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quarta-feira, 29 de março de 2023

Endometriose: ignorar cólicas menstruais pode ter consequências graves para as mulheres

Médico especialista alerta para a normalização das dores e recomenda a procura por exames específicos para detectar a doença o quanto antes

 

A saúde vaginal de pessoas que menstruam ainda é considerada tabu, e esse estigma se estende até os consultórios médicos. Metade das mulheres cis relatam que a dor durante o período menstrual é o sintoma que mais as incomoda, segundo levantamento do Datafolha. Além disso, 55% delas afirmam que preferiam não menstruar. 

Essas dores chegam a ser tão intensas ao ponto de interromper suas rotinas. Apesar dos dados e das queixas das pacientes, muitos ginecologistas continuam não considerando os desconfortos como algo passível de investigação médica, prescrevendo apenas o uso de anticoncepcionais e analgésicos para controlar a dor. 

As cólicas menstruais são um dos principais indícios da endometriose. Para o médico especialista Patrick Bellelis, “é comum que sintomas como as cólicas sejam normalizados nesse período, mas não devem ser. Há mulheres com dores severas durante a menstruação e isso pode ter diferentes significados”. Sem o tratamento adequado, a doença pode atingir formas graves, como a endometriose profunda. 

A relativização das queixas de pessoas com útero retarda o diagnóstico. É comum a descoberta tardia da doença, que geralmente é feita somente após tentativas frustradas de engravidar, quando são solicitados exames para detectar infertilidade. Estudos apontam que a endometriose pode levar até dez anos para ter um diagnóstico comprovado. 

“Precisamos dar visibilidade ao assunto, conscientizar profissionais de saúde e orientar cada vez mais mulheres a observarem seu corpo, porque o diagnóstico precoce é capaz de prevenir sequelas e permitir um tratamento que pode garantir o controle da doença e a qualidade de vida”, conclui Bellelis. 

 

PATRICK BELLELIS -- GINECOLOGISTA. Tem ampla experiência na área de Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva, atuando principalmente nos seguintes temas: endometriose, mioma, patologias intra uterinas e infertilidade. É graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC. Possui título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Laparoscopia e Histeroscopia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia -- FEBRASGO. Doutorado em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Especialização em Endoscopia Ginecológica e Endometriose pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Faz parte da diretoria da SBE (Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva) desde a sua fundação. Médico Assistente do Setor de Endometriose do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo desde 2010. Professor do Curso de Especialização em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva -- Pós- Graduação Latu Senso, do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês desde 2011. Professor do Instituto de Treinamento em Técnicas Minimamente Invasivas e Cirurgia Robótica -- IRCAD -- do Hospital de Câncer de Barretos, desde 2012.


Pedras nos Rins: nefrologista esclarece 5 mitos

Segundo o Ministério da Saúde, durante a vida, aproximadamente 12% dos homens e 6% das mulheres terão cálculo renal. Trata-se da formação de cristais nos rins, que se manifestam através de pequenas pedrinhas no aparelho urinário (rins, ureteres, bexiga e uretra).

 

Cálculos renais, popularmente conhecidos como pedras nos rins, são extremamente comuns e podem afetar até 1 em cada 10 adultos. Esses cálculos podem ser pequenos e passar despercebidos ou grandes o suficiente para causar dor e desconforto intensos, a chamada crise renal. 

Justamente por serem tão frequentes e afetarem quase 10% da população, existem muitos mitos sobre este assunto, e é importante estar bem-informado para evitar equívocos e saber como prevenir ou tratar esta condição. 

Dra. Tamara Cunha, Médica Nefrologista pela UNIFESP e especialista em prevenção de cálculos renais esclarece os mitos mais comuns:

 

MITO 1-Pedras nos rins são causadas pelo consumo excessivo de cálcio. 

Embora a maior parte dos cálculos renais sejam formações cálcicas (um composto chamado oxalato de cálcio), é um mito que o consumo de cálcio aumenta o risco de formação. “Na verdade, hoje sabemos que o cálcio proveniente da alimentação é um potencial aliado no tratamento dos cálculos de oxalato de cálcio e que estratégias de restrição da ingestão de cálcio podem piorar tanto as formações quanto a saúde dos nossos ossos.” Explica a médica.

 

MITO 2-Beber muita água pode desfazer as pedras nos rins. 

A hidratação é um dos pilares básicos no processo de prevenção de cálculos renais. No entanto, beber água em excesso não é benéfico para desfazer ou diluir cálculo renal. É importante beber quantidades suficientes de líquidos para manter a urina diluída e esta quantidade é melhor ajustada de acordo com o peso de cada um. Uma regra simples que ajuda adultos é calcular a ingestão de líquidos necessária por dia multiplicando 30mL para cada kg de peso. Por esta regra, um indivíduo adulto, sem outros problemas de saúde que indiquem limitar a quantidade de líquidos, devem ingerir 2100mL de líquidos ao longo do dia (30x70=2100mL).

 

MITO 3-Apenas pessoas com histórico familiar de pedras nos rins precisam se preocupar. 

Embora uma predisposição genética possa aumentar o risco de formação de cálculos renais, qualquer pessoa pode desenvolver pedras nos rins. Hoje, sabe-se que a maior parte das pessoas que desenvolve cálculos renais apresenta tanto fatores genéticos quanto ambientais -- sendo os principais o sedentarismo e uma dieta desequilibrada.

 

Mito 4- Pedras nos rins só causam dor nas costas. 

Embora a dor nas costas seja um sintoma comum de pedras nos rins, outras manifestações incluem dor ao urinar, micção frequente ou urgente, náusea e vômito, dor abdominal, sangue na urina e febre. Dependendo do tamanho e localização do cálculo, os sintomas podem variar.

 

Mito 5 -É seguro tomar chá de quebra pedra durante a crise renal. 

Embora muitas pedras nos rins possam ser eliminadas naturalmente através da urina, algumas pedras podem ser grandes demais ou obstruir o trato urinário, sendo urgente a avaliação em ambiente hospitalar. Em alguns casos, pode ser necessário tratamento médico para eliminar os cálculos renais, seja através de medicamentos ou procedimentos urológicos. Dra. Tamara Cunha explica que o consumo de chá de quebra pedra durante a crise não será capaz de dissolver o cálculo impactado e pode fazer com que o indivíduo atrase sua procura por assistência médica na expectativa de que o chá resolverá o problema. 

A médica ainda reforça que é importante estar informado sobre os fatores de risco, sintomas e opções de tratamento para prevenir ou tratar o cálculo renal de maneira adequada. 

Além disso, é importante que todos saibam que cálculos renais são diferentes entre si e, portanto, os fatores que estão levando a formação de cálculos de uma pessoa podem ser completamente diferentes de outra. “Existem formas eficientes de prevenir este problema, mas somente uma avaliação individualizada pode ser capaz de estabelecer o tratamento específico e mais eficaz em cada situação.” Finaliza a Nefrologista.

 

Dra. Tamara Cunha Médica Nefrologista - CRM 5288468-5 @eracalculorenal.Diploma Universitário pela Universidade Sorbonne, Paris em Litíase Renal e Análise Cristalográfica de Cálculos Renais. Doutorado (PhD) pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) em Prevenção de Cálculos Renais. Mestrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em Tubulopatias Renais. Graduação em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Residência Médica em Clínica Médica e Nefrologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Certificado Europeu de Qualificação em Análise Mineralógica/ Cristalográfica de Cálculos Renais.


Cerca de 25% dos pacientes com Epilepsia no Brasil têm diagnóstico grave

Sociedade Brasileira de Neurocirurgia levanta o alerta sobre a necessidade de identificação da doença

 

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a epilepsia afeta cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo. Dentro deste número, 25% dos pacientes com epilepsia no Brasil têm um diagnóstico grave da doença, o que pode afetar significativamente sua qualidade de vida.

Segundo a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, é necessário que a doença tenha destaque e que haja a conscientização sobre a sua gravidade.

"A identificação precoce dos pacientes com epilepsia grave é fundamental para melhorar seu prognóstico e qualidade de vida. É importante que os médicos estejam atentos aos sinais de epilepsia grave e encaminhem esses pacientes para um tratamento especializado", alerta a neurocirurgiã e diretora de comunicação da SBN, Vanessa Milanese.

A epilepsia é uma condição neurológica caracterizada por convulsões recorrentes. Embora a maioria dos pacientes com epilepsia possa controlar suas convulsões com medicamentos, cerca de um terço dos casos não respondem bem à terapia medicamentosa e são considerados graves. A causa pode ocorrer por várias condições, incluindo lesões cerebrais, infecções, doenças genéticas e existem também causas idiopáticas (desconhecidas) que afetam 6 a cada 10 casos. Seus sintomas podem variar de paciente para paciente. As convulsões são o sintoma mais comum, mas os pacientes também podem experimentar outros sintomas, como perda de consciência, espasmos musculares, sensação de formigamento, tontura, náusea e vômito.

"É recomendado consultar um profissional de saúde qualificado imediatamente caso haja suspeita de epilepsia. O diagnóstico pode ser realizado por meio de exame de sangue, urina, exames de eletroencefalografia, que permitem ver as ondas cerebrais e exames de imagem, como tomografia e ressonância magnética.", orienta.

Embora a maioria dos casos possa ser controlado com medicamentos, é importante identificar e tratar a epilepsia grave o mais cedo possível.

"Além disso, campanhas de conscientização sobre a doença podem ajudar a reduzir o estigma associado à condição e melhorar a qualidade de vida dos pacientes", finaliza Vanessa Milanese

 

Sociedade Brasileira de Neurocirurgia – SBN
portalsbn.org /
sbn.neurocirurgia


QUAIS SÃO OS SINAIS QUE PODEM INDICAR O DESENVOLVIMENTO DO LIPEDEMA?

Crédito foto: Instituto Lipedema Brasil e ONG Movimento Lipedema
O médico e diretor do Instituto Lipedema Brasil, dr. Fábio Kamamoto, um dos pioneiros no tratamento da doença no país, revela que o peso nas pernas, hematomas súbitos, e, principalmente, os nódulos de gordura nas pernas e joelhos devem ser investigados

 

 

O Lipedema - uma doença crônica e progressiva, que atinge cerca de 10% de mulheres no mundo inteiro, causada pelo acúmulo de gordura nos braços, quadris e, principalmente, nas pernas - possui quatro estágios e ganhou até CID no ano passado. É comumente confundida com obesidade, mas há alguns sinais que podem ajudar as mulheres a identificarem a condição. A doença não tem cura, mas tem tratamento.

 

O dr. Fábio Kamamoto, um dos pioneiros e um dos poucos especialistas no tratamento cirúrgico do Lipedema no país, listou os 10 principais sinais, que merecem atenção da população feminina: 

1

Corpo é desproporcional.

As pernas e os quadris são muito diferentes do tronco.

 

2

As pernas não têm forma.

O acúmulo de gordura faz as pernas parecerem um “tronco”.

 

3

Sensação de peso nas pernas.

Tente imaginar cada perna com um peso de 3Kg. É um peso assim que elas sentem.

 

4

Parece que há um "garrote" entre o tornozelo e o pé.

 

5

Mãos, pés e barriga não são afetados.

O Lipedema age nos braços, quadris e pernas, e não "some" com dieta.

 

6

Hematomas nestas regiões.

Eles aparecem espontaneamente.

 

7

Dor nas articulações.

 

8

Pele é fina e com aspecto de "casca de laranja"

Estas cascas são nódulos de gordura.

 

9

Hipersensibilidade nas áreas afetadas

A mulher sente muita dor ao pressionar ou massagear estas partes do corpo.

 

10

Simetria das pernas

O acúmulo de gordura é proporcional.

  


Instituto Lipedema Brasil
www.institutolipedemabrasil.com.br


DR. FÁBIO KAMAMOTO – Diretor do Instituto Lipedema Brasil e idealizador da ONG Movimento Lipedema (https://movimentolipedema.org). Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, especialista em Cirurgia Plástica pelo Hospital das Clínicas da FMUSP, com mestrado e doutorado pela USP e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. É um dos poucos especialistas no tratamento cirúrgico do Lipedema no Brasil.

 

CÂNCER DE PÂNCREAS AVANÇA NO PAÍS E ESTÁ ENTRE OS 10 MAIS INCIDENTES EM MULHERES DO SUL, SUDESTE E CENTRO-OESTE

  Embora seja mais prevalente em homens, a doença está crescendo na população feminina, afirma a médica Mariana Bruno Siqueira, da Oncologia D’Or.

 

Pela primeira vez, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) inseriu o câncer de pâncreas entre os 21 tipos da doença mais prevalentes no País1. Em 2023, deverão ser diagnosticados 10.980 casos deste tumor agressivo, responsável por 5% das mortes por todos os tipos de câncer no Brasil2. Só entre 2011 e 2020, a taxa de letalidade de câncer de pâncreas subiu 53,9%, passando de 7.7263 para 11.8932. Embora seja mais prevalente em homens, ele vem crescendo entre as mulheres, passando a figurar entre os 10 tipos de câncer mais comuns da população feminina das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. 

O fenômeno não ocorre apenas no Brasil. Um estudo estatístico4 publicado na revista da Associação Médica Americana projetou a incidência e a mortalidade por câncer nos Estados Unidos entre 2020 e 2040. A previsão é que, em 17 anos, o câncer pâncreas será o segundo mais letal, ficando atrás apenas do câncer de pulmão. Entre as mulheres, o número de casos subirá 66% passando de 27 mil, em 2020, para 45 mil, em 2040. Neste mesmo período, o aumento da incidência entre os homens será de 65,5%, passando de 29 mil para 48 mil casos. 

De origem multifatorial, o câncer de pâncreas está associado ao histórico familiar e fatores externos como obesidade, tabagismo, diabete e alcoolismo “O número de casos na população feminina está aumentando, porque as mulheres estão cada vez mais tendo um comportamento de risco para este tipo de câncer”, adverte a médica Mariana Bruno Siqueira, especializada em oncologia gástrica, da Oncologia D’Or.
 

A doença

Dos casos diagnosticados de câncer de pâncreas, 90% são do tipo adenocarcinoma5, que se origina no tecido glandular. A doença é mais comum a partir dos 60 anos. Segundo a União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), a incidência aumenta com o avanço da idade. Na faixa dos 40 anos a 50 anos, são registrados 10 casos a cada grupo de 100 mil habitantes. Entre os 80 anos e 85 anos, essa proporção sobre para 116 casos cada grupo de 100 mil pessoas. 

Os principais sintomas são icterícia, fadiga, falta de apetite, perda de peso e dores no abdômen e nas costas. Quando eles se manifestam, a doença está em estágio avançado. O diagnóstico tardio e o comportamento agressivo fazem do câncer de pâncreas uma enfermidade altamente letal. 

Para prevenir a doença, o melhor é levar um estilo de vida saudável, conforme aponta o oncologista Alexandre Palladino, da Oncologia Dor e chefe da Oncologia do Hospital do Câncer 1 do INCA. “Praticar atividade física, manter o peso apropriado e evitar o alcoolismo e o tabagismo são medidas que têm efeito protetor em relação a doença”, assevera o especialista. Não há exame capaz de detectar o câncer de pâncreas de maneira precoce.

 

Aumento de casos em mulheres é um fenômeno mundial

Tratamento 

A oncologista Maria de Lourdes Lopes de Oliveira, coordenadora do Grupo de Tumores Gastrointestinais Oncologia D ´Or do Rio de Janeiro, afirma que o tratamento do câncer de pâncreas ainda é bastante desafiador por ficar restrito, na maioria das vezes, ao tratamento sistêmico com quimioterapia convencional. Para outros tipos de tumor, é possível tratar com terapia alvo molecular e imunoterapia. 

“No entanto, descobertas recentes da associação da doença à síndrome do câncer hereditário, provocada principalmente pela alteração do gene BRCA 1 e 2, e o uso de terapias para controle local de doença, como eletroporação irreversível (nanoknife), abrem alguma expectativa de novos caminhos na terapia do câncer de pâncreas”, declara a médica. Nas famílias com esta mutação, recomenda-se o rastreio para câncer de pâncreas. Pessoas que tiveram membros da família com este tipo de câncer devem consultar o médico regularmente. 

Para a médica Ana Carolina Nobre, oncologista do Grupo de Tumores Gastrointestinais Oncologia D´Or do Rio de Janeiro, apenas o diagnóstico precoce do tumor melhorará o prognóstico da doença. “Apesar do contínuo trabalho no desenvolvimento de terapias mais eficazes para o câncer de pâncreas, avançar na detecção precoce é o que trará mais impacto no combate à doença”, ressalta. 

A especialista destaca o estudo observacional PRECEDE (do inglês Pancreatic Cancer Early Detection) Consortium, lançado em 2020 para aumentar a taxa de sobrevida em 50% nos próximos dez. A pesquisa reúne pessoas com risco aumentado para o câncer de pâncreas por causa de fatores hereditários ou a presença de cistos pancreáticos. A expectativa é chegar aos dez mil participantes. A cada seis meses ou um ano os participantes são submetidos a biópsias e exames de imagens, a fim de identificar qualquer anomalia o mais rapidamente possível.


Referências
Instituto Nacional do Câncer (INCA). Disponível em Link
INCA. Disponível em Link
Anderson Amaral da Fonseca; Marco Antônio Vasconcelos Rêgo. Tendência da Mortalidade por Câncer de Pâncreas em Salvador - Brasil, 1980 a 2012.Revista Brasileira de Cancerologia 2016; 62(1): 9-16. Disponível em Link
Lola Rahib e al. Estimated Projection of US Cancer Incidence and Death to 2040. JAMA Network Open. 2021;4(4):e214708. doi:10.1001/jamanetworkopen.2021.4708. Disponível em Link
INCA.

Ataque em escola de São Paulo: onde pode ter nascido comportamento homicida do adolescente?

Reprodução

O Brasil se chocou com a notícia de que um estudante foi apreendido pela Polícia Militar (PM) após atacar quatro professores e dois alunos em uma escola na zona sul da cidade de São Paulo. O ataque aconteceu na manhã desta segunda-feira, 27, na Escola Estadual Thomazia Montoro e deixou uma professora de 71 anos morta. As informações preliminares apontaram que o aluno tem 13 anos e frequentava a unidade de ensino desde o dia 15 de março.

Depois do ocorrido, muito vem se falando a respeito do comportamento desse adolescente. Quem também opinou foi a neuropsicóloga Roselene Espírito Santo Wagner.

Tudo o que acontece na infância, não fica lá. Segue conosco em todas as outras fases da vida. Pois um adulto é somente uma criança que cresceu. A adolescência é uma ponte, uma passagem de uma etapa para outra. É considerado que nesta etapa cheia de emoções e transformações físicas, haja muitos conflitos, sobretudo entre o que se é e o que se quer ser.

Segundo ela, chamamos isso de “A síndrome da adolescência normal”. Porém, conforme ela, há que se cuidar dos excessos. "Todo ser humano necessita viver em sociedade, portanto estar sob regras e normas sociais. Já é um caso de saúde pública, a falta de responsabilidade e comprometimento com a educação, informação e formação de qualidade e principalmente a intenção de construir, através de comportamentos saudáveis, maturidade emocional", disse.

Roselene explica que uma criança precisa de limites e dar limites é dar amor. "Um rio só é rio porque suas águas estão contidas por margens limítrofes. A criança necessita de frustrações para desenvolver resiliência e persistência na conquista desejada. Felicidade é apenas o intervalo de tempo entre um problema e outro", completou.

"O adolescente necessita dessa contenção, para que suporte a lei social, as condutas arbitradas precisam ser seguidas. No caso desse adolescente específico, pouco ainda se sabe. Mas é provável que sua conduta tenha um lastro de mal comportamento, desrespeito, desobediência às regras sociais. Não foi por acaso e muito menos de repente que esse comportamento agressivo, violento, que o fez se transformar num homicida em potencial foi deflagrado. Basta uma investigação minuciosa, para constatar que havia indícios que levantavam suspeitas sobre um 'ataque de fúria'. Somos todos partícipes desse cenário catastrófico enquanto como sociedade não nos comprometermos em educar de forma criteriosa e responsável", emendou.

"Leninha", como é mais conhecida, cita que não podemos mais ser omissos e preguiçosos com a formação de personalidade e caráter, através de conduta que se desviam dos hábitos saudáveis, da conduta, causa deformação de caráter e prejuízo a vida do transgressor e de quem com ele convive.

"É necessário, portanto, que família, pais, professores/educação, sociedade e saúde pública, tenham a consciência de formar cidadãos de bem. Nesse aspecto, a  autoridade sem autoritarismo, à condução por parte de um adulto maduro e responsável para gerar novos adultos com a mesma característica, se faz necessário. Assumir essa responsabilidade, requer restringir o tempo de uso de telas, de redes sociais, que são altamente distratores da informação e educação de qualidade e geradores de estímulos estressores e ansiosos que geram comparação e desvalorização da vida, ética e comportamento saudável", comentou.

Leninha explica que dedicar tempo de qualidade, palavras de afirmação, reforço positivo, diálogo de comunicação saudável, exige tempo e esse é o recurso mais caro que as pessoas passaram a gastar de forma irresponsável.
 

 "Sugiro uma reorganização social, onde todos os atores sintam-se e sejam de fato responsáveis pelas vida que são geradas nessa nova era. Estamos no limiar de uma evolução das máquinas. Não podemos voltar atrás, mas podemos trazer um novo uso para o que já construímos. O uso adequado e saudável dos meios de comunicação e da virtualidade da vida nas redes sociais. Esse adolescente que cometeu esses crimes, no ataque à Escola, pode ser o mensageiro. Queremos continuar ou quebrar esse paradigma doentio, onde vidas são desperdiçadas pela falta do olhar de amor e cuidado que toda criança merece? Toda criança merece ser cuidada para se transformar num adulto de alto valor. Crianças negligenciadas em suas demandas emocionais, físicas e mentais, viram adolescentes adultos adoecidos, convivendo em sociedade e apresentando riscos", finalizou. 

 

Dra Roselene Espírito Santo Wagner - Também conhecida como Dra. Leninha, é Ph.D em Neurociências, Dra em Psicologia, Mestre em Psicanálise e Neuropsicóloga especialista no tratamento de diversos transtornos, além de ser habilitada para aplicação de testes psicométricos reconhecidos mundialmente. Dra. Leninha tem participação em diversos programas de rádio e televisão, assim como periódicos e revistas nacionais e internacionais.


De Sol a tela de celular: especialista lista causas e riscos do melasma no rosto; saiba como prevenir e tratar

 

O melasma é um uma alteração na pele em que surgem manchas com formatos irregulares em tonalidade acastanhada ou escura. A hiperpigmentação é desencadeada, principalmente, pela exposição solar e à luz visível, como a do celular, que afeta a autoestima e qualidade de vida das pacientes que procuram dermatologistas.  

Geralmente, as manchas surgem na pele do rosto, pescoço e colo, podendo aparecer também nos braços.  

"Mesmo sendo sempre atrelada à luz do sol, o melasma pode aparecer também pela exposição constante a outras fontes luminosas, como telas de celular, computadores e a iluminação interna de ambientes com luz artificial. Outros fatores que aumentam a chance do desenvolvimento de manchas são o uso de anticoncepcional, a gravidez, a predisposição genética e questões hormonais sem tratamento", afirma a dermatologista e especialista em estética avançada Kaline Ferraz. 

Além do autoconhecimento corporal, o acompanhamento médico especializado é essencial nesses casos para garantir a eficácia do tratamento. 

"Para tratar precisamos saber qual a camada da pele está sendo atingida pelo melasma da paciente. Ele pode estar na epiderme, na derme ou nas duas, por exemplo. Depois, estudamos um tratamento para aquele tipo de pele. No momento, o tratamento a laser com o Fotona Starwalker está oferecendo os melhores resultados. Porque ele quebra o pigmento em partículas menores e torna a eliminação mais fácil e com menos efeitos colaterais", explica a dermatologista. 

No entanto, alguns cuidados podem evitar ou retardar o surgimento do melasma. A especialista listou as precauções necessárias para isso. 

"Para a prevenção é muito importante o uso de protetor solar com cor, pois eles possuem óxido de ferro que protege contra a luz visível também e não apenas a solar. Outros filtros que podem e devem ser usados são os bonés, óculos escuros, guarda-sóis, roupas e outros acessórios", finaliza Kaline Ferraz.


A insegurança jurídica nas relações de trabalho e a LGPD

Demissões por justa causa devem levar à reflexão sobre a efetiva e correta assimilação dos conceitos de privacidade


 

A Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD, criada em 2018 e passando a vigorar em setembro de 2020, após um período de transição de 2 anos, é uma legislação brasileira que estabelece regras e diretrizes para o tratamento de dados pessoais por empresas públicas e privadas. Foi criada, ainda, para promover a transparência e a privacidade no uso desses dados pelas empresas.

 

Em recente decisão da 81ª Vara do Trabalho de São Paulo, a juíza considerou improcedente um pedido de rescisão indireta de um trabalhador e ainda o responsabilizou pela falta praticada, sendo punido com a dispensa por justa causa, uma vez que infringiu a LGPD, utilizando dados sensíveis de forma ilícita.

 

Razoável destacar que a LGPD estabelece regras e diretrizes para o tratamento de dados pessoais, incluindo informações de funcionários de uma empresa. Portanto, é importante que todos os colaboradores estejam cientes das suas obrigações legais e trabalhem para garantir que o tratamento dos dados pessoais esteja em conformidade com a lei.

 

Julia Bogdan, advogada do Ricardo Trotta Advogados Associados, informa que para evitar situações do tipo, “em especial quando há o tratamento de dados sensíveis, é essencial que a empresa forneça aos funcionários cursos ou palestras explicando a importância e seriedade dos documentos que estão sendo trabalhados, bem como quais são as consequências legais que o descumprimento da LGPD pode gerar tanto para a empresa, pessoa jurídica, quanto para o próprio funcionário, pessoa física”.

 

No entanto, ao falarmos de uma lei recém-criada, é importante que se esclareça que realmente há certa insegurança jurídica em relação a demissões que possam violar a LGPD, já que a aplicação da lei ainda é recente e muitas situações ainda não foram testadas na prática.

 

É o que explica a especialista ao comentar que a empresa precisa elaborar políticas internas que sejam realmente efetivas para o cumprimento de todas as determinações previstas na LGPD. “Fazer uso de compliance e do código de ética, instrumentos extremamente importantes para evitar a violação à proteção dos dados sensíveis, relacionados à saúde dos titulares dos dados, são ações imprescindíveis. Contudo, caso um funcionário viole a LGPD isso pode ser motivo para a sua demissão. A empresa pode adotar medidas disciplinares, que podem incluir advertências, suspensões e até a demissão por justa causa. Porém, é importante que a empresa siga um processo justo e imparcial, assegurando que as normas e procedimentos estabelecidos sejam cumpridos”, considera.

 

Vale ressaltar que a empresa deve estar ciente de que, mesmo em casos de demissão por justa causa, o funcionário ainda tem o direito de contestar a decisão perante a Justiça do Trabalho, o que pode levar a processos trabalhistas e outras consequências para a empresa.

 

“Por isso é fundamental que as empresas estejam atentas às suas obrigações legais e trabalhem para garantir que todos os seus colaboradores estejam cientes das regras e diretrizes da LGPD, além de investir em treinamentos regulares sobre a proteção de dados pessoais. Em caso de dúvidas, é recomendável buscar orientação jurídica especializada para evitar riscos e consequências legais desfavoráveis”, finaliza. 


Protocolado pedido de CPI para investigar descumprimento dos direitos dos usuários do transporte aéreo

Deputada Leticia Aguiar será a presidente da comissão composta por nove deputados estaduais 

 

Foi protocolado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, nesta sexta-feira (24), o requerimento para a constituição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, composta por 9 (nove) Deputados, com a finalidade de investigar o recorrente descumprimento dos direitos dos usuários do transporte aéreo, no âmbito do Estado de São Paulo.

A deputada estadual Leticia Aguiar (Progressistas) será a presidente da CPI, que terá 120 dias para investigar as reclamações dos usuários e questionar as empresas aéreas sobre as providências que estão sendo tomadas para reduzir o índice de insatisfação do consumidor, bem como apurar o descumprimento dos direitos do consumidor que preveem até a indenização do usuário:

"É necessário apurar se as empresas cumprem o que diz o Código de Defesa do Consumidor, por exemplo nos atrasos ou cancelamentos de voo, o consumidor não pode ser prejudicado: em caso de atraso de uma hora, a companhia aérea deve oferecer suporte de comunicação, como internet. Com duas horas, também alimentação. No caso de demora superior a quatro horas, hospedagem, se houver necessidade de pernoite, e transporte. Caso o passageiro esteja na cidade onde mora, deve ter o deslocamento até a residência fornecido. Estas e outras questões serão apuradas pelos membros da CPI", declarou a parlamentar.

As reclamações sobre transporte aéreo no Brasil registradas até novembro de 2022 — 112.803 — já ultrapassaram o número de todo 2021 — 101.661 —, segundo dados da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon). Em relação somente ao período entre janeiro e novembro, houve um aumento de 27,35% em 2022. Nesses mesmos meses de 2021, foram 88.580. 

Em 2022, as principais causas de reclamações foram a dificuldade ou atraso na devolução de valores pagos e reembolso (27.648); cancelamentos de voos (9.991); demanda não resolvida pelas empresas (9.437); ofertas não cumpridas e publicidade enganosa (9.042); além de cobrança indevida ou abusiva para cancelar ou alterar contrato (5.802).

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), somente no 3º trimestre de 2022, foram registradas 22.304 reclamações em relação às empresas aéreas no Consumidor.gov.br, as quais transportaram 26.214.853 passageiros pagos no mercado brasileiro. Isso representa o registro de 85,1 reclamações a cada 100 mil passageiros. 

Para a deputada Leticia Aguiar há um flagrante desrespeito aos direitos dos usuários do transporte aéreo: "O usuário do serviço de transporte aéreo tem direito de obter as informações corretas sobre cancelamento ou alteração de vôos, receber atendimento adequado e ser transportado com total segurança. Infelizmente, nada disso tem acontecido. Essas pessoas são tratadas como verdadeiros objetos, em flagrante desrespeito aos princípios da dignidade da pessoa humana", concluiu Leticia Aguiar


Como usar a Inteligência Artificial para fins de atendimento virtual?

Opções de crédito: Divulgação/ Inove Solutions/ Adobe Stock

Muito se tem falado sobre as possíveis aplicações da Inteligência Artificial (IA) por meio de programas como o software ChatGPT-4 – e seus rivais, como Bard, que acaba de ser anunciado pelo Google, e que está em testes nos Estados Unidos e Reino Unido.  

 

Do ponto de vista empresarial no Brasil, um aspecto importante é entender como este tipo de tecnologia pode ser usada para fins de atendimento virtual. A ideia, aqui, é integrar aplicativos de negócios com IA, por meio deste tipo de software. 


 

O que é o ChatGPT-4? 

 

ChatGPT significa transformador pré-treinado gerador de conversas, ou seja, ele é um protótipo de um chatbot com inteligência artificial desenvolvido pela OpenAI, especializado em diálogo. Segundo a empresa, como a mais recente versão do programa, o ChatGPT-4 faz análise de imagens e tem menor probabilidade de produzir conteúdos preconceituosos ou tendenciosos. 

 

A integração ao software é paga. Ela pode incluir o uso da ferramenta como server desk. Neste caso, a IA oferta um suporte de primeiro nível para os usuários tirarem dúvidas. O objetivo é informar usuários finais, em uma espécie de atendimento ao consumidor.  

 

A integração ao programa pode ser implementada dentro de um portal e em aplicativos de celular. A nova ferramenta também pode dar os passos para determinados processos. Para isso, é necessário desenvolver a aplicação para este fim. 


 

Muitos passos além por meio da IA 

 

A área de Tecnologia da Informação (TI) também pode atender o usuário de determinada plataforma usando a IA em um modelo de autoatendimento. Neste segundo nível de suporte, de atendimento virtual, tanto o usuário como o chat vão aprendendo juntos. E isso é muito interessante. 

 

Já o terceiro nível de atendimento é por meio de um atendente humano. Em resumo, a integração do atendimento virtual às tecnologias de IA facilita todo o processo de atendimento virtual, devendo ser cada vez mais utilizada em todo o mundo.




Walter Ezequiel Troncoso - CEO da Inove Solutions
https://www.linkedin.com/in/waltertroncoso/
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Smart home: 5 dicas para automatizar a sua casa

Ideal para quem busca conforto, segurança e praticidade no dia a dia 

 

Com o avanço da tecnologia e lançamentos que prometem facilitar o nosso dia a dia, as smart homes estão se tornando cada vez mais comuns entre os brasileiros. Segundo dados da Aureside (Associação Brasileira de Automação Residencial e Predial), o Brasil tinha entre 1,4 milhão e 3,2 milhões de casas inteligentes em 2020. O imóvel se torna uma smart home quando o espaço pode ser controlado a distância pelo celular ou comandos de voz por meio de assistentes virtuais.  

Atualmente, assistentes  como Alexa, Google Assistente e Siri são compatíveis com diversos dispositivos que proporcionam mais conforto e comodidade para os moradores da casa, centralizando suas funções nos seus assistentes preferidos. Com dispositivos variados e cada vez mais acessíveis, o ato de automatizar apartamentos ou casas está se tornando comum entre os brasileiros.  

Pensando na facilidade que uma casa automatizada pode proporcionar , José Luiz Camarero Neto, sócio do grupo Bild e Vitta, traz 5 dicas para saber como começar a implementação na sua futura smart home. 

 

1 - Revise a instalação elétrica

Antes de implementar novas mudanças é importante se atentar ao básico começando pela instalação elétrica da casa. Como todos os dispositivos inteligentes precisam de energia, é preciso se assegurar de que não há instalações defeituosas ou sobrecarregadas para não acarretar em problemas futuros. 

 

2- Escolha um ecossistema

Com uma diversidade de assistentes virtuais, é preciso estar atento para que os acessórios de automação conversem entre si. Por isso, é importante escolher um assistente de voz que atenda a sua expectativa. Seja Alexa, Google Assistente, ou Siri, o seu ecossistema deve ser compatível com os seus equipamentos. 

 

3 -  Defina as categorias

Atualmente há diversos equipamentos que podem integrar a sua casa facilitando o seu dia a dia. Iluminação, temperatura, entretenimento (áudio e TV), fechaduras, sistema de segurança e eletrodomésticos estão na lista de dispositivos inteligentes, mas caso não haja condições financeiras de adquirir todos esses equipamentos de uma só vez, o ideal é escolher aqueles que serão essenciais para o seu projeto. 

 

4 - Pense na economia de energia

Tomadas inteligentes e smart lâmpadas são ótimos aliados para economizar energia. Ao controlar o acionamento desses itens é possível medir e reduzir o consumo de energia por meio dos apps que medem o consumo de cada item conectado à casa. 

 

5 - Invista em segurança 

Fechaduras inteligentes e câmeras wi-fi podem facilitar o acesso à casa, além de aumentar a segurança. Com as fechaduras inteligentes é possível escolher opções como abrir com códigos numéricos, cartões magnéticos, aplicativos de celular, chaves virtuais e até leitura biométrica. Além disso, todas podem se conectar com o seu assistente de voz e até saber se há visitantes esperando do lado de fora de casa. 

 

 Vitta Residencial Incorporadora e Construtora


Como a Medicina Baseada em Evidência e o suporte à decisão clínica contribuem para a avaliação econômica das instituições de saúde

Com a alta demanda nas instituições de saúde, sejam elas públicas ou privadas, é preciso estipular quais recursos devem ser priorizados para o bom funcionamento do setor. Neste contexto, soluções que oferecem suporte às decisões clínicas e que ajudam a ampliar a utilização da Medicina Baseada em Evidências (MBE) contribuem diretamente para aprimorar a avaliação econômica das instituições de saúde no país.

Quando nos referimos a custos e investimentos na medicina, um dos grandes pontos de atenção é a adoção de novas tecnologias. Para se ter uma ideia, o investimento global neste segmento atingiu a marca de US$ 57,2 bilhões em 2021, conforme aponta o relatório State Of Digital Health, realizado pela CB Insights, plataforma de inteligência de mercado. Desta forma, o setor teve um aumento de 79% em comparação ao ano anterior, quando os investimentos na área foram de US$ 32 bilhões.

Tendo em vista este cenário, é evidente que as ferramentas de suporte à decisão clínica aliadas com a Medicina Baseada em Evidências (MBE) transformam a rotina dos profissionais da saúde. Isto ocorre uma vez que, por meio destas soluções, o médico tem em mãos em tempo real informações confiáveis e altamente qualificadas, que ajudam na melhor tomada de decisão e garantem um atendimento de maior qualidade ao paciente.


Avaliação econômica e gestão de Medicina Baseada em Evidências

Através de dados científicos e apurados por grandes especialistas e pesquisadores do mercado, é possível proporcionar maior segurança ao paciente e diminuir a variabilidade indesejada do cuidado. A padronização nos procedimentos de tratamento ajuda a oferecer um diagnóstico mais preciso e a reduzir erros médicos, bem como garantir que as orientações passadas aos pacientes sejam pautadas em conhecimentos atualizados.

Este cenário contribui para o aumento da eficiência do sistema financeiro dos serviços de saúde, visto que também há a redução de eventos adversos, tempos de internação e eventuais desperdícios, fatores que fazem a diferença no plano financeiro de hospitais e demais instituições de saúde.

Diante disso, é cada vez mais notório a necessidade de fomentar a convergência entre a tomada de decisão médica baseada em evidências e as escolhas econômicas. Isto porque, em diversas áreas, as opções de tratamento estão evoluindo exponencialmente e o paciente pode reagir de diferentes formas ao longo do processo. Sendo assim, dependendo de qual for a performance do paciente perante o tratamento, pode ser preciso realizar uma análise dos recursos disponíveis.

Para que este contexto opere de modo efetivo, é preciso que haja uma integração precisa entre os sistemas internos do hospital. Assim, o caminho que o médico adotar dentro do consultório estará alinhado com o planejamento do setor administrativo. De um lado, no caso de hospitais privados, temos a fonte pagadora e o gestor que também é responsável por equilibrar custos. Do outro, está o médico, que tem total autonomia para a tomada de decisão, mas que precisa policiar-se quanto aos possíveis desperdícios durante o diagnóstico e o tratamento.


Como o uso de dados contribui para o suporte à decisão clínica

O avanço da tecnologia tem sido um facilitador para a coleta de dados. Já é de conhecimento geral na área médica que ferramentas de suporte à decisão clínica, através de um vasto ecossistema de saúde, reúnem informações capazes de otimizar diagnósticos e tratamentos, além de garantir maior segurança ao paciente.

Esta base de conhecimento não faz a diferença apenas nos hospitais, mas também nas universidades de medicina. Antes mesmo de formar-se, os estudantes têm acesso a conteúdos científicos fundamentais para a formação acadêmica e que farão diferença quando estiverem efetivamente atendendo pacientes.

Por meio dos dados disponíveis nestas soluções e da MBE, o aluno conta com uma bagagem maior e está mais bem preparado para os desafios da rotina médica. Por isso, é preciso que as universidades de medicina perpetuem ainda mais o uso destas plataformas confiáveis. 

Conclui-se, então, que o setor de saúde tem passado por mudanças significativas nos últimos anos e que, aos poucos, com o surgimento de novas soluções, a tecnologia vem se tornando um braço importante por toda jornada do cuidado ao paciente. Diante disso, para garantir maior efetividade nos processos clínicos, a avaliação econômica e o investimento em alternativas que contribuem para a tomada de decisão clínica devem ser constantes, para que, assim, médicos e gestores possam otimizar ainda mais seus processos e equilibrar custos, garantindo em paralelo a qualidade de vida e a segurança necessária aos pacientes. 

 

Fabio Miyagawa - Gerente de Marketing da Wolters Kluwer, Health para a América Latina.

 

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