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segunda-feira, 10 de maio de 2021

Saiba a diferença entre fratura e luxação

Você sabe a diferença entre fratura e luxação? As duas lesões são muito comuns e podem ser causadas por uma simples queda da cama ou um por um exercício físico mal executado.

O fisioterapeuta, doutor em anatomia humana e neuroanatomia, Mario Sabha Jr, afirma que ambas são facilmente confundidas pelos pacientes, mas cada uma requer cuidados e uma assistência específica. “Nem sempre é possível diferenciar a lesão pela dor e requer exames como radiografia ou ressonância para diferenciar a sua gravidade”, diz.

O especialista explica a diferença entre as duas lesões. “A fratura é uma descontinuidade do osso e a radiografia ou ressonância é que vão dar a dimensão da gravidade. O que chamamos de trinca, por exemplo, também é considerada uma fratura e requer tratamento adequado”, diz.

Lesões não tratadas adequadamente podem
deixar sequelas irreversíveis


Já a luxação, termo bastante utilizado e relacionado à contusão, ocorre quando a articulação é deslocada da posição normal. “É uma lesão muito grave e, na maioria dos casos, só pode ser corrigida com cirurgia. É semelhante à retirada de uma coxa de frango”, exemplifica Sabha. “Existe também a subluxação que acontece quando a mesma lesão ocorre de forma parcial e o membro fica deslocado”, completa.

Lesões não tratadas podem causar dores e deixar sequelas irreversíveis. “Um osso fraturado que não foi devidamente tratado pode causar dor no local e uma pseudoartrose, que é o resultado de um osso mal colado. Ele pode ficar suscetível a fraturar no mesmo local ou ter uma deformidade”, alerta Sabha. “Embora seja muito comum, não subestime uma queda mesmo que seja considerada boba ou uma lesão”, orienta.

Nos três casos, a orientação é buscar uma assistência médica. “Quando existe uma fratura, luxação ou subluxação ninguém pode atuar, apenas o profissional da saúde no hospital. Depois disso, o paciente pode procurar tratamentos, como osteopatia, fisioterapia, entre outras terapias integrativas, para fortalecer e ajudar na recuperação”, finaliza.

Casos de Síndrome do Intestino Irritável podem crescer na pandemia

Devido à influência do fator emocional, condição é agravada em

situações de estresse e ansiedade

 

Os impactos da pandemia têm alcançado diversas áreas da saúde, aumentando a incidência de patologias que não estão necessariamente relacionadas ao sistema respiratório. Muito tem se discutido sobre os efeitos do isolamento social na saúde mental, e considerando que as emoções têm forte influência sobre o funcionamento do corpo como um todo, é esperado que males derivados de desordens psicológicas também se tornem mais presentes nos próximos anos. 

Exemplo disso é a Síndrome do Intestino Irritável (SII), uma condição intimamente ligada ao estresse e de grande fundo emocional. Um estudo feito com quase 5 mil pessoas e publicado no Centro Nacional de Informação Biotecnológica, nos EUA, mostrou que pessoas com SII apresentavam maiores taxas de ansiedade quando comparadas àquelas que não sofriam do quadro. “Como o aumento dos níveis de estresse podem agravar os sintomas, é esperado que mais pessoas relatem crises da síndrome durante a pandemia. Além do fator emocional, precisamos considerar que a quarentena provocou mudanças nos hábitos alimentares, o que também interfere diretamente na saúde intestinal”, explica a nutricionista ortomolecular Claudia Luz, da Via Farma.

 

Entendendo a SII 

Calcula-se que a SII esteja presente na vida de até 20% da população adulta brasileira, embora muitos ainda vivam sem diagnóstico. O distúrbio não é considerado uma doença, mas sim uma desordem funcional do intestino, sem a presença de alterações ou lesões que possam ser detectadas pelos exames. “Mais comum em mulheres, a SII provoca sintomas como dores, inchaço abdominal e episódios intercalados de constipação e diarreia. Seu diagnóstico é clínico, feito por eliminação, já que não existe exame específico a ser feito”, explica a nutricionista. 

Para amenizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente, é importante contar com a ajuda do nutricionista para fazer algumas mudanças nos hábitos alimentares. Já para tratar os gatilhos emocionais, que podem causar crises, também é indicado o acompanhamento psicológico, a fim de aliviar o estresse e a ansiedade.

 

Como cuidar? 

O melhor tratamento para  SII é aquele feito com o médico e o nutricionista, já que o quadro é diretamente influenciado pela alimentação. “Estudos têm mostrado que dietas ricas em alimentos altamente fermentáveis, conhecidos como FODMAPs, trazem pioras nos quadros de SII. Por isso, uma das estratégias é reduzir o consumo desses alimentos”, diz Claudia. No grupo das FODMAPs, podemos citar desde alguns tipos de frutas até leite e derivados, além de leguminosas e carboidratos. Reduzir o consumo desses alimentos pode amenizar as crises intestinais, mas a dieta não deve ser feita sem o auxílio do nutricionista. 

Além de restringir os alimentos fermentáveis, é indicado optar sempre por refeições naturais, evitando condimentos industrializados, que podem causar irritação no intestino. Para ajudar a reequilibrar a flora intestinal e complementar o plano alimentar, o nutricionista ainda pode indicar probióticos específicos para combater os sintomas da SII. “O uso desse tipo de nutracêutico é muito eficaz no alívio de dores, distensões, constipação e diarreia. A cepa Saccharomyces cerevisiae, por exemplo, conta com estudos que apontam a melhora dos desconfortos nos primeiros 15 dias de uso”, finaliza Claudia.  


Avanços nas diretrizes brasileiras para diagnóstico, tratamento e controle da Hipertensão Arterial

O Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial é celebrado no dia 26 de abril e tem como objetivo conscientizar sobre as formas de prevenir e controlar essa doença crônica, que tem forte relação com a ocorrência de doença cardiovascular – a principal causa de morte no Brasil e no mundo.

No país, morrem anualmente cerca de 350 mil pessoas em consequência de doenças cardiovasculares, e a maioria tem como uma das causas a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), que precipita 80% dos casos de acidente vascular cerebral (AVC) e também aumenta a ocorrência de infartos, aneurismas arteriais e até insuficiência renal.

Cerca de 25% dos brasileiros adultos (entre 35 milhões e 40 milhões de pessoas) são hipertensos, segundo dados de 2019 do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde. Considerando estudos incluindo pacientes sem diagnóstico ou tratamento, a cifra pode chegar a 30-35% de nossa população.

Mas como tratamos essa condição tão grave e tão frequente? O que há de novo neste campo, de tanto interesse para os médicos e para a população hipertensa?

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) lançou, em novembro de 2020, a Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial 2020, que traz avanços no contexto do diagnóstico, avaliação clínica, estratificação, tratamento e controle da doença hipertensiva nos seus diversos cenários. Esse conjunto de recomendações foi publicado agora em 2021, em 18 capítulos que atualizam o cenário da Diretriz anterior, datada de 2016.

Vamos, então, a um breve comentário sobre as novidades e destaques da nova Diretriz:

- A pressão arterial aferida por aparelhos automáticos (de braço, e não de punho) é considerada como de acurácia apropriada, exceto quando há ritmo de fibrilação atrial, em que a pressão arterial medida pelos aparelhos aneroides é mais adequada. A medida deve ser feita três vezes em uma consulta e, pelo menos, mais uma vez em outra consulta. A primeira medida deve ser descartada e o médico deve utilizar a média das duas últimas como valor de referência. No paciente com HAS estágio 3 e/ou de alto risco, não é necessária uma segunda consulta para confirmar diagnóstico de hipertensão, e o médico está autorizado a começar o tratamento de imediato. 

- Novos valores de referência para a detecção da doença pela Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA), aquela feita pelo paciente em sua residência: agora, diagnostica-se Hipertensão Arterial quando a pressão está igual ou maior que 130 milímetros de mercúrio (mmHg) por 80 mmHg. Antes, considerávamos HAS quando as medidas ficavam iguais ou maiores que 135 mmHg x 85 mmHg pela MRPA. Para as medições em consultório, os valores de referência continuam sendo de 140 mmHg x 90 mmHg.

- A nova diretriz, seguindo o padrão europeu, voltou a utilizar o termo “pré-hipertensão”, para pressão sistólica entre 130 e 139 mmHg e/ou diastólica entre 85 e 89 mmHg, quando medida em consultório.

- A pressão ótima é a que registra números abaixo de 120 mmHg x 80 mmHg. A faixa entre 120 e 129 mmHg e 80 e 84 mmHg é considerada normal, mas não ótima, e deve ser acompanhada.

- Em relação ao tratamento não farmacológico, destaque para a dieta hipossódica (5 g sal/2g sódio ao dia) e com padrão DASH, rica em verduras/frutas/fibras, bem como a prática regular de exercícios físicos. O tabagismo também deve ser interrompido e o consumo de álcool moderado. O café, em doses moderadas, não parece afetar o risco cardiovascular, mas doses excessivas de cafeína, como encontrado em energéticos, podem aumentar o risco de hipertensão e arritmias.

- Quanto ao tratamento farmacológico, há três classes de drogas para uso de primeira linha – iECA (ou BRA), bloqueadores dos canais de cálcio e tiazídicos. Em negros e idosos, as combinações com anlodipino e hidroclorotiazida são mais eficazes. Para gestantes, os medicamentos disponíveis são o anlodipino, a hidralazina e a metildopa.

A nova diretriz propõe que a combinação de medicamentos seja a estratégia preferencial para a maioria dos hipertensos a partir do estágio 2 da doença hipertensiva, quando as medidas registradas são maiores ou iguais a 160 x 100 mmHg, e para os em estágio 1 (pressão arterial entre 140 e 159 mmHg e 90 e 99 mmHg), mas com risco cardiovascular moderado ou alto. Em pacientes com hipertensão resistente à combinação de três medicamentos, tomados adequadamente, recomenda-se a associação de espironolactona.

Para pacientes em estágio 1 da doença, mas com risco baixo, a recomendação é iniciar o tratamento com monoterapia. Isso vale também para os muito idosos, ou com fragilidades, que devem receber apenas um tipo de medicamento por uma questão de segurança do paciente, para que a redução da pressão aconteça de forma mais lenta e gradual, e ocorra a adaptação aos novos níveis de pressão.

- Em relação à estratificação de risco cardiovascular, a nova Diretriz de Hipertensão Arterial recomenda a adoção do escore de risco global da SBC, disponível gratuitamente online (http://departamentos.cardiol.br/sbc-da/2015/CALCULADORAER2017/index.html) ou em App. Nas recomendações de 2020, é dada ênfase também à busca de marcadores de aterosclerose subclínica e lesão de órgão alvo, como forma de refinar a avaliação de risco – que, em última análise, irá orientar a intensidade e os objetivos do tratamento.

Pacientes de baixo risco terão como meta a pressão arterial menor que 140/90, ao passo que os de alto risco têm por objetivo uma pressão arterial menor que 130/80 mmHg, tendo sempre o cuidado de evitar níveis de pressão arterial abaixo de 120/70. Nos pacientes idosos, uma consideração adicional: para idoso hígido, para uma boa expectativa de vida, a meta pressórica é menor que 140/90 mmHg. Em idoso frágil ou com muitas comorbidades, a meta satisfatória é abaixo de 160/90 mmHg.

Estes são alguns tópicos selecionados do documento, que traz importantes subsídios para o tratamento deste grave problema de Saúde Pública, contribuindo para a melhora da qualidade e expectativa de vida de nossa população. A Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial - 2020 pode ser conferida na íntegra, de forma gratuita, no site https://abccardiol.org/article/diretrizes-brasileiras-de-hipertensao-arterial-2020/.

 


Luiz Guilherme Velloso - doutor em cardiologia pela USP, é cardiologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo e professor do Centro Universitário São Camilo .


Congelamento de óvulos: saiba como se preparar para o procedimento

Especialista em reprodução humana da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, explica mais detalhes sobre o processo que preserva a fertilidade feminina

 

O congelamento de óvulos é um procedimento da Reprodução Assistida que está em alta em todo o mundo. Isso é reflexo de uma mudança de comportamento das mulheres que estão postergando a maternidade. Desta forma, seja pela vida profissional, por escolhas pessoais ou falta do parceiro, nota-se que muitas mulheres decidem engravidar mais tarde. 

Nesse sentido, a gravidez programada (quando a mulher se planeja para ter um filho) vem acontecendo cada vez mais tarde. Assim, a média de idade que elas têm tido o primeiro filho já supera os 30 anos. 

"A Medicina Reprodutiva tem utilizado a técnica de congelamento de óvulos como uma das formas para tentar preservar a fertilidade feminina, já que ela vai diminuindo com o passar dos anos, diferentemente dos homens, que permanecem férteis por toda a vida", explica o médico especialista em reprodução humana, Dr. Nilo Frantz, da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, em São Paulo. 

O especialista detalha mais informações sobre o procedimento, que vem sendo realizado por muitas mulheres no país. 

"O congelamento de óvulos, também chamado de criopreservação, é a técnica de preservação dos óvulos em nitrogênio líquido, por meio de vitrificação. Nesse sentido, o congelamento de óvulos é um tratamento para postergar a possibilidade de ter filhos", pontua Frantz. 

Este procedimento foi realizado pela primeira vez em 1986 e, desde então, o método progrediu significativamente. Vale ressaltar que, nos primeiros anos, a taxa de gravidez a partir de óvulo congelado era muito baixa (cerca de 1%). Isso acontecia porque a técnica utilizada para o congelamento criava cristais de gelo que danificavam a estrutura da célula. 

No entanto, com a introdução da técnica de vitrificação, em 2006, a taxa de qualidade e de sobrevivência dos óvulos, depois do descongelamento, aumentou para 95%. Desta forma, de acordo com dados do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio), a procura por congelamento de óvulos com o intuito de adiar a maternidade triplicou nos últimos anos. 

Sendo assim, esta técnica é considerada como um dos avanços mais importantes da Medicina Reprodutiva dos últimos tempos. 

"Sabe-se que as mulheres entre 20 a 30 anos estão biologicamente no auge da fertilidade. Portanto, o ideal é fazer o congelamento de óvulos nesse período. Muitas mulheres deixam para recorrer ao procedimento aos 38, 39 ou até 40 anos, porém, as chances de sucesso diminuem muito. Isso porque o envelhecimento reduz significativamente a quantidade e a qualidade dos óvulos produzidos, interferindo diretamente nas chances de uma gravidez", explica o especialista. 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRA), a idade limite para o congelamento de óvulos é de 35 anos. 

O especialista explica que o congelamento é indicado por diversos motivos, mas mais procurado por mulheres que pretendem engravidar após os 35 anos, ou que chegaram perto da idade e ainda não sabem se querem ter uma gestação. 

"É importante esclarecer que as mulheres já nascem com um número de óvulos predeterminado e o seu organismo não é capaz de produzir mais. Sendo assim, com o avanço da idade, os óvulos envelhecem e, neste processo, a quantidade e a qualidade disponíveis para serem fertilizados também diminuem", ressalta o médico. 

Por esta razão, para aquelas mulheres que pretendem adiar a maternidade é recomendado o congelamento de óvulos. Entretanto, segundo o Conselho Federal de Medicina, a idade máxima para se submeter a um tratamento de reprodução assistida é de até 50 anos. Este limite foi escolhido por causa do risco obstétrico, já que após os 50, aumentam os casos de hipertensão na gravidez, diabetes e partos prematuros. 

Outro fator que leva ao congelamento, é a menopausa precoce, um quadro clínico em que a mulher deixa de ovular e menstruar antes dos 32 anos de idade. Isso é considerado anormal já que o período natural para a falência ovariana é após os 40 anos. 

"Sabe-se que a menopausa precoce pode se originar de vários fatores, como da própria genética, por exemplo. Desta forma, é importante que a mulher saiba identificar, no histórico da mãe e das avós, quando elas entraram na menopausa, pois há uma tendência que o cenário se repita", pontua. 

O especialista ressalta que independente dos fatores, é importante que mulheres com menopausa precoce possam preservar a sua fertilidade, congelando seus óvulos de forma preventiva. Assim, quando decidirem ter filhos, poderão usar os óvulos congelados, caso necessário. 

Casos de mulheres que precisam se submeter a tratamentos oncológicos, como quimioterapia ou radioterapia, e que desejam ter filhos após a recuperação, têm a possibilidade de congelar os óvulos antes de iniciar o tratamento oncológico. 

"Nestes casos, é fundamental avaliar primeiro o nível de agravamento da doença. Caso o câncer esteja em um estado avançado, e não for possível esperar por uma indução de ovulação, existe a possibilidade da retirada e o congelamento apenas de fragmentos de tecido ovariano. Assim, quando a mulher terminar o tratamento, estes fragmentos podem ser implantados novamente, para tentar a fertilização", explica Frantz.

 

Quais são as taxas de sucesso de gravidez com óvulos congelados? 

O médico aponta que desde 2006, com o desenvolvimento da "vitrificação", técnica criada por cientistas japoneses, a taxa de sobrevivência do óvulo após o descongelamento se aproximou de 95%. Desta forma, as taxas de gravidez de óvulos congelados são praticamente as mesmas dos óvulos frescos. 

"É importante esclarecer que a taxa de sucesso de uma gestação vai estar diretamente ligada à idade da mulher no momento em que os óvulos foram congelados e não na idade em que eles serão fertilizados e transferidos. Portanto, a possibilidade de uma gravidez futura em mulheres que congelarem seus óvulos depois dos 38 anos de idade é menor do que em mulheres que fizeram o procedimento mais jovens", pontua. 

Além disso, é importante esclarecer que cada caso é diferente do outro e é imprescindível que a mulher passe por uma avaliação médica para verificar a sua reserva ovariana e questões gerais de saúde. Da mesma forma, ela precisa do acompanhamento de um especialista em reprodução assistida durante todo o processo de congelamento de óvulos.

 

Como funciona o congelamento de óvulos? 

Segundo o especialista, o congelamento de óvulos consiste em duas principais etapas. A primeira etapa de congelamento de óvulos possui alguns procedimentos que devem ser seguidos. Confira quais são:

 

Estimulação ovariana

A estimulação ovariana tem como principal objetivo produzir um número maior de óvulos maduros para serem congelados. Desta forma, a técnica é realizada através do uso de medicamentos, as gonadotrofinas, que promovem o amadurecimento dos óvulos.

 

Bloqueio Hipofisário

Esta técnica tem a função de impedir que a ovulação aconteça antes do momento da coleta dos óvulos, além de garantir maior precisão no acompanhamento do desenvolvimento folicular.

 

Aspiração e recuperação dos óvulos

Nesta fase, os folículos são aspirados através de uma agulha acoplada a um transdutor de ultrassom transvaginal, e o líquido colhido é encaminhado aos embriologistas para separarem os óvulos do conteúdo aspirado. Desta forma, o procedimento requer o uso de sedação endovenosa, ou seja, por via de injeção.

 

Congelamento

Para o congelamento dos óvulos, é utilizada a técnica de vitrificação, que se caracteriza pela rapidez com que atinge baixas temperaturas. Sendo assim, a velocidade da diminuição de temperatura na vitrificação é de - 23ºC por minuto, ou seja, 70 vezes mais rápido que o processo de congelamento lento.

 

Desta forma, os óvulos congelados ficam armazenados em um cilindro de nitrogênio líquido e são mantidos a -196º. Eles, por sua vez, ficam num estado vítreo, impedindo a formação de cristais de gelo, que danificam células reprodutoras.

 

2ª etapa: descongelamento e fertilização

A 2ª etapa do processo consiste no descongelamento dos óvulos, na fertilização in vitro (no laboratório) e na transferência do embrião para o endométrio da mulher. Confira abaixo, mais detalhes sobre cada procedimento.

 

Preparo do endométrio

O preparo do útero para receber os embriões pode ser considerado um processo simples. Se a mulher possui ciclos regulares, o procedimento pode ser feito dentro de um ciclo ovulatório espontâneo, acompanhado por ultrassom e dosagens hormonais.

Desta forma, no momento da ovulação, os óvulos são descongelados, fertilizados e a progesterona é introduzida.

 

Descongelamento e fertilização in vitro

No processo de descongelamento, os óvulos são retirados do nitrogênio líquido e aquecidos. Logo após, eles são encaminhados para o processo de fertilização. 

Por último, os embriões terão o seu crescimento acompanhado até o quinto dia, e quando estiverem adequadamente desenvolvidos, em fase de blastocisto, são transferidos para o útero.

 

Transferência embrionária

Com os embriões de melhor qualidade separados e endométrio adequadamente preparado, a mulher poderá agendar a transferência embrionária. 

O processo é indolor e consiste na introdução dos embriões no útero por meio de uma sonda (cateter) guiada por ultrassom abdominal. Normalmente, o procedimento é feito sem anestesia. Assim, depois de 10 dias, deve ser feito um exame beta HCG para confirmar a gravidez. 

Caso positivo, a reposição de estradiol e progesterona é mantida até completar 12 semanas de gestação. A partir desse momento, a placenta já será capaz de produzir esses hormônios em quantidades adequadas.

 

Há riscos no congelamento de óvulos? 

Dr. Nilo Frantz explica que é importante esclarecer que não há riscos em congelar óvulos, pois o processo de vitrificação garante a qualidade das células germinativas. Nesse sentido, o embrião resultante do óvulo congelado tem a mesma qualidade do embrião formado por um óvulo fresco. 

"O congelamento de óvulos é um processo seguro que não traz riscos para a saúde da mãe e nem para a saúde do bebê. No entanto, é importante ressaltar que o procedimento deve ser realizado e acompanhado por um médico especializado, numa clínica capacitada e de confiança", finaliza o especialista.

 

 

Nilo Frantz

 http://www.nilofrantz.com.br


Fatores de risco para doenças cardiovasculares podem contribuir para o surgimento da demência

Divulgação
 Estudo mostra que há relação entre acúmulo de gordura nas artérias e aparecimento de demência


 

        Passar pela demência pode ser algo cruel para se passar, seja pelo próprio paciente acometido pela doença, seja pelos amigos e familiares que acompanham a pessoa demente. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, cerca de 50 milhões de pessoas sofrem de demência no planeta. E, apesar de a doença ter, sim, um componente genético, há estudos que mostram que determinados estilos de vida incentivam o aparecimento precoce da demência ou contribuem para desenvolvê-la. 


        Um estudo publicado publicado no Journal of the American College of Cardiology, que traz como principal autora Marta Cortes-Canteli, do Centro Nacional de Investigações Cardiovasculares, na Espanha, mostra que alguns dos sinais metabólicos da demência estão relacionados a alguns fatores de risco de doenças cardiovasculares, como acúmulo de gordura nas veias e artérias. Isso implica dizer que dietas majoritariamente gordurosas – e, portanto, não muito saudáveis – podem contribuir para o surgimento da demência.


        Vale destacar que existem vários tipos de demência, tais como mal de Alzheimer, demência vascular, doença de Parkinson, demência frontotemporal e demência com corpos de Lewy. A demência é uma síndrome caracterizada pela deterioração progressiva de funções cognitivas, sendo a mais comum dela a perda de memória, linguagem e raciocínio.

 

Comer mal pode te levar a ter Alzheimer

 

O estudo analisou cerca de 550 pessoas entre 40 e 54 anos, tendo participação elevada de homens (82%) do Projeto PESA (Progression of Early Subclinical Atherosclerosis – Progressão de Aterosclerose Subclínica Precoce). Entre os participantes que tinham acúmulo de gordura e placas de gordura e cálcio nas artérias carótidas e femorais – aquelas que ficam ligadas ao coração –, havia também um metabolismo de glicose deficiente, em especial nas áreas do cérebro ligadas a tipos de demência, como ocorre no mal de Alzheimer, doença que acomete cerca de 60% a 80% dos casos de demência existentes.  


Essa constatação mostra que, antes mesmo de entrar na terceira idade, pessoas mais propensas a doenças cardiovasculares também estão sujeitas à degeneração precoce dos neurônios. De acordo com os pesquisadores, as áreas mais afetadas do cérebro são aquelas ligadas à memória de curto prazo, linguagem, processamento visual e aprendizagem.


Desta forma, o estudo faz um alerta para que pessoas de meia-idade tenham bastante cuidado com o estilo de vida levado, em especial para os riscos de ter uma dieta não balanceada e sem prática de exercícios.

 

Como prevenir a demência?

 

        Hoje, uma série de estudos mostra que alguns hábitos podem prevenir ou retardar a chegada da demência, estudados por profissionais formados em faculdade de enfermagem e medicina. Entre eles, há bastante destaque para a prática de exercício físico e adoção de uma dieta saudável e balanceada. Especificamente para manutenção do cérebro, os especialistas destacam que o hábito de leitura e de jogos que trabalhem a cabeça – sudoku, caça-palavras, quebra-cabeça, palavras cruzadas e até mesmo videogames de lógica – também contribuem para a prevenção da demência. 


        Outra recomendação feita por médicos é diminuir o consumo de álcool, visto que a bebida alcoólica comprovadamente traz danos permanentes às células cerebrais.


        É válido lembrar que os tipos de demência não têm cura, mas, sim, tratamento. Sendo assim, investir na prevenção pode garantir uma velhice mais saudável. 


Cerca de 1 milhão de pessoas contraíram infecções sexualmente transmissíveis no Brasil em 2019

Dados levantados pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde apontam que 0,6% da população com 18 anos ou mais afirmou ter diagnóstico com este tipo de doença 

 

Mais uma vez, a parceria entre o Ministério da Saúde e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) traz informações valiosas para o cuidado com a população. Módulos da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019 apontam que aproximadamente 1 milhão de pessoas afirmaram ter diagnóstico médico de Infecção Sexualmente Transmissível (IST) ao longo do ano, o que corresponde a 0,6% da população com 18 anos de idade ou mais.

“Os resultados da PNS vão auxiliar na proposição e reformulação de políticas públicas para Atenção Primária à Saúde. Exemplo disso são os dados do módulo inédito que se debruçou sobre as doenças transmissíveis, como a de Chagas e hanseníase, incluindo análise do conjunto das infecções sexualmente transmissíveis, agravos que podem ser identificados precocemente nas unidades básicas de saúde e tratados em tempo oportuno para que não evoluam para complicações graves", afirma o secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Raphael Câmara.

As ISTs estão entre os problemas de saúde de maior impacto sobre os sistemas públicos de saúde e sobre a qualidade de vida das pessoas no Brasil e no mundo. São causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos que são sexualmente transmissíveis, dentre elas a herpes genital, sífilis, gonorreia, HPV, HIV/AIDS, clamídia, triconomíase, além das hepatites virais B e C, podendo, dependendo da doença, evoluir para graves complicações.

A PNS 2019 traz ainda outro dado quanto a este cenário das ISTs: entre os indivíduos com 18 anos ou mais de idade que tiveram relação sexual nos 12 meses anteriores à data da entrevista, apenas 22,8% (ou 26,6 milhões de pessoas) usaram preservativo em todas as relações sexuais. 17,1% dos entrevistados afirmaram usar às vezes, e 59,0% em nenhuma vez.

 

DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

É a primeira vez que a PNS levantou informações detalhadas sobre sintomas ou diagnósticos médicos de doenças transmissíveis, e foi além das ISTs. A investigação foi atrás também de dados sobre presença de tosse, manchas com dormência e Doença de Chagas.

Em 2019, cerca de 2,9% da população de 18 ou mais anos de idade do país (ou 4,6 milhões de pessoas) estavam com tosse há três semanas ou mais. Esse sintoma persistente pode ser indicativo de tuberculose pulmonar, doença que pode levar ao óbito do paciente. 

Além disso, 1,9 milhão de pessoas tinham mancha com dormência ou parte da pele com dormência (o que pode ser um sintoma de hanseníase), e por volta de 660 mil pessoas de 18 anos ou mais de idade (ou 0,4% desse grupo etário) tiveram diagnóstico médico de Doença de Chagas em qualquer momento da vida.

 

Para mais detalhes, clique e confira a PNS 2019 divulgada na última sexta-feira (07/05).

 


Ministério da Saúde, com informações do IBGE

 

Maio Amarelo: especialista alerta para riscos de lesões permanentes por acidentes de trânsito

Em meio à pandemia, número de vítimas fatais no trânsito aumentou 40% em São Paulo; motociclistas representam a maior parte


Apesar da redução da circulação de veículos nas ruas, em decorrência da pandemia de Covid-19, os acidentes no trânsito continuam ocorrendo em grande número no país. Levantamento realizado pelo Infosiga SP, sistema do Governo do Estado gerenciado pelo Respeito à Vida e Detran, indica que a capital paulista registrou aumento de 40% no número de mortes no trânsito em fevereiro deste ano, quando comparado ao mesmo período de 2020.

A pesquisa revela ainda que a maior parte das vítimas fatais é motociclista, seguido por pedestre. Segundo o Dr. Leandro Gregorut, ortopedista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, os acidentes envolvendo este público ainda são os que apresentam maior risco de lesões graves.

“Devido à exposição do motociclista no trânsito, um acidente pode comprometer seriamente coluna, quadril e membros inferiores, por exemplo, afetando sua mobilidade, por vezes, de forma permanente”, destaca.

De acordo com o médico, as principais lesões que afetam os motociclistas em acidentes de trânsito são as lacerações, lesões na pele com cortes, queimaduras pelo atrito com o asfalto e, até mesmo, perda de pele ou musculatura. Também são comuns as fraturas fechadas, especialmente nos membros inferiores, como perna, tornozelo e pé.

Além disso, podem ocorrer fraturas expostas em acidentes de maior energia, que ocorrem em qualquer osso do corpo, com maior incidência na coxa, perna, antebraço, pé e tornozelo. “Na maioria desses casos, o tratamento envolve múltiplas cirurgias e uma longa rotina de fisioterapia para retorno às atividades normais de vida”, ressalta.

O especialista destaca ainda que, muitas vezes, nos casos mais graves, os pacientes evoluem com infecção óssea, chamada osteomielite. “Além de várias cirurgias para tratar o problema, optamos também pelo uso dos fixadores externos (aquelas gaiolas com pinos que ficam para fora da pele)”, explica.

Segundo ele, normalmente, os pacientes precisam aguardar entre 6 meses e 2 anos para poder fazer a cirurgia definitiva, a fim de retornar à rotina normal.

No intuito de ampliar o debate e conscientizar a população sobre os cuidados no trânsito, o Hospital São Camilo SP adere à campanha Maio Amarelo, iluminando as fachadas de suas unidades durante todo o mês. A prevenção de acidentes também será tema nas redes sociais da instituição, que trará postagens e dicas de cuidados no Facebook, Instagram, LinkedIn e Twitter.




Hospital São Camilo

@hospitalsaocamilosp

CPI VAI INOCENTAR O VÍRUS

A mídia militante foi buscar na covid-19 sua casa de armas. Decidiu que o Brasil deveria ficar fora dessa pandemia e que restavam ao vírus duas possibilidades: ou nos tratava com o devido respeito, ou deveria ser espatifado pessoalmente pelo presidente da República com aquela metralhadora imaginária da campanha eleitoral.

Ela, a mídia, assumiu-se como grande reitora das políticas sanitárias do país. Houve momentos em que quis mandar mais do que o STF, imaginem só! Não se espante, não estou inocentando o Supremo. Devo reconhecer, porém, que a Corte, muitas vezes, abre espaço ao contraditório. Tal condescendência nada resolve, posto que todos têm opinião formada sobre tudo. Mas o contraditório ao menos fala. Na mídia militante é diferente. O contraditório é relegado ao mutismo. O divergente é lobo solitário, exército de um homem só. Eu vivi isso.

Vão encontrar alvos para atingir o governo? Claro que sim. Certa feita, ouvi de uma jornalista do PT que “se o adversário não tem rabo a gente põe”. E se a CPI não consegue pôr, a mídia militante põe. Ela está com sangue nos olhos. Segundo ela, Mandetta comprometeu Bolsonaro. Ao que vi e sei, Mandetta comprometeu Mandetta. Foi ele que primeiro mandou não usar máscaras, depois mandou usar. Orientou para só procurar hospital com febre ou falta de ar. Provocou um esvaziamento de hospitais, UTIs e consultórios durante meses. Firmou inimizade com o tratamento precoce. Para a mídia, porém, na CPI, comprometeu Bolsonaro.

Jamais será reconhecido no foro da comissão e pela mídia militante que (dados de 5 de maio) o Brasil é o 9º país em número de mortes por milhão, o 9º em novas mortes por milhão. E é o 11º no quesito percentagem da população que recebeu apenas uma dose. Tem 2,7% da população mundial e aplicou 4,2% das vacinas disponibilizadas. É o quinto que mais vacinas aplicou. Jamais destacarão o fato de que este último dado o situa atrás, apenas, dos quatro países que as produzem em seus grandes laboratórios – EUA, China, Índia e Reino Unido.

Poderiam os números ser mais elevados? De que jeito? Os países produtores seguiram a regra de Mateus – “Primeiro os meus!” – e vêm utilizando em suas populações 62% das 1,175 bilhão de vacinas produzidas até este momento. Fica fácil, então, presumir o esforço comercial e diplomático para conseguir lugar na parte alta da tabela, bem como perceber o esforço político para ocultar tais informações.

Como brasileiro, particularmente, considero de meu dever louvar a importância da Anvisa e de seus protocolos, que sempre foram fator de tranquilidade da nossa população no consumo interno de vacinas e medicamentos. Ela só não é tão veloz como alguns queriam porque seus técnicos são responsáveis, não obedecem ordens da imprensa e conhecem o alto preço de quaisquer falhas nas autorizações que concedem. Especialmente em relação a algo que vai ser distribuído a toda população do país.

Um dos episódios mais lastimáveis dos últimos meses foi a ordem do ministro Lewandowski para que a Anvisa, em 30 dias decidisse sobre a importação da vacina russa Sputnik V pelo Maranhão. Ora, ministro!

Com sua licença, prezado leitor, vou parar por aqui, pois é hora de assistir o circo montado no Senado Federal.

 

 

Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

CCR RodoAnel alerta caminhoneiros sobre riscos de dirigir com sono

Campanha Acorda Caminhoneiro será realizada ao longo deste mês no trecho Oeste do Rodoanel e integra as ações do Movimento Maio Amarelo


O sono, o cansaço e a falta de concentração são grandes inimigos dos motoristas, especialmente dos caminhoneiros. Para alertar esses profissionais do transporte sobre o risco de dirigir durante longas jornadas, especialmente à noite, a CCR RodoAnel promoverá ao longo deste mês campanhas de sensibilização na base do Serviço de Atendimento ao Usuário, localizada no km 16 (pista interna) do trecho Oeste do Rodoanel, em Osasco.  

A iniciativa faz parte do Movimento Maio Amarelo, que traz neste ano como tema Respeito e Responsabilidade, duas atitudes que todos devem tomar constantemente no trânsito. As abordagens aos motoristas de caminhão acontecerão nos dias 12, 19 e 26 de maio, das 4 às 7 horas. “A madrugada e início da manhã são períodos bastante sensíveis para os caminhoneiros, pois muitos deles não realizam o descanso necessário durante a jornada de trabalho. Com cansaço excessivo e o sono, o risco de acidentes aumenta consideravelmente”, avalia o coordenador de tráfego da CCR RodoAnel, Joelson Ferreira.  

Durante as abordagens que serão realizadas pelos profissionais da concessionária, os motoristas serão orientados sobre a importância das pausas para descansar durante a viagem, bem como receberão orientações sobre segurança no trânsito. Os caminhoneiros também receberão kit de higiene, composto por sabonete, porta sabonete, flanela e frasco de álcool gel, itens que ajudam no combate ao Coronavírus. 
  
 

O MOVIMENTO


O Maio Amarelo é uma iniciativa proposta pelo Observatório Nacional de Segurança Viária e tem apoio das concessionárias e ARTESP (Agência de Transportes do Estado de São Paulo). O Movimento nasceu com a proposta de chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo. O objetivo do movimento é uma ação coordenada entre o Poder Público e a sociedade civil.

A intenção é colocar em pauta o tema segurança viária e mobilizar toda a sociedade, envolvendo os mais diversos segmentos: órgãos de governos, empresas, entidades de classe, associações, federações e sociedade civil organizada para, fugindo das falácias cotidianas e costumeiras, efetivamente discutir o tema, engajar-se em ações e propagar o conhecimento, abordando toda a amplitude que a questão do trânsito exige, nas mais diferentes esferas. Mais informações sobre o movimento podem ser obtidas no site www.maioamarelo.com


A obrigatoriedade da Filosofia no Ensino Médio

Era o ano de 2005, primeira semana de faculdade. Nossos professores do curso de Filosofia estavam otimistas porque no Paraná havia começado um movimento forte pela volta da obrigatoriedade da Filosofia e da Sociologia nos currículos do Ensino Médio de todo o estado, o que resultou na lei estadual 15.228 de 2006 (2 anos antes da lei nacional). Essa foi uma vitória que coroava décadas de luta e que se vislumbrava com um desafio ainda maior: organizar o currículo, a proposta pedagógica e capacitar professores habilitados para essas disciplinas. Novos cursos de Filosofia surgiram, investimentos em concursos públicos foram realizados e materiais didáticos foram produzidos.

Porém, tudo isso parece ter sido em vão: o mesmo pioneirismo do Estado do Paraná que preconizou a volta da Filosofia e Sociologia no Ensino Médio, agora volta para retirá-la sutilmente dos currículos, inserindo no lugar disciplinas como Educação Financeira e Empreendedorismo. Mas qual a importância da Filosofia em nossas vidas? Em que sentido a experiência do filosofar pode ajudar a transformar um país como o Brasil? Quando pensamos na importância da Filosofia, talvez muitas pessoas tenham dificuldades de formular uma definição para ela e, muito provavelmente, pensará que ela não faz falta à sua vida, uma vez que pelo fato de vivermos sem conseguir defini-la, já seria argumento suficiente para desprezá-la. No entanto, os grandes problemas do mundo são objetos de estudos da Filosofia e é ela que fornece a base para podermos pensar em alternativas e soluções a esses problemas. Não fosse o constante exercício filosófico, ainda estaríamos com leis baseadas em preceitos como os de Hamurabi (olho por olho e dente por dente) e estaríamos ainda apedrejando mulheres adúlteras em praças públicas; não veríamos perspectiva para conter a pandemia de Covid-19; não conseguiríamos pensar em estratégias globais que impactassem positivamente os problemas ambientais que enfrentamos na atualidade, como o aquecimento global e o desmatamento.

Sem essa capacidade de indagar e questionar (capacidades próprias do saber filosófico) os problemas do mundo, nossa perspectiva de vida seria desastrosa, ainda que possa haver pessoas pensando que viver sem questionar (como ignorantes) seria muito melhor. O simples fato de não verbalizarmos o nome Filosofia nessas questões, não implica na ausência dela. Pelo contrário, onde há um questionamento, uma indagação, uma problematização, ali cresce e floresce o saber filosófico. É por isso que tudo se torna (ou pode se tornar) objeto de estudo da Filosofia, desde um simples “por que ainda hoje as pessoas continuam desmatando?”, ou “por que um governo insiste em tratar Covid-19 com Cloroquina?”, até em questões do tipo “como devemos agir para diminuir o aquecimento global?”.

Nesse sentido, a obrigatoriedade da Filosofia nos currículos atende duplamente aos questionamentos no início desse texto: não apenas resgata a importância da Filosofia em sua perspectiva disciplinar no Ensino Médio, como também nos leva a refletir sobre a importância que ela possui nos problemas que enfrentamos atualmente no Brasil e no mundo. Em vez de retirarmos dos currículos, deveríamos estar investindo ainda mais em infraestrutura e condições de trabalho dos professores, para que a Filosofia, como uma disciplina que problematiza e conduz os estudantes à compreensão dessa dupla função, possa conduzi-los ao encontro de soluções simples e viáveis que realmente podem transformar a nossa sociedade brasileira.

 


Antonio Djalma Braga Junior - Filósofo e Historiador. Doutor em Filosofia. É professor na Universidade Positivo.


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