Veja
quais alimentos estão em alta e podem ajudar a fazer as pazes com a balança
Ano após ano, a promessa de emagrecer está entre
as principais resoluções de milhares de pessoas. Seja em busca da boa forma ou
em prol da saúde, perder peso é um desejo que se torna ainda mais latente neste
período, pois, em geral, a virada do ano representa um novo ciclo de
conquistas. O efeito motivacional provocado por esta época faz com que muitas
pessoas iniciem uma dieta rigorosa tão logo o ano comece, contudo, nem sempre
este propósito se mantém com o passar dos meses. Em geral, a correria do dia a
dia faz com que todo aquele empenho inicial se perca e, fatidicamente, o
projeto de emagrecimento entre na lista de promessas não cumpridas, adiadas
para o ano seguinte. Contudo, para que este ano a história seja diferente, é
importante buscar aliados na luta contra a balança. Se você deseja de uma vez
por todas alcançar a boa forma, conheça alguns alimentos capazes de tornar essa
tarefa menos árdua, ajudando a driblar vilões como a fome exagerada, a falta de
ânimo e o metabolismo lento.
Reduzindo a absorção dos carboidratos
Todos sabem que os carboidratos são considerados
os grandes vilões da dieta. Contudo, ao contrário dos famigerados regimes que
restringem seu consumo, sua eliminação deliberada do cardápio não é saudável e
tampouco recomendável para o emagrecimento. De acordo com a nutricionista
Sinara Menezes, esses nutrientes também são de extrema importância para quem
deseja emagrecer e, posteriormente, manter o peso estável “Como são a principal
fonte de energia rápida do organismo, são fundamentais durante a dieta de perda
de peso, sobretudo se a pessoa praticar atividades físicas regulares. Sua
eliminação pode fazer com que o organismo tenha que recorrer a outras fontes de
energia, inclusive os músculos e sabe-se que perder massa magra torna o metabolismo
mais lento e dificulta a queima de gordura”.
O grande desafio para quem deseja emagrecer é
controlar o consumo e, principalmente, qualificá-lo. “Carboidratos complexos,
como o arroz e o pão integral, liberam glicose de forma mais lenta, evitando os
picos que levam ao acúmulo de gordura e a fome abrupta.” – explica a
profissional da Nature Center. Recomenda-se, portanto, substituir os
carboidratos simples, de rápida absorção, pelos complexos. Ou seja, reduzir o
consumo de alimentos como o pão branco, a batata inglesa, e a tão amada
macarronada de domingo e substituí-los pelos cereais e grãos integrais. Isso
significa deixar de comer todas essas delícias em prol do emagrecimento? É aí
que entra a boa notícia, com o auxílio de um alimento funcional é possível vez
ou outra se dar ao prazer de degustar algumas dessas delícias sem atrapalhar a
dieta.
A novidade: farinha de feijão branco
Sim, por incrível que pareça este item tão comum
do cardápio pode ajudar na perda de peso. O feijão branco contém uma substância
chamada faseolamina, capaz de fazer com que o organismo absorva menos
carboidratos. De acordo com a nutricionista, essa proteína é capaz de
diminuir significativamente a assimilação do amido desses alimentos “Quando
ingerido, a faseolamina presente no feijão branco bloqueia a ação de uma enzima
chamada alfa-amilase, justamente a responsável por quebrar os carboidratos
durante a digestão. Uma vez inibida, a capacidade do organismo em absorver o
amido é afetada, fazendo com que parte da glicose e, consequentemente, das
calorias desses alimentos não sejam armazenadas, sendo eliminadas pelo processo
digestivo”.
Evidências apontam que a proteína é capaz de diminuir em até 20% a
absorção dos carboidratos, beneficiando consideravelmente as dietas de perda de
peso. Contudo, não basta consumir o feijão branco da maneira tradicional: “O
cozimento faz com essa proteína se perca, portanto, para alcançar seus
benefícios é recomendado incluir na dieta o extrato obtido a partir do feijão
cru, como cápsulas ou a própria farinha do grão”.
Turbinando o metabolismo
Outra questão extremamente relevante para o
emagrecimento é o metabolismo. Essa taxa representa a quantidade total de
energia gasta pelo organismo diariamente nas suas funções, desde as mais
básicas como o sono e a digestão até o esforço para caminhar ou se movimentar.
Em muitos casos, a dificuldade para perder peso pode ser fruto de um metabolismo
lento, ou seja, um organismo que gasta poucas calorias para se manter ativo.
Diversos fatores podem afetar essa taxa, sendo que alguns deles fogem do nosso
controle como a genética, sexo, idade e problemas de saúde. Contudo, outros
sofrem influência direta do estilo de vida: a alimentação, o nível de atividade
física e até mesmo a qualidade de vida (stress, sono, vícios) podem determinar
o ritmo do metabolismo.
Portanto, uma pessoa que deseja acelerar essa
taxa e assim queimar mais calorias, deverá focar nos elementos que ela pode
transformar, como por exemplo, fugir do sedentarismo e investir numa
alimentação equilibrada. Neste âmbito, alguns alimentos se destacam: os
termogênicos. Muitos conhecidos pela sua capacidade de estimular a termogênese,
processo no qual o organismo aumenta a queima calórica para estabilizar a
temperatura interna, estes alimentos são capazes de turbinar o metabolismo e
favorecer o plano de emagrecimento.
A novidade: café verde
Já famosa pelas suas propriedades termogênicas, a
cafeína é um dos itens indispensáveis para turbinar o metabolismo por meio da
dieta. Porém, para conseguir efeitos ainda mais eficazes, a grande novidade do
momento é a inclusão do café
verde no cardápio. De acordo com Sinara, os nutrientes benéficos se
encontram em níveis muito mais elevados no grão in natura “A torra é feita,
sobretudo, com o intuito de reduzir o sabor amargo do grão de café, mas, em
contrapartida, faz com que muitas propriedades do alimento se percam. No grão
natural, ou seja, no café verde, a concentração de cafeína e de ácido
clorogênico é muito superior quando comparado com o matinal. Portanto, é uma
escolha muito mais potente que o tradicional cafezinho para obter o efeito
termogênico”.
Como mencionado pela profissional, outra vantagem
deste alimento é seu nível elevado de ácido clorogênico. Evidências apontam que
este fitoquímico seria capaz de reduzir o nível de glicose no sangue e como o
excesso dessa substância no organismo é um dos fatores que levam ao acúmulo de
gordura, indiretamente, seu consumo reduziria as chances de ganho de peso. Em
evidência, o composto também tem sido apontado como favorável no combate ao envelhecimento
precoce, devido suas propriedades antioxidantes. Ainda que algumas propriedades
ainda estejam em estudo, já existe o consenso de que a cafeína é uma grande
aliada das dietas de atletas devido seu potencial energético; fato igualmente
relevante para aqueles que desejam perder peso, uma vez que a prática de
atividades físicas é primordial para alcançar os objetivos.
Controlando a fome
Para obter sucesso no emagrecimento, é
fundamental reduzir a ingestão calórica, ou seja, consumir menos calorias do
que se gasta ao longo do dia. Porém, um dos maiores desafios de quem inicia uma
dieta é, justamente, conseguir controlar o apetite. E essa sensação tem
explicação científica “Quando reduzimos o consumo de calorias, forçando o
organismo a recorrer aos estoques de gordura, nosso cérebro entende que estamos
passando por um período de escassez de alimentos. Diante disso, uma das
primeiras reações naturais do nosso corpo é ativar os mecanismos de fome, a fim
de reabastecer o estoque perdido. Justamente por isso é muito comum se sentir
faminto no início da dieta. Outro ponto importante é que este mecanismo é um
dos fatores ligados ao efeito sanfona, especialmente em dietas extremamente
restritivas, portanto é preciso muito equilíbrio e disciplina.” – explica a
nutricionista. Sendo assim, como evitar a fome excessiva?
A novidade: cromo
O nome pode parecer estranho, mas o cromo,
mineral presente em alimentos como o brócolis, a maçã, levedo de cerveja e em
alguns cereais integrais pode ser um grande aliado na hora de “fechar a boca”.
Quando ingerido, o cromo age como potencializador da insulina, hormônio
responsável por “carregar” a glicose para dentro das células. Dessa forma, a
insulina aproveita melhor a substância, reduzindo os picos de glicose. E o que
isso tem a ver com o apetite?
Em geral, a fome abrupta ocorre quando existe
muito açúcar na corrente sanguínea e a insulina não consegue carregar toda
substância para o interior da célula, ou seja, em virtude dos picos de glicose.
Neste momento, o excesso é armazenado como gordura e a concentração de açúcar
cai bruscamente, fazendo com que o organismo entenda que existe uma falta de
glicose no sangue. A partir daí, o mecanismo de fome é ativado, como forma de
conseguir mais energia. “Justamente por isso, é comum sentir aquele desejo por
doces após uma refeição rica em carboidratos refinados. É como um círculo
vicioso” – explica a nutricionista.
A ineficiência da insulina pode estar ligada a
diversos fatores, como a alimentação inadequada, a diabetes ou a própria carência
de cromo, uma vez que o mineral ajuda o hormônio a captar a glicose. Logo, o
consumo do nutriente, especialmente na forma de picolinato
de cromo – cuja absorção pelo organismo é mais eficaz – beneficia o
aproveitamento da glicose e, consequentemente, a saciedade.
Cautela no cardápio
Por mais que as novidades pareçam imperdíveis, é
preciso cautela. Não basta incluir tudo no cardápio acreditando que os
quilinhos extras vão sumir como mágica: é fundamental investir na alimentação
saudável e na prática regular de atividades físicas para alcançar o
emagrecimento seguro. Além disso, a orientação médica é indispensável “Alguns
nutrientes podem interferir na absorção de outros e surtir o efeito contrário
do desejado, por isso, antes de fazer qualquer mudança na dieta, é essencial
buscar ajuda profissional. De acordo com o perfil do indivíduo, um determinado
nutriente ou suplemento pode ser mais indicado do que o outro ” Para
finalizar, a nutricionista complementa “Independente de qualquer plano, é
importante manter-se motivado, investindo sempre numa alimentação balanceada e
no exercício físico. Dessa forma, tanto o corpo quanto a saúde serão
beneficiados e certamente o objetivo será alcançado.”
Fonte: Nature Center