No mundo todo, inúmeras pessoas sentem-se
insatisfeitas com seus corpos refletidos no espelho e lutam com problemas de
imagem corporal. Devido a esse desagrado, tanta gente se submete a anos de
dietas restritivas, mas se engana quem acha que esta é a solução! Estes métodos
extremistas não fazem bem à saúde e, como consequência, podem produzir o famoso
"efeito sanfona", além de levar a compulsão alimentar e obesidade. De
acordo com a Organização Mundial, a projeção é que, em 2025, cerca de 2,3
bilhões de adultos estejam com sobrepeso; e mais de 700 milhões, obesos.
A julgar pelo altíssimo número de recomendações e
dietas que fixam a ideia de restringir nutrientes, são necessárias explicações
sobre o que é realmente uma alimentação balanceada e quais são as necessidades
nutricionais que precisamos para garantir o bom funcionamento do nosso
organismo. Só assim é possível entender o que torna uma dieta, ou hábito
alimentar, saudável.
A dieta low-carb é um regime alimentar em que se
reduz o consumo de carboidrato (açúcar), o nutriente que fornece energia ao
organismo. Em uma alimentação convencional, os carboidratos correspondem de 50%
a 55% dos nutrientes ingeridos.
A nutricionista Cynthia Antonaccio, CEO da
Equilibrium Latam, empresa consultora em nutrição da Associação Brasileira das
Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos
Industrializados (ABIMAPI) explica que o principal erro cometido neste plano
alimentar é cortar todos os carboidratos da sua alimentação e adotá-lo por
conta própria. Ao submeter o corpo a uma privação extrema do nutriente, existe
o risco de haver uma diminuição no metabolismo basal, pois o organismo vai
entender que precisa "economizar" suas reservas, inclusive a gordura.
Assim, em vez de gastar tecido adiposo para
produzir energia, ele vai queimar os aminoácidos presentes nos músculos, o que
dificulta o emagrecimento e gera a perda de massa magra. Esse radicalismo pode
trazer sintomas como dor de cabeça, tontura, enjoo, gosto metálico na boca, mau
hálito e fraqueza. Dessa forma, em um estado de cetose prolongado, esses
efeitos desagradáveis podem fazer com que você desista da dieta, além das
chances de desenvolver transtornos alimentares, como a compulsão.
"Restringir a dieta a um só tipo ou grupo de
alimentos pode até levar à perda rápida de peso no primeiro momento, mas, por
falta de nutrientes importantes, pode gerar o efeito rebote que ocorre quando o
metabolismo entre em ‘alerta’ diminuindo seu gasto calórico e estocando
energia, afinal, não se sabe quando e como será a próxima refeição",
explica Cynthia.
Enquanto a dieta low carb prevê a
diminuição do carboidrato, a carbo load ressalta a importância de
consumir o nutriente em diferentes períodos do dia, principalmente na hora da
prática de atividades físicas.
POR QUE MANTER ALTAS RESERVAS DE CARBOIDRATOS?
* São nutrientes básicos para fornecimento de energia (glicogênio muscular, glicogênio hepático e glicose sanguínea);
* Poupar a utilização de proteínas como fonte de energia;
* Manter as reservas de glicogênio muscular e hepático;
* Manter os níveis de glicose;
* Prevenir e retardar a fadiga muscular (compromete a contração muscular) e a fadiga central (diminui os comandos voluntários);
* Atua na manutenção do sistema imunológico.
Para a especialista o jeito mais eficaz de não
sofrer esta consequência é evitar a perda de massa magra e priorizar a perda de
gordura conciliando a atividade física com uma alimentação balanceada,
contemplando todos os grupos alimentares, na quantidade certa. "Dormir bem
também é fundamental, cerca de 8 horas por noite. Noites mal dormidas podem
liberar pouco hormônio leptina - que ajuda a regular a fome e a manter o
metabolismo ativo - e, assim, a válvula de escape pode ser buscar combustível
nos alimentos", conclui Cynthia.
ABIMAPI