratamento no Vera Cruz Oncologia, sob os cuidados de uma equipe multidisciplinar e tomando os medicamentos para o controle da doença", relata.

Segundo o urologista Bruno Resende, do Vera Cruz Hospital, a queixa do aposentado é um dos sintomas que podem aparecer em pacientes com diagnóstico do câncer de próstata. No entanto, o urologista ressalta que a maioria absoluta dos homens com a doença não apresenta sintomas e salienta a necessidade do rastreamento para que as chances de cura aumentem. "É importante que os homens realizem os exames de rotina para diagnosticar a doença ainda na fase inicial, que é quando ela não apresenta sintomas. Por isso, a grande importância da campanha de conscientização do Novembro Azul, para sensibilizar a população a procurar um médico, já que o câncer de próstata, quando descoberto na fase inicial, tem mais de 90% de chance de cura", destaca.

Dados recentes do Instituto Nacional de Câncer (INCA) registraram 66 mil novos casos em 2020, o que corresponde a 29,2% dos tumores incidentes no sexo masculino. A instituição ainda destaca que a patologia é o segundo câncer que mais mata os homens, ficando atrás somente do câncer de pulmão. Os números ganham destaque em novembro, na campanha mundial de conscientização a respeito de doenças masculinas, com ênfase na prevenção e no diagnóstico precoce do cancro de próstata.

A patologia tem cura desde que seja descoberta precocemente, quando ainda está restrita ao órgão. O tratamento depende do estágio do diagnostico, além de fatores como idade, expectativa de vida e outras doenças associadas. "Todos os estágios têm tratamento. Mesmo em casos avançados, com a doença muitas vezes disseminada para outros órgãos como, por exemplo, os ossos. Há tratamentos eficazes e capazes de melhorar a qualidade de vida e aumentar a sobrevida desses pacientes", adiciona o oncologista do Vera Cruz Hospital, com área de atuação focada em tumores urológicos, como o câncer de próstata, Adolfo José de Oliveira Scherr.

O oncologista explica que o câncer de Antônio Carlos é o tipo mais comum: um tumor maligno oriundo das glândulas da próstata, que, em sua maioria, acomete idosos. "Cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos", conta. Em alguns casos, a doença pode se disseminar e acometer outras partes do corpo. "Quando há o espalhamento, em sua maioria, afeta os ossos e cria a necessidade do uso de medicações".

Para os pacientes que precisam realizar o procedimento para a retirada da próstata no tratamento do câncer, o Vera Cruz Hospital conta com a plataforma robótica Da Vinci, que há dois anos propicia uma experiência inovadora de cuidado aos homens. Aos que precisam seguir com as medicações, a clínica Vera Cruz Oncologia disponibiliza os mais modernos tratamentos disponíveis. São sete consultórios pensados para facilitar a conversa entre médico, pacientes e familiares e outro espaço onde os pacientes em quimioterapia podem fazer o procedimento ao lado de um acompanhante, com conforto e comodidade.


A importância dos exames

Para que o diagnóstico não seja feito tardiamente e mais vidas possam ser salvas, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) recomenda que os homens comecem a realizar os exames aos 45 anos. Para aqueles com histórico familiar da enfermidade ou de raça negra, a partir dos 40 anos.

"O rastreamento consiste em dois exames: um físico, feito pelo médico urologista no momento da consulta, que é o toque retal; e outro laboratorial, pela dosagem de uma proteína - o antígeno prostático específico, mais conhecido por sua sigla PSA - que, na maioria das vezes, está aumentada em casos de câncer de próstata", esclarece Scherr, que ainda pontua o que pode ajudar no combate à enfermidade: "Mantenha uma dieta equilibrada, pobre em gorduras saturadas e mais rica em vegetais, grãos, peixes, além de fazer atividade física regular".

"Qualquer manifestação deve ser investigada por um médico para descartar a patologia, que, quando diagnosticada precocemente, possibilita um tratamento mais efetivo. Grande parte dos tumores cresce de forma lenta e não chega a dar sinais. Por isso, a necessidade de realizar os exames periodicamente. Todavia, outros tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos", salienta Resende.

 

Vera Cruz Hospital


Ação gravitacional do Sol e da Lua influencia o comportamento de animais e plantas, indica estudo

Pesquisa da Unicamp foi instigada pela observação de que as flutuações de autoluminescência, provocadas pela germinação de sementes, apresentam padrão cíclico regulado pelas marés gravitacionais (foto: Cristiano de Mello Gallep/Unicamp)

 

A atividade rítmica dos organismos biológicos, vegetais ou animais, está intimamente associada às marés gravitacionais geradas pela mecânica orbital do sistema Sol-Terra-Lua. Essa verdade, até certo ponto negligenciada pela pesquisa científica, foi posta agora em evidência por novo estudo conduzido por Cristiano de Mello Gallep, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e Daniel Robert, na University of Bristol (Reino Unido). Artigo a respeito foi publicado no Journal of Experimental Botany.

“Toda a matéria, inerte ou viva, experimenta na Terra os efeitos das forças gravitacionais do Sol e da Lua, expressos na forma de marés. As oscilações periódicas apresentam dois ciclos diários e são moduladas mensalmente e anualmente pelos movimentos desses dois astros. Foi nesse contexto que todos os organismos presentes no planeta evoluíram. O que procuramos mostrar no artigo foi que as marés gravitacionais constituem uma força perceptível e potente que moldou e molda as atividades rítmicas desses organismos”, diz Gallep à Agência FAPESP.

O estudo foi realizado na forma de extensa revisão bibliográfica e também de meta-análise, interrogando dados de três casos publicados anteriormente, mas cuja causalidade gravitacional não havia sido devidamente explorada: a atividade locomotora dos isópodes, pequenos crustáceos sem carapaça cuja aparição na Terra remonta a no mínimo 300 milhões de anos; o esforço reprodutivo em colônias de coral; e a modulação do crescimento de brotos de girassol, inferida por autoluminescência. Neste último caso, os pesquisadores acrescentaram aos dados da literatura resultados obtidos em suas próprias investigações.

“Os dados mostram que, na ausência de outras influências rítmicas, como iluminação e temperatura, a maré gravitacional local é suficiente para organizar o comportamento cíclico desses organismos. Essas evidências questionam, portanto, a validade dos chamados experimentos free-run, nos quais vários fatores ambientais são controlados, mas não se levam em consideração as oscilações gravitacionais. Essas oscilações continuam a existir e, possivelmente, a modular os comportamentos dos seres vivos”, argumenta Gallep.

Entre os padrões rítmicos exibidos pelos organismos, os mais estudados e conhecidos são os ciclos circadianos, que variam com a sucessão do dia e da noite e estão intimamente ligados à alternância de luz e escuridão na Terra. Existem, porém, flutuações rítmicas que se mantêm quando o fator iluminação é isolado, em condições de laboratório. E a contribuição de outras variáveis ambientais tem sido investigada e demonstrada, mesmo que seus efeitos sejam comparativamente muito fracos. O presente estudo considerou, entre outras evidências, a persistência dos ciclos de maré nos padrões de comportamento de organismos costeiros, como os crustáceos, retirados de seus hábitats.

“Esses animais modulam seu comportamento em sintonia com a descida e a subida das marés, em um ciclo de aproximadamente 12,4 horas, decorrente da dinâmica lunissolar, mesmo quando levados para laboratórios com condições aquáticas estáveis e controladas. Tal padrão se mantém por vários dias, coincidindo com o tempo das marés do local em que os organismos foram coletados”, informa Gallep. Apesar de o efeito gravitacional conjugado do Sol e da Lua corresponder a apenas um milionésimo da gravidade terrestre, ele é suficiente não apenas para provocar as grandes flutuações de maré nos oceanos, rios e lagos, como também para mover as placas tectônicas. E o Grande Colisor de Hádrons (LHC), da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern), de 27 quilômetros de circunferência, chega a se deslocar um milímetro na vertical em função dessa flutuação gravitacional – de tal sorte que os cálculos dos experimentos lá realizados precisam ser ajustados para compensar esse fator.

Gallep percebeu inicialmente tais peridiocidades em seus experimentos com autoluminescência decorrente da germinação de sementes, realizados em Limeira, no Estado de São Paulo. “Constatei que mudanças no sinal coletado apareciam a cada 12 horas ou 24 horas, porém, de forma diferente a cada teste de germinação. Ao buscar apoio na literatura, encontrei estudos que indicavam uma possível correlação com a maré gravitacional. Exploramos esse fato em testes subsequentes com diversos tipos de sementes e também agregamos resultados obtidos em laboratórios de colaboradores, em Praga, na República Tcheca, em Leiden, nos Países Baixos, e em Hamamatsu, no Japão."

O efeito gravitacional não afeta apenas organismos mais simples. Foi verificado que seres humanos, isolados da luz, tendem a estabelecer uma flutuação cíclica de 24,4 a 24,8 horas, em consonância com o ciclo lunar. O fenômeno, constatado em pessoas que passam bastante tempo no interior de cavernas, condiciona as alternâncias dos períodos de vigília e sono, os horários de alimentação e outras funções metabólicas.

O artigo Are cyclic plant and animal behaviours driven by gravimetric mechanical forcing? é fruto de pesquisa apoiada pela FAPESP por meio de três projetos (16/50344-615/11280-0 e 18/05300-6). O texto pode ser acessado em: https://academic.oup.com/jxb/advance-article/doi/10.1093/jxb/erab462/6417250.

 

 

José Tadeu Arantes

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/acao-gravitacional-do-sol-e-da-lua-influencia-o-comportamento-de-animais-e-plantas-indica-estudo/37223/


Gestão bem estruturada facilita o processo de sucessão familiar no campo

De forma organizada com tarefas, metas e atribuições bem definidas, pai e filho do Espírito Santo, administram quatro fazendas de forma eficiente e harmoniosa


Um dos maiores desafios de boa parte das propriedades rurais brasileiras é o processo de sucessão dos negócios de uma geração para a outra. Estima-se que cerca de 70% das empresas familiares no Brasil que não tinham um projeto de gestão já estruturado com os herdeiros, chegam ao fim ou vão a falência após a ausência do fundador. Se no caso da administração de uma fazenda já é complicado, imagina no caso de quatro? Esse foi o desafio superado nos últimos anos pelo médico veterinário Vitor Alves e seu pai Nilson Alves.

Com propriedades já consolidadas em Montanha e Mucurici no Espírito Santo e duas novas em Carlos Chagas e Nanuque, em Minas Gerais, pai e filho são exemplos de sucessão bem organizada. Esse processo de gestão compartilhada iniciou-se em 2011, quando o médico veterinário resolveu ir trabalhar com o pai, e aos poucos foram construindo uma parceria tanto entre eles como família, quanto de profissionais, alinhando diferentes qualidades e competências.

Para estar preparado para o desafio Vitor focou nos estudos, fez pós-graduação em produção de bovino de corte, e também MBA em gestão de empresas, com foco em liderança. “Comecei a direcionar para essa área, porque não tinham outras pessoas com essas competências a minha volta, então, eu precisava ser o mais específico possível, focado principalmente na gestão”, disse.

Atualmente, os negócios da família Alves, estão estruturados na área de agricultura 100% irrigada para o cultivo de milho e sorgo e na pecuária. “A nossa lavoura é toda a base de pivô, temos os nossos valores atrelados em gestão, produção e sustentabilidade, valores que tentamos passar para todos os nossos colaboradores. Todos têm metas e variáveis”, destaca Vitor.

Na criação de gado, fazem recria a pasto e engorda no confinamento com um giro anual de cerca de 8 mil animais. “Trabalhamos com oportunidades do mercado, então tem variedade em genética e a lotação muda de acordo com o período de águas”, cita o médico veterinário.


Troca de bastão

O processo de sucessão dos negócios da família Alves está sendo estruturado de forma gradativa. Pai e filho trabalham em suas respectivas áreas, cada um na sua competência. O herdeiro fica responsável pela parte produtiva e estratégica do negócio enquanto o seu pai está focado na área comercial. E o segredo para tudo correr bem, de forma harmônica no dia a dia? A resposta é o diálogo. “Sempre sentamos juntos e conversamos, ele com a experiência de trabalho de vida e eu com um pouco de técnica e de visão de mercado. Nós vamos trocando essas dicas e vai dando certo, sempre um no freio e o outro no acelerador, e vice e versa”, destaca Vitor.

Ainda segundo o gestor, todo processo de sucessão passa por altos e baixos, mas o grande diferencial é saber separar as relações de patrão, filho e sócio. Além disso, é fundamental conseguir lidar com a emoção e a razão dentro de um trabalho em família.

Uma das alternativas adotada pelos produtores e, que tem dado muito certo e facilitado a tomada de decisões em conjunto, é o foco aliado a metas e resultados. Os números são primordiais nas escolhas da fazenda, seja para aquisição de produtos, maquinários ou melhorias. Tudo é decidido sobre os benefícios que as escolhas vão resultar. “Antes de irmos para a agricultura, fomos muito competentes a pasto, depois partimos para o confinamento e há dois anos entramos também na agricultura. Cada passo dado com muita prudência e estudo sobre resultados”, destaca o médico veterinário.


Novos desafios

Com a recente aquisição das duas fazendas em terras mineiras, pai e filho tem unido forças para darem conta da gestão das quatro propriedades da família. Em Nanuque e Carlos Chagas, o desafio foi grande, pois iniciaram a produção do zero. “Lá não tinha pasto, nem rede de energia, e pouca disponibilidade de água. Estamos definitivamente implantando tudo”, conta Vitor.

Para ajudar nessa missão, os produtores estão investindo na tecnologia de sementes de pastagem da SOESP – Sementes Oeste Paulista, de Presidente Prudente/SP, empresa que utiliza a tecnologia Advanced, a única blindada, tratada com fungicida e inseticida e alto nível de pureza. O objetivo inicial é fazer uma boa pastagem e em médio prazo também entrar com a agricultura em áreas que forem possíveis. “Nós vimos oportunidade de crescimento e foi uma negociação interessante pensando a longo prazo. A terra vai virar um artigo que ninguém tem, por isso, temos que usar as melhores ferramentas e tecnologias como as da Soesp para produzirmos cada vez mais em nossas áreas”, finaliza o produtor.

 


Soesp 

 www.sementesoesp.com.br

 

O acolhimento socioemocional no retorno presencial às aulas

Aos poucos, as escolas abrem suas portas para que estudantes de todo o país retomem suas atividades em sala de aula. Contudo, se engana quem pensa que esse retorno representa por si só uma volta à normalidade. Certamente, crianças e jovens voltam bem diferentes de quando ali estiveram pela última vez, em meados de março de 2020. A grande mudança diz respeito aos aspectos socioemocionais.

Nesse período de pandemia, de isolamento e distanciamento social, diversas características que abrangem os chamados soft skills, competências socioemocionais que permitem ao indivíduo gerenciar emoções, solucionar problemas, manter relações sociais e tomar decisões responsáveis, não só deixaram de ser desenvolvidas nas crianças, como algumas até apresentarão, nesse retorno escolar, sinais de momentâneo retrocesso, o que vai exigir de professores e de coordenadores pedagógicos plena atenção para observar, identificar, acolher e trabalhar essas habilidades com seus alunos. E isso deve acontecer com estudantes de todas as idades. Afinal, ninguém passou indiferente por essa pandemia.

Nessa espécie de força-tarefa para a saúde mental de nossas crianças e jovens, alguns pontos devem ficar mais destacados. Nos mais jovens, características como a socialização e a autonomia podem apresentar sinais de alerta. Elas são trabalhadas plenamente no ambiente escolar e é na convivência com e entre crianças que esse tipo de habilidade é desenvolvido com vigor.

Nos jovens de etapas escolares mais avançadas, por sua vez, a ansiedade pode ser um dos itens mais observados. Vale destacar que, em tempos normais, ela já se apresentava preocupante, e na pandemia foi ainda mais intensificada. Um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) divulgado recentemente e que envolveu sete mil crianças e adolescentes de todo o país revelou que um em cada quatro ouvidos apresentou esse tipo de transtorno durante a crise sanitária com níveis clínicos, o que representa necessidade de auxílio médico. Agora, no retorno das aulas presenciais, esse tipo de transtorno pode se manifestar ainda mais intensamente, com jovens estudantes mais tensos e mais inseguros com relação ao futuro.

Isso, sem deixar de citar outro item trabalhado nos soft skills e que também foi afetado pela pandemia: a cultura de estudo. Sim, porque abruptamente, esses estudantes tiveram que se moldar a uma nova forma de aula e de construção de conhecimento. Enquanto as escolas permaneceram com as portas fechadas, por mais que as aulas fossem ministradas de maneira virtual, cada um organizava ou ao menos tentava a melhor estratégia de estudo. Agora, mais do que nunca, será preciso aprender a aprender, ajudando o aluno no processo de construção do estilo de estudo.

Como se percebe, o trabalho de escolas e educadores nesse retorno presencial às aulas é desafiador. O momento é de acolhimento, observação, diagnóstico e foco no socioemocional. Ele deve ser priorizado pelas instituições de ensino e tratado com profissionalismo. No universo educacional, há opções como a startup Vivadí, que fornece um programa completo de desenvolvimento dessas habilidades, criadas especialmente para cada fase da vida escolar: ensino Infantil, Fundamental e Médio. O programa oferece subsídios para que os colaboradores da escola consigam coletar dados e fazer diagnósticos por meio de observações individuais e também coletivas, que permitem uma fotografia do todo, com o registro de comportamentos gerais. As informações são organizadas, sistematizadas e devolvidas para a escola que, dependendo do cenário, recebe junto sugestões de intervenções.

A força-tarefa pela saúde mental das nossas crianças e jovens deve, assim, envolver educadores, coordenadores pedagógicos, diretores e quantos mais colaboradores puderem participar. O retorno presencial representa um enorme desafio depois de tanto tempo sem esse contato. Mas, deve também representar uma excelente oportunidade de prepara-los melhor, com mais segurança, equilíbrio e habilidades sociais e emocionais que reflitam numa comunidade com uma nova narrativa no pós-pandemia.



Mauricio Martins - professor, especialista em produtos para educação e co-fundador da Vivadí

 

Emplacamentos de veículos têm leve queda em outubro, mas crescem no acumulado

Com um dia útil a menos, outubro não apresentou bons resultados para a maior parte dos segmentos automotivos, à exceção de Automóveis e Ônibus. Já no acumulado, de janeiro a outubro/2021, houve alta de 16,15% para o setor em geral.

 

Com um dia útil a menos em relação ao mês anterior, outubro/2021 (20 dias) registrou baixa de -1,78% nos emplacamentos de veículos, incluindo todos os segmentos automotivos (exceto tratores e máquinas agrícolas, que não são emplacados). Os dados são da FENABRAVE – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, segundo a qual foram licenciadas 276.033 unidades no mês, contra 281.026 em setembro/2021. Na comparação com o mesmo mês de 2020, quando 332.852 veículos zero km foram comercializados, a queda de outubro/2021 chegou a -17,07%.

Já no acumulado, de janeiro a outubro de 2021, os emplacamentos seguem com resultados positivos, com alta de 16,15% sobre o mesmo período do ano passado, totalizando 2.863.349 unidades, contra 2.465.260 emplacadas em igual período de 2020.

O setor, em geral, continua sendo afetado pela crise global de abastecimento de componentes para a produção industrial. “Os emplacamentos de todos os segmentos automotivos vêm oscilando, de acordo com o fluxo de produção. A demanda se mantêm alta, por parte do consumidor, mas há segmentos em que a espera por um veículo pode levar meses, em função dos baixos estoques das Concessionárias, que não estão conseguindo ter todos os pedidos atendidos pelas fábricas, devido à falta de insumos e componentes. Esperamos pela normalização da produção, mas acreditamos que isso só ocorra em meados de 2022, na melhor das hipóteses”, esclarece Alarico Assumpção Júnior, Presidente da FENABRAVE.

 


Resumo Mensal Outubro de 2021 – Tabela Geral e por Segmento

 

Automóveis e Comerciais leves

Apesar da baixa nos emplacamentos de Comerciais Leves, a recuperação nos licenciamentos de Automóveis fez com que os segmentos, somados, registrassem crescimento em outubro sobre setembro/2021. Também o acumulado do ano, até o momento, vem se mantendo positivo, mas, além da produção, outros fatores começam a preocupar. De acordo com Assumpção Júnior, o cenário econômico pede atenção. “A recente alta nas taxas oficiais de juros e a possibilidade de novas elevações podem influenciar a decisão de compra por parte do consumidor e na oferta de crédito, que pode se tornar mais seletivo. É um cenário que estamos observando, com muita atenção”, diz.

Caminhões

A queda, em outubro, segundo o Presidente da FENABRAVE, está mais relacionada ao menor número de dias úteis sobre setembro, e não por alterações na demanda. “O mercado de Caminhões se mantém positivo e os emplacamentos vão seguindo a capacidade de entrega das montadoras. Alguns modelos, como os extrapesados, já estão com previsão de entrega para o fim do 1º semestre de 2022”, afirma. “Na média, as entregas estão sendo agendadas para um prazo de 90 a 120 dias”, finaliza.

Ônibus

Apesar da alta em outubro/2021 sobre setembro/2021, os demais períodos comparativos foram críticos para o segmento de ônibus, que foi o que mais sofreu com a pandemia e o isolamento social.

Mas, de acordo, com Assumpção Júnior, as perspectivas para o segmento podem melhorar, em 2022. “A vacinação avançou bastante no Brasil, há perspectivas de retomada no turismo e alguns programas de transporte público podem ser retomados no ano que vem, como o Caminho da Escola. Caso isso se confirmem essas tendências, será uma boa mudança para o segmento”, explica.

Implementos Rodoviários

Bastante atrelados ao segmento de Caminhões, os Implementos Rodoviários tiveram alta de mais de 40%, até o momento, este ano, com resultados superiores aos de setembro/2021, assim como na comparação com outubro de 2020. “É um segmento que depende menos de componentes importados. Por isso, tem uma capacidade um pouco maior de atender à demanda, neste momento”, afirma o Presidente da FENABRAVE.

Motocicletas

As altas seguidas, nos custos de combustíveis, o aumento nos serviços de delivery e a procura por um transporte individual e econômico mantêm a demanda por Motocicletas aquecida, ainda que os resultados, de outubro, tenham ficado abaixo das expectativas. “A baixa nas vendas ainda é reflexo da oferta menor de produtos, mas, a partir de agora, também temos que ficar atentos à alta nas taxas de juros e à maior seletividade do crédito, que podem impactar, negativamente, na demanda. Hoje, a aprovação de crédito, para o segmento, se mantém em 4,8 aprovações para cada 10 propostas enviadas”, diz Assumpção Júnior. O agendamento de entregas de motos, ao consumidor, gira entre 90 e 120 dias.

Tratores e Máquinas Agrícolas

Obs.: Por não serem emplacados, tratores e máquinas agrícolas apresentam dados com um mês de defasagem, pois dependem de levantamentos junto aos fabricantes.

A demanda se mantém aquecida e, assim como Caminhões e Implementos Rodoviários, o segmento se vale do bom desempenho do agronegócio. “Segundo nossas projeções, deve registrar alta de mais de 20% em relação ao ano passado, número acima da média estimada para todo o Setor, que é de 11,1%”, diz Assumpção Júnior.

 

PROJEÇÕES INALTERADAS

Diante de um cenário econômico ainda instável, com alta nas taxas de juros, que podem comprometer crédito, crise hídrica, aumento dos preços dos combustíveis e ainda dificuldades para regularização da produção industrial, a FENABRAVE manteve as últimas projeções para 2021, divulgadas no início de outubro.

TABELA DE PROJEÇÕES DIVULGADAS PARA 2021

As primeiras projeções da FENABRAVE foram feitas em janeiro deste ano, antes do agravamento do abastecimento de peças e componentes na indústria e da segunda onda da pandemia, entre outros fatores que influenciaram nas tendências para o setor e seus segmentos automotivos, fazendo a entidade ajustar suas expectativas, para o ano de 2021, em julho.

Em outubro, a Federação realizou sua última revisão de projeções, considerando todo o cenário e conjuntura atuais.

Vale ressaltar que, por não serem emplacadas, as Máquinas Agrícolas têm suas projeções consideradas à parte, ao final da tabela abaixo.



Posts mais acessados