A
principal causa da obesidade é o desequilíbrio entre calorias ingeridas,
provocado por uma dieta pouco saudável e falta de atividade física
A obesidade e a desnutrição estão convivendo lado
a lado e entre as diversas causas disso está a ampla oferta de alimentos não
saudáveis que apresentam muito açúcar, sal ou colesterol, causando o aumento de
peso e desnutrição.
Dados do Ministério da Saúde mostram que no
Brasil, 36% das meninas estão acima do peso ou obesas, enquanto 16% estão
abaixo do peso ideal. Relatórios compilados pelo Ministério apontam que 20% das
crianças brasileiras sejam obesas e cerca de 32% a população adulta tenha
excesso de peso.
Segundo a nutricionista do Hospital Dom
Alvarenga, Evelyn Teixeira, de maneira geral, a principal causa da obesidade é
o desequilíbrio entre calorias ingeridas e calorias queimadas pelo organismo,
provocado normalmente por uma dieta pouco saudável e falta de atividade física.
“No entanto, outros fatores podem influenciar neste quadro. Em primeiro lugar,
está o aspecto genético. Há pessoas com taxas de metabolismo mais baixas que
outras, o que dificulta o gasto calórico diário e, consequentemente, eleva os
riscos de ganho de peso. Também há causas ambientais, como a convivência com
quem tem hábitos alimentares ruins e a oferta de produtos industrializados em
mercados e lanchonetes”.
Evelyn explica que a obesidade também é um fator
de risco para doenças cardiovasculares, do metabolismo, respiratórias, doenças
do aparelho urinário e reprodutor, doenças gastrointestinais, dores nas costas,
hérnias, enjoos e sensação de desequilíbrio, além de discriminação e isolamento
social, depressão, baixa autoestima, ausência de objetivos.
Obesidade
infantil
A especialista destaca que a obesidade infantil é
um dos maiores problemas de saúde atualmente e indica que a melhor maneira de
lidar com essa doença é a prevenção. “A prevenção da obesidade infantil deve
iniciar já na gestação: a gestante deve ter bons hábitos alimentares e evitar
excesso de ganho de peso na gravidez. O aleitamento materno é um dos pilares da
prevenção de obesidade: criança amamentada no peito tem menos risco de
desenvolver obesidade”, ressalta.
De acordo com Evelyn, a introdução de novos
alimentos na infância também é tarefa importante para evitar essa doença. Deve
ser incentivada a introdução e manutenção de verduras, frutas e legumes e
evitar alimentos processados. Leites industrializados com excesso de proteínas
podem levar à obesidade. Não devem ser utilizados “engrossantes” ou farináceos
nas mamadeiras.
“Oferecer precocemente
alimentos com excesso de açúcar e gordura muda o paladar da criança, assim ela
poderá deixar de aceitar alimentos saudáveis por serem menos palatáveis”. “A
educação alimentar é fundamental para toda a população”, reforça a
especialista.
“Criança precisa gastar energia. Brincadeiras
como pega-pega, esconde-esconde, amarelinha, pular corda, jogar bola devem ser
incentivadas. Vídeo game, jogos eletrônicos, computador e TV devem ser
limitados em torno de 2 horas por dia. A prática de esportes também ajuda na
prevenção da obesidade”.
Evelyn alerta, ainda, que a
detecção precoce de ganho acelerado de peso é fundamental para prevenção de
obesidade. Para isso, a criança deve ter um acompanhamento pediátrico de
rotina, no mínimo três vezes ao ano, para que o profissional examine a criança,
faça uma investigação sobre os hábitos alimentares e confirme o peso, a
estatura e o índice de massa corpórea dessa criança.