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quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Dia Mundial de combate ao HTLV será comemorado em 10 de novembro


 Doença neurológica pouco conhecida, a infecção pelo vírus HTLV pode levar à paraplegia e à leucemia.


A Sociedade Internacional de Retrovirologia, em parceria com ONGs de portadores do vírus HTLV, está organizando para o próximo dia 10 de novembro, um evento mundial a fim de informar e alertar sobre a infecção causada pelo vírus HTLV. Neste dia, monumentos e prédios públicos de vários países serão iluminados de vermelho. No Brasil, já estão confirmadas a iluminação da Ponte Estaiada e do Monumento às Bandeiras, em São Paulo; do Cristo Redentor (RJ); além de uma caminhada, com saída às 9h, do Mirante do Dique do Tororó, em Salvador.

Embora pouco conhecida e divulgada, estima-se que de 10 a 20 milhões de pessoas em todo o mundo - 800 mil no Brasil- sejam portadores dessa doença neurológica, a maioria delas assintomática.

De acordo com as explicações do neurologista e pesquisador Augusto Cesar Penalva de Oliveira, o HTLV (Vírus linfotrópico de células T humanas) está associado à leucemia de células T do adulto (ATL) ou a paraparesia espástica tropical (TSP), doença neurológica que pode levar o portador a ficar em cadeira de rodas. “Este foi o primeiro retrovírus humano causador de doença infecciosa e neoplásica descrito no mundo. No Brasil, a detecção da infecção pelo HTLV foi introduzida nos bancos de sangue a partir de 1993”, ressalta.

Apesar do HTLV-1 ter baixa morbidade, alguns indivíduos podem apresentar a HAM/TSP (Paraparesia espástica tropical/mielopatia associada ao HTLV-1) ou uma forma de câncer hematológico chamada ATL (leucemia/linfoma de células T). Essas doenças acometem 1 a 5% dos portadores do vírus HTLV-1. 


Sintomas e formas de transmissão

A HAM/TSP é uma doença crônica em que há comprometimento da medula espinhal, usualmente de início lento e progressivo. Os sintomas principais são alteração de força e dor nas pernas, retenção urinária e obstipação intestinal. A doença afeta mais mulheres do que homens, geralmente na quarta ou quinta década de vida. “Apesar dos esforços em pesquisa, os fatores que favorecem o surgimento da doença nos pacientes portadores do vírus não são conhecidos. O mesmo acontece com a ATL, que muitas vezes pode ter evolução com desfecho fatal”, salienta o doutor.

As principais formas de transmissão são: aleitamento materno, relação sexual desprotegida com pessoa infectada, e contato com sangue infectado.

Apesar da sua disseminação em diversas regiões do Brasil e do mundo, o HTLV não está relacionado nas listas de doenças negligenciadas da Organização Mundial da Saúde. Dessa forma, a falta de conhecimento sobre a doença dificulta o diagnóstico e a prevenção da transmissão do vírus.

“Por isso” - complementa o neurologista – “é importante que se dissemine informação sobre este vírus na sociedade e amplie o controle das suas formas de transmissão, como por exemplo a triagem do vírus durante o pré-natal, o que, infelizmente, não está disponível na rede pública de saúde”.







Fontes:
- Sociedade Internacional de Retrovirologia - https://htlv.net


Uso indiscriminado de colírios pode desencadear problemas como crise de hipertensão



A indicação médica é fundamental para evitar efeitos colaterais graves e avaliar doenças preexistentes

Muitas pessoas têm costume de utilizar colírios, comprados sem receita médica, sempre que sentem os olhos ressecados ou vermelhos. Mas, essa atitude pode ter consequências perigosas, que incluem até aumento de pressão arterial. “O colírio é um meio de veiculação de uma medicação. Assim como existem diversos tipos de comprimidos, também existem diversos tipos de colírios para diferentes doenças. Sem orientação médica adequada, alguns colírios podem ter efeitos colaterais graves, como desenvolvimento de glaucoma, catarata e de uma crise hipertensiva. Além disso, existem colírios que são contraindicados para algumas doenças preexistentes”, ressalta Dra. Ana Paula Canto, oftalmologista da Clínica Canto. 

            Um dos colírios que costuma ser muito utilizado indiscriminadamente é o que possui vasoconstritores em sua composição. Mas, para quem tem hipertensão, esse tipo de medicamento é contraindicado. “Eles fazem uma vasoconstrição dos vasos dos olhos, ou seja, tem como efeito deixá-los mais brancos, o que às vezes, é o atrativo do colírio. Porém, ele pode causar vasoconstrição de vasos sistêmicos, levando a uma crise hipertensiva arterial, isto é, aumentando muito a pressão arterial do corpo”, alerta Dra. Ana Paula Canto. 

Segundo a oftalmologista, as doenças preexistentes são um dos fatores que influenciam na indicação de um colírio pelo oftalmologista “Assim como pessoas com hipertensão arterial não devem usar colírios com vasoconstritores, quem tem glaucoma não pode utilizar colírio de corticoide sem acompanhamento do oftalmologista e, inclusive, alguns colírios para glaucoma são contraindicados para quem tem asma”, exemplifica. 

            Cada doença oftalmológica necessita de um colírio específico para o tratamento, que pode ser antibiótico, antiinflamatório não hormonal, lubrificante, corticoide, imunossupressores, antialérgicos ou de tratamento para glaucoma e para quimioterapia ocular. “Somente o oftalmologista pode saber qual é o colírio indicado em cada caso. Além disso, alguns tratamentos necessitam de um acompanhamento”, explica Dra. Ana Paula Canto. “Caso uma pessoa utilize colírios de corticoide sem prescrição e sem acompanhamento, podem ocorrer glaucoma e catarata. Colírios antibióticos utilizados sem necessidade aumentam a resistência da bactéria a antibióticos, deixando-a mais ‘forte’ e dificultando o tratamento ou cura”, salienta. 

Em alguns casos, os colírios podem continuar sendo utilizados pelo paciente sem um acompanhamento médico frequente. “Os colírios prescritos para a Síndrome do Olho Seco e as alergias oculares costumam ser um tratamento de uso contínuo. Mas, para saber qual o colírio correto, sem risco de contraindicações, é essencial consultar um oftalmologista”, aponta a oftalmologista.

Os cuidados também valem para as crianças. “No geral, as crianças não devem usar colírios que contenham corticoide em sua composição, salvo em alguns casos específicos, desde que prescrito e acompanhado pelo médico”, afirma Dra. Ana Paula Canto. 

A oftalmologista lembra ainda que é fundamental sempre ficar atento ao prazo de validade dos colírios. “A validade escrita na embalagem e no rótulo se refere somente ao produto lacrado. Após aberto, essa validade muda, e pode ser de sete dias a seis meses. Essas informações sempre devem ser checadas na bula do colírio”, orienta a oftalmologista.  





 

Clínica Canto


Terapia de Reposição Hormonal: fazer ou não?


Ginecologista alerta que a reposição iniciada muito tempo depois da menopausa pode ser perigosa e pondera que a avaliação deve ser criteriosa e feita caso a caso

A Terapia de Reposição Hormonal (TRH) é sempre um assunto que divide opiniões, tanto médicas quanto das mulheres que sentem os incômodos da menopausa. Isso porque, apesar de ser o climatério uma fase natural na vida de todas as mulheres a partir dos 50 anos, é preciso considerar a relação risco x benefícios da reposição hormonal, individualmente, de acordo com o histórico de saúde de cada paciente. A ginecologista e mastologista Juliana Pierobon, da Altacasa Clínica Médica, explica que há alguns critérios que devem ser avaliados na prescrição do tratamento dos sintomas da menopausa, como idade, tempo de climatério, dosagem hormonal, via de administração dos hormônios , entre outros.
Estudos sobre o tema apontam para possíveis riscos decorrentes da reposição hormonal. Dentre eles, está o aumento de incidência de câncer de mama e doença tromboembólica nas mulheres submetidas à TRH. “Apesar de a incidência em números absolutos de efeitos adversos ser baixa e o risco individual, no primeiro ano de tratamento, ser muito pequeno, esses riscos são cumulativos com o tempo de uso de hormônios”, afirma a ginecologista, que reforça a necessidade de avaliação caso a caso.
De acordo com a especialista, a TRH pode ser indicada preferencialmente na perimenopausa (fase que antecede a menopausa, com as últimas mestruações) ou nos primeiros anos da menopausa, em mulheres sintomáticas na faixa dos 50 a 59 anos de idade. A reposição hormonal, nestes casos, serve para combater as famosas ondas de calor chamadas de fogachos , além de sintomas de ressecamento vaginal, problemas urinários, perda de libido e perda de memória e cognitiva. Além disso, a TRH atua contra a perda de massa óssea precoce, conhecida como osteoporose – que confere maior risco de fraturas às mulheres e aumenta a proteção cardiovascular, diminuindo o risco de Infarto e AVC (Acidente Vascular Cerebral).
“Nessa população até 59 anos, a TRH pode conferir enormes benefícios, mas se o tratamento de reposição hormonal começar depois de mais de 10 anos do início da menopausa, pode levar a efeitos colaterais perigosos”, pondera a dra. Juliana, que complementa: “A duração do tempo de prescrição da TRH ainda é um desafio, pois os estudos realizados até hoje são inconsistentes para definir quando interromper a hormonioterapia. A decisão de iniciar ou manter a reposição hormonal, repito,deve ser individualizada, com base na gravidade dos sintomas. Além disso, a terapia precisa ser permanentemente monitorizada e pode ser mantida enquanto os benefícios forem superiores aos riscos, sempre sob supervisão médica”, alerta.
Para a realização da TRH, existem os medicamentos hormonais tradicionais encontrados nas farmácias e também os chamados ‘hormônios bioidênticos’, geralmente processados em farmácias de manipulação. Porém, estes últimos não são recomendados pela médica. “Não existem razões médicas ou científicas para recomendar esse tipo de hormônios. As preparações hormonais bioidênticas ou ‘customizadas’ não foram testadas em estudos e sua pureza e riscos são desconhecidos”, aponta Pierobon.
Uma forma natural de amenizar os sintomas da menopausa, que pode ser realmente incômoda para algumas mulheres, é adotar um estilo de vida saudável, prestando maior atenção à alimentação e praticando atividades físicas.
“A transição da menopausa pode estar associada a um declínio considerável na qualidade de vida decorrente da diminuição dos níveis de hormônios circulantes no organismo feminino. Então, manter um estilo de vida com alimentação adequada, exercícios físicos e práticas de atividades redutoras de estresse, como meditação e yoga, podem auxiliar muito essas mulheres a passar pelas modificações dessa fase com mais qualidade de vida”, explica a médica da clínica Altacasa, na capital paulista, que dá ainda outras dicas para amenizar os incômodos da menopausa.
- Manter uma dieta rica em cálcio, com suplementação de vitamina D e alimentos derivados da soja (isoflavona), associada a exercícios físicos regulares, auxiliam na manutenção de massa óssea e muscular, além de propiciarem bem estar físico e manutenção do peso corporal;
- O uso de medicamentos fitoterápicos, como borago officinalis, glicynemax, cimifuga racemosa, hipericum perforatum, entre outros, podem ter efeito bastante positivo no tratamento dos sintomas menopáusicos;
- Medicamentos não hormonais, como alguns antidepressivos, podem ser utilizados no tratamento de fogachos e alterações de comportamento, como depressão e ansiedade;
- Hormônios tópicos vaginais podem trazer alívio para sintomas de ressecamento na vagina e dores nas relações sexuais. O uso em conjunto com hidratantes vaginais e lubrificantes nas relações também pode melhorar a saúde sexual da mulher. Além disso, técnicas que utilizam laser e radiofrequência vaginais apresentam bons resultados contra esses sintomas.


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