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quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Jovens mudariam de cidade para conquistar uma vaga


A busca por uma colocação levaria os mais novos para outras regiões do país.


Você mudaria de cidade se conseguisse uma vaga? Essa pergunta foi o objeto de estudo da última pesquisa realizada pelo Nube - Núcleo Brasileiro de Estágios, com 34.612 jovens de 15 a 28 anos. O levantamento ocorreu para entender a disponibilidade de quem tem essa faixa etária quanto a mudanças de planos diante de novos horizontes. Afinal, em meio a crise, muitos saem de seu ambiente comum para buscar chances em grandes centros e metrópoles para, assim, tentar fugir do índice de 11,8% de desocupação. O resultado apontou flexibilidade para a maior parte dos entrevistados.

A pesquisa ocorreu entre 28 de outubro e 8 de novembro de 2019. Com isso, 56,27%, ou 19.477 votantes disseram: “sim, se fosse uma boa oportunidade” e outros 1,93% (669) revelaram: “sim, não vejo a hora de sair da minha cidade”. Para Lucas Fernandes, analista de treinamento do Nube, essa postura mostra algumas competências importantes para o mercado de trabalho, como planejamento, iniciativa e até mesmo autoconhecimento em relação aos próprios objetivos e limites. “Viajar e trocar de residência deixou de ser algo esporádico, passando a ser muito comum na cultura de várias organizações. Para diversos profissionais, como de implantação de tecnologias, auditorias, eventos e gestão e entretenimento, lidar bem com essa demanda é um diferencial”, explica.

Ainda assim, 12% (4.155) ponderaram: “depende, gosto muito de onde moro”. Segundo o especialista, ninguém deve se sentir obrigado a abrir mão dos seus planos pessoais para conseguir uma vaga. “A dica é sempre procurar por colocações capazes de se encaixar no perfil individual, pois, enquanto as companhias selecionam os seus futuros colaboradores, os candidatos também devem analisar os cargos mais interessantes e adequados aos seus valores”, enfatiza.

Avessos a essa opção, 17,89% (6.193) declararam: “não, isso está fora de cogitação” e 11,90% (4.118) alegaram: “não, quero ficar perto da minha família e amigos”. O apoio dos entes e o convívio social é, de fato, imprescindível para a qualidade de vida. “Muitos superam isso se mudando junto com os parentes, porém esse é um passo mais complexo, pois, além de considerar somente a carreira é muito fundamental pensar nas rotinas de quem irá também”, comenta Fernandes. Outra perspectiva sobre essa questão é refletir sobre o quanto nada é para sempre e essa ação pode ser temporária. “Olhar por esse prisma auxilia. Entretanto, de novo, não há problema nenhum em optar por abrir mão de certas oportunidades. O ideal é apoiar seus projetos e não se distanciar deles”, conclui.

Para quem cogita ir para novos ares, a dica é criar contato com profissionais já atuantes na cidade, por meio da participação em eventos e projetos locais ou pela Internet. “É imprescindível estabelecer um bom network antes mesmo de trocar de moradia”, afirma. No mais, novas experiências sempre enriquecem. “Ao vivenciar algo temos a chance de vislumbrar horizontes ou até mesmo enxergar a valor de todas as escolhas feitas até o momento”, finaliza.



Fonte: Lucas Fernandes, analista de treinamento do Nube

www.nube.com.br


Fabricação e venda de medicamentos à base de Cannabis são aprovadas pela Anvisa


A regulamentação vai ser publicada no Diário Oficial da União nos próximos dias e passará a viger 90 dias após a publicação


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta terça-feira (3) o novo regulamento para produtos derivados de Cannabis. De acordo com o diretor de Gestão da Anvisa, Fernando Mendes, o texto autoriza a fabricação, a importação e a comercialização destes medicamentos, estabelecendo parâmetros de qualidade.

“Proponho o estabelecimento de uma outorga governamental específica para o comércio deste tipo de produto à base de Cannabis. Com a autorização sanitária, a AS, de caráter provisório e rápido procedimento de concessão, emitida mediante um deferimento de solicitação da empresa, que pretende fabricar, importar e comercializar o produto de Cannabis para fins medicinais, com  incentivo para que os produtos detentores dessa AS, migrem à categoria de medicamentos, respeitados, como já dito, os critérios ao registro de medicamentos”, afirmou.
O regulamento aprovado exige o Certificado de Boas Práticas de Fabricação (CBPF) emitido pela Anvisa. Ou seja, a empresa requisitante será obrigada a ter um conjunto de dados e informações técnicas, em versão sempre atualizada, que comprovem a qualidade, limites de especificação e métodos de controle de qualidade, bem como estudos de estabilidade e relatórios periódicos de avaliação de uso.

A decisão da Anvisa foi muito comemorada pelas famílias que utilizam medicamentos feitos à base de Cannabis. O servidor público Norberto Fisher e a esposa dele, Katiele Fisher, foram um deles. Norberto é pai da Anny, a primeira brasileira autorizada a fazer o uso da cannabis no Brasil. Ela nasceu com uma síndrome rara, chamada CDKL5, que tem como característica a epilepsia de difícil controle. Ou seja, as crises convulsivas não são controladas com os fármacos e nem com a combinação deles.

Porém com o uso do canabidiol, a Anny teve uma melhora significativa. Antes do CBD, ela tinha de 60 a 80 convulsões na semana e agora, com o uso do canabidiol, ela tem uma ou duas crises, no máximo, a cada dez dias. Segundo Norberto Fisher, o novo regulamento vai facilitar muito o acesso a estes medicamentos.

“O impacto imediato que a gente vai perceber quando isso começar a funcionar, começar a valer, é o fato de que as famílias não precisarão esperar dois, três meses, para a Anvisa autorizar a importação individual e não precisarão fazer justamente esta importação individual, pagando frete separado para cada importação. Então, estes produtos virão para o Brasil em grandes quantidades, poderão ser manipulados aqui e serão distribuídos nas farmácias. Então, a família, hoje, vai no médico, consulta, o médico prescreve, ela sai do consultório e pode ir diretamente na farmácia para fazer a compra”, disse.

A regulamentação aprovada vai ser publicada no Diário Oficial da União nos próximos dias e passará a valer 90 dias após a publicação.





Fonte: https://www.agenciadoradio.com.br/

A cada 20 minutos, uma menina de até 18 anos é estuprada no Brasil


Plan International Brasil e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública preparam estudo com estatísticas sobre estupros de meninas; o movimento mundial 16 Dias de Ativismo, organizado pela ONU, entre 25 de novembro e 10 de dezembro, marca a luta contra a violência de gênero



Todos os dias, pelo menos 70 meninas são vítimas de estupro no país. O número triste e alarmante está em um levantamento produzido em parceria pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e a organização não-governamental Plan International Brasil. O FBSP solicitou dados de estupros comuns e estupros de vulnerável (quando a vítima tem menos de 14 anos) dos anos de 2017 e 2018 às secretarias de segurança pública dos Estados. Os números foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação e fazem parte do 13° Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

O universo de ocorrências de estupro e estupro de vulnerável para jovens do sexo feminino de até 18 anos foi de 50.899 casos entre 2017 e 2018, o que significa que uma mulher nessa faixa etária é estuprada a cada 20 minutos no país. O número representa 62,1% de todos os casos de estupro registrados nos 13 estados onde foi possível aferir gênero e idade das vítimas. A predominância das vítimas mulheres encontra-se na faixa de até 13 anos, quando ainda são consideradas vulneráveis pela legislação, com 53% do total dos casos.

No total, 23 das 27 unidades federativas enviaram suas bases de dados para a análise dos pesquisadores. Em 13 Estados foi possível distinguir as informações de sexo e idade das vítimas. São eles: Acre, Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo.

“A violência sexual é uma das mais perversas formas de violência a que uma pessoa pode ser submetida. No Brasil, a maioria das vítimas é de meninas, pessoas em condição de desenvolvimento que precisam se reinventar, se reconstruir. Muitas vezes, elas estão diante de dúvida, falta de apoio, julgamento e de uma sociedade que as pune mesmo sabendo que não são culpadas”, afirma Viviana Santiago, gerente de gênero e incidência política da Plan International Brasil. “Sobreviver à violência que invade meninas e mulheres em seus corpos é dos mais impressionantes atos de resiliência. Muitas não sobrevivem.”

A coordenadora institucional do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Juliana Martins, avalia que a falta de dados sobre os autores de estupro, por exemplo, torna difícil a implementação de políticas públicas eficazes direcionadas à prevenção do problema. “Hoje não temos dados sobre o perfil dos autores de estupro”, afirma Juliana. Segundo ela, pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública no início deste ano sobre vitimização de mulheres mostrou que 42% das vítimas sofreram violência dentro da própria casa, cometida por pessoa conhecida. “Esse tipo de violência ‘íntima’ exige uma estratégia de intervenção em rede por parte das instituições”, completa a coordenadora do FBSP.


Silêncio revela gravidade da violência

A falta de dados específicos nas bases estaduais piora a compreensão das especificidades relacionadas aos casos. Para se ter ideia, só foi possível saber a relação entre autor e vítima em 26,7% dos casos. Campos como escolaridade da vítima, tipo de local da ocorrência, relação entre autor e vítima, etc. tiveram menos de um quarto dos registros com dados preenchidos. O elevado número de campos sem informação aponta para a necessidade de aprimoramento dos registros de boletins de ocorrências de estupro e de estupro de vulnerável, de forma que seja possível traçar um perfil ainda mais detalhado das vítimas e da maneira como essa violência se dá. Nos casos em que a informação está disponível, 91,9% dos crimes de estupro contra meninas foram cometidos por um único autor do gênero masculino.

“A ausência de dados ou de uma sistematização confiável na maioria dos estados me faz perguntar: que país é esse que não consegue se solidarizar e se responsabilizar pelas vidas de meninas e mulheres e tentar reparar as violências que as afetam?”, questiona Viviana. “Ter dados significa ter possibilidade de melhorar ações de prevenção, judicialização e de ter um melhor perfil de vítimas e agressores para desenvolver melhores planos de mitigação.”


#16DiasdeAtivismo

Meninas e mulheres do mundo todo enfrentam múltiplos desafios a sua liberdade diariamente. Podem ser simples fatos cotidianos, como andar na rua ou usar a internet. A discriminação e todas as formas de assédio e violência causam medo e impedem meninas e mulheres de expressar suas opiniões.

De 25 de novembro a 10 de dezembro, o mundo todo se reúne na campanha 16 Dias de Ativismo Contra a Violência de Gênero, criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para despertar a atenção para a prevenção e a eliminação da violência contra mulheres e meninas. A campanha acontece desde 1991, sempre nesse intervalo de datas.

“O enfrentamento da violência contra a mulher só será bem-sucedido com ações que possam gerar uma mudança cultural. E para isso temos que necessariamente falar sobre gênero e violência de gênero, temas que têm sido utilizados de forma muito equivocada na esfera política”, diz Juliana Martins, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.


Sobre a Plan International

A Plan International é uma organização humanitária, não-governamental e sem fins lucrativos que promove os direitos das crianças e a igualdade para as meninas. Acreditamos no potencial de todas as crianças, mas sabemos que isso é muitas vezes reprimido por questões como pobreza, violência, exclusão e discriminação. E as meninas são as maiores afetadas. Trabalhando em conjunto com uma rede de parcerias, enfrentamos as causas dos desafios de meninas e crianças em situação vulnerável. Impulsionamos mudanças na prática e na política nos níveis local, nacional e global, utilizando o nosso alcance, a nossa experiência e o nosso conhecimento. Construímos parcerias poderosas há mais de 80 anos e que se encontram hoje ativas em mais de 70 países. 


Sobre a Plan International Brasil

A Plan International chegou ao Brasil em 1997. Desde então, se dedica a garantir os direitos e promover o protagonismo das crianças, adolescentes e jovens, especialmente meninas, por meio de seus projetos, programas e ações de incidência e de mobilização social. Tem também viabilizado condições de subsistência em comunidades que sequer tinham acesso a recursos essenciais, como a água. Implementamos projetos no Maranhão, no Piauí, na Bahia e em São Paulo. Nossas estratégias, atuando em rede com outras organizações do terceiro setor e movimentos sociais, têm pautado as demandas das meninas em novos espaços do Legislativo, Executivo e na sociedade civil, alcançando todo o território nacional. Considerada uma das organizações mais confiáveis do país, a Plan International Brasil recebeu em 2019 a certificação A+ no Selo Doar de Transparência. Mais informações: www.plan.org.br


Sobre o Fórum Brasileiro de Segurança Pública

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública foi constituído em março de 2006 como uma organização não-governamental, apartidária, e sem fins lucrativos, cujo objetivo é construir um ambiente de referência e cooperação técnica na área de atividade policial e na gestão de segurança pública em todo o País. Composto por profissionais de diversos segmentos (policiais, peritos, guardas municipais, operadores do sistema de justiça criminal, pesquisadores acadêmicos e representantes da sociedade civil), o FBSP tem por foco o aprimoramento técnico da atividade policial e da governança democrática da segurança pública. O FBSP faz uma aposta radical na transparência e na aproximação entre segmentos enquanto ferramentas de prestação de contas e de modernização da segurança pública.



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