Mostre sua força e supere os problemas de cabeça
erguida.
Você conhece um ‘coitadinho’? Ou pior já ouviu
falar em ‘coitadismo’? Pessoas que, muitas vezes sem perceber, utilizam-se de
doenças ou fraquezas para conquistar a atenção dos outros e sentimentos de
pena.
João Alexandre Borba, psicólogo e coach, comenta que
é relativamente comum encontrar pessoas que fazem uso desse ‘coitadismo’, mas
que essa mania é extremamente incômoda para aqueles que vivem ao redor da
pessoa. “Essa ‘síndrome’ faz com que a pessoa ache que aqueles que estão a seu
redor ficarão comovidos com a sua situação. Ilusão pura. Ao assumir a persona
de vítima, a pessoa só atrai mais vítimas, - assim como, pessoas alegres atraem
pessoas alegres”, comenta o especialista, que lembra “essa ‘tática’ de tentar
conquistar a atenção, a pena, e o carinho dos outros por meio do coitadismo é
extremamente falha”.
Segundo o especialista, muitas pessoas utilizam do
fato de terem passado por dificuldades ou de estarem enfrentando algum período
difícil da sua vida para conquistarem atenção e favores dos outros, deixando de
lado sua competência e contando com a comoção dos que estão próximos. “Quantas
pessoas você conhece que não terminam um relacionamento porque possuem ‘pena’
do outro?” questiona Borba, que lembra que muitos ainda fazem uso dessa ‘arma’
para segurar o parceiro.
E o discurso do político que teve uma vida difícil,
que os pais trabalharam muito para colocar a comida na mesa, que a família
passou fome, etc. O que isso tem a ver com a capacidade de governar que uma
pessoa pode ter? Então porque esse método de campanha ainda é tão utilizado no
Brasil? “Simples: por causa do ‘coitadismo’. O político espera que o povo fique
comovido com sua história, que se sinta mais próximo dele – e, com isso,
conquiste o seu voto”, comenta Borba. E essa é só mais uma forma de como essa
‘síndrome moderna’ é utilizada para prender a atenção e tentar conquistar a
simpatia das pessoas.
Porém, não há nada melhor do que ver uma pessoa que
enfrentou – e continua a enfrentar – problemas de cabeça erguida, conquistando
a admiração dos outros por meio de ações, - e não fazendo o papel de vítima.
“As pessoas mais admiradas são aquelas que enfrentam seus problemas de frente,
dispostas a arriscar e cientes de que estão lidando com problemas grandes”,
comenta Borba.
Porém, passar por cima e enfrentar esses problemas
nem sempre é tarefa fácil, e, por isso, o auxílio de um profissional pode ser
muito interessante para manter-se com a cabeça saudável e deixar de lado o
coitadismo. “Contar com o apoio de um psicólogo ou de um bom coach pode ser
fundamental para a pessoa perceber que ‘se fazer de coitada’ não lhe trará
nenhum benefício verdadeiro – afinal, de que adianta os outros lhe ajudarem
apenas por pena?”, indaga.
O profissional pode auxiliar o paciente a encontrar
dentro de si os melhores caminhos para lidar com os problemas, sempre tendo em
mente de que a síndrome de coitadismo deve ser esquecida. “Lembre-se de que as
ações que os outros fazem para você devem ser conquistadas por mérito próprio,
e não por pena. Por isso, levante a sua cabeça e enfrente com coragem os
obstáculos que surgem na sua vida, sabendo que você sempre terá escolhas a
fazer – e que nem sempre elas serão fáceis, mas que são necessárias para
definir quem você é”, conclui Borba.
João Alexandre Borba - Master Coach Trainer e Psicólogo