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domingo, 8 de janeiro de 2017

Vai tirar férias e não sabe onde deixar o seu pet?



Encontrar um local seguro para o pet ficar hospedado durante o período das férias
é uma questão que muitos donos de animais têm que enfrentar; confira algumas opções e dicas de especialista em comportamento animal

As férias escolares chegaram e, com elas, uma questão que a cada final de ano aflige muitas pessoas que têm pets em casa: onde vou deixar meu pet enquanto desfruto das férias, de forma segura e sabendo que ele será bem cuidado como se estivesse em casa?

“A questão das férias é, sem dúvida, uma das que mais preocupam quem tem animal em casa. Muitas pessoas acabam até mesmo pensando duas vezes antes de ter um cão ou gato por receio de ter dificuldade em hospedar o animal nos períodos em que precisará se ausentar para viajar com a família e não puder levar o pet, como nas férias e feriados”, comenta Cleber Santos, adestrador e especialista em comportamento animal, que está à frente da equipe ComportPet. “Hoje essa preocupação é ainda maior, pois cada vez mais os animais são considerados parte da família”.

No entanto, de acordo com o profissional, há uma boa notícia nesse sentido. “Hoje os donos de pets já encontram no mercado outras opções de cuidados aos pets durante as férias além da tradicional estadia em hotéis para animais. Uma delas é recorrer aos chamados pet sitters, profissionais que vão até as residências para alimentar e passear com os pets, geralmente cobrando pelo serviço por hora”.

Cleber lista algumas opções de hospedagem e cuidados, e dá dicas para a hora da escolha:


Hotéis para cachorros: É a alternativa mais tradicional e ainda a mais buscada pelos donos de animais. De acordo com Cleber, é importante sempre checar se as instalações são seguras para os pets, e se há um veterinário responsável. “É fundamental que o local tenha um profissional sempre presente para qualquer eventualidade, e para lidar com questões como os cães que sentem muito a falta dos donos e se recusam a comer, por exemplo”, explica.
Para escolher bem o hotel, o especialista dá as seguintes dicas:


1- Segurança e limpeza: Visitar o local antecipadamente e verificar as condições de higiene e segurança. “Isso é muito importante, pois além de ser algo que ajuda a garantir a segurança e a saúde do animal, há risco de o pet tentar fugir do local caso se sinta ameaçado”, afirma.


2- Comportamento dos hóspedes: Observe como se comportam os cães que estão no local; caso mostrem-se alegres e bem-dispostos, é um bom sinal. Por outro lado, caso estejam cabisbaixos ou não pareçam confortáveis no hotel, pode ser um sinal de alerta.


3- Exigência de vacinas: Outro ponto importante é verificar se o local exige carteirinha de vacinação em dia para que os cães se hospedem. “Os donos devem ficar bem atentos a isso, pois caso o hotel não tenha esse cuidado, há grande risco de os pets que forem hóspedes contraiam doenças dos outros animais”.


4- Área aberta para recreação: Além de locais adequados para alimentação e descanso, deve haver uma área aberta e com espaço suficiente para que os cães tenham atividades de recreação. “Os animais devem ser estimulados física e mentalmente durante o período no hotel. Isso é fundamental para a boa convivência entre a matilha e para o bem-estar do cão. Essas atividades só podem ser feitas de forma correta se houver espaço próprio para isso”, comenta Cleber.


Pet sitter: Outra alternativa para quem vai viajar e não tem com quem deixar seu pet é contratar os serviços de pet sitter. Ao invés do dono deixar o animal sob os cuidados de um hotel, o pet sitter visita o local onde o animal reside, alimentando-o e levando-o para passear.

Segundo Cleber, a grande vantagem nesse caso é que o animal não sai tanto da sua rotina, o que pode fazer com que a adaptação seja mais fácil. “Pode ser uma boa alternativa para os cães que resistem mais a sair de seu ambiente, ou que não comem quando estão em ambiente estranho, por exemplo”, comenta Cleber.

No entanto, segundo ele, essa modalidade não é a mais indicada para todos os cães. “Essa alternativa não funciona bem para os cães que não se acostumam a ficar algumas horas sozinhos, já que o pet sitter faz a visita durante algumas horas, o animal não fica o tempo todo sob supervisão. Nesses casos, a melhor opção é mesmo hospedar o pet em um hotel”, avalia.








Cães de cidades litorâneas sofrem mais com o verme do coração



Umidade e calor típico desses lugares aumentam a incidência de mosquitos que transmitem a dirofilariose para os animais


Temperaturas elevadas somadas à umidade fazem das cidades litorâneas locais com maior incidência da dirofilariose, ou como é popularmente chamada, verme do coração. O problema afeta principalmente cães e é transmitido através da picada de mosquito, que se prolifera em maior quantidade nas regiões quentes e úmidas. Após o contato, o parasita atinge a corrente sanguínea do cão e ataca diversos órgãos, provocando inúmeros problemas de saúde ao animal. Os vermes adultos, que se alojam no coração e nos pulmões, podem chegar a 30 cm de comprimento e provocar graves problemas cardíacos e pulmonares, no estágio mais avançado da doença.

Bastante frequente nos anos 80 e 90, a dirofilariose voltou à cena no começo desta década. Uma das razões para o retorno do problema são as constantes mudanças climáticas e a falta de prevenção. Os principais focos de prevalência são as regiões litorâneas, segundo levantamento realizado entre 2013 e 2014 com 1.531 cães de áreas previamente identificadas como tendo altas taxas de infecção da doença[1]

Por região, as incidências se dividiram em 29,7% na região Nordeste, 26,3% na região Sudeste e 13,2% na região Sul, a mais fria das três. As áreas mais afetadas são a costa dos estados do Rio de Janeiro, com maiores prevalências nas cidades de Armação dos Búzios (62,2%), Niterói (58,6%), Cabo Frio (27,5%) e Mangaratiba (16,3%); Pernambuco, com destaque para a Ilha de Itamaracá (49,5%) e Recife (36,7%); Paraná, onde as maiores incidências foram nas cidades de Guaraqueçaba (31,8%), Pontal do Paraná (26,3) e Guaratuba (24,5%); Bahia, com incidências principalmente em Lauro de Freitas (20,3%) e Salvador (20%); Santa Catarina, sendo as cidades mais afetadas Araquari (7,3%) e Florianópolis (2,1%); e São Paulo, com prevalência de 7,6% em Bertioga e 2,8% em Guarujá. 

O maior problema é que o verme do coração é um perigo silencioso, já que ele pode viver até 7 anos e meio no animal, mas o tutor dificilmente consegue ver o momento da picada e o mosquito não deixa rastros, diferentemente das pulgas e carrapatos, por exemplo. Além disso, a maioria dos animais infectados desenvolve a doença clínica e são assintomáticos, podem demorar anos para manifestar a doença ou apresentar sinais discretos, mas que podem evoluir para desconforto respiratório e redução de apetite. Quando apresentam sintomas, esses são, em geral, fáceis de serem identificados e pioram conforme a evolução da doença. São eles: diminuição de peso, cansaço excessivo, tosse e falta de ar. Por esse motivo, qualquer sinal que não seja habitual ao cachorro deve ser investigado. Infelizmente, o tratamento costuma ser invasivo e não ter muito sucesso de cura. Por isso, a melhor forma de proteger o animal e mantê-lo longe da enfermidade é a prevenção. 

Com as temperaturas mais quentes pela chegada do verão, a proliferação dos mosquitos tende a aumentar e, consequentemente, a incidência da doença. Apesar disso, tutores de cães precisam estar atentos ao problema o ano todo. Assim como existem para nós os repelentes, para eles é essencial o uso mensal de vermífugos. Trifexis é um antiparasitário indicado para uso mensal e que pode ser utilizado a partir dos 60 dias de vida do animal.  Começa a agir a partir de 30 minutos de aplicação e combate de uma só vez os vermes do coração e intestinais, bem como as pulgas. Administrado por via oral, oferece também o benefício da comodidade e não há o risco de sair com o banho e de aderir em móveis e tapetes. Também é ideal para famílias com crianças pequenas ou que possuem outros animais em casa: por não ficar exposto na pele e nos pelos do bicho, evita contato com os demais indivíduos e oferece segurança para toda a família.


Elanco



[1] LABARTHE, Norma Vollmer et al. Updated canine infection rates for Dirofilaria immitis in areas of Brazil previously identified as having a high incidence of heartworm-infected dogs. Parasites & vectors, v. 7, n. 1, p. 1, 2014.




Distanciamento da natureza: os responsáveis somos nós mesmos




Richard Louv, em seu livro ‘A Última Criança na Natureza’, utiliza o termo "transtorno de déficit de natureza" para definir um fenômeno que estamos cientes há um bom tempo: nosso distanciamento da natureza. E não há motivos para discordar. Por um tempo pensei que fosse o avanço da tecnologia, com toda a sedução e atrativos que fornece a baixo custo e pouco esforço, o responsável por isso. Também pensei que a grande culpada fosse a mídia, divulgando paraísos naturais de difícil acesso para a maior parcela da população. 
Porém, se pensarmos profundamente, os responsáveis somos nós mesmos.

Como jornalista, Louv sabe a força que as palavras bem colocadas têm. No início, muitas pessoas falaram do assunto nos Estados Unidos, concordando ou criticando, de modo que se expandiu para outros países. O objetivo de disseminar o termo “transtorno de déficit de natureza” foi alcançado, pois ampliou-se uma discussão que  antes estava restrita a poucas pessoas.

Um dos primeiros fatores a serem analisados a respeito dessa questão é se existe a possibilidade do contato com a natureza, seja apreciando o céu em meio à cidade, fazendo uma trilha em um parque ou mergulhando em uma cachoeira. Se isso tudo está disponível e a pessoa não busca maior proximidade é porque ela tem desinteresse ou não aprendeu o quanto o contato com o ambiente natural pode ser prazeroso para sua saúde física, mental e espiritual.

Por outro lado, também há o medo – de ser picada e mordida por animais ou de ser roubada, por falta de segurança em lugares mais ermos. E, atualmente, pode-se dizer que o medo é o maior responsável pelo afastamento das pessoas da natureza.

Além disso, no Brasil, o planejamento urbano carece de espaços para a recreação familiar em contato com a natureza.  Ainda há poucas praças e parques disponíveis para o uso pela população, bem como hortas e jardins comunitários. E o que pode ser feito para mudar isso? Os governos deveriam dedicar um pouco mais de atenção e recursos financeiros para a criação de espaços de uso comum onde a natureza esteja disponível.

Isso vai acontecer quando alguém mostrar a economia que os governantes podem ter evitando ausências do trabalho, pagamento de tratamentos, remédios e internações por falta de contato com o ambiente natural. As escolas também podem, aos poucos, retornar algumas aulas com atividades físicas nas quais as crianças possam ser expostas ao sol. Já há escolas nas quais essas atividades ao ar livre são feitas todos os dias e contribuem para o nível de vitamina D das crianças.

Outro caminho é usar com mais frequência os locais públicos que são adequados para desenvolver atividades ao ar livre. Usando a tecnologia a favor, é possível buscar áreas com vegetação próximas as nossas residências ou trabalho para caminhar, por exemplo. Se o local não for seguro, os vizinhos podem ajudar a exigir ações para melhorar a segurança. As próximas férias também podem ser escolhidas não com base no hotel mais confortável, mas sim onde a natureza esteja presente.

Pensando nisso, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2017 como o Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento. A intenção é contribuir com o avanço do setor do turismo, baseado nos três pilares da sustentabilidade (econômica, social e ambiental), e valorizar as riquezas naturais de cada país. É um incentivo para a aproximação com a natureza durante o ano e de levar os benefícios para toda a vida.

Em nosso dia-a-dia, o principal é não sucumbir à sedução da tecnologia que nos afasta cada vez mais de nossa essência humana. Temos que descobrir um caminho mais tentador que nos tire do trecho confortável que vai da poltrona até a porta da geladeira e isso só depende de nós.




Teresa Magro - professora da Universidade de São Paulo (USP) no Departamento de Ciências Florestais e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza.





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