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terça-feira, 28 de novembro de 2017

Piscar descontroladamente pode ser sintoma de blefaroespasmo



Blefaroespasmo atinge, na maioria dos casos, pessoas acima dos 56 anos com predominância nas mulheres: a cada 3 mulheres, apenas 1 homem é acometido


Piscar é um ato natural e saudável.  Em média, uma pessoa pisca entre 15 e 20 vezes por minuto. Sim, é bastante. Tanto que chegamos a ficar com os olhos “fechados” cerca de 10% do tempo em que estamos acordados. O piscar tem duas funções principais: lubrificar os olhos e nos proteger de algo que possa ameaçá-los. Poeira, por exemplo, ou uma mão que se aproxima.

Só que, algumas pessoas – especialmente aquelas acima de 56 anos – podem sofrer com uma condição caracterizada por piscar descontroladamente, chamada de blefaroespasmo essencial, uma distonia focal rara, com uma incidência entre 16 e 133 casos a cada 1 milhão de pessoas. O blefaroespasmo é tão raro, que estudos feitos nos Estado Unidos apontam que os pacientes chegam a visitar quatro médicos antes de conseguir o diagnóstico final.  


Início insidioso
 
Segundo a Dra.Tatiana Nahas, oftalmologista, especialista em cirurgia de pálpebras e Chefe do Serviço de Plástica Ocular da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, o blefaroespasmo é caracterizado por contrações espasmódicas bilaterais dos músculos ao redor dos olhos, especificamente da musculatura que controla o movimento da pálpebra e dos cílios. “Essas contrações, que são chamadas de espasmos, fazem com que as pálpebras se fechem”, explica.

O blefaroespasmo, geralmente, começa com um simples piscar continuado, mas pode se arrastar por dias ou até mesmo por semanas, afetando a qualidade de vida da pessoa. Se não tratado, o blefaroespasmo irá evoluir para a chamada cegueira funcional”, diz Dra. Tatiana. 


Genética e estresse são algumas causas
 
A causa exata do blefaroespasmo permanece desconhecida. Entretanto, alguns estudos apontam que a genética é importante, já que é comum encontrar membros de uma mesma família que desenvolveram a condição. Além disso, eventos estressantes, como morte de cônjuge, perda de emprego, infidelidade conjugal, problemas financeiros, entre outros, estão ligados ao desencadeamento do blefaroespasmo.


O que a pessoa sente?
 
No início, o paciente poderá relatar aumento da frequência ou duração do ato de piscar, assim como dificuldade de manter os olhos abertos. A maioria dos pacientes irá apresentar uma produção de lágrimas deficiente. Isso leva a irritação dos olhos e, consequentemente, a piora dos espasmos. Um estudo mostrou que no início do quadro, mais da metade dos pacientes com blefaroespasmo apresenta queixas oftalmológicas de irritação, fotofobia (sensibilidade à luz), olho seco ou sensação de corpo estranho.

“Nota-se que ao longo de algumas semanas, os espasmos ficam cada vez mais frequentes e, com isso, pode surgir a cegueira funcional que leva a outras situações como isolamento social e incapacidade para o trabalho. O comprometimento das atividades da vida diária, como dirigir, ver TV, ler ou sair de casa sozinho é importante em pessoas com blefaroespasmo”, comenta Dra. Tatiana.

Outro ponto é que a ação constante de forças oponentes, ou seja, entre os músculos que abrem e os que fecham as pálpebras, pode causar várias alterações palpebrais, como ptose, ectrópio e entrópio, por exemplo.


Diagnóstico diferencial
 
Para fechar o diagnóstico do blefaroespasmo, o médico oftalmologista irá realizar diversas avalições e solicitar exames, inclusive neurológicos. O blefaroespasmo pode ser secundário, ou seja, ser uma comorbidade de outras doenças oftalmológicas, como síndrome do olho seco, entrópio espástico, triquíase, blefarite, uveíte, catarata subcapsular, entre outras condições.


Tratamento pode ser feito com toxina botulínica
 
Um dos tratamentos mais efetivos para o problema é o uso de toxina botulínica. A substância é injetada nos músculos afetados para enfraquecê-los e bloquear os impulsos nervosos que levam a essa contração ininterrupta. “Geralmente, é preciso repetir o procedimento a cada três ou quatro meses”, diz a Dra. Tatiana.

Nem todos os casos respondem ao tratamento com a toxina botulínica. Para estes, é recomendada a cirurgia. “Uma das opções cirúrgicas – há várias - é remover toda a musculatura da pálpebra superior e parte da pálpebra inferior. Essa técnica é chamada de miectonia limitada. Ela melhora os aspectos funcionais e os estéticos do paciente”, completa a médica.

“É importante ressaltar que embora raro, o blefaroespasmo representa um importante fator de risco para a cegueira funcional, afeta a qualidade de vida e a execução de atividades diárias, como sair de casa, cozinhar, ler, etc. Mas, o tratamento reverte essa condição. Quanto mais cedo for feito, melhor será o resultado”, conclui Dra. Tatiana.





Você já ouviu falar em Doença de Graves e de hipertireoidismo?



Também conhecida por bócio difuso ou doença de Basedow-Graves, é uma doença autoimune, que leva a uma anomalia no funcionamento da tireóide. Caracteriza-se pela presença de hipertireoidismo, bócio, oftalmopatia e, em certas ocasiões, dermopatia infiltrativa ou mixedema pré-tibial, que é um inchaço endurecido, não doloroso na extremidade das pernas. Também é a única forma de hipertireoidismo que apresenta como sintoma irritação nos olhos e pálpebras, além das manifestações mais comuns.

Segundo a endocrinologista, Dra. Amalia Lucy, "em sua forma mais suave, não apresenta sintomas facilmente diagnosticáveis ou apenas distúrbios como fraqueza ou sensação de desconforto. Entretanto, em seu aspecto mais grave, pode levar à osteoporose, arritmias cardíacas e até matar. Há também o risco de a disfunção afetar a gravidez ou a fertilidade feminina. Ocorre um aumento no volume da tireoide durante o hipertireoidismo, o que também pode ser associado a outros sintomas", explica. 

É mais comum em mulheres entre as idades de 20 a 40 anos, mas os homens também podem apresentar essa condição. "Pessoas com hipertireoidismo leve e idosos podem não ter qualquer sintoma. As manifestações mais comuns são: sensação de calor, aumento da transpiração, fraqueza muscular, mãos trêmulas, batimentos cardíacos acelerados, cansaço/fadiga, perda de peso, diarreia ou evacuações frequentes, irritabilidade, ansiedade, problemas dos olhos, irregularidade menstrual e infertilidade", destaca.

A Dra. Amália ressalta destaca que o diagnóstico depende da história clínica, de um exame físico detalhado e de exames de sangue para medir os níveis hormonais e anticorpos sanguíneos. “Quando há suspeita de nódulos um exame de ultrassonografia ajuda a determinar a forma e o tamanho da glândula e confirmar/ caracterizar as nodulações. Em seguida, para determinar o tipo de hipertireoidismo, pode ser solicitado um exame de captação de iodo radioativo para medir o quanto da substância a tireoide ou o nódulo está captando do sangue. ", diz.

"Precisamos estar atentos a outras causas de aumento dos hormônios da tireoide, entre elas alguns remédios para emagrecer, gravidez molar e certos tipos de tumores não tireoideanos, uma vez que podem simular um quadro semelhante ao da doença de Graves, mas tem um tratamento diferente.
A doutora conclui que o tratamento da doença de Graves pode ser feito de três maneiras:

- Uso de medicamentos antitireoidianos, que irão diminuir a produção de hormônios da tireoide e de anticorpos que atacam essa glândula;

- Uso de iodo radioativo, que causa destruição das células da tireoide, o que acaba diminuindo a sua produção de hormônios;

- E em casos reservados a cirurgia, que remove a tireoide para interromper o processo imunológico causador da doença, sendo feita em pacientes com doença ocular muito ativa, nódulos suspeitos ou doença grave na gravidez.






Amália Lucy Querino - Clínica geral e endocrinologista. Professora da Faculdade de CIências Médicas IPEMED
Consultório IpanemaRua Visconde de Piraja, 414, sala 306
Tel: 2521-2232 - 99627-6362

Consultório BarraAmericas Medical City, Av. Jorge Curi, 550, Sala 255
Tel: 2284-0649

LinkedIn: Amália Lucy Querino





segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Cobertura mamográfica em São Paulo é precária



Pesquisa revela que menos de 30% das mulheres do Estado na faixa etária indicada pelo governo realizou a mamografia


Mesmo sendo um dos estados mais atuantes do país quando se trata da realização de exames e tratamentos do câncer de mama, São Paulo amarga um baixo índice de rastreamento mamográfico. Os números mostram que os atendimentos às pacientes do Sistema Única de Saúde (SUS) ainda estão longe do aceitável. Estudo realizado por pesquisadores da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) em parceria com a Rede Brasileira de Pesquisa constatou que a cobertura mamográfica em 2016 de mulheres na faixa etária entre 50 e 69 anos que residem no estado foi de 28,6%, ou seja, bem abaixo dos 70% recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Passado o Outubro Rosa, a SBM faz o alerta sobre esse cenário na maior federação do país, alertando que a preocupação com o tema deve ser o ano todo.

De acordo com o presidente da SBM, Antônio Frasson, a maior dificuldade para conseguir realizar a mamografia e iniciar o tratamento quando existe uma queixa mamária ainda é a falta de acesso. “Se em São Paulo que é o estafo mais desenvolvido do país há essas dificuldades, o que podemos esperar de outras regiões mais pobres e longínquas desse país com dimensões continentais?”, indaga o presidente. Segundo Frasson, a preocupação constante com o desenvolvimento de novas estratégias diagnósticas e terapêuticas infelizmente deixa de ser aplicada em nosso país pela falta de acesso e de recursos. A distância entre o conhecimento e a sua utilização para o bem de pacientes oncológicos é cada vez maior. “Trabalhamos em prol da população brasileira, especialmente as mulheres. Nosso objetivo é sempre oferecer o melhor atendimento, mas para isso elas precisam ter acesso. Se não estão tendo é preciso lutar por isso. Os direitos delas também são a nossa luta”, afirma o mastologista.

Frasson lembra que o papel da SBM é ajudar na conscientização da mulher sobre a importância de se cuidar, disseminando informação qualificada. “Não podemos de forma alguma ignorar os altos índices de casos e óbitos por conta da doença. Isso é uma realidade que precisa ser considerada”, diz o presidente, acrescentando que entre os próximos dias 23 e 25 de novembro, mais de 1,5 mil mastologistas de todo o Brasil se reuniram em São Paulo na 13ª Jornada Paulista de Mastologia, justamente para discutir a evolução do tratamento do câncer de mama.

O enfoque deste evento foi a personalização do tratamento do câncer de mama de acordo com as necessidades de cada paciente, adequando a tendência de reduzir a extensão do tratamento sempre que for possível, tanto do ponto de vista da cirurgia quanto da quimioterapia e radioterapia.

“São temas de extrema importância para a qualidade de vida das pacientes”, lembra ele. O avanço da avaliação genética dos tumores e as terapias personalizadas de acordo com cada perfil genético do câncer também foram temas do evento que tratou ainda da reconstrução mamária imediata e as novas técnicas e instrumentos aplicados pelo mastologista alemão Thorsthen Kühn. “Ele trouxe as experiências e tendências da Europa e interagiu com os mastologistas brasileiros, que se especializam cada vez mais nessa técnica”, finaliza.

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