A hepatite, que é tema de campanha no
Brasil durante o mês de julho, ganha mais atenção em casos ainda não
identificados em crianças
Neste mês, o Ministério
da Saúde destaca
a campanha de conscientização “Julho Amarelo”, criada em 2010 pela Organização
Mundial da Saúde (OMS).
A iniciativa tem como objetivo reforçar a vigilância, a prevenção e o controle
das hepatites virais, doenças que se manifestam de diferentes formas. Apesar de
nem sempre apresentar sintomas, elas podem causar cansaço, febre, mal-estar,
tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e
fezes claras.
Segundo Marcos Loreto, diretor médico da Omint Saúde, a hepatite é uma inflamação do fígado causada por vírus ou pelo uso de alguns medicamentos, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas.
“Existem alguns tipos de
hepatites e elas apresentam algumas diferenças. A hepatite A pode ser transmitida por
consumo de água e de alimentos contaminados; já a hepatite B é transmitida por meio do
contato com fluidos corporais, como o sêmen e a saliva. No entanto, a hepatite
B também pode ser facilmente transmitida por meio do uso de objetos
perfurocortantes não esterilizados, como alicates e lâminas de barbear que são
comumente utilizados em salões de beleza. Já a hepatite C tem um meio de transmissão
similar ao da hepatite B”, explica Loreto.
O diagnóstico e o tratamento
precoces podem evitar a evolução da doença para cirrose ou câncer de
fígado. Os testes rápidos para os tipos B e C estão disponíveis nos
serviços públicos de saúde para todas as pessoas. Se você tiver mais de 40
anos, é muito importante fazer o teste de hepatite C, pois pode ter sido
exposto a esse vírus na juventude.
Hepatite Misteriosa
Em meados de abril de 2022 a
Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta para os primeiros casos da
hepatite, dita como misteriosa. Segundo o último
boletim da entidade, divulgado no dia 22 de julho, foram contabilizados mais de
1.000 casos prováveis
em 35 países. No Brasil, o Ministério da Saúde
investiga 96 casos e 10 mortes suspeitas.
“O que se sabe até agora, é
que existem estudos conduzidos para entender a causa dessa doença em crianças.
Já se sabe que o adenovírus continua sendo o patógeno mais frequentemente
detectado entre os casos com dados disponíveis, seguido pelo vírus da COVID, o
SARS-CoV-2. Embora ainda desconhecida a causa dessa hepatite em crianças e
adolescentes, fica o alerta para seguir as medidas de prevenção indicadas pela
OMS, como o uso de máscara, o consumo de água potável, cuidado na preparação dos alimentos, higiene frequente das mãos, evitar
aglomerações e garantir uma boa ventilação quando estiver em locais fechados”,
enfatiza a infectologista.