Campanha
mundial “Go Red For Women” revela que mortes de mulheres por doenças
cardiovasculares quase dobraram nos últimos 15 anos
A principal
causa de mortes de mulheres no mundo não é o câncer de mama e sim as doenças
cardiovasculares, como infarto e AVC (acidente vascular cerebral). Segundo a
American Heart Association, os casos fatais dessas enfermidades no público
feminino quase dobraram nos últimos 15 anos. No Brasil, as mulheres
representavam apenas 10% das ocorrências cardíacas há 50 anos e hoje já são
48%, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). O principal
motivo é que elas passaram a desenvolver mais fatores de risco semelhantes aos
dos homens, como obesidade, sedentarismo e pressão alta.Para conter essa tendência, a American Heart Association criou há 12 anos a campanha “Go Red For Women”, incentivando pessoas no mundo todo a se vestir de vermelho na primeira sexta-feira de fevereiro, para alertar sobre os riscos das doenças cardiovasculares em mulheres. Em São Paulo, os funcionários da empresa Boston Scientific, fabricante de dispositivos médicos, aderiram à causa e foram trabalhar com roupas vermelhas nesta sexta. A direção da companhia também fez uma apresentação de conscientização de sua equipe.
Progressos e desafios
Apesar do crescimento dos casos de doenças cardiovasculares entre mulheres, a campanha “Go Red For Women” já conseguiu evitar mais de 627 mil mortes, que ocorreriam sem ações preventivas. Isso representa uma redução de 34% de casos fatais entre mulheres nos últimos 12 anos. Cerca de 2 milhões de check-ups são realizados a cada campanha. Entre as participantes, 60% adotaram alimentação mais saudável, 35% emagreceram, 15% pararam de fumar e 18% baixaram suas taxas de colesterol.
Mas os desafios continuam grandes. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 8,6 milhões de mulheres morrem por ano no mundo vítimas de doenças cardiovasculares - e representam praticamente 50% do total de vítimas.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, as mulheres também apresentam particularidades que elevam o risco, como complicações na gravidez, uso de anticoncepcionais, terapia de reposição hormonal e mais casos de enxaqueca e fibrilação atrial. Além disso, as artérias do coração feminino são mais finas que a dos homens, o que pode favorecer o estreitamento e obstrução dos vasos.
Após a menopausa, o risco para elas passa a ser semelhante ou até maior do que o dos homens, por conta da diminuição de hormônios femininos, como o estrogênio, considerado um fator de proteção para doenças cardíacas.
De acordo com os especialistas, a melhor forma de prevenção é manter uma rotina de exercícios físicos e alimentação saudável e estar bem informado sobre os riscos.
Boston Scientific