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quarta-feira, 17 de maio de 2023

25 de maio é o Dia Internacional da Tireoide: alguns mitos e verdades sobre a glândula


Os médicos da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo - SBEM-SP esclarecem abaixo mitos e verdades sobre a tireoide:

 

O hipotireoidismo é muito comum. VERDADEIRO: o hipotireoidismo é uma doença comum que afeta 8% a 12% dos brasileiros, principalmente mulheres e indivíduos mais idosos.

 

Crianças não têm doença da tireoide. FALSO: crianças podem ter uma doença da tireoide, que pode levá-las a parar de crescer e a ter baixo rendimento escolar. A forma mais grave de hipotireoidismo é a congênita, que ocorre no recém-nascido. Se não diagnosticado e não tratado, pode causar retardo mental irreversível.

 

Doenças da tireoide afetam a gravidez. VERDADEIRO: tanto o hipertireoidismo quanto o hipotireoidismo podem afetar a fertilidade e, se não tratados adequadamente, podem se associar a complicações da gestação e a problemas para o feto.

 

A obesidade pode ser causada pelo hipotireoidismo. FALSO: o hipotireoidismo não tratado associa-se apenas a um ganho leve de peso, em geral, por retenção de líquidos.

 

Tomar hormônio da tireoide ajuda a emagrecer. FALSO: o hipertireoidismo realmente emagrece, mas à custa de massa magra, com diminuição de força muscular. Usar T4 ou, pior ainda, T3 pode causar arritmias, hipertensão, diarreia e outras manifestações muito graves, ou até fatais.

 

Posso saber se tenho problema na tireoide fazendo um exame de sangue. VERDADEIRO: os exames para diagnóstico de alteração da função tireoidiana são as dosagens do TSH e da T4 livre. O médico pode ainda solicitar outros exames, se necessário.

 

O ultrassom de tireoide é importante para a detecção do nódulo e para que o médico possa operar logo. FALSO: nódulos de tireoide são muito frequentes no ultrassom, por isso ele só deve ser solicitado quando o médico suspeita de algo. A maior parte dos nódulos é benigna, não se caracteriza como câncer e não necessita de cirurgia.

 

O iodo faz bem para a tireoide. FALSO: o iodo da alimentação, geralmente, é suficiente para produção dos hormônios tireoidianos em qualquer faixa etária. Em excesso, o iodo pode produzir sérios danos, inclusive piorar ou causar hipo ou hipertireoidismo.

 

O cansaço pode ser causado por hipotireoidismo. VERDADEIRO: os principais sintomas do hipotireoidismo são sonolência excessiva, cansaço e falta de disposição, lentidão e dificuldade para exercer as tarefas e funções habituais, esquecimento fácil, tristeza, intestino preso, ressecamento da pele e dos cabelos, unhas fracas e ganho de peso inexplicável. Mas esses sintomas podem aparecer em muitas outras doenças.

 

A T3 (tri-iodotironina) é útil no tratamento de estresse, cansaço ou desânimo. FALSO: não há indicação de uso de T3 nessas situações. Ela pode causar riscos à sua saúde.

 

A T3 (tri-iodotironina) pode ser formulada com segurança. FALSO: a maioria das farmácias de manipulação não atinge alta precisão ao formular o hormônio em microgramas. Os hormônios formulados não estão sujeitos aos mesmos controles de qualidade dos medicamentos industrializados nem ao monitoramento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

 

Deve-se tomar iodo durante a gestação. FALSO: a indicação de suplementação deve ser individualmente avaliada, levando em conta alimentação e outros fatores. Alguns dos suplementos vitamínicos oferecidos às gestantes contêm pequenas quantidades de iodo.

 


SBEM-SP - Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo
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Considerada doença crônica, lipedema acomete mais de 10% das mulheres


Doença crônica do tecido adiposo, pode estar associada a comprometimento vascular; em mais de 60% dos casos pode estar relacionada a mutações genéticas. O lipedema atinge mais de 10% das mulheres e tem como principais características o acúmulo de gordura nos braços, coxas e pernas. Além da gordura, é comum surgir equimose (roxinhos) nas áreas afetadas, sensibilidade e dor ao toque, sensação de peso e cansaço nas pernas, fadiga e pode até comprometer a mobilidade.

 

O lipedema não tem cura, mas é possível tratar e ter qualidade de vida, porém é uma doença frequentemente confundida com obesidade, que pode ocorrer simultaneamente, e até agravar o quadro, porém nem sempre estão associadas.

 

Quando não diagnosticada e tratado, o lipedema pode afetar a saúde mental e até levar à depressão. “Como muitas vezes essas mulheres recebem inicialmente apenas o diagnóstico de obesidade, embora cheguem a perder peso, continuam com a desproporção no corpo e sofrem física e emocionalmente. Por isso, essas pacientes precisam de acolhimento”, comenta Dr. Fernando Amato, cirurgião plástico membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e que atua com uma equipe multidisciplinar no tratamento do lipedema.

 

Diagnóstico - O diagnóstico de lipedema é clínico, e depende de uma boa anamnese (conversa com o paciente) e exame físico. Exames complementares como ultrassom e ressonância magnética podem complementar o exame físico, auxiliando o diagnóstico e tratamento.


Cirurgia é a última opção – Segundo Dr. Amato, o tratamento cirúrgico deve ser a última opção, mas, muitas vezes, acaba sendo o primeiro recurso procurado. “Somente depois de tentar o tratamento clínico e, de preferência apresentando alguma melhora, mesmo que parcial, deve ser indicada a lipoaspiração para o tratamento do lipedema”, comenta Dr. Fernando Amato que alerta ainda para a questão da segurança: “É preciso respeitar os limites de gordura a serem retirados durante a cirurgia, que devem ser entre 5% a 7% do peso corporal do paciente”, detalha o especialista. 


Para os casos de lipedema, Dr. Fernando trabalha com uma equipe formada por médico vascular e endocrinologista. O tratamento endócrino envolve investigação com exames hormonais, mudança e melhora do estilo de vida, principalmente com o equilíbrio da alimentação e prática de atividade física, sendo nesses casos mais indicados exercícios aquáticos, como natação e hidroginástica.

 

 

Dr. Fernando C. M. Amato – Graduação, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica e Mestrado pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP). Membro Titular pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).
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Médico ortopedista fala sobre riscos e benefícios dos esportes de fim de semana

Do beach tênis ao futebol com os amigos, os riscos de lesões são maiores quando a prática esportiva é realizada esporadicamente 



Com a correria do dia a dia e a rotina cada vez mais apertada, o esporte muitas vezes acaba reduzido a uma partida de beach tênis no sábado, ou um futebol com os amigos no domingo. O beach tênis, aliás, já há alguns anos foi eleito o preferido entre as práticas de fim de semana, reunindo públicos de todas as idades. Especialistas alertam, no entanto, que toda prática de atividade física deve ser realizada com atenção, especialmente quando de maneira esporádica e sem acompanhamento profissional.

No caso do beach tênis, por exemplo, que é uma mistura do tênis tradicional, vôlei de praia e badminton, em quadra de areia, embora possa parecer uma atividade inofensiva, a prática pode ter consequências sérias para a saúde, causando lesões especialmente nos tornozelos e joelhos.

De acordo com o médico ortopedista Dr. Antonio Masseo de Castro, no caso do beach tênis, a superfície irregular da areia aumenta o risco de lesões articulares. "A prática do esporte exige movimentos muito bruscos e intensos, e muitas vezes o pé fica preso na areia, o que pode causar sobrecarga e desgaste nas articulações e aumentar o risco de entorses e lesões musculares", explica.

Para evitar esses riscos, é recomendada uma avaliação prévia para a prática do esporte, além do trabalho de fortalecimento por meio da musculação. Imediatamente antes da prática do beach tênis, deve-se investir em exercícios de aquecimento.

Para os praticantes de beach tênis, a prevenção de lesões e a manutenção da saúde dos ossos devem ser prioridades. Para qualquer desconforto ou dor durante a prática, é indicado interromper a atividade e procurar um médico imediatamente.

O beach tênis pode ser uma opção divertida e saudável para quem busca uma atividade física, mas é importante estar ciente dos riscos e dos cuidados necessários para evitar problemas.

O mesmo acontece com as demais modalidades. Seja o futebol, a corrida, escalada, vôlei ou qualquer outra atividade que se queira realizar aos finais de semana, incluir na rotina exercícios de fortalecimento da musculatura que será utilizada é uma excelente maneira de prevenir lesões, além de melhorar a performance.

“O exercício funcional é desenvolvido de acordo com a necessidade individual. O ideal é que o exercício esteja associado à prática que vem sendo realizada e isso serve, inclusive, para alguém que queira apenas realizar as suas atividades cotidianas, como ir à feira no domingo, agachar para pegar algo no forno, enfim, as simples tarefas do dia a dia”, explica o Dr. Antonio.

Com as medidas de segurança adequadas, é possível desfrutar dos benefícios do esporte sem comprometer a saúde. A prevenção é a melhor forma de evitar problemas de saúde. Manter a saúde dos ossos é essencial para a qualidade de vida, longevidade e manutenção do movimento do corpo.




Dr. Antonio Masseo de Castro - Médico ortopedista e traumatologista, especialista em cirurgia do joelho pela Escola Paulista de Medicina, é coordenador da Casa Muoversi. Membro Sócio Efetivo Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho, SBCJ, da ISAKOS International Society of Arthroscopy, Knee Surgery and Sports Medicine, da SLARD Sociedade Latinoamericana de Artroscopia, Rodilla y Deporto e da AAOS American Academy of Orthopaedic Surgeons, foi médico do esporte no Esporte Clube Pinheiros (1985 a 1988), das equipes de voleibol feminino Transbrasil, Sadia e Seleção Brasileira (1986 a 1990), plantonista de pronto-socorro no Hospital Albert Einstein (1992 e 2004), coordenador do pronto-socorro de Ortopedia e membro do Comitê Gestor do Pronto-Socorro Geral no Hospital Albert Einstein (1998 e 2004), médico ortopedista do time profissional do São Paulo Futebol Clube (1995 a 2000), médico do esporte e coordenador do Módulo de Ortopedia do Curso de Medicina Esportiva no Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte da Escola Paulista de Medicina (1995 a 2011).


Dia Mundial da Neurofibromatose: diagnóstico dessa doença rara pode demorar em média 8 anos

Paciente passou por mais de 40 médicos até detecção correta

 

Entre as estimadas 6 a 8 mil tipos de doenças raras, a neurofibromatose é uma condição genética sem cura que, normalmente, afeta a pele e o sistema neurológico[1]. Dentre os três tipos dessa doença, a NF1 é a mais comum e acomete 1 em cada 3 a 4 mil pessoas no mundo[2]. O Dia Mundial da Neurofibromatose, que acontece em 17 de maio, busca conscientizar a população sobre a doença e dar visibilidade para a jornada desses pacientes, que é desafiadora desde a detecção da condição e demora em média 8 anos até ser diagnosticada corretamente[3],2,[4]. 

Erediana Bianca Alves Duarte, mãe do Leonardo Alves Duarte, de 8 anos, conta que no início da primeira infância de seu filho, chegou a passar por mais de 40 médicos e três diagnósticos diferentes até a descoberta da NF1: “Nunca tinha ouvido falar e não tinha ninguém na minha família com a patologia. O Leo nasceu com dificuldade respiratória e uma deformidade no braço – um dos sinais característicos da neurofibromatose – a displasia óssea. Outro sinal clássico da doença eram muitas manchas café com leite. Se há 8 anos eu abrisse a internet e encontrasse informações, a nossa jornada teria sido muito diferente. Hoje, conheço mais de 1000 pessoas com neurofibromatose e cada uma tem sintomas diferentes, que traz a necessidade de uma assistência individualizada: conheço casos de pessoas que têm tumores maiores do que o Leo e nunca passaram por nenhuma cirurgia. O Leo já passou por 28 cirurgias.”. A condição é frequentemente herdada de um dos pais, mas em 30 a 50% dos casos, há uma mutação espontânea do gene NF13,[5], que é o caso do Leonardo. 

Os primeiros sintomas da doença geralmente aparecem na infância, como as manchas café com leite. A médica Viviane Sonáglio, oncopediatra que diagnosticou Leonardo com NF1, conta que “a detecção da neurofibromatose tipo 1 é feita por meio de avaliação clínica e teste genético. A identificação da presença de alguns sinais contribui para o diagnóstico correto, como: as manchas café com leite, as sardas inguinais e axilares, as pequenas manchas na íris dos olhos, chamadas de nódulos de Lisch e os neurofibromas plexiformes, que podem dar origem a tumores de grandes proporções responsáveis por dor e comprometimento funcional. Quanto mais cedo a realização do diagnóstico, mais precoce a abordagem, melhor a compreensão da síndrome e do controle dos sintomas secundários, como a presença dos neurofibromas, que podem gerar complicações para o paciente.” 

Esses tumores benignos, chamados neurofibromas plexiformes (NPs), crescem desordenadamente em qualquer parte do sistema nervoso, como cérebro, medula espinhal e nervos2,[6],[7] e podem trazer complicações e sintomas como dor, dificuldade respiratória, dificuldade de locomoção, na digestão e no sistema urinário6,[8],[9], por provocarem pressão sobre diferentes órgãos. O tratamento para a condição deve ser avaliado pelo médico que pode envolver manejo dos sintomas e da dor, cirurgia, radioterapia e/ou medicamento que inibam o crescimento dos neurofibromas. 

“Datas como o Dia Mundial da Neurofibromatose promovem conscientização para a população sobre as doenças raras. Transformar a vida das pessoas afetadas por condições como a NF1 é um de nossos propósitos na AstraZeneca. Ao compreender as necessidades únicas desses pacientes, que devem ser tratados de maneira multidisciplinar, é possível pesquisar e desenvolver novas soluções para, consequentemente, melhorar a qualidade de vida dessas pessoas e famílias”, declara dra. Marina Belhaus, diretora médica da AstraZeneca Brasil. 

A depender dos sintomas, outras especialidades além da pediatria podem realizar o diagnóstico da neurofibromatose, como a dermatologia ou neurologia. O Dia Mundial da Neurofibromatose proporciona visibilidade para a importância da antecipação diagnóstica da condição, da visibilidade dos desafios da jornada do paciente e de novas possibilidades de tratamento.

 

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[1] Sociedade Brasileira de Dermatologia. Neurofibromatose. Disponível em: https://www.sbd.org.br/doencas/neurofibromatose/. Acesso em: Maio de 2023.
[2] Boston Children’s Hospital. Neurofibromatosis Symptoms & Causes. Disponível em: https://www.childrenshospital.org/conditions/neurofibromatosis Acesso em: Maio de 2023.
[3] NIH National Institute of Neurological Disorders and Stroke. Neurofi bromatosis Fact Sheet. Disponível em: https://www.ninds.nih.gov/Disorders/Patient-Caregiver-Education/
Fact-Sheets/Neurofibromatosis-Fact-Sheet. Acesso em: Maio de 2023.
[4] Johnson KJ, et al. Development of an international internet-based neurofi bromatosis Type 1 patient registry. Contemp Clin Trials. 2013;34(2):305-11.
[5] NHS Choices. Neurofibromatosis Type 1. Disponível em: https://www.nhs.uk/conditions/neurofibromatosis-type-1/.Acesso em: Maio de 2023.
[6] Mayo Clinic. Neurofibromatosis. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/neurofibromatosis/symptoms-causes/syc-20350490. Acesso em: Maio de 2023.
[7] Jett K. et al. Clinical and genetic aspects of neurofibromatosis 1. Genet Med. 2010;12(1):1-11.
[8] Wolters P. Prospective Patient-Reported Outcomes (PROs) Document Clinical Benefi t in Children with Neurofi bromatosis Type 1 (NF1) and Inoperable Plexiform Neurofibromas (PNs) on SPRINT: a Phase II Trial of the MEK 1/2 Inhibitor Selumetinib (AZD6244, ARRY-142866). Presented at the 2018 Joint Global Neurofi bromatosis Conference, Paris. Presented Saturday 3 November 2018.
[9] Wolf D, et al. Frequency of Gastrointestinal Problems in Neurofi bromatosis Type 1: The Johns Hopkins Experience (P07.105). Neurology. 2012;78(1):7-105.


Doação de leite humano deve ser mais estimulada

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Semana Nacional e Dia Mundial visam conscientizar sobre a importância de doar o alimento e estimular o aleitamento materno

 

“O leite humano é considerado um alimento completo para bebês até os seis meses de vida, que não precisam sequer de água neste período”. 

Com o slogan ‘Um pequeno gesto pode alimentar um grande sonho: doe leite materno!’, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) celebram o Dia Mundial de Doação do Leite Humano, em 19 de maio. Na mesma data, o Brasil também realiza a Semana Nacional de Doação do Leite Humano. Ambas as iniciativas têm como objetivo sensibilizar a sociedade para a importância da doação e estimular o aleitamento materno. 

Segundo dados da OMS, o leite humano é capaz de reduzir até 13% de mortes evitáveis em crianças menores de cinco anos de idade, protege contra diarreias, infecções respiratórias e alergias, e reduz o risco de desenvolvimento de hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade na vida adulta. “O leite humano é considerado um alimento completo para bebês até seis meses de vida, que não precisam sequer de água neste período”, afirma a nutricionista Adrianne Machado, do Departamento de Ciências e Pesquisas da Yakult do Brasil. 

O alimento contém carboidratos, proteínas, lipídeos, vitaminas, minerais, imunoglobulina A (principal anticorpo que fornece proteção contra infecções nas mucosas), enzimas (proteínas que têm como função regular as reações metabólicas que acontecem nas células) e interferon (proteínas com função imunorreguladora), além de fatores moduladores de crescimento. Os ácidos graxos são o macronutriente mais variável no leite humano e têm um papel reconhecidamente importante no desenvolvimento físico e cognitivo da criança. 

No estudo ‘Os ácidos graxos do leite materno e sua importância no desenvolvimento da linguagem em crianças prematuras’, publicado em 2013 no Journal of Human Growth and Development, pesquisadores investigaram a relação entre o aleitamento materno de prematuros com a cognição e o desenvolvimento motor e da linguagem. Os resultados mostraram que o leite humano, a partir da primeira semana pós-parto, apresentou proporção elevada de ácidos linoleico: alfa-linolênico, que foi positivamente associada com medidas de linguagem receptiva. 

A amamentação também é um fator de fundamental importância para a colonização microbiana no intestino humano logo após o nascimento. No estudo ‘Key bacterial taxa and metabolic pathways affecting gut short-chain fatty acid profiles in early life’, pesquisadores do Instituto Central Yakult, em Tóquio, mostraram que a microbiota intestinal inicial tem perfis distintos dos adultos, e sua diversidade em composição e função aumenta ao longo dos primeiros anos de vida. “Os autores destacaram, ainda, que a amamentação tem sido associada ao desenvolvimento de uma microbiota com domínio de Bifidobacterium, que favorece a diminuição do pH intestinal e impede a multiplicação de microrganismos patogênicos, contribuindo para menor incidência de diarreia”, sinaliza a nutricionista da Yakult. 

Para avaliar se a duração da amamentação estava associada ao quociente de inteligência (QI), anos de escolaridade e renda, pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, desenvolveram o estudo ‘Association between breastfeeding and intelligence, educational attainment, and income at 30 years of age: a prospective birth cohort study from Brazil’. Lançado em 1982, o estudo registrou informações sobre amamentação na primeira infância de 3,5 mil recém-nascidos. Quando completaram 30 anos, os pesquisadores avaliaram o QI, a escolaridade e a renda dos participantes e concluíram que a amamentação estava associada a um melhor desempenho em testes de inteligência três décadas depois do nascimento, aumentando a escolaridade e a renda na idade adulta.

 

Bancos de leite

O Brasil lidera a Rede Global de Bancos de Leite Humano (rBLH), composta por 24 países da América Latina, Europa e África. Além disso, mantém a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, uma iniciativa do Ministério da Saúde por meio do Instituto Fernandes Figueira da Fundação Oswaldo Cruz (IFF/Fiocruz). A ação envolve coleta, processamento e distribuição do leite para bebês prematuros ou de baixo peso que não podem ser alimentados pelas próprias mães, e também apoio e orientações para estimular o aleitamento.

O Brasil tem a maior e mais complexa rede de bancos de leite humano do mundo, com distribuição de aproximadamente 160 mil litros anualmente para recém-nascidos de baixo peso internados em unidades neonatais. No total, são 228 bancos de leite humano distribuídos por todos os estados brasileiros, e 240 postos de coleta. Outras informações pelo https://portal.fiocruz.br/banco-de-leite-humano. 

 


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Pesquisa revela que 4% dos casos de câncer no Brasil são cerebrais

Maio Cinza tem como intuito conscientizar a população sobre a prevenção da doença. Neurocirurgiã faz um alerta sobre prevenção, sintomas e tratamentos


Neste mês de maio as atenções estão voltadas para a conscientização e combate do câncer cerebral. As ações do Maio Cinza têm como intuito explicar para a população sobre o câncer cerebral, considerado uma doença silenciosa. Vista como uma das doenças mais temidas pela população, o câncer cerebral se desenvolve no cérebro e pode afetar as inúmeras funções do corpo humano. 

 

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), a doença representa cerca de 4% dos casos de câncer no Brasil, sendo mais comum em pessoas com idade acima de 50 anos e ocupando o 10º lugar na lista dos tumores que mais causam mortes no Brasil. 

 

De acordo com a neurocirurgiã Danielle de Lara, que atua no Hospital Santa Isabel (Blumenau/SC), os sintomas mais comuns são dores de cabeça, vômitos, tonturas, convulsões, alterações de visão e de comportamento. “A  preocupação dos especialistas é que por ser considerada uma doença silenciosa, onde geralmente as pessoas entendem que os sintomas são fatores comuns e acabam não procurando ajuda médica. Ao descobrir, muitas vezes, o câncer está em estágio avançado”. 

 

O cérebro é o órgão que coordena todas as funções do corpo, como a fala, coordenação motora, memória, raciocínio e atenção. Danielle revela que quando esse órgão é acometido por um tumor, as células anormais passam a crescer de forma desordenada. 

 

A neurocirurgiã explica que o tumor cerebral pode ser tanto benigno, quanto maligno. “A diferença é que o primeiro desenvolve mais lentamente, podendo ser solucionado com uma neurocirurgia para remoção. Já os malignos, têm um crescimento acelerado e necessitam de tratamentos mais complexos”. 

 

“O tratamento do câncer cerebral é complexo e envolve diversas modalidades, como a neurocirurgia, radioterapia e quimioterapia. É importante alertar que o diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento, por isso, é importante que as pessoas estejam atentas aos sinais e sintomas da doença”, informa. 

 

Danielle também faz um alerta sobre a prevenção da doença. “A precaução é fundamental para reduzir os casos de câncer cerebral. A adoção de hábitos saudáveis, como a prática de atividades físicas, alimentação equilibrada e o não fazer o uso de drogas ilícitas pode contribuir fortemente para a prevenção”. 

 

Danielle de Lara - Médica Neurocirurgiã em atividade na cidade de Blumenau (SC). Atua principalmente na área de cirurgia endoscópica endonasal e cirurgia de hipófise. Dois anos de Research Fellowship no departamento de "MinimallyInvasiveSkull Base Surgery" em "The Ohio StateUniversityMedicalCenter", Ohio, EUA. Graduada em Medicina pela Universidade Regional de Blumenau. Possui formação em Neurocirurgia pelo serviço de Cirurgia Neurológica do Hospital Santa Isabel.


Dismorfia facial é tão identificada quanto a corporal e é impulsionada por filtros nas redes sociais

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Exageros de procedimentos na face alertam sobre o transtorno; médico cirurgião plástico da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) esclarece como identificar e auxiliar pacientes

 

O transtorno dismórfico é frequentemente identificado por cirurgiões plásticos de todo o Brasil no dia a dia dos atendimentos aos pacientes. A denominada “síndrome da feiura imaginária” ganhou holofotes nos últimos dias devido a declaração da atriz Megan Fox, de 37 anos, que reconheceu sua dismorfia corporal durante uma entrevista. A condição de Megan é recorrente e de acordo com o cirurgião plástico da face e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Yuri Moresco, ainda mais fácil de ocorrer no rosto após o início da utilização dos filtros digitais e o fácil acesso aos procedimentos estéticos não invasivos. “Se antes os pacientes chegavam no consultório com a folha da revista que constava uma atriz ou um ator famoso, atualmente eles chegam com uma foto completamente modificada de si mesmos. Até mesmo a assimetria, que é algo natural da face, tem incomodado”, diz.

O cirurgião explica que grande parte das pessoas de fato não se enxergam como são, já que a grande maioria das fotos de hoje são por celular, que distorcem a imagem, mas que isso, até certo ponto, é natural. Contudo, o dismorfismo ocorre quando a pessoa começa a buscar defeitos onde não existem ou se incomodar demais com características que acabam levando à baixa autoestima e até mesmo ao isolamento. “A face é a região mais exposta do corpo e a que causa mais impacto. Como médico, tento salientar que a beleza está nos aspectos naturais. A cirurgia plástica precisa ser um aprimoramento e não uma mudança exagerada”, argumenta Moresco.

Quando o transtorno dismórfico corporal (TDC) é identificado em consultório, o paciente é encaminhado para um acompanhamento psicológico. “Nesses casos eu acabo optando por não seguir com a cirurgia e solicito ao paciente que primeiro faça um acompanhamento psicológico. Isso porque o paciente com dismorfia dificilmente vai ficar satisfeito com o resultado cirúrgico porque nem ele mesmo sabe o que de fato está incomodando. Já tive casos de solicitação de transplante de face porque o paciente realmente queria ser uma outra pessoa completamente diferente”, revela o cirurgião.  

De acordo com os últimos dados sobre o assunto, o TDC atinge cerca de 4 milhões de brasileiros e aproximadamente 2% da população global. “Os filtros digitais, assim como o acesso aos procedimentos estéticos não invasivos, de menor complexidade, com toda certeza elevaram esse número nos últimos anos. Faz parte do papel do cirurgião plástico conscientizar sobre os parâmetros de perfeição que na verdade não existem”, finaliza Yuri Moresco.

 

Yuri Moresco - médico, cirurgião plástico com atuação em cirurgias estéticas faciais e cirurgias plásticas reparadoras em crianças. Com mais de 800 procedimentos cirúrgicos no histórico profissional, e requisitado por pacientes brasileiros e estrangeiros, é formado em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC-PR, com Residência Médica de Cirurgia Geral no Hospital e Maternidade Angelina Caron (PR) e formação em Cirurgia Plástica no Hospital SOBRAPAR – Crânio e Face, em Campinas (SP), que é referência em cirurgias craniofaciais em pacientes adultos e infantis.

 

Você sabe o que é cefaleia? Conheça os tipos e formas de prevenção

Diagnóstico e tratamento específico são fundamentais para prevenir crises 


Poucos sabem, mas existem mais de 150 tipos de dores de cabeça. Elas podem ser classificadas como primárias ou secundárias, sendo a primeira classe o principal ou único sintoma, enquanto a segunda é um sintoma de uma enfermidade.

Dados da Sociedade Brasileira de Cefaleia indicam que a dor de cabeça atinge 140 milhões de brasileiros. O número representa mais de 50% da população nacional, com base em informações da prévia do Censo Demográfico 2022.

A cefaleia pode ser motivada por vários fatores. “A mais comum é a tensional, associada ao estresse e insônia. Já a enxaqueca, conta com a predisposição genética, sendo crônica caso perdure por mais de uma vez por semana”, explica o médico Marco Serodio.

No Dia Nacional de Combate à Cefaleia, lembrado em 19 de maio, o médico e responsável técnico do Centro de Especialidades Timóteo, do Hospital Metropolitano Vale do Aço, Marco Serodio, também alerta para a cefaleia em salvas, termo ainda desconhecido de boa parte da população.

“Diferente da enxaqueca, a cefaleia em salvas atinge, em sua maioria, homens. Com dores fortes e crises diárias, é importante buscar ajuda médica para realizar o diagnóstico e tratamento rapidamente, a fim de prevenir novas crises e amenizar as dores”, orienta o profissional.



Tipos e formas de prevenção


· Cefaleia tensional: considerada a mais comum, a cefaleia tensional pode ter um único episódio ou ser crônica. Causa dor em aperto ou pressão, nos dois lados da cabeça, com intensidade leve à moderada. A dor é o único sintoma, desencadeado por estresse, insônia, jejum ou doenças, como meningite.

Prevenção: evite o estresse com exercícios de relaxamento. A prática de atividades físicas regulares, boa qualidade de sono e estabelecer limites saudáveis no trabalho e nas atividades diárias podem ajudar.



· Enxaqueca: diferente da cefaleia tensional, a enxaqueca tem causa genética e hereditária. A intensidade da dor é de moderada a forte, unilateral e latejante. Pode ser acompanhada de náuseas, enjoo e vômito, além de sensibilidade à luz, odores e barulhos.

Prevenção: identifique os gatilhos, tenha atenção aos alimentos, sono, estresse e outros fatores relacionados. Uma rotina saudável alinhada às técnicas de relaxamento também pode dar suporte.



· Cefaleia em salvas: geralmente a dor é muito forte, de um lado só na região da face, em volta e no fundo de um dos olhos. Obstrução nasal e coriza também podem se manifestar. As crises são diárias, ocorrem à noite e podem repetir-se por dias ou meses.

Prevenção: envolve medicação prescrita pelo médico. Identificar e evitar possíveis desencadeantes, como álcool e tabaco, também pode ser útil.


“Em caso de dores de cabeça frequentes ou que interfiram na qualidade de vida, é fundamental buscar avaliação médica adequada para obter um diagnóstico correto e um plano de tratamento específico”, alerta o médico.


Própolis melhora imunidade, reduz radicais livres e ameniza inflamação crônica em pessoas com HIV

A própolis é uma resina utilizada na entrada das colmeias pelas abelhas.
 Sua ação antimicrobiana é testada para diversos fins terapêuticos
(
foto: Chandlervid85/Freepik)


 Artigo publicado na revista Biomedicine & Pharmacotherapy demonstrou os efeitos benéficos do consumo de 500 miligramas (mg) diários de própolis por pessoas que vivem com o vírus causador da Aids. Os autores identificaram que, diferentemente do grupo que recebeu placebo, aquele que recebeu própolis apresentou uma redução significativa na concentração plasmática de malondialdeído, um marcador de estresse oxidativo. Houve, nesse mesmo grupo, ligeiro aumento na capacidade antioxidante total, o que reflete o combate direto aos radicais livres.

“Apesar de as pessoas que vivem com o HIV apresentarem excelente expectativa de vida com as atuais terapias, um dos problemas ainda enfrentados é a questão do envelhecimento precoce – de aproximadamente dez a 20 anos, em comparação à população não infectada. Há uma deterioração da imunidade [imunossenescência] acelerada nessa população e o desenvolvimento precoce de comorbidades como diabetes, hipertensão e neoplasias”, aponta a bióloga Karen Ingrid Tasca, que desenvolveu seu pós-doutorado no Instituto de Biociências de Botucatu, da Universidade Estadual Paulista (IBB-Unesp), com apoio da FAPESP.

Esse processo de envelhecimento precoce é decorrente da constante ativação do sistema imunológico e da inflamação crônica apresentadas por esses pacientes e, segundo Tasca, o estresse oxidativo “anda de mãos dadas” com essas duas vias, por isso é importante que seja controlado. “O estresse oxidativo causado pelo vírus e pelos próprios antirretrovirais possui grande impacto nesses pacientes. Na tentativa de reduzir esses processos patológicos e melhorar a qualidade de vida e a sobrevida, há necessidade de intervenções que minimizem esses efeitos. Entre os diversos produtos naturais existentes, a própolis, que é uma resina, possui esse potencial, pois apresenta propriedades antioxidante, antiviral e anti-inflamatória reconhecidas”, explica a pesquisadora.

Líder do grupo que publicou o artigo, o biólogo e professor José Maurício Sforcin estuda os efeitos da própolis há quase 30 anos no Instituto de Biociências de Botucatu. “Tenho investigado a ação imunomoduladora da própolis para ampliar o conhecimento sobre seus mecanismos de ação em células envolvidas na imunidade. Muitos trabalhos já foram realizados sobre as ações biológicas desse produto in vitro, em cultura de células, bem como in vivo, em modelos com animais de experimentação, principalmente camundongos. As pesquisas com ensaios clínicos precisam se expandir e revelar o potencial desse produto apícola para a saúde”, destaca Sforcin.

Apesar dos indícios de benefícios para a saúde, os estudos sobre própolis não abrangiam a população de infectados pelo HIV. “Havia achados in vitro que mostravam o potencial de inibição da carga de replicação do vírus por alguns componentes contidos na própolis. E também estudos em pessoas que apresentavam alguma condição crônica, como diabetes, então percebemos a urgência da nossa pesquisa, pois no momento em que delineamos nosso estudo não havia na literatura dados sobre os efeitos da própolis para esse grupo específico”, pondera Tasca.

Além da atenuação no estresse oxidativo, os pesquisadores já haviam demonstrado diminuição de parâmetros inflamatórios nesse mesmo grupo de pacientes. A publicação, também feita na Biomedicine & Pharmacotherapy, evidenciou o aumento na proliferação de linfócitos T CD4+, células que são consideradas alvo principal do vírus. Houve, ainda, maior expressão do fator de transcrição Foxp3, um marcador de células “T regulatórias” (outro tipo de linfócito), responsáveis por modular a inflamação.

“Os resultados indicam que a própolis pode ser uma alternativa para melhorar a resposta imune e reduzir a inflamação nos pacientes assintomáticos. A infecção pelo HIV induz intensa desregulação do sistema imunológico, gerando perda da função celular e inflamação crônica. As persistentes ativação imune e inflamação merecem atenção, pois são fatores potencialmente determinantes de morbidade e mortalidade não associadas à Aids, mesmo nos indivíduos sob tratamento e que apresentam supressão viral adequada”, diz uma das autoras do estudo, a biomédica Fernanda Lopes Conte, cujo doutorado na Faculdade de Medicina da Unesp, em Botucatu, foi realizado com apoio da FAPESP.

Para garantir a fidelidade dos dados obtidos, o grupo acompanhou a dieta e os hábitos de saúde dos 40 participantes (20 que receberam própolis e 20 que receberam placebo) durante os 90 dias da intervenção, para que possíveis mudanças comportamentais não influenciassem os resultados. Esse contexto foi estudado por Ana Claudia de Moura Moreira Alves com auxílio de uma Bolsa de Iniciação Científica. Nessa pesquisa, os autores observaram a ausência de eventos adversos no grupo que recebeu a própolis e o aumento nos níveis séricos de magnésio, um elemento que contribui com a homeostase do organismo. Durante o período, não houve mudanças no perfil nutricional, metabólico ou bioquímico dos participantes, após análises sucessivas de registro alimentar e bioimpedância.

Priorizando a saúde e segurança dos participantes, foram incluídos no estudo apenas aqueles que estavam sob terapia antirretroviral, apresentavam carga viral indetectável e contagem ideal de células imunológicas do tipo T CD4+. Agora, os pesquisadores destacam que novas pesquisas são necessárias para a adoção da própolis como intervenção efetiva também para pacientes com comorbidades ou falha terapêutica.

O artigo Propolis consumption by asymptomatic HIV-individuals: Better redox state? A prospective, randomized, double-blind, placebo-controlled trial pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0753332223004146.

  

Ricardo Muniz
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/propolis-melhora-imunidade-reduz-radicais-livres-e-ameniza-inflamacao-cronica-em-pessoas-com-hiv/41392/


Maio Verde: Glaucoma é a maior causa de cegueira irreversível do mundo

Cerca de 2,5 milhões de pessoas podem ter a doença no Brasil. A estimativa é da Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG)

 

Maio Verde é o mês de combate e prevenção ao glaucoma, doença causada pelo aumento da pressão intraocular. De acordo com dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), cerca de 2,5 milhões de brasileiros com mais de 40 anos podem sofrer com a doença crônica. O problema na visão, causado é silencioso e pode levar à cegueira. 

A oftalmologista Nubia Vanessa, do CBV-Hospital de Olhos, alerta que a doença começa afetando o campo visual periférico da visão e pode levar alguns  anos para o paciente ter algum sintoma. “É um problema ocular irreversível, mas que tem controle com  tratamento, se descoberto logo no início. Por isso, é muito importante o acompanhamento com um especialista”, afirma.  

Segundo a médica, a doença é uma das principais causas de cegueira em pessoas com mais de 60 anos.  A especialista em glaucoma também ressalta alguns fatores de risco para a condição, que são: histórico familiar, pessoas acima de 40 anos, alta miopia, diabetes, algum tipo de trauma ocular e raça negra. 

A oftalmologista ressalta a importância de consultar um especialista para o diagnóstico na fase inicial. “É imprescindível visitar o oftalmologista anualmente para fazer os exames de rotina, e detectar casos suspeitos, casos iniciais para diagnóstico inicial e realizar os exames de controle. O tratamento e retornos são individuais e de acordo com a necessidade de cada caso. O glaucoma, quando  já está avançado, pode levar à cegueira irreversível”, frisa a médica do CBV-Hospital de Olhos. Ainda segundo ela, a doença pode ser tratada com colírios e em alguns casos é necessária uma intervenção cirúrgica para baixar a pressão ocular.

 

17 de maio: Dia Mundial da Hipertensão Arterial

A doença atinge 35% da população brasileira, mas 50% não têm o diagnóstico 

 

A hipertensão arterial, ou popularmente chamada de ‘pressão alta’, atinge 35% da população brasileira, mas metade desses pacientes não sabem que têm a doença. Por não apresentar sintomas, ou trazer sinais inespecíficos, em muitos casos, as pessoas levam anos até descobrir o problema, e muitas vezes só descobrem quando algo mais grave acontece. 

“Permanecer com a pressão arterial alta eleva os riscos de doenças graves, como o acidente vascular cerebral (AVC) ou o ataque cardíaco”, alerta o Dr. Daniel Lerario, médico endocrinologista, mestre e doutor pela Escola Paulista de Medicina. Isso acontece, pois a doença provoca o estreitamento das artérias e faz com que o coração precise de cada vez mais força para bombear o sangue para o organismo e depois recebê-lo de volta, danificando as artérias e dilatando o coração. 

A hipertensão é caracterizada quando a sua pressão arterial apresenta valores iguais ou superiores a 14 por 9 (140 mmHg x 90 mmHg). “As principais causas são obesidade, sedentarismo, tabagismo, estresse e hábitos alimentares inadequados, incluindo a ingestão excessiva de álcool, sal, alimentos ultraprocessados e gorduras. Há, também, fatores genéticos que predispõem o desenvolvimento da doença, então pessoas com familiares hipertensos devem redobrar os cuidados”, explica Dr. Daniel.  

De acordo com Claudia Mendonça, nutricionista, especialista em Nutrição, Saúde e Alimentação infantil e mestre pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), a primeira dica para prevenção e combate à hipertensão arterial é retirar o saleiro da mesa.  

Cerca de 90% do sódio que consumimos está na forma de sal de cozinha, um tempero bastante utilizado na culinária brasileira. No entanto, quando utilizado em excesso, pode ser bastante prejudicial para a nossa saúde. Por isso (ser fonte de sódio, ele) deve ser evitado e, sempre que possível, substituído por outros temperos naturais.  

“Podemos substituir, no preparo dos alimentos, o sal por temperos frescos e naturais, como alho, cebola, ervas aromáticas e especiarias, que dão mais sabor aos alimentos”, sugere a nutricionista.  

É importante lembrar que o sal está presente e em grande quantidade em alimentos processados e ultraprocessados, enlatados, embutidos, em conservas e até mesmo em alimentos como pipoca de microondas, macarrão instantâneo, refrigerantes diet e zero e adoçantes. Por isso, todos estes alimentos devem ser evitados.  

“Sempre que possível, devemos optar por uma alimentação saudável, descascando mais e desembalando menos, ou seja, priorizar a comida caseira, simples, mas saborosa”, sugere Claudia. 

Segundo o Ministério da Saúde, a população brasileira consome, em média, 12g de sal/dia, quando o recomendado pela Organização Mundial da Saúde e pelo Guia Alimentar do Ministério da Saúde é de 5g de sal/dia, ou o equivalente a uma colher de chá. Esta porção corresponde a aproximadamente 2 gramas de sódio.

 

Principais sintomas 

Os sintomas da hipertensão arterial, quando ocorrem, são bastante inespecíficos, por isso é importante medir regularmente a pressão arterial e seguir corretamente as orientações médicas, em caso de alterações. Em geral, os principais sintomas são: 

  • Tontura
  • Palpitações
  • Dor de cabeça frequente 
  • Alteração na visão 

 

Prevenção e controle 

Em geral, a hipertensão não pode ser curada, mas pode e deve ser tratada e controlada por meio de mudanças nos hábitos de vida, alimentação balanceada e, quando necessário, uso de medicamentos. As principais medidas para a prevenção e controle da hipertensão são: 

  • alimentação balanceada 
  • controlar o peso para evitar o sobrepeso e a obesidade
  • evitar sal e alimentos processados e ultraprocessados
  • praticar atividade física regular
  • evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool
  •  evitar alimentos gordurosos

 

Entenda a diferença entre ronco e apneia do sono

Médico alerta que ronco traz problemas sociais e apneia costuma ser muito mais grave

 



Segundo o Dr. Lucas Sampaio, o ronco em si é o barulho causado pela vibração dos tecidos da faringe e se define como o ar passando imprensado em algum local.

“Quando dormimos, relaxamos a musculatura e, se estivermos com a barriga para cima, a língua cai para trás, diminuindo o espaço para o ar passar e gerando o ronco”, explica Lucas.

Apesar de ser algo ‘normal’, o ronco muitas vezes pode prejudicar a qualidade de vida do paciente, chegando inclusive a ser um problema social tão grave que pode levar a separações em um relacionamento e problemas no dia a dia.

“Eu tenho um paciente que não anda de avião, pois seu ronco é muito alto, gerando, assim, um problema social grave. Este paciente não dorme na casa de ninguém e, até para dormir em hotéis, os hóspedes dos quartos ao lado reclamam. Então vejamos que se trata de uma limitação social gravíssima, chegando mesmo a atrapalhar relacionamentos”, elucida o médico.

Lucas explica que o vilão maior do ronco é o sobrepeso, o acúmulo de gordura cervical e também na base da língua, que estreita a passagem de ar na via aérea.

“Desse modo, o ar irá vibrar mais e, consequentemente, a pessoa irá roncar com mais intensidade. Então, o roncador que tenha ou não apneia deve cuidar para não ter sobrepeso. Outros fatores são a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas”, diz.

“Quando a pessoa bebe mais, ela relaxa e, consequentemente, a sua musculatura também. Então o ar vai passar mais turbilhonado, gerando mais ronco, e esse pensamento serve também para qualquer medicação que seda e relaxe”, esclarece.



Diferença entre ronco e apneia do sono

Segundo artigo publicado pela Revista Científica Lancet, cerca de 49,7% da população brasileira apresenta pelo menos uma apneia do sono leve, que é quando acontece uma parada na respiração.

“A pessoa está roncando e aí para de respirar, a saturação cai e acontece aquele conhecido ronco mais alto, quando se volta a respirar. Então, a apneia leva à perda da oxigenação no corpo, gerando, com o tempo, microlesões no sistema nervoso central. Essa parada de respiração pode chegar a minutos e sua classificação é feita de acordo com quantos eventos de apneia o paciente teve em uma noite”, explica.

Segundo Sampaio, nota-se, em trabalhos científicos, que os prejuízos são diferentes em cada indivíduo e acabam aumentando o risco de se desenvolver doenças cardiovasculares, entre outras comorbidades.

“Uma pessoa que ronca deve procurar um médico especializado, de preferência um otorrinolaringologista, para ver se tem alguma alteração estrutural no nariz ou garganta que esteja levando a este quadro de apneia, para assim decidir qual a melhor forma de tratamento, cirúrgico ou clínico”, alerta.

Lucas, que está se especializando em otorrinolaringologia, complementa que o exame de escolha para diagnóstico é a polissonografia respiratória e neurológica e que, em alguns casos, pode-se recorrer ao auxílio de um neurologista se na polissonografia houver alterações neurológicas.

“Para o tratamento, devemos iniciar com uma perda de peso e, depois, individualizar, pois existe mais de uma opção de tratamento, como o aparelho intraoral, o CPAP e as cirurgias”, finaliza o médico.

 

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