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sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Marcapasso pode reduzir em até sete vezes os desmaios em pacientes com Síncope Vasovagal


Resultados Robustos e Positivos do Estudo SPAIN Publicados no Journal of American College of Cardiology


A síncope vasovagal é um tipo de desmaio, causado por distúrbio do sistema nervoso autonômico (involuntário), que acarreta reações reflexas inadequadas ou exacerbadas dos sinais vitais, de maneira súbita, como queda dos batimentos cardíacos e da pressão arterial.

Essa “síncope”, semelhante a um “apagão”, é quase sempre fugaz (segundos) e transitória, com total recuperação da consciência e sem sequelas neurológicas.

É um diagnóstico não muito fácil. Estima-se que a síncope vasovagal corresponda a 28% dos casos de síncope em geral, chegando a 6,2 casos em cada 1000 habitantes em todo o mundo e também no Brasil. É mais comum em mulheres do que em homens e também mais observada em adolescentes ou adultos jovens e idosos. Não há doença cardíaca associada.

Por que acontece a síncope vasovagal?

síncope (o desmaio) acontece para “proteger” o fluxo de sangue oxigenado para o cérebro, no momento em que a queda de batimentos cardíacos e da pressão acaba atrapalhando a circulação sanguínea cerebral. É um mecanismo reflexo, de defesa, que acaba levando o corpo à posição deitada – o que, de fato, facilita o bombeamento de sangue para a cabeça.

Diversos tipos de condições e estímulos podem desencadear episódios de reação vasovagal (incluindo a síncope), como dor, injeções e punções, estímulos visuais sugestivos (‘ver sangue’), mudanças bruscas de posição e até o medo.


Diagnóstico 

Historias de pacientes com episódios de desmaios frequentes desde a infância ou adolescência, sem doenças associadas, podem estar relacionados á síncope vasovagal. Exames complementares ajudam, como por exemplo o HOLTER (eletrocardiografia dinâmica de 24 ou 48 horas). “Mas é importante lembrar que muitos pacientes podem passar semanas sem apresentar episódio algum e, portanto, o uso de monitores de eventos implantáveis se mostra mais efetivo nesse sentido”, afirma Dr. Luciano Jannuzzi Carneiro, cirurgião cardiovascular e Gerente Médico para América Latina da BIOTRONIK.

O ‘TILT TABLE TEST’ (teste de inclinação) também é particularmente útil em boa parte dos casos. Trata-se de uma avaliação com a pessoa deitada em uma mesa especial, em diferentes inclinações, registrando em tempo real o ritmo cardíaco e a pressão arterial, de acordo com a inclinação. “Isso permite documentar o momento exato em que os batimentos ou a pressão caem, muitas vezes reproduzindo a síncope, durante o exame”, explica o especialista.



Tratamentos

O tratamento varia de acordo com a tolerância de cada paciente às alterações de batimentos cardíacos e de pressão arterial. Quando não há perda completa de consciência o paciente mantém seu autocontrole, indicam-se as chamadas medidas posturais (como exercícios para o tônus muscular das coxas e das pernas), além de aumento na ingesta de líquidos e, eventualmente, no consumo de sal. “O aumento de aporte de sódio na circulação resulta em melhor conservação dos fluidos extracelulares, equilibrando o tônus dos vasos sanguíneos e mantendo a pressão em níveis mais próximos ao normal, sem altos riscos de queda”, afirma Dr. Luciano.

Quando há perda de consciência nos episódios de síncope vasovagal, pode ser necessário o implante de um marcapasso cardíaco. Em boa parte desses casos, os batimentos cardíacos caem (bradicardia) ou são interrompidos momentaneamente (assistolia). “Quando se corrige o ritmo dos batimentos com a estimulação do marcapasso, a síncope não ocorre, os sintomas não aparecem ou são muito atenuados, melhorando significativamente a qualidade de vida do paciente”, explica.


Tecnologia CLS BIOTRONIK

O algoritmo CLOSED LOOP STIMULATION (CLS), ou “estimulação por malha fechada”, é exclusividade dos dispositivos cardíacos BIOTRONIK e monitora sutis alterações na ativação elétrica das células cardíacas, que são continuamente registradas pelo marcapasso. Essas alterações ocorrem mediante esforço, variações da pressão arterial ou estresse, por exemplo. Desta forma, de acordo com a necessidade, o marcapasso consegue atuar imediatamente e automaticamente, adequando a estimulação cardíaca conforme necessário: acelerando ou retornando os batimentos ao normal.

Assim, na iminência de uma síncope vasovagal, o algoritmo CLS permite uma resposta imediata dos batimentos cardíacos à queda de pressão arterial, recuperando rapidamente as condições fisiológicas para a adequada circulação cerebral. E isso impede que ocorra a síncope. Nos casos em que a hipotensão é muito pronunciada, pode até haver sintomas, mas não ocorre a perda de consciência.

O “SPAIN STUDY”, publicado em uma das mais conceituadas e respeitadas revistas científicas de Cardiologia do mundo – o Journal of the American College of Cardiology (JACC), demonstrou que a tecnologia CLS BIOTRONIK pode reduzir em até sete vezes os desmaios em pacientes com síncope vasovagal.

É o primeiro estudo a comprovar benefícios diferenciados com o uso da tecnologia CLS nos pacientes com implante de marcapasso por síncope recorrente. O desenho incluiu 54 pacientes com idade de 40 anos ou mais, em 11 centros médicos na Espanha e no Canadá. Todos apresentaram mais de cinco episódios de síncope em suas vidas e, além disso, tiveram mais de dois episódios no último ano.

O objetivo principal de reduzir em mais de 50% os episódios de síncope desses pacientes, em comparação ao ano anterior, foi atingido. Durante o período do estudo, quatro pacientes apresentaram síncope durante a estimulação CLS, em comparação com 21 que desmaiaram, sem a ativação do recurso. Entre os pacientes inicialmente designados ao CLS, 72,2% apresentaram uma redução de mais de 50% nos episódios de síncope comparado ao primeiro ano. Entretanto, a síncope se tornou recorrente após terem passado para o grupo sem CLS. Os pacientes que passaram à ativação do CLS após um ano sem o algoritmo perceberam uma redução de mais de 50% nos episódios de síncope, durante o segundo ano todo.

“Esses dados comprovam de maneira evidente – e agora científica – a superioridade da estimulação cardíaca com algoritmo CLS quando o marcapasso está indicado para pacientes com síncope vasovagal, diminuindo muito os episódios de síncope e, consequentemente, melhorando muito a qualidade de vida dos pacientes que se submetem a esse tratamento”, finaliza Dr. Luciano.





BIOTRONIK
Twitter: @BIOTRONIK_News


Três dicas simples para o Dia Nacional da Saúde


Para marcar o Dia Nacional da Saúde, celebrado no dia 5 de agosto, o CIES Global apresenta dicas para melhorar a qualidade de vida de forma simples e acessível.


A diretora médica do CIES, Mary Simono, explica como a atenção a alguns hábitos podem evitar doenças responsáveis pela perda da qualidade de vida e alto volume de mortes em todo o mundo. Os problemas mais comuns são hipertensão, diabetes, infartos e acidentes vasculares cerebrais, segundo a Organização Mundial da Saúde.

“Dois grandes desafios no que se refere à Saúde Pública são o acesso e orientação. No caso do acesso, sabemos que nem todas as pessoas conseguem arcar com os custos que uma vida mais saudável pode exigir. O segundo problema diz respeito à falta de informações que as pessoas têm sobre a importância de manter os hábitos que previnem as doenças”, explica Dra. Mary.

Veja abaixo as três dicas que a médica separou para o Dia Nacional da Saúde:


Dica 1: Ter uma alimentação saudável

Somos o que comemos. Manter uma alimentação saudável pode ser mais acessível que imaginamos, temos opções simples e gostosas, como ovos, frangos e verduras, por exemplo. Priorizando proteínas com pouca gordura e carboidratos complexos como batata ao invés de farinha branca.


Dica 2: Praticar atividade física

Mesmo quem não gosta ou não pode pagar uma academia deve manter a prática de exercícios. E isso está ao alcance de todos. Pode ser uma corrida no parque ou caminhada pelas ruas do bairro. Atividade física é essencial, uma caminhada de 40 minutos já garante uma saúde física e mental mínima. Começar com 20 minutos três vezes por semana é melhor do que ficar parado. 


Dica 3: Ir ao médico mesmo sem estar doente

Um grande erro é procurar o médico quando já está com sintomas. É importante manter uma agenda periódica de consultas, seja via plano de saúde, para quem possui, ou pelo atendimento público iniciado nas Unidade Básicas de Saúde. Quanto antes soubermos de um problema no organismo, mais fácil para reverter ou controlar.

Fazer um check-up, eventualmente, é o início para termos uma visão geral de onde precisamos melhorar para termos qualidade de vida futura.

Atentando-se a essas três dicas, reduzimos as chances de doenças comuns e que reduzem a nossa qualidade de vida.



Em São Paulo, as maiores vítimas de acidentes de trânsito no trabalho são motociclistas


Levantamento inédito aponta que em onze anos, o número de notificações de acidentes de transporte relacionados ao trabalho foi de 43.781, em todo o estado


Os motociclistas de São Paulo são os que mais morrem por acidentes de transportes relacionados ao trabalho no estado. Os dados são de um levantamento inédito realizado pelo Ministério da Saúde com os dados dos Sistemas de Informação de Agravo e Notificações (SINAN) e do de Mortalidade (SIM). O estudo apontou 428 óbitos dos trabalhadores de duas rodas, entre os anos de 2007 e 2016. Contando com todos os tipos de transportes, São Paulo registrou 2.430 mortes no mesmo período. Para chegar a esta constatação, foram considerados os acidentes ocorridos quando o trabalhador tem uma função que envolve locomoção ou quando estava indo ou voltando do local de trabalho.   

Em onze anos, o número de notificações de acidentes de transporte relacionados ao trabalho, em São Paulo, foi de 43.781. Os anos de 2015 (5.097) e 2016 (5.438) foram os que apresentaram os maiores números de notificações para um único ano. Em 2017, os índices caíram 46,6% no estado, sendo registrados 2.902 acidentes quando comparados ao ano de 2016.

Em toda a região Sudeste, foram registradas 5.562 mortes, sendo 1.208 de motoristas de carros e 957 de caminhoneiros - as maiores vítimas. Quando falamos em acidentes, a região Sudeste foi a com maior número de registros. Foram 60.501 acidentes entre os anos de 2007 e 2016, tendo o seu pico nos de 2015 (7.468) e 2016 (7.880). Em 2017, a região teve redução de 45,3% nas notificações, com 4.303 registros quando também comprado ao ano anterior.



ACIDENTES DE TRÂNSITO RELACIONADOS AO TRABALHO NO BRASIL 

No Brasil, o estudo trouxe que, oito em cada 10 acidentes de trânsito relacionados ao trabalho foram sofridos por homens. Por faixa etária, os jovens com idades entre 18 e 29 anos foram as maiores vítimas (40,1%) e quase metade desses acidentes ocorreram nos estados da região Sudeste (47,5%). Quando falamos em lesões, o Sinan registrou que 22,5% delas foram ocorridas em membros inferiores e 15,7% nos superiores. Desses acidentes, 63% evoluíram para incapacidade temporária.

O coeficiente de mortalidade, no Brasil, por acidentes de transporte relacionados ao trabalho foi de 1,5 óbito a cada 100 mil. Entre os estados, destacam-se Rondônia (4,9), Mato Grosso (4,3), Paraná (3,2) e Santa Catarina (3,1). De acordo com o Ipea, essas regiões possuem fatores que contribuem para esse destaque como maior produto interno bruto (PIB), maior concentração de riquezas, de número de veículos motorizados e de viagens refletem no maior volume de tráfego e de acidentes nesses estados.



AÇÕES DE VIGILÂNCIA E PREVENÇÃO

A partir de cooperações com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), monitoramento pela Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (Renast) e Desenvolvimento do Projeto-vida-no-trânsito, a partir de 2010, o Ministério da Saúde tem conseguido priorizar a intervenção nos fatores de risco para acidente de trânsito, como o consumo de bebida alcoólica e velocidade inadequada para a via, além de priorizar determinados grupos de vítimas, como os motociclistas, a partir das análises de situação. Importantes avanços para a prevenção de acidentes de trânsito estão sendo obtidos no país, a partir da implementação da Política Nacional sobre o álcool, por meio do Decreto nº 6.117/2007, que contempla, entre suas diretrizes, o tema “associação álcool e trânsito”, e da alteração do Código de Trânsito Brasileiro, por meio da Lei nº 11.705 (“Lei Seca”), instituída em 2008.

Outra ação que conta com a participação do Ministério da Saúde e que tem contribuído para a conscientização da população no trânsito é o Rodovida. Os trabalhos começaram em 22 de dezembro de 2017 e foram concluídos em 18 de fevereiro deste ano, período em que foram contabilizados 2.930 feridos graves, contra 3.012 no ano anterior.



SAÚDE DO TRABALHADOR

A Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) foi criada em 2002, pela Portaria 1.679, com objetivo de disseminar ações de saúde do trabalhador, articuladas às demais redes do Sistema Único de Saúde. Fazem parte desta Rede os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), que têm como objetivo realizar apoio para o desenvolvimento das ações de saúde do trabalhador em todos os níveis de atenção, bem como executar ações de fiscalização, investigação e análise de causalidade entre o trabalho e o adoecimento. No Brasil, atualmente existem 214 centros habilitados, sendo 27 estaduais e 187 regionais.

Em 2012, a fim de fortalecer as ações em saúde do trabalhador, o Ministério da Saúde publicou a Portaria 1.823, com ênfase na Atenção Integral à saúde, na Vigilância, na Promoção e Proteção da saúde do trabalhador e na Redução da morbimortalidade, a partir da análise dos modelos de desenvolvimento e processos produtivos.





Victor Maciel
Agência Saúde


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