Após seis anos fechado, prefeitura entrega espaço restaurado para
a comunidade. Atividades culturais comemoraram a reabertura
Diversas atividades culturais marcaram o evento de entrega das
obras de restauro do Museu do Imigrante. Exposições
fotográficas, apresentações de corais, shows, sessão de cinema e uma procissão
alusiva à chegada dos imigrantes italianos a Bento Gonçalves estiveram entre as
atividades. Ainda, brinquedos infláveis e diversos food trucks integraram a
programação.
A cerimônia oficial de entrega homenageou as pessoas que, ao longo dos anos,
trabalharam para o andamento do projeto de restauro do prédio, fechado desde
2010. O presidente da Fundação Casa das Artes, Jovino Nolasco, chamou ao palco
diversos nomes envolvidos. “Não podemos deixar de agradecer aqueles não mediram
seus esforços para manter viva a nossa história”.
O prefeito Guilherme Pasin destacou a importância do momento. “Hoje, um jovem
me disse que uma cidade sem museu é como uma casa sem espelho. Ou seja, nela
seu povo não se reconhece. Quem não tem orgulho de seus feitos não quer se
enxergar”, comparou.
Pasin acrescentou que “reabrindo o Museu do Imigrante,
completamente restaurado, estamos resgatando o nosso orgulho, antes ferido pelo
descaso de alguns”, complementou. Eu espero que quando a minha filha tiver a
minha idade, ela possa visitar esse espaço e entender como viviam nossos
antepassados, nossos costumes, nossos valores, e que revivam isso com muito
orgulho. Eu espero isso também para seus filhos, seus netos, bisnetos e para
todos que por aqui passarem. Esse é o meu desejo”.
Após a cerimônia, ocorreu o descerramento da placa que marca a entrega da obra
a comunidade. Em seguida, autoridades e a imprensa realizaram visita na parte
interna do Museu.
O Museu do Imigrante está aberto para visitação de terça à sexta, das 8h às
11h30min e das 13h30min às 17h. Aos sábados, das 9h às 17h. A entrada é
gratuita e os grupos são de até 20 pessoas.
Histórico do prédio
1913: Data de construção do prédio que abriga o Museu do
Imigrante. Nesse ano, foi implantada a Estação de Sericicultura, iniciativa do
governo do Estado.
1917: a estação passou a chamar-se Escola Agrícola e Zootécnica,
com todo os processos passando a ser executados no local. Nos anos 1920, o
governo decidiu fechar a estação e repassou o patrimônio para a prefeitura.
1929: a Sociedade Amigos Planalto propôs ao poder público o
arrendamento do imóvel, com o objetivo da instalação do anexo do Hotel Veraneio
Planalto. O prédio foi reformado, e o trabalho da estação, transferido para um
galpão em frente.
1937: a prefeitura vendeu o prédio para a Sociedade Planalto.
1948: o Estado assumiu novamente a estação. Em 1952, a edificação
foi doada novamente para a prefeitura, que vendeu o espaço para o Hotel
Planalto.
1953: um incêndio na casa de máquinas do hotel destruiu o prédio,
restando parte do mobiliário e das louças.
1960: a Sociedade Planalto decidiu vender o prédio anexo ao hotel
para a prefeitura.
1960 e 1970: o prédio funcionou como escritório, armazém,
hospederias e residência.
18 de dezembro de 1974: foi decretado que o imóvel serviria
para preservar a memória coletiva e o patrimônio cultural da cidade. O museu
foi aberto ao público no ano seguinte, em 21 de maio.
Até 1987: o museu ficou vinculado à Secretaria Municipal de
Educação. Desde aquele ano, a entidade passou a ser mantida pela Fundação Casa
das Artes. Naquela época, o museu foi restaurado. O nome mudou para Museu
Histórico Casa do Imigrante.
1987: começou o processo de tombamento do prédio. A regularização
ocorreu em 2005, quando ele passou a denominar-se Museu do Imigrante.
2002: O Museu foi cadastrado no Sistema Estadual de Museus
2003: O Museu foi cadastrado no no Instituo Latino-Americano de
Museus.
Setembro de 2006: foi apresentado o projeto de restauração do
prédio, cuja inscrição no MinC ocorreu em 2007.
2009: parte do prédio foi interditada.
2010: o telhado do museu foi trocado, com recursos da
Fundação Casa das Artes.
2011 e 2012: não houve valores captados.
2013: foram conquistados quase R$ 500 mil.
2014: As obras ganham força, após concluída adequação de planilhas
orçamentárias.
Setembro de 2015: começa o restauro propriamente dito, com
prazo de 365 dias para a conclusão da obra.
Foto: Cristiane Moro