Com
sintomas semelhantes, as pessoas nem sempre procuram diagnóstico e convivem com
a doença sem tratamento; especialista explica diferenças e quando é possível
minimizar desconfortos como diarreia
No mundo, por volta de 60%
a 70% da população possui dificuldade de digestão ou deficiência da enzima
lactase, sendo então intolerante à lactose. Já a Síndrome do Intestino
Irritável (SII) é a mais frequente doença funcional gastroenterológica e
acomete 10% a 20% da população. Não se sabe ao certo quantas destas pessoas
terão acesso a diagnóstico e tratamento, mas as doenças têm um fator em comum:
os principais sintomas. Eduardo André, Doutor pela FMUSP e Pós-Doutor em
Gastroenterologia pela Universidade de Londres esclarece as diferenças entre as
condições e quando é o momento de buscar tratamento.
O especialista afirma que
a Síndrome do Intestino Irritável (SII) é um distúrbio do trato digestivo, que
se caracteriza pela modificação da função intestinal. Os sintomas típicos são:
desconforto ou dor abdominal, geralmente localizados na região baixa do
abdômen, associados à alteração do hábito intestinal, com constipação, diarreia
ou alternância de uma e outra. Sinais muito parecidos com os de intolerância à
lactose. Neste caso, pessoas com deficiência da lactase, açúcar do leite,
também costumam ter diarreia ou constipação, mas após o consumo de leite e
derivados.
O Dr. Eduardo André
explica que as duas condições demandam atenção e necessitam de acompanhamento
médico. “Há pessoas que se afastam do convívio social pelo receio dos sintomas
e não buscam diagnóstico e tratamento. Para minimizar os desconfortos, há
alternativas que ofereçam mais qualidade de vida aos pacientes”.
Como tratar?
O médico alerta para outro
fato importante: “pode existir ainda uma sobreposição de ambas, isto é, alguém
que possua SII pode, ao mesmo tempo, ser intolerante e vice-versa. O tratamento
de cada condição, porém, é muito diferente e, por isso, exige um correto
diagnóstico”. Para pacientes com a síndrome, a terapêutica vai depender da
natureza e intensidade dos sintomas, do grau de comprometimento funcional e dos
fatores psicossociais envolvidos. Cada vez mais, medidas de atenção primária,
aquelas que refletem o melhor controle, são tomadas. Deste modo, a maneira mais
adequada de tratar é por meio de uma abordagem ampla, integral e
individualizada.1
Já na intolerância à
lactose, a opção é utilizar a enzima lactase, suplementação que pode ser
utilizada diariamente. Ela auxilia a digestão do açúcar do leite e derivados.
“No mercado, existem diversas apresentações. Como médico, indico suplementos
que possuam estudo clínico de eficácia comprovada, como a Perlatte, da
Eurofarma”.
Para finalizar, o Dr.
André lembra que “após perceber a existência de algum desconforto como os que
mencionamos, o ideal é procurar auxílio médico para investigação diagnóstica.
As condições, atualmente, não têm cura, mas é possível minimizar os sintomas
proporcionando liberdade e bem-estar”.
A intolerância à lactose
Segundo pesquisa conduzida
pelo DataFolha, 35% da população com idade acima dos 16 anos, cerca de 53
milhões de pessoas, informam ter desconforto digestivo após o consumo de
derivados do leite. No mundo, por volta de 60% a 70% da população possui
dificuldade de digestão ou deficiência da enzima lactase.1
A pesquisa mostra que,
entre pessoas que relataram algum tipo de desconforto gastrointestinal, 88,2%,
jamais receberam um diagnóstico médico, a maioria homens com mais de 35 anos.
Apenas 4% das pessoas relataram terem ido procurar ajuda médica e, dentre
esses, 1% foi diagnosticado com Intolerância à lactose, o que corresponde a 1,5
milhão.1
As mulheres, por outro
lado, apresentam maior incidência da doença, correspondendo a 59% dos casos. É
importante, portanto, ficar alerta ao que desencadeia sintomas e, quando
necessário, procurar atendimento por um profissional da área.
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