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sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Instituto Avon alerta para a retomada de exames de rastreio para o câncer de mama durante a pandemia de Covid-19

Especialistas reforçam a necessidade de observar o aumento dos diagnósticos da doença localmente avançada e metastática neste momento. Pandemia impactou diretamente as idas ao médico

 

A pandemia de Covid-19 mudou a forma como as pessoas se relacionam e conduzem as suas atividades, impactando, também, idas ao médico e exames periódicos para a detecção do câncer de mama. Com a rotina de consultórios médicos afetada, os diagnósticos tardios da doença podem se tornar ainda mais frequentes, de acordo com as convidadas da live "Olha pra Você: os impactos da pandemia e a retomada dos cuidados com o câncer de mama", realizada pelo Instituto Avon, braço social da Avon pela garantia dos direitos de mulheres com foco no enfrentamento à violência contra mulheres e meninas e na atenção ao câncer de mama, na última quarta-feira (27).

Mediada pela gerente de causas dos Instituto Avon, Regina Célia Barbosa, a conversa reuniu Fabiana Makdissi, médica mastologista, Head do centro de referência da mama do A.C. Camargo Câncer Center; Luciana Holtz, psico-oncologista, especialista em Bioética e Health Literacy e fundadora e presidente do Instituto Oncoguia, Érica Hobold, coordenadora da FEMAMA (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama) e Mariana Lorencinho, coordenadora da causa de câncer de mama do Instituto Avon.

Mariana lembrou o grande desafio deste ano que é priorizar o câncer de mama diante da Covid-19. "A grande preocupação do Instituto Avon é como mudar a chave das mulheres após o ‘fique em casa’ e o medo em relação à doença. O que a gente não acha, a gente não trata".

Segundo um levantamento baseado em dados do DATASUS, desenvolvido pelo Instituto Avon em parceria com a organização de jornalismo de dados Gênero e Número, que mensurou o impacto da pandemia da Covid-19 no tratamento e diagnóstico do câncer de mama, o Brasil contabilizou 473 mil procedimentos de diagnóstico de câncer de mama a menos que em 2019 - o que representa uma queda de 28%.

A médica mastologista Fabiana Makdissi lembrou os impactos da pandemia para as pacientes com câncer de mama. "Quando nós usávamos a hashtag ‘fique em casa’ no início da pandemia, tínhamos dificuldade de dizer quem deveria estar em casa. No período Covid-19 vimos menores volumes de diagnósticos de câncer inicial e mais pacientes com tumores localmente avançados e metastáticos. Agora que temos a vacina é hora de todo mundo voltar a realizar seus exames e consultas médicas. Temos pacientes represadas, que chegarão até nós com diagnósticos avançados", e complementa, "o medo só vale a pena se gerar movimento pela busca de assistência. A informação empodera e dá escolhas".

Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia, citou a força da informação para combater o medo. "Ao mesmo tempo que temos que seguir falando da prevenção, temos que prover o acesso. O estigma do câncer é o desafio número um. As pessoas sentem medo do câncer pelo pouco que sabem sobre a doença e paralisam, pois não querem encontrá-lo. A mamografia é um exame que procura o câncer de mama. Devemos seguir tirando as pessoas do superficial sobre a enfermidade, colocando holofote nas boas notícias, trocando o que tem de ruim e pejorativo pelas informações positivas, pois as barreiras podem ser minimizadas".

O convite para que as mulheres voltem a realizar seus exames de rotina é uma das preocupações da FEMAMA - Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama. A coordenadora Érica Hobold comentou sobre o trabalho do grupo durante a pandemia de Covid-19. "Estatisticamente, mais de um milhão de mulheres deixaram de fazer a mamografia no último ano", explica. "O Governo Federal lançou recursos para que os estados promovam iniciativas para rastreio do câncer de mama e câncer de colo do útero. A FEMAMA está trabalhando junto com a Secretaria da Mulher para colaborar com a secretarias estaduais para que a verba seja empregada da melhor forma possível".

Regina Célia, gerente de causas do Instituto Avon, concluiu a conversa convocando todas as mulheres a retomarem os exames de rastreamento. "Dá tempo de marcar o exame. Não precisa ser só agora em outubro. O Outubro Rosa é todo dia para todas as mulheres. Façam seus exames".

A live está disponível nos canais do Instituto Avon no Youtube e Facebook . Para mais informações sobre o câncer de mama, acesso e direitos das pacientes acesse o portal Giro pela Vida .

 


Instituto Avon


Surdez: veja sinais que apontam a perda auditiva

 

Zumbindo, TV muito alta e dificuldade para escutar conversas estão entre os sintomas 

 

A perda gradual da audição é algo comum na rotina da população brasileira e de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma a cada dez pessoas podem ser afetadas com essa perda até 2050. 

 

Apesar da perda auditiva ser comum na população com mais de 80 anos, mais da metade das pessoas que relatam esse tipo de problema ainda estão no mercado de trabalho. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 5% da população mundial sofre com a perda auditiva incapacitante.

 

Para a fonoaudióloga e especialista em audiologia da clínica Microsom, Gilvânia Barbosa essa perda auditiva tão jovem pode ser explicada pelo uso frequente de fones de ouvido e o contato diário com música alta. "Hoje em dia os jovens escutam cada vez mais músicas com o volume máximo no foninho, com o passar dos anos isso traz prejuízos. Além disso, shows e ambientes com muito ruído, como o trabalho em construções e marcenarias, por exemplo, sem o devido cuidado, podem prejudicar a audição", explica. 

 

Os sinais dessa perda podem ser de fácil percepção conta Gilvânia. Veja quais são: 

 

1-Zumbido ou sensação de 'ouvido tampado;

 

2-Necessidade de aumentar o volume para conseguir ouvir com clareza; 

 

3-Deixar de perceber sons do ambiente; 

 

4-Solicitar que a pessoa fale mais de uma vez a mesma coisa com frequência

 

A especialista alerta "Se a pessoa estiver sentindo esses sintomas é preciso procurar um médico especialista para fazer exames". Gilvânia também alerta que outro fator a ser levado em consideração é a genética, que pode levar à perda auditiva gradativamente. 

 

Dia Mundial do AVC: Coordenador de Doenças Cerebrovasculares do Hospital Icaraí explica como detectar a doença e prevenir maiores sequelas

 

No Brasil, o Acidente Vascular Cerebral é o responsável pela maioria das internações hospitalares, podendo acometer qualquer pessoa, independente de gênero, idade ou classe social. 

Estima-se que uma em cada quatro pessoas terá a doença ao longo da vida. São vários os fatores de risco, como obesidade, sedentarismo, alcoolismo, hipertensão arterial sistêmica, o tabagismo, a diabetes mellitus, as doenças cardiovasculares entre outros.

De acordo com o Coordenador de Doenças Cerebrovasculares do Hospital Icaraí, que inclusive acaba de receber o Stroke Ready - certificação concedida pela Angels Awards que o coloca o hospital centro de referência para o tratamento e manejo do AVC - Dr. Guilherme Torezani, é extremamente importante conscientizar a sociedade para os riscos individuais do AVC a partir do incentivo da prática de atividades físicas.

Para que as chances de sequelas diminuam é importante, que ao menor sinal da doença, o paciente e seus familiares procurem ajuda especializada.

“Entre os sinais de que o paciente está tendo um AVC, atente-se para fraqueza dos braços e/ou pernas, formigamento ou perda de sensibilidade, principalmente se acometer todo um lado do corpo ou face, bem como para dor de cabeça súbita e intensa sem causa aparente, perda da fala, tonturas súbitas (vertigem/ver o mundo girar), desvio da boca para um dos lados, fala enrolada ou confusa, dentre outros sintomas que se iniciem de uma hora para outra” alerta o médico.

Guilherme lembra que nesses casos o paciente deverá ser levado no menor espaço de tempo possível para um hospital capacitado no tratamento do AVC a fim de possibilitar o tratamento.

“Temos poucas horas para intervir no AVC com chances de reverter a lesão e evitar sequelas permanentes. A cada 1 minuto que passa, 2 milhões de neurônios morrem no cérebro do paciente com AVC", finaliza.


ESTUDO DA THE ECONOMIST MOSTRA O IMPACTO DA OBESIDADE INFANTIL E ADOLESCENTE AOS COFRES PÚBLICOS

Relatório analisou o impacto econômico da obesidade juvenil em três países da América Latina. O Brasil aparece em primeiro lugar, como o país com maior custo com a doença, mais de R$ 2 bilhões somente em 2020. Quadro pode ser revertido com a implantação de ações para prevenção da doença.

 

A obesidade infantil e adolescente tem representado importante impacto nas economias públicas da América Latina. Estima-se que a obesidade tenha custado USD$ 28 bilhões para os sistemas de saúde do Brasil, Chile e Colômbia, apenas em 2020, dos quais USD$ 1,2 bilhão foram diretamente atribuíveis a adultos que viveram com obesidade na adolescência. O custo total da obesidade em adolescentes é mais alto no Brasil, com USD$ 818 milhões - mais de R$ 2 bilhões/ano.

Sem intervenção, o custo cumulativo de adultos vivendo com obesidade desde a adolescência chegará a USD$ 19 bilhões, no horizonte de dez anos, o que por si só equivale a 1% do PIB nominal atual desses países. Esses dados estão no relatório produzido pela The Economist Intelligence Unit (EIU), em parceria com a Novo Nordisk, que conduziu programa de pesquisa sobre o custo da inação sobre a obesidade na adolescência, bem como o potencial impacto econômico de reverter esse cenário, em três mercados emergentes na América Latina: Brasil, Chile e Colômbia. O estudo também teve como objetivo auxiliar os formuladores de políticas, organizações de saúde e o setor privado a trabalharem em conjunto para enfrentar a crescente ameaça da obesidade na adolescência.

No Brasil, a pesquisa contou com a participação de especialistas do Hospital Israelita Albert Einstein (Brasil), do Departamento de Epidemiologia do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/Uerj), do Instituto de Avaliação de Tecnologia em Saúde, do Centro de Excelência em Nutrição e Dificuldades Alimentares, do Instituto Pensi, da Fundação José Luiz Egydio Setúbal (Hospital Infantil Sabará) e do Departamento de Especialidade em Epidemiologia, Epidemiologia Nutricional da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

A análise do relatório também mostra que intervenções baseadas em evidência, como o tratamento médico multidisciplinar, para controlar a obesidade em adolescente afetados, podem economizar USD$ 4 bilhões cumulativamente em gastos com saúde, ao longo de dez anos.

"Para reverter o curso, intervenções que promovam hábitos alimentares saudáveis e atividade física regular devem ser implantadas desde cedo. As estratégias incluem regulamentação da comercialização de alimentos não saudáveis, com alto teor calórico, incentivo a atividades físicas na escola e exigência de rotulagem alimentar e nutricional", diz o gerente geral da Economist Impact para o Brasil, Marcio Zanetti. De acordo com Zanetti, o sucesso dessas intervenções depende de ambientes de políticas favoráveis nos países em que a pesquisa ocorreu (Bolívia, Chile e Brasil).

Para além da formulação de políticas públicas efetivas e do incentivo à alimentação saudável desde cedo, Simone Tcherniakovsky, diretora de Acesso, Relações Institucionais e Comunicação da Novo Nordisk, afirma a necessidade da implementação de campanhas de educação e informação sobre obesidade infantil e suas consequências, caso não seja tratada logo de forma adequada. "Campanhas de educação podem ajudar o público a entender a obesidade e os problemas associados a ela. Existem conceitos errôneos generalizados sobre a obesidade na população brasileira, que tendem a ver a vê-la como um indicador de boa saúde. Iniciativas de comunicação simples, dirigidas aos pais, que incentive hábitos alimentares saudáveis e a prática regular de exercícios físicos, além de atendimento médico multidisciplinar, podem ajudar a mudar esse cenário".

Leia o relatório completo AQUI.


Obesidade atinge cerca de 40% dos jovens na região sudeste

Hoje, mais crianças e adolescentes vivem com obesidade do que nunca no mundo. Nos últimos 40 anos, o número desses jovens aumentou dez vezes, de 11 milhões, em 1976, para 124 milhões, em 2016. No Brasil, somente na região sudeste, segundo dados do Ministério da Saúde, o excesso de peso na infância atingiu em 2018 quase 40% dessa população. Além disso, é importante ressaltar que mais de 80% das crianças que tiveram obesidade continuam com a doença na idade adulta.

Para reverter esta situação, intervenções que promovam hábitos alimentares saudáveis, a prática regular de exercício físico e tratamento médico multidisciplinar devem ser implantadas desde cedo. As estratégias incluem regulamentação da comercialização de alimentos não saudáveis com alto teor calórico, com incentivo à atividade física na escola e exigência de rotulagem alimentar e nutricional. Vale lembrar que, em agosto, Projeto de Lei (PL) 1.662/2019, que proíbe a venda de produtos ultraprocessados e bebidas açucaradas nas escolas, foi aprovado em primeira discussão pela Câmara dos Vereadores do município do Rio de Janeiro (RJ).

 


Novo Nordisk

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AVC não é um acidente

Doença é tida como a segunda maior causa de mortes no país


Hoje, 29 de outubro é celebrado o Dia Mundial do AVC, popularmente conhecido como derrame. No Brasil, é tida como a segunda maior causa de mortes, segundo a Organização Mundial de AVC (World Stroke Organization). Inúmeros estudos, entre eles o Interstroke, avaliou cerca de 30 mil pessoas ao redor do mundo, e confirmou que mais de 90% dos AVCs estão associados aos fatores de risco. 

É importante ressaltar que o acidente vascular cerebral deixou de ser um acidente há muito tempo, pois a doença é totalmente previsível, explica o neurologista Dr. Renan Domingues, Coordenador Regional de Neurologia Rede Americas – São Paulo.

“Existem 10 fatores de risco que podem aumentar as chances de um indivíduo ter um AVC, entre eles: pressão alta, fumo, obesidade, sedentarismo, dieta inadequada, colesterol elevado, abuso de álcool, diabetes, estresse crônico ou depressão e doenças cardíacas. E a melhor maneira de prevenir a doença é controlar esses fatores e realizar uma mudança no estilo de vida, pois o cuidado contribuirá para evitar, de maneira contundente, o risco de um acidente vascular cerebral”, explica o neurologista. 

O especialista ainda esclarece sobre a possibilidade de um maior risco de AVC em pessoas que contraíram a Covid-19. “Foram relatados alguns casos de AVC associados à Covid-19. Pode-se dizer que o coronavírus é um fator de risco, principalmente para pessoas jovens. A hipótese mais plausível para o ocorrido, é que a inflamação da covid favorece a formação de trombos ou coágulos dentro dos vasos e desta forma, predispõe a obstrução de artérias ou veias, podendo levar a um AVC. Mas é importante destacar que a complicação é rara e mais frequente em pacientes que tem formas graves de SARS-CoV-2. 


Meça seu risco 

O aplicativo Riscômentro de AVC, foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Auckland, e acreditado pela World Stroke Organization. A ferramenta auxilia na avaliação individual de AVC nos próximos 5 ou 10 anos e o que você precisa fazer para reduzir esse risco. O Riscômentro é gratuito e disponível nas plataformas IOS e Android.

 


Americas

 www.americasmed.com.br

Como o estresse na infância pode criar uma geração de adultos doentes?

É normal que enfrentemos diversos tipos de estresse ao longo das nossas vidas. Durante a infância, esses episódios são, inclusive, importantes para que os pequenos aprendam a lidar com frustrações e se tornem adultos mais resilientes. No entanto, quando muito intensos e por períodos prolongados, podem ocasionar problemas sérios para a saúde e, até mesmo, para a economia do país em um efeito cascata – problema que sentiremos nas próximas décadas, devido ao estresse gerado pela pandemia. Crianças com acesso a educação, moradia, alimentação adequada e amor, tornam-se adultos mais produtivos para sociedade.

Existem três tipos de estresse costumeiros na infância. O primeiro, de grau leve, é de curta duração e possível de ser regulado pelas próprias crianças, chamado de estresse positivo. O segundo, tolerável, é mais intenso em grau e duração, capaz de impactar o sistema neuroendócrino dos pequenos – mas, também passível de ser lidado adequadamente com o suporte dos pais. Já o terceiro, o tóxico, é o mais grave de todos, no qual devido a situações extremamente difíceis enfrentadas, a criança perde a capacidade de se autorregular. Com alta liberação de cortisol, seu desenvolvimento neurocelular é severamente comprometido, fato que pode levar à inúmeros problemas de saúde orgânicos, como obesidade, diabetes e, até mesmo, psicológicos, como depressão e ansiedade.

O estresse tóxico pode ter inúmeras causas. As características mais comuns são a violência doméstica, abuso na infância, negligência, exposição à extrema pobreza, estupro, criações inflexíveis e, até mesmo, a sobrecarga de atividades, sem que tenham tempo para, realmente, serem crianças, brincar e se divertir. As crianças já podem ser expostas a ele, inclusive no ambiente intra-uterino, quando, na gravidez, as mães vivenciam os mesmos problemas ou similares, como violência doméstica ou excesso de trabalho.

Como resultado, os sintomas mais presentes nas crianças submetidas a um contínuo estresse tóxico são choro intenso e irritabilidade em bebês pequenos, maior agressividade nas suas ações ou palavras, dificuldades no aprendizado, introspecção e piora na qualidade do sono. São muitas possibilidades e, nos últimos anos, vem aumentando o número de jovens com tais problemas. Segundo uma pesquisa do projeto Fique Bem, quase 60% das crianças têm demonstrado um nível alto de estresse após o início da pandemia.

Todos foram tirados de suas rotinas, de sua convivência com amigos e familiares para ficarem dentro de casa 100% do tempo – com pais sobrecarregados com seus trabalhos e a conciliação com tarefas domésticas. As consequências do isolamento foram sentidas rapidamente: em apenas um mês após o decreto da quarentena, as denúncias de violência contra à mulher saltaram 40%, segundo dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMDH) – algo que cria marcas profundas nas crianças.

Estamos vivenciando um claro alerta para a nossa sociedade, principalmente porque as consequências do aumento de estresse tóxico nas crianças só serão sentidas quando se tornarem adultos. A única forma de evitarmos que cresçam com problemas de saúde e psicológicos, é se preocupando desde já em garantir uma infância mais saudável. Não precisamos esperar que os jovens apresentem sintomas graves, mas sim atuar na prevenção por meio da medicina do bem-estar – identificando as situações que podem expô-las a tais riscos.

Neste cuidado, o papel do pediatra deve ser constantemente presente. Sua função é entender a fundo a rotina da criança, questionar os pais sobre isso, orientá-los sobre os principais cuidados com seus filhos e, principalmente, analisar a mãe, buscando entender se ela enfrentou depressão pós-parto, por exemplo. Qualquer mudança bruta de comportamento deve ser informada imediatamente ao médico e, acima de tudo, contar com um acompanhamento complementar de um psicólogo especializado – não apenas para as crianças, mas para toda a família.

Os primeiro mil dias de um bebê são os mais importantes e merecem extrema atenção, uma vez que é o período no qual a criança terá seu maior desenvolvimento cerebral. Busque proporcionar tempo livre e de qualidade para as crianças. Seja brincando, entrando em maior contato com a natureza, diminuindo o tempo frente às telas, estabelecendo um horário para dormir e, praticando atividades físicas sem exagero. Tais ações, quando adotadas pelos pais e, favorecidas por políticas públicas de incentivo à educação, alimentação e moradia, são as melhores formas de prover uma infância saudável e evitar uma nova geração de adultos diabéticos, hipertensos, ansiosos e depressivos.

 


Dra. Patrícia Consorte - pediatra e especialista em nutrição materno-infantil.

https://www.drapatriciaconsorte.com.br/


Outubro Rosa alerta para a conscientização sobre o exame de colo de útero


Além da prevenção ao câncer de mama, o mês de outubro tem sido dedicado à conscientização sobre a saúde integral da mulher e difusão de informações sobre outras doenças como câncer de colo de útero.

 

Conhecido mundialmente pela conscientização relacionada à prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama, o mais frequente entre o público feminino com incidência de algo em torno de 25% da população, o “Outubro Rosa” tem ganhado enfoque mais abrangente relacionado à saúde da mulher. É o caso do câncer de colo de útero com esclarecimentos mais amplos sobre prevenção e serviços de diagnóstico.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que a cada três anos são diagnosticados 16.710 casos novos de câncer de colo do útero no Brasil. Apesar de ser uma das causas mais frequentes de morte por câncer em mulheres, o rastreamento da doença através do exame de Papanicolaou tem contribuído para o diagnóstico precoce, tratamento e queda na taxa de mortalidade.

“Segundo informações dos profissionais da área médica e dados do Inca, trata-se de uma doença de desenvolvimento lento, que pode começar sem sintomas e evoluir para quadros de sangramento ou secreção vaginal anormal, além de dor abdominal, queixas urinárias ou intestinais. Por isso, aproveitamos a força da campanha do “Outubro Rosa” para reforçar a importância de também realizar exames anuais de Papanicolau (exame citopatológico do colo do útero) e colposcopia (visualização do colo do útero e da vagina com lentes de aumento) na faixa etária de 25 a 64 anos em mulheres”, explica Leonardo Straliotto, diretor do Grupo Stra, referência nacional em produtos na área de saúde e bem-estar.

 

Modernos exames de citologia

Uma das principais estratégias para a prevenção e controle do câncer de colo de útero é a sua detecção precoce, permitindo um tratamento mais eficaz da doença e de lesões precursoras. A rotina recomendada para o rastreamento do câncer de colo de útero no Brasil é a repetição do exame Papanicolaou a cada três anos, após dois exames normais consecutivos realizados com um intervalo de um ano. O Dr. Clóvis Klock, médico patologista e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Patologia, explica o avanço do método de coleta e processamento técnico. 

“O médico patologista é o responsável por ler as lâminas para laudar os exames de citologia como é o caso do Papanicolau. Ao longo dos anos, vejo a evolução em termos de equipamentos para o diagnóstico de doenças como colo de útero. É o caso do Gynoprep, um método de diagnóstico que permite uma amostra mais límpida e concentrada, com fácil manejo, preparação e qualidade das lâminas”, explica o doutor Klock, que também é CEO do Grupo Infolaudo-Medicina Diagnóstica. 

O sistema exclusivo e patenteado de citologia em meio líquido é comercializado pelo Grupo Stra no país e utilizado por centenas de clínicas no Brasil. “O Gynoprep tem contribuído para reduzir drasticamente o número de amostras insatisfatórias e recoletas. É um exame mais sensível e que também tem como vantagem a possibilidade da realização de testes moleculares e papanicolau na mesma amostra, em caso de exames complementares, quando necessários”, complementa Leonardo Straliotto, CEO do Grupo Stra, do qual faz parte da marca Gynoprep. 

 

 

Grupo Stra

https://grupostra.com.br


Novembro Azul: cuidados e prevenção do câncer de próstata

Comportamento e estilo de vida estão entre os principais fatores de desenvolvimento do tumor no homem moderno 


re os homens, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma, com 65,8 mil novos casos por ano, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). O médico Gustavo Guimarães, oncologista cirúrgico da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, alerta para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. “Não espere chegar a ter sintomas do câncer de próstata, pois isso significa que sua doença já está avançada. É preciso agir antes e se prevenir”, diz. 

Os sintomas da doença abrangem a dificuldade para urinar, hesitação e urgência para urinar e, em casos mais extremos, sangue na urina. Mas a maior parte dos diagnósticos de câncer de próstata é feita numa fase assintomática, devido ao advento do PSA, exame de sangue que mensura a quantidade do antígeno prostático específico e permite um diagnóstico mais precoce. De acordo com o médico, de 20 a 24% dos tumores de próstata não alteram o valor do PSA, o que demanda ainda o exame de toque retal. 

A rotina de consulta com o urologista é recomendada a partir dos 45 a 50 anos para o rastreamento e detecção precoce do câncer de próstata, unindo os exames de PSA e do toque retal. “Dependendo de combinações, podemos indicar outros exames para avaliar melhor a próstata, como a ressonância ou exames de imagem como o ultrassom. Se a suspeita for grande, será solicitada ainda uma biopsia da próstata”, explica o médico.

 

Fatores de risco e tratamento

O desenvolvimento do câncer de próstata tem um fator predisponente para a agregação familiar: ter um parente de primeiro grau acometido pela doença e, em especial, em idade precoce, com menos de 50 anos, aumenta o risco de ter tumores de próstata. A maior parte dos tumores de próstata, entretanto, são adquiridos por meio do comportamento do cidadão no mundo moderno: inatividade física, obesidade e alimentação incorreta. 

Após os exames e confirmado o diagnóstico, há várias formas de tratamento do câncer de próstata. A vigilância ativa é o acompanhamento de perto dos pacientes que têm um tumor pequeno, de baixo risco e uma expectativa de vida mais curta. Atualmente adotada nos principais centros de referência oncológica, a vigilância ativa segue critérios científicos rigorosos com PSA e toque retal de rotina e, dependendo da evolução da doença, é necessária nova biópsia para avaliar a progressão do tumor e iniciar o tratamento ativo. 

Já para os casos nos quais o câncer deve ser tratado de fato, que engloba a maioria dos pacientes acometidos pela doença, há a cirurgia radical da próstata ou a radioterapia. “As duas modalidades são relativamente comparáveis, com nuances de indicação que devem ser debatidas individualmente por cada paciente com o seu médico”, explica Dr. Gustavo. 

De acordo com o oncologista, a cirurgia pode ser feita de maneira aberta, por videolaparoscopia ou ainda pela maneira assistida por robô, a mais moderna e oferecida na BP, que traz como vantagem uma melhor e mais rápida recuperação no pós-operatório. “As cirurgias robóticas garantem tempo menor de hospitalização do paciente, reduzem os riscos de infecção, a dor e o sangramento durante a cirurgia, e os cortes feitos são menores e garantem maior precisão em locais de difícil acesso”, explica.

Já a radioterapia evoluiu muito rápido e atualmente tecnologias conseguem focar no local correto da próstata com a doença, o que faz com que os efeitos colaterais da terapia sejam muito baixos com excelentes resultados.

 


Beneficência Portuguesa de São Paulo 


10 características empreendedoras fundamentais para o sucesso de qualquer negócio

Divulgação/Freepik
Empresário serial lista os atributos essenciais para os 50 milhões de brasileiros que desejam empreender nos próximos anos


Pelo menos 50 milhões de brasileiros pretendem abrir um negócio nos próximos três anos. É o que revela a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizada com apoio do Sebrae. Segundo o estudo, em apenas um ano, a taxa de empreendedorismo potencial no Brasil cresceu 75%, passando de 30%, em 2019, para 53%, em 2020.

De acordo com o empresário serial José Paulo Pereira Silva, mestre e doutor em Administração de Empresas e pós-doutor em Relações Internacionais, a atividade empreendedora exige atributos fundamentais. No dia a dia, estas atitudes são cruciais para a conquista de resultados excepcionais.

José Paulo é CEO do Grupo Ideal Trends, um dos maiores conglomerados do ramo de tecnologia da América Latina, e autor do livro Lições para você construir negócios exponenciais. Ele compartilha a lista de características empreendedoras fundamentais para o sucesso. Confira!


  1. Tenha iniciativa

Agir com proatividade, buscar expandir negócios e aproveitar oportunidades. O empreendedor é aquele que analisa o presente tendo o que acontecerá no futuro como perspectiva.


  1. Seja persistente

Os erros cometidos são irrelevantes, assim como as dificuldades enfrentadas no caminho. Quem quer administrar um negócio deve persistir, ajustar ou mudar os planos para superar as adversidades.

  1. Corra riscos calculados

Trabalhe para ter e criar alternativas. Assim, mesmo diante de uma situação não planejada, você terá os instrumentos para contorná-la.


  1. Exija qualidade e eficiência

É fundamental entender a necessidade de melhorar o negócio e os produtos continuamente para satisfazer e exceder as expectativas dos clientes. Para isso, deve-se criar procedimentos para cumprir prazos e padrões de qualidade.


  1. Tenha comprometimento

O empreendedor assume responsabilidades e não coloca a culpa nos outros. Ele deve firmar este compromisso para atuar com a equipe na busca por resultados.


  1. Busque conhecimento

Sempre esteja de olho nas formas de aprender e atualizar aquilo que já sabe. Entenda que o grande sábio é aquele que reconhece que não tem conhecimento suficiente, mas se esforça para adquiri-lo de forma contínua.


  1. Estabeleça metas

É importante ter uma visão clara, de longo prazo, e criar objetivos mensuráveis com indicadores adequados, que facilitem o monitoramento do negócio a qualquer momento.


  1. Planeje e monitore

É vital ter um planejamento estratégico para a empresa. Isso faz parte de uma visão holística do negócio e das reais potencialidades. Mas não basta planejar. É preciso executar e acompanhar aquilo que está sendo feito.


  1. Tenha uma rede de contatos

Para que o empreendedor possa vender, é preciso criar estratégias para obter apoio para os projetos, vindo de pessoas chave, e desenvolver redes de contatos e relacionamentos.


  1. Confie no seu instinto

Um líder empreendedor precisa confiar no instinto e na própria opinião, mas não deve deixar de ouvir a opinião e o conselho dos outros.

José Paulo pontua que, para se criar uma grande organização se leva tempo e dá trabalho, mas para destruí-la é rápido, basta que faltem com integridade. Para que isso não ocorra com você, que deseja empreender, ele deixa uma dica de ouro. “Uma empresa só pode ser a melhor se ela contar com a confiança de todas as partes envolvidas, seja dos colaboradores, fornecedores ou clientes. Não tolere a falta de integridade”, finaliza.



Lições para você construir negócios exponenciais
(Autor: José Paulo Pereira Silva | Editora: Ideal Books | 352 páginas | Preço: R$ 49,90 | Link de compra: site do autor e Amazon)


Postos do Poupatempo estarão fechados na terça-feira (2), feriado nacional de Finados

Na quarta-feira (3), as unidades voltam a atender normalmente com agendamento prévio pelo portal, aplicativo ou totens    


Na próxima terça-feira, dia 2 de novembro, os postos do Poupatempo em todo estado de São Paulo estarão fechados, devido ao Dia de Finados. Já na segunda feira (1), véspera de feriado prolongado, as unidades irão funcionar exclusivamente, no horário habitual, para o mutirão de RG e CNH, atendendo apenas às solicitações da primeira e segunda via de Carteiras de Identidade e renovação da habilitação – a exceção é para o Poupatempo de Serra Negra que, devido ao feriado municipal em comemoração à padroeira da cidade, estará fechado nesta data. 
 

Na quarta-feira (3), todas as 87 unidades do Poupatempo voltam a funcionar normalmente, mediante agendamento prévio de data e horário.   

Durante todo o feriado, os canais digitais do Programa – com quase 160 opções online, como a renovação da CNH, Carteira de Trabalho, seguro-desemprego, licenciamento de veículos, carteira de vacinação da Covid-19, entre outros –, permanecerão à disposição da população para os atendimentos remotos, sem sair de casa.    

Importante reforçar que os atendimentos nos postos do Poupatempo são realizados somente para serviços que dependem da presença do cidadão para serem concluídos, como os de RG (primeira via e renovação com alteração de dados), transferência interestadual e mudança nas características de veículos, por exemplo. O agendamento, gratuito, pessoal e intransferível, é obrigatório e deve ser feito pelo portal www.poupatempo.sp.gov.br, aplicativo Poupatempo Digital ou ainda nos totens de autoatendimento.   

  

Mutirão do RG e CNH 

O Poupatempo realiza neste sábado, 30 de outubro, e na próxima segunda-feira, 1º de novembro, a quinta etapa do mutirão. Nesta edição, além do atendimento exclusivo para emissão do RG também haverá oferta de vagas (somente na segunda-feira, 1/11), para aqueles que precisam renovar a habilitação.   

Para conferir os documentos necessários e realizar o agendamento para a realização do serviço, que é obrigatório, basta acessar os canais digitais do programa. As informações sobre endereços e horários de funcionamento das unidades, podem ser consultadas no site do Poupatempo. 

 

Descubra qual deve ser sua pretensão salarial

Aprenda a responder à pergunta mais temida pelos candidatos


Para aqueles que estão entrando agora no mercado de trabalho, pretensão salarial é um termo assustador. Dentre as reclamações mais comuns daqueles que estão procurando um emprego, a que se destaca é quando as empresas colocam “salário a combinar” na descrição da vaga. Ou, pior ainda, quando perguntam ao interessado quanto desejam ganhar. Alguns por medo de pedir um salário alto demais, outros por trabalhar muito por um preço baixo, diversos candidatos desistem de vagas que os interessam por não saber como agir.

De acordo com “O Guia Definitivo da Pretensão Salarial” do Linkedin, a maioria dos escritórios pedem que o candidato informe quanto espera ganhar por ainda não terem decidido quanto querem e podem pagar pela vaga. Ou seja, é de vital importância que o requerente esteja devidamente preparado para responder essa questão.

A gestora de carreira e coach Madalena Feliciano tem a solução para esse problema. Para ela, o melhor jeito de se preparar é tendo total conhecimento de suas habilidades. “Para escolher um novo rumo da vida que te dê lucro e que ao mesmo tempo te realize, você deve se autoconhecer”, afirma Feliciano. A sua pretensão precisa estar de acordo com suas experiências e os seus talentos. Se você não souber quais são, ficará ainda mais difícil responder a temida pergunta.

Além disso, é necessário ter uma análise do mercado em que deseja se inserir. Enquanto se prepara para a entrevista de emprego, é importante pesquisar sobre o cargo, mesmo de outras empresas, para ter uma ideia do que lhe é pedido. Então, avaliando tais necessidades com as suas aptidões, conseguirá definir sua pretensão salarial.
Vale lembrar que, estar aberto para negociar, ou ainda, dar um pequeno passo para trás, não significa retroceder, mas sim alçar novos voos, principalmente neste momento político/econômico, portanto seja flexível!

 

Madalena Feliciano - Gestora de Carreira e Hipnoterapeuta

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Cláusulas restritivas de propriedade

Não vender, não penhorar e não compartilhar com o cônjuge. Entenda porque algumas restrições podem ser fixadas em determinados imóveis.


Ao comprar um imóvel, o proprietário é, na maioria das vezes, dono integral e definitivo do bem adquirido. Apesar disso, existem formas de aquisição de bens que podem determinar o futuro daquele imóvel pelo proprietário antecessor. É o caso das cláusulas restritivas de propriedade, que podem impedir o atual proprietário de vender, penhorar ou compartilhar o imóvel com o cônjuge e/ou terceiros.

Em regra, o direito de propriedade é amplo e pode ser livremente exercido pelo seu legítimo proprietário, desde que respeitados sempre os limites legais. No entanto, em algumas situações é possível que o proprietário crie restrições sobre a propriedade, em especial quando ocorre a doação do imóvel ou faz testamento sobre estes bens.

A advogada especialista em direito imobiliário, Dra. Sabrina Marcolli Rui explica que essas restrições são conhecidas como cláusulas de inalienabilidade, impenhorabilidade e incomunicabilidade, e cada uma destas apresenta uma utilidade e finalidade. De acordo com a profissional, “a cláusula de inalienabilidade impede que o novo proprietário efetue a venda deste bem; a cláusula de impenhorabilidade impede que o proprietário ofereça esse imóvel à penhora e/ou garantia de qualquer dívida, e a cláusula de incomunicabilidade impede que o imóvel se comunique com terceiros, em especial cônjuges”.

Apesar de ser difícil imaginar a compra de um imóvel sob essas restrições, é importante destacar que em muitas situações esse instituto vem a proteger o próprio proprietário do imóvel. Isso porque, embora pareça à primeira vista uma verdadeira aberração jurídica, permitir que o imóvel seja clausulado dessa forma pode evitar possíveis perdas do bem pelo atual proprietário.

Em um exemplo prático, a advogada explica que um pai que tem filho perdulário, que gasta tudo o que recebe e sempre contrai dívidas, ao receber a herança irá gastar tudo da mesma forma e ficará sem nada que possa sequer lhe garantir a sobrevivência. “Nessa situação o pai pode fazer testamento contendo a cláusula de inalienabilidade por exemplo, ou seja, o filho, quando receber o imóvel, nunca poderá vendê-lo, a fim de ser resguardada uma segurança de moradia para este”, conta a Dra. Sabrina Rui.

É importante ressaltar ainda que essas cláusulas têm algumas restrições e não podem ser aplicadas ao bel prazer do doador ou do testador. A primeira e mais importante restrição é que a lei exige que seja apresentada uma justa causa para instituí-la, ou seja, o doador deverá justificar por quais motivos entende ser necessário impedir que quem irá receber o imóvel não poderá vender, nem gravá-lo com dívidas.

A segunda restrição é que essas cláusulas somente podem ser gravadas sobre a parte disponível do patrimônio, e não sobre a sua integralidade. “Lembramos que as cláusulas são de suma importância no direito imobiliário e familiar, sendo largamente utilizadas como planejamento sucessório, e tem grande sucesso nessa empreitada”, finaliza a especialista.

 

 

Dra. Sabrina Marcolli Rui - Advogada em direito tributário e imobiliário

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Derrapada irresponsável do Senado no marco das ferrovias

Foi um duro golpe para quem defende o resgate do sistema ferroviário nacional. No último dia 5 de outubro, 33 anos após a histórica sessão que trouxe à luz o atual texto constitucional, o Senado aprovou o projeto de lei que ficou conhecido como o novo marco legal das ferrovias. 

A principal mudança proposta pelo PL, que agora vai a plenário na Câmara dos

Deputados, é a adoção da chamada modalidade de “autorização” em oposição ao tradicional modelo de concessão, pelo qual o Estado estabelece as metas para a operação dos atuais trechos ou construção de novas linhas. Concessões pressupõem licitações, pelas quais o governo tem a oportunidade de exercer sua prerrogativa de fazer valer os interesses estratégicos da nação, ou seja, fazer política pública voltada para o uso amplo e democrático da ferrovia, hoje muito distante de ocupar o papel a ela reservado em países continentais como o nosso – o de integração e motor para o desenvolvimento nacional.

Com a permissão à autorização, empresas privadas poderão assumir a operação de ferrovias apenas para atender a seus interesses, sem se importar com o uso público dos trens ou mesmo admitir a possibilidade de que outros operadores privados possam empregar a infraestrutura – pública, em sua natureza – para também transportarem produtos e matérias-primas. 

Hoje, as ferrovias brasileiras estão praticamente restritas à logística de grãos e minério de ferro. Itens essenciais como produtos alimentícios e medicamentos – que poderiam ser transportados por trilhos, com custo menor do que o praticado no transporte rodoviário, em uma redução passível de ser repassada para o consumidor – estão fora das ferrovias e sujeitos à alta de combustíveis e ao humor dos caminhoneiros que ameaçam a normalidade do país com greves cada vez mais frequentes. E essa situação pode piorar com o sistema de autorização. Quem já domina as ferrovias deve se perpetuar com a exploração do bem público por mais décadas a fio. A lógica do lucro vai prevalecer. O transporte de passageiros, por sua vez, estará definitivamente condenado.

Com a aprovação célere desse marco legal, o Senado foi de uma enorme irresponsabilidade com o interesse comum. A decisão exime o Estado de exercer seu papel de formulador das políticas públicas. Transporte é estratégico. É dever do Estado e direito do cidadão. Énecessário que tenhamos ações integradas que permitam a ampla utilização das ferrovias, com segurança e extensiva a toda a população, e que elas possam ser um fator de integração nacional. Essas diretrizes precisam vir de Brasília. Qualquer ato que fira os direitos do cidadão deve ser considerado inconstitucional. 

Diante dessa exploração privada e destituída de interesse comum do patrimônio público que se afigura com o marco das ferrovias, entraremos com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade para questionar os princípios de tão inoportuna lei.

O Brasil precisa de ferrovia para todos, e não apenas para alguns escolhidos.

 

José Manoel Ferreira Gonçalves - engenheiro e presidente da Ferrofrente (Frente Nacional pela Volta das Ferrovias) 


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