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quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Nova Lei de Improbidade Administrativa separa o joio do trigo

Recentemente seguiu para sanção presidencial o projeto de lei, aprovado pelo Congresso Nacional, que modifica substancialmente a Lei 8429/90, conhecida como a Lei de Improbidade Administrativa. As alterações têm causado importantes discussões no mundo jurídico e, também, na mídia. Uma das mais sensíveis foi a exclusão do ato culposo do agente público, que cause prejuízo ao erário, como ato de improbidade administrativa. 

Nos termos do art. 37, § 4º, da Constituição Federal e da Lei n. 8.429/1992, qualquer agente público, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios pode ser punido com a pena de perda do cargo que ocupa, pela prática de atos de improbidade administrativa. Mas o que vem a ser um ato de improbidade? 

O ministro Napoleão Nunes Maia, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em julgamento de um Agravo em Recurso Especial, afirmou que: “A Lei de Improbidade Administrativa, como todos sabemos, nasceu com a finalidade de combater e sancionar as condutas dos agentes de atos que afetem a moralidade e maltratem a coisa pública; os seus comandos, todavia, são bastante abertos, havendo, portanto, a necessidade de utilizá-la com certa prudência, a fim de que o próprio instrumento jurídico não seja enfraquecido e se torne impotente, vulgarizando-se pelo excesso de sua utilização ou, até mesmo, que seja utilizado como mero mecanismo de repercussão nos elementos de disputa e competição eleitoral, por exemplo”. 

Conforme preleciona o Ministro Garcia Vieira (REsp 213.994), a Lei de Improbidade “alcança o administrador desonesto, não o inábil”.  

O artigo 10 da Lei de Improbidade, com a redação atual, aponta a possibilidade do reconhecimento de ato de improbidade quando o agente público causa dano ao erário culposamente, ou seja, quando não age com a intenção de causar o dano, mas por negligência, imprudência ou imperícia grave causa um prejuízo ao ente público. Seguindo a atual legislação, temos a figura do “desonesto por culpa”. 

O ministro Napoleão Nunes Maia, antes mesmo do início da tramitação do projeto de lei, já sinaliza sua preocupação em relação a imputação de ato de improbidade por culpa do agente público, senão vejamos: “O elemento subjetivo (dolo ou culpa) exigido para a configuração dos atos de improbidade traz à discussão a proposição dilemática de saber se o cometimento culposo dessa infração administrativa é (ou não) idêntico, similar ou igual ao cometimento doloso e, portanto, passíveis ambos da mesma sanção”.  

Com efeito, em boa hora o novo texto exclui a imputação de ato de improbidade por culpa do agente público. Não se pode olvidar que improbidade administrativa é ato de desonestidade do gestor público no trato da coisa pública. Ato de improbidade, por exemplo, é comprar camisinha feminina, para fornecer no Sistema Único de Saúde, pagar antecipadamente e saber que a empresa contratada não irá entregar e anuir com isso.  

No entanto, muitos irão pensar que isso resultará em impunidade para o mal gestor ou para gestor incompetente. Não é verdade! O gestor que agir de forma imprudente ou negligente na condução da coisa pública e causar prejuízo deverá ser responsabilizado civilmente, devendo reparar o dano causado, mas não sofrerá as graves sanções da Lei de Improbidade Administrativa, que devem ficar reservadas, exclusivamente, para o agente que deliberadamente causar prejuízo aos cofres públicos.  

Dessa forma, a alteração legislativa não gerará impunidade para o gestor público desonesto, mas sim deixar de “medir com a mesma régua” o agente negligente, imprudente ou imperito que causa prejuízo aos cofres públicos com a sua falta de cuidado. Repito, isso não importará na ausência de punição, pois o gestor poderá ser acionado em uma ação civil de reparação de dano, mas não as sanções de perda do cargo ou função pública, impossibilidade de contratar com a administração por um período etc.  

Cumpre destacar, por oportuno, que a ofensa ao artigo 10 da Lei de Improbidade impõe hoje ao gestor público que age com dolo ou com culpa a mesma penalidade, ou seja, impõe indistintamente as sanções do artigo 12, II, da LIA, que importam em severas restrições ao causador do dano, consoante se depreende do texto legal em vigor: “II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos.” 

Diversamente do que apontam os cavaleiros do apocalipse, nesse ponto específico da alteração da Lei de Improbidade, não se vislumbra retrocesso ou causa de impunidade, mas sim uma correção de curso. Ou vocês acham razoável e proporcional tratar de forma igual o gestor desonesto e o descuidado? 

Não há como finalizar sem relembrar saudoso Hely Lopes Meirelles: “Embora haja quem defenda a responsabilidade civil objetiva dos agentes públicos em matéria de ação de improbidade administrativa, parece-nos que o mais acertado é reconhecer a responsabilidade apenas na modalidade subjetiva. Nem sempre um ato ilegal será um ato ímprobo. Um agente público incompetente, atabalhoado ou negligente não é necessariamente um corrupto ou desonesto. O ato ilegal, para ser caracterizado como ato de improbidade, há de ser doloso ou, pelo menos, de culpa gravíssima.”

 


Marcelo Aith - advogado, Latin Legum Magister (LL.M) em Direito Penal Econômico pelo Instituto Brasileiro de Ensino e Pesquisa – IDP, especialista em Blanqueo de Capitales pela Universidade de Salamanca e professor convidado da Escola Paulista de Direito.


Decisões compartilhadas: por que elas ainda não saíram do papel?

Principal incentivo tem que vir de lideranças das empresas para estimular colaboradores e assumirem responsabilidades no futuro da organização

 

A cada ano, os empreendedores de pequenas, médias e grandes empresas têm ouvido e discutido sobre o sistema de decisão horizontal e de decisões compartilhadas. Não é uma novidade no mundo corporativo, mas está bem longe de ter uma representatividade real, por muitas vezes. Isso porque a evolução de uma empresa depende de diversos fatores, como soluções inovadoras e um atendimento diferenciado, porém, é a mudança de mentalidade um dos principais agentes para se ter um crescimento exponencial.

 

Ano após ano, empreendedores de pequenas, médias e grandes empresas têm ouvido a importância de envolver suas equipes em processos de tomadas de decisão, como forma de aumentar a inovação e o engajamento. Gestão horizontal não é uma novidade no mundo corporativo, mas sabemos que sua representatividade ainda é muito pequena comparada à do predominante modelo hierárquico de tomada de decisão.

 

“Essa mudança de mentalidade tem de vir, necessariamente, de cima para baixo. Antigamente, as maiores decisões pertenciam a um grupo minoritário da companhia ou lideranças, que eram capazes de capturar as oportunidades, analisar as opções e tomar as decisões. Mas hoje, as empresas mais inovadoras são aquelas que reconhecem que vivemos em um mundo tão complexo que é um erro pressupor que os líderes saibam de tudo, e dividir os problemas, obstáculos e próximos passos, com colaboradores aumentam a capacidade de uma empresa de tomar boas decisões.”, afirma Pedro Nascimento, Chief Operating Officer do Grupo Anga&Din4mo, holding de serviços de implementação de cultura humanizada, capitalismo consciente e inclusão social.

 

Basicamente, é fazer com que o funcionário tenha um senso próximo ao de “dono” da organização. Empresas com gestão horizontal e decisões compartilhadas dão mais autonomia para os colaboradores criarem propostas e tomarem decisões. “Eles são incentivados a se posicionar, expressar opiniões, usar a criatividade e assumir riscos. E de se fazerem ouvidos quando não concordam com uma decisão que os afeta. É um grau de responsabilidade que os fazem se sentir empreendedores do negócio, dando o melhor de si para produzirem e obterem o sucesso almejado”, explica.

 

Justamente por esse olhar do todo e de dentro da empresa, que possibilitasse ter um melhor entendimento dos problemas e dos obstáculos enfrentados e das maiores dores das partes envolvidas, que cria-se um diálogo que é essencial para gerenciar qualquer tipo de negócio, não apenas do ponto de vista do capital, mas também humano. Cabem às direções e principais lideranças da organização começarem esse exercício de dentro para fora, promovendo não apenas uma maior capacidade de tomada de decisão da organização, mas um maior engajamento dos colaboradores com processos democráticos de forma geral: elemento fundamental para tornar a sociedade mais integrada, conectada e justa.


 

Anga&Din4mo

 

O movimento do Brasil em prol da educação pós-pandemia

O Coronavírus afetou bruscamente o mercado de estágios e a educação. Por isso, novas medidas estão sendo estudadas para o pós-pandemia


Nos últimos anos, vivemos momentos complicados em todas as esferas da sociedade devido à pandemia. No âmbito de ensino, mais de um bilhão de estudantes foram afetados e ficaram sem aulas, segundo a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Foram dias complicados, mas, felizmente, com a vacinação estamos conseguindo retomar.

 

Como sempre digo, a educação tem um papel estratégico, pois somente ela é capaz de transformar essa grande crise. Logo, dependerá dela a reestruturação das novas competências, tais como empatia ou inteligência emocional, atualmente muito fragilizadas diante dessa situação delicada. 

 

No fim de setembro, a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) divulgaram o relatório “Covid-19 e desenvolvimento sustentável: avaliando a crise de olho na recuperação” sugerindo 55 medidas para potencializar a instrução no pós-pandemia, tais como: priorizar a reabertura de escolas com segurança, conectar todas as crianças e adolescentes à Internet até 2030, garantir renda básica universal, etc. 

 

Isso é essencial porque ajuda, inclusive, na inserção desses estudantes no mercado de trabalho por meio do ato educativo escolar supervisionado. Dessa forma, a atividade é a melhor maneira prática de fornecer a experiência sem comprometer os aprendizados, pois o jovem precisa de tempo para estudar.


 

Um caminho cheio de benefícios 

 

Nesse sentido, o estágio, denominado como ato educativo escolar supervisionado, é um grande aliado porque só pode exercer o modelo quem está regularmente matriculado no nível médio, técnico, superior ou EJA (Educação de Jovens e Adultos). A modalidade também tem vantagens como carga horária máxima de seis horas diárias e 30h semanais, auxílio-transporte, bolsa-auxílio, recesso remunerado e seguro contra acidentes pessoais. 

 

Logo, o formato é diferente de emprego (regime CLT) e, assim, não gera vínculo empregatício. Por isso, inclusive, é bom para as companhias, as quais ficam isentas de encargos trabalhistas, tais como 13º salário, sobre férias, FGTS e INSS e eventual multa rescisória.

 

Esses proveitos foram criados para facilitar a admissão da juventude, tão necessitada de uma chance para o início profissional. Outro ponto válido a se ressaltar é a cultura da efetivação, pois esse iniciante busca sua permanência na corporação e a chance de evolução na carreira. Pensando nisso, a duração da função na mesma entidade não pode exceder dois anos, exceto, quando se tratar de uma pessoa com deficiência (PCD).  

Em ambos os casos, a permanência depende da gestão e do desempenho. No entanto, o ideal é sempre estimular esse talento e aproveitá-lo nos quadros internos. Afinal, ele já foi treinado e capacitado de acordo com sua ética e objetivos. Ou seja, é uma relação de ganha-ganha!

 


Carlos Henrique Mencaci - presidente da Abres – Associação Brasileira de Estágios


Pedidos de recuperação judicial caem 34,5% em setembro, revela Serasa Experia

Micro e pequenos negócios têm melhora, mas ainda são responsáveis pela maior parcela das requisições

 

Os pedidos de recuperação judicial registraram baixa de 34,5% em setembro de 2021 na comparação com igual período de 2020. Segundo o Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian, o mês marcou 57 solicitações ante as 87 feitas em setembro do ano anterior. A relação mensal (set/21 x ago/21) também mostrou recuo, esse de 48,6%. Todos os portes de empresas reforçaram as retrações. No entanto, os micro e pequenos negócios tiveram o maior número de requisições apesar de estarem em queda. Confira os dados completos na tabela a seguir:


Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, a facilitação do acesso ao crédito, renovada pelo Pronampe em julho deste ano, impactou positivamente os números do indicador. “Com a nova disponibilização das linhas de crédito específicas para micro e pequenos negócios, os empreendedores conseguiram colocar as contas em dia e manter a empresa funcionando”. No entanto, Rabi explica que “a melhora do índice não significa uma tendência, mas um alívio temporário, já que o cenário econômico atual de inflação e juros em alta ainda é bastante desafiador”.

A análise por segmento revelou que as empresas da área de Serviço foram as que mais demandaram pelo recurso de recuperação judicial no mês de análise, com 28 pedidos. Os setores de Comércio e Indústria tiveram diminuição, marcando 10 solicitações cada um, enquanto o Primário teve apenas 9. Veja mais detalhes na tabela abaixo:


Requisições de falência têm diminuição em setembro

No ano a ano os pedidos de falência caíram 8,5%. Foram 75 solicitações em setembro de 2021, contra as 82 feitas no mesmo mês do ano anterior. As micro e pequenas empresas se destacaram com o volume mais expressivo de pedidos (49). Na sequência estão os negócios de grande (15) e os de médio (11) portes. Na análise por segmento, o setor de Serviços também lidera, com 48 requisições. Para conferir mais informações e a série histórica do indicador, clique aqui



 Serasa Experian

www.serasaexperian.com.br


Geração própria de energia solar atinge 7 gigawatts e traz R$ 35,6 bilhões de investimentos ao País, informa ABSOLAR

De acordo com a entidade, potência instalada nos telhados e pequenos terrenos com sistemas fotovoltaicos equivale a metade de toda a capacidade da usina hidrelétrica de Itaipu


A energia solar acaba de atingir a marca histórica de 7 gigawatts (GW) de potência instalada em telhados, fachadas e pequenos terrenos de residências, comércios, indústrias, produtores rurais, prédios públicos no Brasil, o que equivale a metade de toda a capacidade da usina hidrelétrica de Itaipu, segundo mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).
 
De acordo com a entidade, o País possui atualmente mais de 611 mil sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, trazendo economia e sustentabilidade ambiental para mais de 765 mil unidades consumidoras. Desde 2021, foram mais de R$ 35,6 bilhões em novos investimentos, que geraram mais 210 mil empregos acumulados no período, espalhados ao redor de todas as regiões do Brasil.
  
Embora tenha avançado nos últimos anos, o Brasil – detentor de um dos melhores recursos solares do planeta – continua atrasado no uso da geração própria de energia solar. Dos mais de 88 milhões de consumidores de energia elétrica do País, apenas 0,8% já faz uso do sol para produzir eletricidade, limpa, renovável e competitiva.
 
Para a entidade, a aprovação pelo Congresso Nacional do marco legal para a geração própria de energia renovável, proposto pelo Projeto de Lei (PL) nº 5.829/2019, fortalecerá a diversificação da matriz elétrica brasileira e a segurança de suprimento elétrico, em tempos de crise hídrica e aumentos na conta de luz. O PL nº 5.829/2019, de autoria do deputado federal Silas Câmara e relatoria do deputado federal Lafayette de Andrada, garantirá em lei o direito do consumidor de gerar e utilizar a própria eletricidade, a partir de fontes limpas e renováveis. O texto foi aprovado na Câmara dos Deputados em agosto e segue para apreciação no plenário do Senado Federal. A expectativa do setor é de que seja votado e sancionado ainda em 2021.
 
Segundo a ABSOLAR, a tecnologia solar fotovoltaica está presente em mais de 5.369 municípios e em todos os estados brasileiros, sendo que os estados líderes em potência instalada são, respectivamente: Minas Gerais (1.304 MW), São Paulo (888 MW), Rio Grande do Sul (849 MW), Mato Grosso (534 MW) e Paraná (383 MW).
 
“A energia solar terá função cada vez mais estratégica para o atingimento das metas de desenvolvimento econômico e ambiental do País, sobretudo neste momento, para ajudar na recuperação da economia após a pandemia, já que se trata da fonte renovável que mais gera empregos no mundo”, aponta o CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia.
 
“A energia solar tem ajudado a baratear a conta de luz de todos os brasileiros com a redução do uso de termelétricas fósseis, mais caras e poluentes e responsáveis pelas bandeiras tarifárias que encarecem a conta de luz”, comenta o presidente do Conselho de Administração da entidade, Ronaldo Koloszuk.


 
 
Indicadores da geração própria de energia solar
 
A fonte solar lidera com folga o segmento, com mais de 99% das instalações do País. Em número de sistemas instalados, os consumidores residenciais estão no topo da lista, representando 75,8% do total de conexões. Em seguida, aparecem as empresas dos setores de comércio e serviços (14,4%), consumidores rurais (7,3%), indústrias (2,1%), poder público (0,3%) e outros tipos, como serviços públicos (0,02%) e iluminação pública (0,01%).
 
Em potência instalada, os consumidores residenciais lideram o uso da energia solar, com 41,6% da potência instalada no País, seguidos de perto pelas empresas dos setores de comércio e serviços (35,6%), consumidores rurais (13,6%), indústrias (7,9%), poder público (1,2%) e outros tipos, como serviços públicos (0,1%) e iluminação pública (0,02%).

 

Permutas se expandem pelo País como alternativa para superar a pandemia

Empresas buscam as trocas multilaterais para movimentar estoques e tirar serviços da ociosidade. Parcerias entre Sebrae, universidades e plataforma de permutas buscam viabilizar novas formas de negociação. Poder público também busca incentivar a prática por meio de projetos de lei


A crise do novo coronavírus impactou fortemente as empresas. De acordo com dados do Relatório Global sobre a Situação de Pequenas Empresas, elaborado pelo Facebook com mais de 35 mil líderes de pequenas e médias empresas (PMEs), 25% das empresas relataram fechamento em fevereiro. Por sua vez, a pesquisa Sobrevivência das Empresas, divulgada em junho pelo Sebrae, aponta que 41% dos entrevistados que fecharam os negócios no último ano citaram explicitamente a pandemia como causa do encerramento das atividades.

A difícil situação das empresas durante a crise provocada pelo coronavírus, provocou uma mobilização por parte de instituições e organizações dos setores público e privado para proporcionar mais condições de sobrevivência das empresas e possibilitar a retomada econômica no País Entre as soluções encontradas se destaca a prática das permutas multilaterais, sistema em que empresas ou profissionais liberais fazem trocas de produtos e serviços por meio de uma plataforma digital, onde as trocas podem ser feitas com qualquer usuário e não ficam restritas a apenas duas pessoas ou empresas. 

Neste ano, por exemplo, o Sebrae-SP firmou parceria com a plataforma de permutas multilaterais XporY.com para fornecer aos micro e pequenos empresários novas possibilidades de negociações. Segundo o edital da entidade, as permutas são uma forma de as empresas reduzirem o custo de operações e uma possibilidade de empreendedores movimentarem seus estoques parados e serviços ociosos. Ao se cadastrar gratuitamente na plataforma, o usuário pode disponibilizar todo o seu portfólio de produtos para atrair venda para novos clientes participantes da rede. A cada venda receberá pagamento na moeda digital da XporY.com e poderá utilizar este crédito para consumir os serviços e produtos de sua preferência de qualquer usuário da rede, aumentando, assim, as oportunidades de conexões e networking, monetizando a sua ociosidade e otimizando seu fluxo de caixa. 

Segundo o sócio-fundador da XporY.com, Rafael Barbosa, a parceria estimula novos negócios e incentiva a inclusão digital de pequenos e médios empreendedores. “Nesse processo, cada empresa ou profissional oferece gratuitamente seu produto na plataforma digital e recebe pelo serviço ou produtos créditos em uma moeda digital, por meio do qual poderá adquirir qualquer oferta disponível no sistema que conta com mais de 10 mil usuário pelo País”, completa o empresário, que também é especialista em economia colaborativa.

Outra iniciativa, também em São Paulo, envolve o mercado de startups. Mesmo atuando com a inovação, essas empresas apresentaram uma queda de faturamento durante o período de pandemia da Covid-19 de 68%, ainda abaixo da queda de 87% registrada pelos pequenos negócios, segundo pesquisa realizada pelo Sebrae. Diante desse cenário, uma parceria desenhada entre o Sebrae, a Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS) e a XporY.com busca incentivar e acelerar o desenvolvimento de negócios inovadores entre os universitários, usando as permutas.

A parceria organizou uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), a Biosphere, para atuar como aceleradora no meio universitário na região do ABC Paulista. De acordo com o coordenador do Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura (Conjuscs), Jefferson José da Conceição, o hub terá três eixos prioritários, envolvendo saúde, indústria criativa e indústria 4.0. “As startups nascem com muitas dificuldades em diversas áreas, como contábil, financeira e jurídica. A economia colaborativa se torna importante nesse cenário para apoiar essas empresas em um momento fundamental para o seu crescimento e sustentação”, destaca o coordenador, um dos idealizadores do projeto.

A sociedade terá uma unidade dentro da universidade para acelerar cerca de 10 startups por ciclos de seis meses a um ano. “É um projeto que une e integra o Sebrae, o meio acadêmico e o ramo empresarial com o objetivo de despertar a cultura empreendedora já na universidade, apostando, principalmente, na tecnologia como meio de alavancar os negócios”, destaca Barbosa.

Para especialistas da área, a economia colaborativa pode ser uma solução para que o mundo evite crises sucessivas e consiga superar períodos de dificuldades, como o do coronavírus. Para especialista em novas economias e futurista, Lala Deheinzelin, é necessário a complementariedade entre a economia colaborativa e a tradicional para que exista um equilíbrio no sistema. “Uma é a centralizada, que vê o todo, tem tecnologia e padrão que, no caso do sistema econômico, são as moedas fiduciárias, emitidas pelo governo. Por outro lado, uma economia distribuída, que tem uma diversidade de elementos que atribuem valor a uma moeda e que a permite circular. O centralizado é eficiente e o distribuído é resiliente, por isso complementares”, destaca a especialista, considerada uma das top 3 da América Central e Latina, além de já ter atuado como conselheira especial de projetos relacionados à Economia Criativa, Cultura e Desenvolvimento da ONU.


Projeto de Lei

As permutas multilaterais já estão ganhando espaço no debate público em outros estados. Em Goiás, por exemplo, tramita o Projeto de Lei nº 2039 que busca instituir uma política estadual de estímulo, incentivo e promoção da economia colaborativa, que vai fortalecer o uso das permutas com esse propósito. Atualmente, o Projeto de Lei já conta com parecer favorável da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Assembleia Legislativa e foi encaminhado para a Diretoria Parlamentar pela Comissão de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia. 

Para o deputado estadual Virmondes Cruvinel, autor da proposta, a expectativa é de que o projeto seja votado e aprovado pela Casa. “Apresentamos conversas de alto nível com os demais colegas da Assembleia e tenho visto uma aceitação muito forte por parte deles. Acredito que teremos ampla maioria nesse projeto e conseguiremos proporcionar novas alternativas para os empresários goianos”, comenta o deputado.

 

Pesquisa mostra que professores são importantes para 80% dos brasileiros

 Plataforma TIM Ads ouviu mais de 128 mil pessoas em todo o país, com o objetivo de compreender a relevância da profissão às vésperas da celebração nacional do Dia dos Professores

 

A TIM promoveu pesquisa realizada com 128 mil clientes do plano pré-pago de todo o Brasil, com o objetivo de compreender a opinião do público sobre a importância da docência. Foi também coletada a visão mais recente dos próprios profissionais da Educação sobre as vantagens e desvantagens da profissão, além das dificuldades ainda enfrentadas na pandemia.

Uma das principais constatações da enquete diz respeito à relevância do professor para a vida: 68% dos entrevistados disseram ser uma profissão “muitíssimo importante” e 12% avaliaram como “importante” – totalizando 80%. Em contraste, outros 11% avaliaram como “pouco” ou “nada importante”, enquanto 9% mostraram indiferença, afirmando que a figura de um professor é “nem muito nem pouco importante”.

Já 11% dos respondentes que exercem ou exerceram a função de professor apontaram os prós e contras da profissão. Como vantagem, empataram com 25% o fato de poder ser uma influência para o futuro da sociedade e de poder contribuir com a formação das pessoas. Já 21% apontaram como benefício do professorado a oportunidade que se tem de contribuir para uma melhora do país. Apenas 9% enxergam a profissão como fonte de renda.

Em relação às desvantagens, liderou a falta de reconhecimento (22%), a baixa remuneração (20%), a falta de respeito (18%) e também a falta de interesse e dedicação dos alunos (17%). O estresse elevado também foi reclamado por 16% dos professores, assim como a falta de engajamento do país em relação à atividade docente, que foi mencionada por 11%.

A pesquisa também trouxe uma atualização em relação às dificuldades enfrentadas pelos professores durante a pandemia. A falta de acesso à internet lidera as reclamações, mencionada por 15% dos participantes. Eles ainda apontaram como dificuldade a retenção da atenção dos alunos durante as aulas online (12%) e o despreparo das famílias para apoiar os jovens (11%).  Por outro lado, 8% se queixaram de despreparo dos próprios professores para dominar aulas à distância.    

O levantamento obteve respostas de clientes de 14 a 60+ anos de idade, sendo o principal público respondente das faixas etárias até 24 anos (50%) e de até 35 anos (30%). Entre as 128.479 pessoas ouvidas, 11% identificaram-se como professores ativos ou inativos, sendo 44% da rede pública, 32% da rede privada e outros 32% professores particulares.

A pesquisa foi aplicada de 13 a 19 de setembro, pela plataforma TIM Ads da própria operadora, que concede bônus para navegação na internet em troca de respostas. Os dados dos usuários são mantidos em sigilo e apenas o resultado final é publicado.



Investimento em Educação


A TIM valoriza os profissionais de Educação e tem investido em iniciativas que fomentam o ensino remoto, ajudando a promover o desenvolvimento do país. Em julho, a operadora ingressou na área de Educação e anunciou uma parceria com a Ampli, empresa do grupo Kroton (vertical B2C de ensino superior da Cogna Educação), que permite ampliar o acesso à educação por meio da sua tecnologia, incentivando a democratização do ensino e apoiando o país a aumentar sua taxa de empregabilidade.

Desde então, clientes de todos os planos da operadora – incluindo a ultra banda larga fixa TIM Live e ofertas do segmento corporativo de pequenas e médias empresas – têm descontos na graduação à distância e acesso gratuito a cursos livres da Anhanguera Educacional, por meio de uma plataforma 100% digital, chamada Ampli, avaliada com nota máxima pelo Ministério da Educação (MEC), e sem consumir do pacote de internet.

A parceria oferece mais de 400 cursos livres e cerca de 250 de graduação e pós-graduação no formato de Ensino a Distância (EaD), com aulas mais dinâmicas e apropriadas para pequenas telas.


Empreendedores precisam ficar atentos para regularização de dívidas

Sebrae disponibiliza página no portal com modalidades de negociação que se encontram em aberto


Regularizar os débitos com o Fisco é uma das condições necessárias para os empreendedores conseguirem manter a empresa funcionando e obterem melhores resultados no momento da retomada no pós-pandemia. Para ajudar quem está em débito com impostos, existem diversos instrumentos que preveem condições diferenciadas de transação tributária, ou seja, que permitem negociar condições mais vantajosas para quitar débitos de impostos.

Em entrevista à Agência Sebrae de Notícias, a analista de Políticas Públicas do Sebrae, Lillian Toledo explicou que as transações tributárias são um importante instrumento de regularização fiscal, pois preveem condições diferenciadas como parcelamento em até 142 meses, bem como 100% de descontos em multas juros e encargos.


Qual é a importância das empresas regularizarem sua situação fiscal?

Os benefícios de estar regular com o Fisco são muitos. Isso facilita o acesso a crédito, financiamento de bens como crediários para aquisição de automóveis e maquinários, por exemplo, maior acesso a benefícios bancários, como cheque especial e cartão de crédito. Além disso, com o CNPJ regular é possível emitir a nota fiscal, que é essencial a qualquer negócio. Também é possível obter a Certidão Negativa de Débitos (CND) ou a Certidão Positiva de Débitos com Efeitos Negativos, requisito indispensável para a participação em qualquer licitação.


Quais são os prejuízos para os negócios que não estão em dia com suas dívidas?

Os prejuízos são muitos, sendo que fora as dificuldades de acessar os benefícios que citei anteriormente, o CNPJ pode ser suspenso e depois de algum tempo cancelado. A empresa ainda pode ser inscrita no Cadastro Informativo de Créditos Não Quitados (Cadin) já dificultando qualquer parceria com o poder público. Para quem está inscrito no Simples Nacional, pode ser excluído do regime, perdendo o benefício da tributação especial.

Em relação às cobranças das dívidas, os prejuízos são ainda maiores, pois além da incidência de multas e encargos que se somam ao valor geral do débito, o empreendedor poderá responder juridicamente por ele por meio de ações de cobranças interpostas pelas procuradorias da Fazenda e da União, Estado ou Município, a depender de quais impostos estejam atrasados. Nesse caso, se não pagar a dívida poderá ter bens ou valores penhorados.


Quais são as modalidades disponíveis no momento?

Existe uma enorme pluralidade de editais no momento e que aumenta o leque de opções disponíveis aos pequenos negócios para realizarem a regularização tributária. Além da possibilidade de quitar os débitos fiscais, o empresário também pode regularizar o CNPJ, um requisito indispensável ao acesso a programas emergenciais, a crédito e às compras públicas, por exemplo.

No momento, além das modalidades permanentes, há diversas modalidades abertas que oferecem boas condições de negociação:  Transação para o Setor de Eventos, Extraordinária, Excepcional, Excepcional para Débitos Rurais e Fundiários, Pequeno Valor e Contencioso Tributário.


Como o processo de negociação é feito?

As simulações e adesões aos editais e pagamentos das parcelas são feitos de forma 100% digital, por meio dos portais Regularize da PGFN e pelo E-cac da Receita Federal.


Como o Sebrae tem ajudado nesse processo?

Na nossa página de políticas públicas é possível encontrar diversas oportunidades para os pequenos negócios, tais como acesso a crédito, medidas emergenciais para amenizar os efeitos da pandemia da Covid-19 e possibilidade de negociação das dívidas fiscais por meio das transações tributárias. 

Esse conteúdo é essencial para que o empreendedor possa regularizar seus débitos com a União por meio do acesso a condições diferenciadas, como parcelamentos em até 142 vezes e descontos de até 100% em multas e juros. São oportunidades de regularizar o CNPJ feitas de forma online disponíveis até 31 de setembro e que podem ser conferidas na aba Negociações de Dívidas na página de políticas públicas do Sebrae.


quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Dia dos Professores: educadores destacam a importância dos pets no desenvolvimento escolar durante a pandemia no Brasil

Estudo realizado pela Mars Petcare revelou que os pets reduzem o estresse das crianças durante a aprendizagem virtual e aumenta os níveis de energia e motivação

 

Na próxima sexta-feira (15/10) é celebrado no Brasil o Dia do Professor. A data, muito especial não só no calendário escolar, visa homenagear e ressaltar a importância desse profissional em nossa sociedade, que teve um papel fundamental durante a pandemia para as crianças e jovens no âmbito escolar, adaptado de um dia para o outro com o isolamento social.

Diante desse novo cenário híbrido, com mais de um ano educando à distância, e agora com parte dos estudantes brasileiros retornando ao ensino presencial, mas com a continuidade de atividades online, a Mars Petcare realizou um estudo inédito para avaliar as percepções dos professores sobre os benefícios potenciais dos animais de estimação na sala de aula virtual.

"Os pets têm ocupado um papel cada vez mais importante dentro das famílias, e a pandemia intensificou a relação entre os tutores, principalmente pelas mudanças de hábitos que afetaram grande parte da população, incluindo as crianças. O intuito da pesquisa com os professores e famílias era entender, no cenário brasileiro, como os pets têm interagido com os estudantes durante o momento de aprendizagem online e como isso pode ser benéfico daqui para frente, mesmo com o retorno ao ensino presencial.", explica Sheila Guebara, Diretora de Assuntos Corporativos da Mars Petcare.

Os dados mostraram que 79% dos professores notaram que seus alunos se sentem menos estressados na sala de aula virtual quando seu animal de estimação está por perto, e 83% dos entrevistados acham que a interação com o pet é importante para reduzir a ansiedade. Outro ponto relevante foi a constatação de que 87% dos professores dizem que ter um animal de estimação em casa pode ajudar as crianças a se sentirem menos solitárias.

No Colégio Agostiniano Mendel, que fica no Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo, os pets também contribuíram para as aulas. E, em alguns casos, de forma "planejada". É o que conta a professora Claudia Paula Dantas Affonso, do 3º ano do Ensino Fundamental.

"Desde que começaram as aulas remotas, percebi que teria a visita das minhas gatas durante as aulas e logo as apresentei para os alunos. Sabia que a Lili e a Betina iriam entrar no cômodo, subir na mesa, participar mesmo e aí decidi mostrar as duas para a turma. A reação deles foi imediata. Todo mundo abrindo a câmera, perguntando delas e querendo mostrar os seus pets", afirmou Claudia, que relembrou do começo das aulas remotas:

"Aquele começo foi um período bem difícil, todo mundo se acostumando com o novo sistema e entendendo as dinâmicas das aulas. A gente sabe que muda a dinâmica toda da aula, tem os sons da casa, do nosso ambiente, do ambiente dos alunos, então fomos nos acostumando. E percebi logo no começo que quando eu mostrava as duas gatas, as crianças interagiam bem mais, abriam a câmera, mostravam os pets delas, conversavam mais com a gente, procuravam os bichinhos delas para mostrar. Isso ajudou muito para prender a atenção e engajar mais. E, até por isso, sempre que dava também usava as gatas para ajudar na aula, se fazia sentido para a matéria que eu estava ensinando."

Na casa da Fernanda Vannucci, mãe da Bruna e Andre, que atualmente estão respectivamente no 5º e 3º anos do Ensino Fundamental do Colégio Agostiniano Mendel, dois cachorros também contribuíram muito para o aprendizado das crianças. E não somente em matemática ou português, já que Bruna e o Sexta-Feira, um dos cachorros, também chamaram a atenção por conta dos seus dotes artísticos.

"Uma das atividades da escola foi um show de talentos, em que as crianças puderam se apresentar se quisessem. A Bruna quis e tocou a gaita dela e o Sexta-feira participou junto com ela, uivando, parecia que estavam cantando juntos. Foi um sucesso, as crianças adoraram. A professora adorou também, algumas famílias que estavam acompanhando também se divertiram e a minha filha e o cachorro até se apresentaram mais de uma vez. Isso foi muito importante, porque as crianças também interagiram mais, o que foi muito importante durante esse período de isolamento. A gente viu que as crianças também mostravam os cachorros, os pets. Ajudou muito nesse sentido, porque eles ficaram muito tempo sem verem os outros, essa proximidade maior fez muita diferença e contribuiu também para o aprendizado", destacou Fernanda.

"Os pets ajudaram e ajudam bastante contra a ansiedade. Algumas vezes pode atrapalhar a concentração na aula, mas contribuiu bem mais no fim. O cachorro fica ali como companhia, ajuda a prestar atenção e como eu disse anteriormente, na interação com os outros alunos e as professoras. E também ajudaram muito fora das aulas, porque foi um período difícil, só entre os irmãos e os pais, quase sem contato com outras pessoas. Então, a alegria dos cachorros fez toda a diferença para a gente."

Mais detalhes sobre o estudo podem ser vistos aqui .

 

 

Mars, Incorporated 

www.mars.com/brazil/pt


Albatrozes-gigantes frequentam o Brasil durante todo o ano, revela estudo do Projeto Albatroz

Albatroz-de-Tristão (Foto: Dimas Gianuca/Projeto Albatroz)


Dados chamam atenção para o potencial impacto da frota nacional de espinhel pelágico sobre espécies ameaçadas de extinção

 

As águas brasileiras abrigam cerca de 40 espécies de aves da ordem dos Procellariiformes, número que representa um terço da diversidade global do grupo, e mais de dois terços da diversidade no Oceano Atlântico. Pesquisadores do Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, realizaram uma pesquisa com contagens de aves feitas em mais de 900 lances de pesca feitos nas regiões Sul e Sudeste do Brasil entre os anos de 2002 e 2017, revelando a presença destas quatro espécies durante todo o ano na costa brasileira. O estudo foi o primeiro a verificar a distribuição espacial e sazonal das diferentes espécies de albatrozes-gigantes associados a embarcações da frota nacional de espinhel pelágico. 

Os albatrozes são espécies oceânicas subantárticas, ou seja, são aves que passam a maior parte da vida sobre o oceano e retornam às ilhas localizadas no Atlântico Sul e Nova Zelândia, a cada um ou dois anos, apenas para se reproduzir. Das 40 espécies de aves procellariformes, o Projeto Albatroz pesquisou quatro das seis espécies do gênero Diomedea, chamadas de albatrozes-gigantes: albatroz-viageiro (D. exulans), albatroz-real-do-sul (D. epomophora), albatroz-real-do-norte (D. sanfordi) e o albatroz-de-Tristão (D. dabbenena).

Devido a fatores como poluição por microplástico, mudanças climáticas, introdução de espécies exóticas em seu habitat e especialmente a captura incidental pela pesca de espinhel, estas aves estão ameaçadas de extinção em diferentes níveis. A frota de espinhel pelágico brasileira apresenta uma das maiores taxas de captura de aves marinhas do mundo. Estima-se que a pesca de espinhel globalmente seja responsável pela morte de até 320 mil aves marinhas anualmente e, destas, até 14 mil podem ocorrer em águas brasileiras, sendo 5 mil em pescarias de espinhel pelágico e 9 mil em pescarias de petrecho misto.

A pesquisa ‘Distribuição espaço-temporal de albatrozes-gigantes Diomedea spp. associados a pescarias de espinhel pelágico no sul e sudeste do Brasil’ buscou analisar a distribuição dessas espécies no Brasil e em águas internacionais adjacentes a fim de gerar subsídios para a avaliação de potencial impacto desta modalidade pesqueira na mortalidade das aves e ter mais informações para novas estratégias de conservação.

 

Distribuição sazonal

Embora os albatrozes sejam avistados próximos à costa brasileira com mais frequência durante o inverno, quando eles migram das águas geladas do Atlântico Sul em busca de alimento e temperaturas mais amenas, a pesquisa revelou que algumas espécies também podem ser encontradas no restante do ano. Dos 912 lances de pesca analisados na amostra da pesquisa, albatrozes-gigantes foram observados nas proximidades de 41,4% deles. 

Os registros foram agrupados em quatro categorias, seguindo padrões de bico e plumagem: albatroz-viageiro e albatroz-de-Tristão, de difícil separação a partir de caracteres de plumagens, e distinguíveis apenas por morfometria, foram incluídas em uma categoria única; os albatrozes-reais do sul e do norte foram identificados como categorias separadas, com base em padrões de coloração da plumagem. Por fim, aves em condições que não permitiram ter suas características específicas avaliadas foram incluídas na categoria dos albatrozes-gigantes.

Entre a primavera e o verão, houve registro de albatrozes-gigantes em 35,5% dos 285 lances de pesca amostrados, e no período de outono/inverno, em 44,1% dos 627 lances. Os padrões de frequência de ocorrência por espécie variaram sazonalmente: nos meses quentes, o grupo formado por albatrozes-viageiros e albatrozes-de-Tristão foi o mais frequente (17,5%) nos arredores dos barcos de pesca, seguido pelos indivíduos não identificados em nível de espécie (12,6%), albatroz-real-do-sul (4,2%) e albatroz-real-do-norte (1%). 

Já nos meses mais frios, o grupo de espécie não identificada foi o mais frequente no entorno dos barcos de pesca monitorados (18,5%), seguido pelo grupo albatrozes-viageiros e albatrozes-de-Tristão (13%), albatroz-real-do-norte (6,5%) e albatroz-real-do-sul (6,2%).

 

Interação e monitoramento

De acordo com Gabriel Canani Sampaio, biólogo doutorando em Oceanografia Biológica pela FURG e pesquisador colaborador do Projeto Albatroz em Rio Grande (RS), os dados da pesquisa expandem o conhecimento sobre a utilização da Zona Econômica Exclusiva brasileira, e águas internacionais adjacentes, por essas aves para além dos registros anteriores, especialmente no caso dos albatrozes-reais-do-sul (D. epomophora) e albatrozes-reais-do-sul (D. sanfordi).

“Entender os padrões de distribuição de espécies oceânicas é um desafio em qualquer cenário, seja por censos a bordo ou rastreamento. Fazer isso com espécies menos frequentes, como os albatrozes-reais, requer um esforço temporal e de amostragens extenso, de forma a dar mais robustez aos resultados. Neste trabalho utilizamos o maior banco de dados sobre avistagens dessas aves no Atlântico Sul Ocidental, que é o resultado de mais de 30 anos de parceria entre o Projeto Albatroz e empresas de pesca, que nos levam a bordo para realizarmos nossas pesquisas. Estes resultados são muito importantes, e reforçam que as regiões oceânicas brasileiras são muito importantes para os albatrozes e petréis.”

Outra espécie identificada em águas brasileiras durante todo o ano foi o albatroz-de-Tristão (D. dabbenena), criticamente ameaçada de extinção. Estima-se que a Ilha Gough e a Ilha Inacessível, únicos santuários de reprodução desta espécie no mundo, tenham cerca de 2500 casais reprodutivos. Dentre os resultados da pesquisa, um dos pontos importantes, é o fato de que estas aves estão em nossas águas durante o período de cuidado parental, devido à proximidade de suas colônias, sendo importantes para o sucesso reprodutivo da espécie.

Para Caio Marques, gerente técnico do Projeto Albatroz, o estudo trouxe à tona dados relevantes que somam esforços à conservação em águas brasileiras e internacionais. “Os padrões de frequência de ocorrência e abundância revelados pela pesquisa demonstram a presença de albatrozes-gigantes durante todo o ano, nos ajudando a entender melhor a biodiversidade marinha brasileira e o potencial impacto da frota nacional de espinhel pelágico sobre essas espécies ameaçadas”, afirma. “Estes dados poderão ser compartilhados com pesquisadores dos países vizinhos e servir de subsídio para a criação de políticas públicas que contribuam para a conservação destas espécies em escala global”.

 

Projeto Albatroz

Reduzir a captura incidental de albatrozes e petréis é a principal missão do Projeto Albatroz, que tem o patrocínio da Petrobras. O Projeto é coordenado pelo Instituto Albatroz - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) que trabalha em parceria com o Poder Público, empresas pesqueiras e pescadores.

A principal linha de ação do Projeto, nascido no ano de 1990, em Santos (SP), é o desenvolvimento de pesquisas para subsidiar Políticas Públicas e a promoção de ações de Educação Ambiental junto aos pescadores, jovens e às escolas. O resultado deste esforço tem se traduzido na formulação de medidas que protegem as aves, na sensibilização da sociedade quanto à importância da existência dos albatrozes e petréis para o equilíbrio do meio ambiente marinho e no apoio dos pescadores ao uso de medidas para reduzir a captura dessas aves no Brasil. 

Atualmente, o Projeto mantém bases nas cidades de Santos (SP), Itajaí e Florianópolis (SC), Itaipava (ES), Rio Grande (RS), Cabo Frio (RJ) e Natal (RN).

www.projetoalbatroz.org.br


Dos memes à onça-pintada: mercado de arte digital ganha projeto inédito da AMPARA Silvestre

Organização lançará 10 mil imagens virtuais exclusivas, cuja venda reverterá em apoio à proteção animal. Modelo Isabeli Fontana é madrinha da iniciativa

 

Arremates com valores na faixa dos milhões são comuns quando se tratam de renomadas obras de arte. Mas, recentemente, tem chamado atenção a compra de imagens que estão somente no mundo virtual, incluindo memes negociados por impensáveis R$ 20 milhões. 

De olho nessa tendência, que utiliza a tecnologia NFT (token não-fungível), a AMPARA Silvestre terá seu trabalho beneficiado por meio da venda de uma coleção de artes digitais inspiradas na onça-pintada, animal ameaçado de extinção que recebe apoio da organização tanto na reintrodução na natureza quanto na oferta de condições adequadas aos que precisam viver em cativeiro

Ainda considerado novo pela maior parte da população brasileira, o mercado de criptoativos conta com projetos em todo mundo em que um percentual da venda é repassada às causas sociais. Novidade no Brasil, o lançamento da venda virtual de imagens, que beneficiará a AMPARA com 40% do valor de cada arte, é feito em parceria com o Yoshie Lab Design. Juntos, criaram o projeto PowerJags, uma coleção de 10 mil NFTs que estarão à venda no dia 14 de novembro no site www.powerjags.io.

A soltura de Ousado, onça-pintada vítima dos incêndios florestais no Pantanal que foi socorrida pela equipe de resgate de fauna da AMPARA Silvestre com queimaduras de segundo grau nas patas, é uma das grandes inspirações do projeto.

"A notícia sobre o retorno de Ousado à natureza correu o mundo emocionando muita gente. Então, decidimos criar uma 'soltura digital' dos NTFs em seu lançamento, como uma forma de destacar a importância dos projetos de reintrodução dos animais em seu habitat natural", afirma Marina Yoshie, diretora do Yoshie Lab Design.

A tecnologia NFT é usada para vender produtos digitais autorais como imagens, músicas, vídeos, filmes, mensagens de redes sociais e os famosos memes. "Você compra um número que representa uma imagem, mas você não sabe qual imagem será. No nosso trabalho de campo, libertamos as onças de caixas de transporte para voltarem ao seu habitat após se recuperarem. No projeto, quando a soltura acontecer, no dia seguinte da compra, você saberá qual é o desenho da sua onça”, explica a vice-presidente da AMPARA, Marcele Becker.

O coordenador geral do PowerJags, Junior Camargo, diz que as NFTs serão vendidas por um preço que, se convertido da moeda virtual, gira em torno de R$ 520. Para comprar, os interessados em ajudar a causa deverão ter ou abrir uma conta em corretora de criptomoeda, em um processo semelhante ao de um banco virtual e, ao depositar dinheiro, o valor será convertido para a uma moeda digital.

Serão permitidas compras de até 20 artes de onças por pessoa, cada uma tem um desenho exclusivo - e pode ser que o comprador tenha a sorte de receber uma mais rara, como a onça preta. Com a carteira na corretora, a AMPARA poderá fazer o caminho inverso e converter a moeda digital para a real para investir em suas ações no Brasil.

“Estamos procurando pessoas interessadas na causa que, por meio do seu amor pelos animais e pela preservação, acabarão criando uma comunidade dentro do PowerJags. Estamos abertos para tirar dúvidas sobre as compras. Além de ajudar a AMPARA, a pessoa deve perceber que também estará investindo, já que as NFTs podem se valorizar e serem vendidas por um valor maior que o adquirido”, observa Camargo.

A modelo Isabeli Fontana é a madrinha do projeto PowerJags. Apaixonada por causas de defesa do meio ambiente, ela apoia o trabalho da AMPARA e contribuirá com a divulgação do projeto em suas redes sociais.

"Saber que a AMPARA terá uma parte significativa de suas vendas realmente me tocou, porque as ações de preservação da onça-pintada necessitam de um aporte financeiro muito robusto. Essa é, portanto, uma nova forma muito bem-vinda de buscar recursos para defender a natureza", comenta Isabeli.

 



SOBRE A AMPARA ANIMAL

Em atividade desde 2010, A AMPARA Animal é a maior organização de proteção animal do país e atua pela defesa dos direitos e respeito aos animais. Desde 2013, tem a certificação de OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), comprovando sua seriedade e transparência administrativa. Em 2015, se tornou a instituição que mais ajuda animais no país, ao se tornar uma “ONG mãe” que ampara mais de 450 abrigos com cerca de 10 mil animais, auxiliados com ração, medicamentos, vacinas, atendimento veterinário, eventos de adoção e projetos de conscientização.

Após seis anos atuando com cães e gatos, a AMPARA Animal iniciou o trabalho com animais silvestres, visando salvar espécies ameaçadas, apoiando projetos de reintrodução para equilíbrio da biodiversidade e, também, oferecendo condições adequadas aos animais que estão condenados ao cativeiro. Atuante nos incêndios do Pantanal, com auxílio de resgates de animais ou fornecimento de água por exemplo, o braço silvestre da organização conta com três recintos para abrigar espécies como a onça-pintada, a preta e a parda.



O QUE É NFT

NFT é a sigla de token não-fungível, um registro de um ativo em formato digital. Quando uma pessoa compra o ativo, ela se torna dona dele por meio de um certificado registrado. Hoje, existe um mercado de criptoativos baseado em imagens, memes, vídeos, personagens de jogos e outras mídias que podem ter seus originais vendidos.

O NFT tem um valor único, como uma obra de arte ou um manuscrito histórico. Ele não exclui que a imagem comprada seja reproduzida na internet, mas só o comprador tem o arquivo original com o token que comprova sua autenticidade. Já existem grandes investimentos no setor, na casa dos milhões, e personalidades como o cantor Snoop Dogg e o jogador Tom Brady participam das comunidades criadas pelos compradores de NFTs


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