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quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Aleitamento materno é capaz de proporcionar benefícios à saúde da mãe e do bebê


Semana Mundial de Aleitamento Materno alerta para a importância de amamentar, pelo menos, até os seis meses de idade


Os primeiros dias de agosto – do dia 1 ao dia 7 – serão marcados pela Semana Mundial de Aleitamento Materno. Segundo o Ministério da Saúde, a recomendação é que a amamentação se estenda até os dois anos de idade ou mais, sendo que nos primeiros 6 meses o bebê receba somente leite materno. De acordo com especialistas, o aleitamento materno é capaz de proporcionar benefícios importantes, a curto e longo prazo, para a vida da mãe e do bebê. 

Por conter células de defesa e fatores anti-infecciosos, o leite materno é capaz de proteger o organismo do recém-nascido de infecções. "Nos seis primeiros meses é comum algumas infecções, como no ouvido, urinária ou gastrointestinal. Um dos benefícios mais importantes que o leite materno pode oferecer ao bebê são os anticorpos, os quais fortalece o sistema imunológico”, explica a pediatra da Clínica Penchel, Maíra Moreira. Além da proteção, Drª Maíra conta que, por ser produzido pelo corpo da mulher exclusivamente para alimentação da criança, o leite contém todos os nutrientes que o pequeno precisa para crescer e se desenvolver no primeiro semestre de vida. Sendo assim, é possível que o bebê fique sem evacuar durante alguns dias, pois todos os componentes do leite materno são aproveitados pelo organismo.  

Segundo uma pesquisa da Universidade Federal de Pelotas, publicada no jornal científico Lancet, crianças amamentadas no peito tem maior QI na vida adulta. “Há vários fatores que podem influenciar o QI de uma pessoa, mas o aleitamento materno pode exercer grande auxilio devido a presença de ácidos graxos, nos quais ajudam no desenvolvimento dos neurônios”, aponta a pediatra. O leite materno pode, também: fortalecer os pulmões do bebê, por conta da sucção; prevenir cólicas, devido às proteínas; combater à anemia, por ser rico em ferro; evitar alergias; e é excelente para a dentição e fala do bebê, por conta do estímulo para o desenvolvimento da musculatura da boca e da face.

Os benefícios do aleitamento materno não se restringem somente à criança, a mãe também é beneficiada. Segundo o médico nutrólogo, Lucas Penchel, amamentar ajuda na perda de peso e na recuperação do parto. "O aleitamento ajuda na recuperação do tamanho normal do útero após o parto. Além disso, a mulher que amamenta exclusivamente gasta aproximadamente 700 calorias por dia, o que ajuda a recuperar a forma e perder os quilos ganhados com a gestação”, explica. 

Publicado na revista médica JAMA Internal Medicine, um estudo aponta que amamentar reduz em quase 50% o risco de a mulher desenvolver diabetes tipo 2.

 De acordo com a pesquisa, mulheres que amamentaram por, pelo menos, seis meses tiveram uma redução de 48% nas chances de ter diabetes tipo 2. Para as que seguiram com o aleitamento por menos que seis meses, a redução foi de 25%. Penchel explica que um dos motivos para esse fato é que durante a amamentação, o corpo desvia da corrente sanguínea por volta de 50 gramas de açúcar. Além desse fator, a mulher que amamenta produz muita prolactina. Esse hormônio pode preservar e secretar a insulina, responsável por regular os níveis de glicose no sangue.

Para que o aleitamento materno dure o tempo preciso e o leite seja capaz de proporcionar todos esses benefícios, Lucas chama a atenção para a alimentação das mães. "Alimentos com grandes quantidades de gorduras, açúcares e sódio e bebidas alcoólicas devem ser evitados. Assim como medicamentos e drogas podem ser passadas para o bebê através do leite, a alimentação da mãe também pode afetá-lo. Por isso, café, mate e refrigerante tipo cola podem causar irritabilidade e interferir no sono do bebê; chocolate em excesso pode causar diarreia; e leite de vaca e seus derivados podem causar alergias ou intolerância à lactose”, aponta. “Aleitamento materno: a base da vida” é o tema da Semana Mundial de Aleitamento Materno deste ano, definido pela Aliança Mundial para Ação em Amamentação (WABA, sigla em inglês). 






Dr. Lucas Penchel – CRM 56.625 - Diretor técnico da Clínica Penchel; Nutrologia – Faculdade de Medicina da Santa Casa- SP; Medicina Esportiva – Universidade Católica de Petrópolis; Pós-Graduando em Endocrinologia – IPEMED; Mestre em Biotecnologia da saúde; Nutrição – Faculdade Universo.



Especialista aponta benefícios do aleitamento materno


Em todo o mundo apenas 38% das crianças são amamentadas. Ano passado uma lei promoveu agosto como o mês do aleitamento materno e possui diversas campanhas para incentivar a amamentação


Sabe-se que a amamentação, isoladamente, é a estratégia de maior impacto capaz de salvar a vida de cerca de 13% das crianças menores de 5 anos em todo o mundo por causas previsíveis. O estímulo da amamentação exclusiva salva nada menos que 6 milhões de crianças por ano. Em todo o mundo, apenas 38% das crianças são amamentadas. Conforme a Organização Mundial da Saúde, a meta global a ser atingida até 2025 é de que pelo menos 50% dos lactentes recebam o aleitamento materno até o sexto mês de vida da criança. Por isso, desde o ano passado, foi sancionada uma lei pelo Congresso Nacional, que institui o mês de agosto como o “Mês do Aleitamento Materno”, que passa a ser chamado de “Agosto Dourado”.

Para Cíntia Matieli, consultora de amamentação e fundadora da Mommy’s Angel consultoria materna, “o leite materno é o melhor alimento que um bebê pode receber nos seus primeiros anos de vida, sendo indicado até dois anos ou mais. Sua superioridade orgânica o torna de melhor digestibilidade, sendo o alimento mais completo para promover o crescimento e desenvolvimento infantil”. Além disso, segundo Cíntia, as crianças amamentadas com leite materno também estão mais protegidas contra doenças infecciosas.”, comenta.

Ainda existem muitos tabus e principalmente no que se refere a quantidade de mamadas, por exemplo, por isso, Cíntia preparou dicas para as mamães se sentirem mais confiantes em oferecerem este alimento tão rico ao seu bebê:
  • O bebê deve ser amamentado todas as vezes que desejar. Importante: a mãe deve permitir que a criança mame até o momento em que sentir o peito vazio ou murcho para, só então, oferecer a outra mama.  Estas são recomendações importantes, pois muitas mães reclamam que seus filhos choram o tempo todo, que querem mamar a toda hora e que o leite produzido é fraco e, por isso, leva a criança a sentir fome”, explica Cíntia.  
  • Importante: na verdade, o leite não é fraco. O bebê é que sente fome, uma vez que este alimento é rapidamente digerido.
  • As mulheres produzem dois "tipos de leite": o que se concentra no fundo da mama, rico em nutrientes, capaz de estimular o ganho de peso e o crescimento do bebê; e o localizado mais na parte da frente da mama, rico, principalmente, em água, o que leva a recomendação de que não é necessário oferecer água a criança até o sexto mês de vida. 
  • É sempre bom lembrar que o bebê deve ser colocado para arrotar, logo após a mamada e, se ele for ficar deitado, deve ser posicionado de lado, pois, caso vomite, não corre o risco de sufocar-se.
  • É muito comum as mulheres sentirem dores nas mamas, devido às rachaduras (fissuras). Para preveni-las, é necessário passar o próprio leite na mama, antes e após dar de mamar. Caso as rachaduras já existam, o leite ajudará a cicatrizá-las. Na maioria das vezes, o que faz o peito rachar é o jeito que o bebê abocanha a mama: sua boquinha deve envolver e abocanhar a aréola do peito, aquela parte redonda e mais escura, localizada ao redor do bico do seio. Se o bebê sugar somente o mamilo (bico), com o tempo, a mama ficará machucada. Para corrigir as fissuras existentes, além de passar o próprio leite na mama, a pega do bebê, ou seja, o jeito que ele abocanha a mama, também deve ser corrigida.
  • Também é comum reclamações de dores nas costas, no pescoço e nos ombros. Por isso, ao amamentar, a mulher deve preferir ambientes tranquilos, posicionar-se de maneira confortável, com a coluna alinhada e os pés apoiados.
  • No geral, água morna nas costas durante o banho pode aliviar eventuais dores. Só é preciso lembrar que não se deve deixar cair água quente ou morna nos seios, pois isto pode fazer com que o leite empedre, as mamas fiquem ingurgitadas e a mulher sinta mais dores.




Mommy's Angel Consultoria Materna


01 a 07/agosto - Semana Mundial da Amamentação


Na semana mundial da amamentação, enfermeira obstetra e fonoaudióloga desmitificam esse ato tão importante


Amamentar é mais do que um ato de amor, é também um gesto de autocuidado e entrega. Para poder prover o alimento do bebê, a mãe precisa se cuidar física e emocionalmente. Na semana mundial da amamentação, Cinthia Calsinski, enfermeira obstetra e Ana Lúcia Duran, fonoaudióloga – ambas de SP desvendam alguns dos mitos e verdades ligados ao aleitamento.


Mitos 

  • A quantidade de leite tem a ver com o tamanho da mama. Mito: o tamanho do seio tem a ver com a quantidade de gordura e glândulas, não impactando a produção de leite.
  • Mamilos planos ou invertidos inviabilizam o aleitamento. Mito: “para ordenhar o leite da mama, o bebê faz a ‘pega correta’, na qual abocanha a maior parte possível da aréola. O mamilo plano ou invertido pode dificultar um pouco as primeiras mamadas até o bebê entender como deve ser feito, mas depois de um tempo a amamentação ocorre sem problemas”, orienta Cinthia.
  • A quantidade de leite produzida pela mãe tem a ver com a ingestão de água. Mito: a lactante deve se manter hidratada para manter a saúde como um todo, mas não tem a ver com a quantidade de leite produzida pelo organismo.

Parcialmente verdade

  • Toda mulher pode amamentar. Parcialmente verdade: “Anatomicamente fomos projetadas para aleitar, mas nem todas as mulheres conseguem amamentar. E isso tem a ver com o emocional, com o preparo do seio e até com o estado de saúde da mamãe”, conta Cinthia. Mulheres que se submeteram a cirurgia redutora de mama, por exemplo, podem encontrar dificuldade em amamentar, enquanto outras, com doenças contagiosas, como o HIV, não podem realizar este ato.

Verdades

  • O bebê não precisa ser desmamado quando a mãe volta a trabalhar.Verdade: “a orientação é que a mãe amamente pela manhã, no fim da tarde ou no meio da noite diretamente no seio e, quando ela não está com o bebê, que o leite seja administrado através de copinho”, conta a enfermeira obstetra.
  • O bebê deve ser alimentado a livre demanda. Verdade: Cinthia explica que a mãe sabe identificar o choro de fome e a amamentação serve também para matar a sede do bebê, provendo sua hidratação.
“O importante é que a mamãe que amamenta cuide adequadamente da sua alimentação e do seu emocional. Muitas mulheres têm dificuldade em amamentar porque se sentem inseguras e ansiosas. Com isso, acabam se sabotando e perdendo esse momento único de contato mãe e bebê”, conclui Cinthia. 

  • Amamentação previne problemas na fala e no desenvolvimento psicomotor. Verdade. Parece simples e obvio, mas a sucção que o bebê faz na hora de mamar pode ser a grande saída para evitar problemas fonoaudiológicos, de respiração, de audição, de deglutição, psicomotoras e até elevam o grau de desempenho escolar. “Isso porque a sustentação da cabeça, que a criança acaba fazendo naturalmente na hora de mamar, é o que vai ajudar a promover o equilíbrio e sustentação para sentar, engatinhar e andar. Além disso, uma criança segura para fazer movimentos, e de vínculos estabelecidos com a mãe durante essa fase de aleitamento, as deixam mais auto confiantes para se desenvolverem no período escolar”, fala Ana Lúcia.
  • Mamadas estimulam o canal do ouvido. Verdade.  E assim, ajudam a evitar as infecções desta região que também é favorecida pela deglutição, que é privilegiada nos bebês que mamam. “Todo o esforço para sugar o leite ajuda a posicionar ainda a arcada dentária, e assim, a mastigação e consequentemente a deglutição também se tornam mais fáceis”, completa a fonoaudióloga.




FONTES

Ana Lúcia Duran - Fonoaudióloga clínica. Graduada pela EPM/UNIFESP e educacional (responsável pelo projeto oficina de linguagem do colégio Cermac/ vencedor do PNGE - Prêmio Nacional de Gestão Educacional/2015), pós graduada em psicomotricidade.

Cinthia Calsinski -Enfermeira Obstetra.


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