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segunda-feira, 2 de outubro de 2017

OUVIRAM CANTAR O GALO E...



Nunca uma expressão pode ser aplicada tão seguidamente quanto agora, com o incremento e popularização das redes sociais, que parecem exercer uma espécie de atração, de cegueira, de hipnose. Um inconsciente coletivo muito esquisito se levanta, arrebatando até gente que considerávamos impermeável.



Lembra aqueles filmes tipo Infectados, Zumbis, Contaminação, Dominados, Epidemia, Invasores, Vírus.  Alguma coisa cai na água, ou se espalha pelo ar e os menos resistentes são atingidos e mal conseguem se aperceber do ocorrido. Ultimamente aparece na forma de vídeos e textos com caracteres e características morais. Acabam, ao contrário, puxando mais gente até que um herói apareça, muitas vezes na pele de uma criança. Nos roteiros, ela sempre tem o coração puro e pode combater o Mal.


Se uma criança dessas pudesse ver ou ler o que os adultos fazem e falam em seu nome ficaria horrorizada. Eles, os adultos, ainda precisam de ensinamento de coisas inacreditáveis. Como a propaganda do sabão em pó que mostra crianças felizes brincando, se sujando, sem problemas, para dizer que é o que precisam, que o produto lavará suas roupas. Como a propaganda do sabonete bactericida que traz imagens dos pequeninos com as patinhas na areia em contato com germes e bactérias e que prometem limpar quando estes chegarem em casa para o banho.


Há muito não lia tantos despropósitos como esses dias nos comentários de gente horrorizada com uma performance ocorrida no Museu de Arte Moderna, MAM, de São Paulo, e que já tinha sido feita em inúmeros outros lugares. Baseado na obra da consagrada Ligia Clark, o artista fluminense Wagner Schwartz fica nu diante de quem se propôs a assistir e conclama que sua imobilidade seja modificada pelos presentes.


Só para repetir: o trabalho foi apresentado dentro de um Museu, com uma placa na porta alertando sobre a nudez do artista e sobre a responsabilidade dos espectadores. Não foi na esquina de uma rua. Não foi dentro de um ônibus. Não foi em cima de um palco ao ar livre. Ah, também não tinha ninguém armado obrigando pessoas a ver, nem se pagava nada para quem lá estivesse.


Aí apareceu uma mãe levando sua filha, a criança pura, e nada mais aconteceria se dentro da sala não estivesse também uma mente sórdida.  Infelizmente, como espalhados andam os seres do Mal influenciados pela rasteira política nacional, essa mente viu ali, não arte (que pode ou não ser apreciada, claro), mas pedofilia. A criança – repito - com a mãe, tocou no corpo do artista e a gravação espalhada pelo tal MBL foi suficiente para criar um pandemônio.


O sentido das palavras virou pó. E os dicionários estão abolidos da cultura? Pedofilia:  perversão que leva um indivíduo adulto a se sentir sexualmente atraído por crianças. Prática efetiva de atos sexuais com crianças (p.ex., estimulação genital, carícias sensuais, coito, etc.). Nada disso estava no Museu.


Fui atrás do Código Penal e do Estatuto da Criança e Adolescente que tanto os detratores bradaram. Lá é bem clara a proteção da criança. Por exemplo, o artigo 241-E., que encontrei analisado por um especialista: “Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais”. E continua: “O objetivo foi evidentemente não criminalizar as fotos, imagens e vídeos familiares, pois é muito comum que pais registrem fotos e vídeos de seus filhos, muitas das vezes despidos; todavia, sem qualquer fim sexual, libidinoso ou erótico”, conclui, entre outros exemplos.  Adulto não pode tocar na criança. Criança pode tocar em adulto.


Cada um pensa o que quer, mas desde que pense com sua própria cabeça e não a de uma organização retrógrada que traz os fatos digeridos com a bílis raivosa deles. E em prol de causas que precisam ser severamente observadas, de censura, de obscurantismo, que vêm se repetindo com frequência assustadora.


A nudez é pura. No mundo da arte é comum, bela. Na frente do espelho apresenta você a você próprio. Ela não tem disfarce, classe social, não encobre. 


Creio que devemos e podemos parar um pouco e pensar antes de vociferar sobre verdades mutáveis. Será que estamos mesmo defendendo as crianças?


Procuremos saber mais antes de ouvir o galo cantar não se sabe nem onde. Eles - os que pedem censura - cantam de galo e tentam determinar o que podemos ou não ver para tirar as nossas próprias conclusões.

 

 

 


Marli Gonçalves - jornalista. O galo está cantando para que acordemos
2017, quase maioridade de um novo Século







5 dicas para se refrescar com vinho no calor



Sommelier do projeto VINHO MAIS prova que o vinho é a bebida perfeita para qualquer estação 


Enquanto tanta gente associa o vinho aos dias mais frios do inverno, quem ama a bebida acaba buscando formas diferentes de beber vinho, especialmente em um país tão quente como o Brasil. “Quem gosta de vinho pode seguir alguns truques para que a bebida fique mais refrescante”, ensina Rodrigo Bertin, sommelier internacional e criador do projeto VINHO MAIS.

Segundo o especialista, nem todo vinho é próprio para ser consumido em temperaturas baixas. “Os vinhos mais encorpados, que geralmente são os mais caros, precisam ficar no armário até o próximo inverno, mas os mais leves e de menos gradação alcoólica funcionam”, explica, antes de listar 5 dicas importantes.


1- Deixe o vinho ter de 6ºC a 15ºC
Rodrigo Bertin conta que os vinhos brancos ou rosés podem ser mais gelados. “Você pode consumi-los a seis graus de temperatura”. No entanto, o vinho tinto deve ser consumido com a temperatura próxima de 15ºC. “Ele mantém o sabor e vai ajudar a se refrescar com essa temperatura amena”, conta.


2- Mantenha a garrafa geladinha
O sommelier sugere um balde de gelo para manter a temperatura baixa da garrafa. “Deixe a garrafa no balde para evitar que ela esquente, ou então gele um pouco mais, deixando a garrafa na geladeira antes de consumir”, ensina. “Se a garrafa ficar gelada demais, espere o vinho recuperar um pouco da temperatura antes do primeiro gole”, sugere.


3- Aposte nos espumantes
Bertin também conta que é possível apostar nos espumantes. “Eles são refrescantes e ainda combinam com a maioria dos petiscos e porções da praia, por exemplo”, explica. “O espumante ainda tem a vantagem de ajudar na disgestão”, conta o especialista que quer desmistificar a ideia de que espumante e vinhos são caros. “Tem opções para todos os bolsos”.


4- Faça coquetéis
Aperol Spritz, Sangria e Clericot são apenas alguns dos coquetéis mais famosos que podem ser feitos com vinho. “As receitas são fáceis de encontrar e rendem drinks gelados”, conta o sommelier, que destaca que essas opções combinam com qualquer festa, até mesmo churrasco!


5- Economize e escolha as uvas certas
Por fim, Rodrigo Bertin ensina que os tipos de vinho que combinam com o verão são os mais baratos. “Os mais caros, que são geralmente os mais encorpados, pedem por temperaturas mais quentes, então aposte nos mais simples”, conta, sugerindo as uvas mais leves e com menos tanino, como Pinot Noir, Merlot e Gamay.




SALTO ALTO: SEJA ELEGANTE SEM PREJUDICAR SEU CORPO



Qual mulher não se sente poderosa em cima de um belo par de salto alto? De fato, o sapato não só é ícone de sensualidade, como aumenta a autoestima da mulher, que fica com um visual bem mais elegante. Porém, a beleza tem seu preço. O uso contínuo do salto pode prejudicar seriamente a coluna, as pernas, os joelhos, os tornozelos e os pés.


Alguns dos danos causados pelo excesso de uso do sapato são:

- Alteração do centro de gravidade
- Aumento da lordose (curvatura excessiva da coluna espinhal)
- Aumento da pressão sobre os joelhos
- Encurtamento muscular, que pode gerar desequilíbrio
- Aumento do número de quedas e lesões nos tornozelos e pés

Nos pés, especificamente, o uso constante do salto alto pode causar metatarsalgia (formação de calos), estímulo das joanetes e artrose.
Além disso, os saltos costumam apertar os dedos dos pés, reduzindo a circulação periférica, estimulando a formação de neuromas (lesão que ocorrem em um nervo do pé, mais especificamente no nervo que passa entre o terceiro e o quarto dedo) e outras deformidades ósseas.


E para quem tem joanetes?

Joanete é uma doença crônica e progressiva que atinge o primeiro dedo do pé (dedão). Conhecida na ortopedia como “hallux valgus”, esta deformidade atinge: ossos, tendões, ligamentos e partes moles do pé, sendo mais frequentes nas mulheres (atinge uma entre cinco mulheres), e geralmente é bilateral. O problema é de caráter genético, mas o uso de calçados apertados e de salto alto contribuem para a evolução da doença.

Nos casos de deformidades pequenas e pouca dor, o uso de calçados macios, adesivos locais e analgésicos são suficientes. Vale a pena ressaltar que existe no mercado uma série de próteses, afastadores e aparatos que podem corrigir a doença.

A cirurgia somente é indicada nos casos de grande deformidade, diagnosticada por meio de raio x, e quando a função do pé está prejudicada. A dor é o grande fator de queixa desses pacientes, seguido da queixa estética. No caso de cirurgia, a mais comum é a osteotomia (corte do osso com alinhamento e a retirada de partes moles exuberantes).

Portanto, quem já tem joanetes não resta outra alternativa a não ser usar sapatos mais confortáveis e deixar os saltos para eventos específicos.

Uma boa dica geral é variar a altura do salto, adotar o uso do salto plataforma (que dá mais estabilidade e gera menos danos), evitar os saltos muito finos (que causam mais desequilíbrio e desgaste de vários membros do corpo) e evitar os saltos de bico fino (que pressionam os dedos). O uso de silicones e adesivos ortopédicos também podem amenizar a pressão e a dor.





Dr. Sérgio Costa, Ortopedista com Especialização em Cirurgia de Joelho, Artroscopia e Próteses pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP); Pós-Graduado pela Faculdade de Medicina da USP em Ortopedia e Traumatologia; Mestre pela USP; e Coordenador da Equipe Médica do Hospital São Luiz, unidade Itaim.



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