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quarta-feira, 13 de julho de 2022

Como escolher a nova escola do meu filho? 5 dicas para fazer a escolha certa!

Letícia Nunes, psicóloga escolar do Colégio Master, comenta sobre os diferentes caminhos para a seleção de um novo colégio de maneira tranquila e certeira no meio do ano

 

 

Escolher a nova escola do seu filho não é uma tarefa fácil. Com o fim do primeiro semestre letivo, alguns pais estão apresentando aos seus filhos o ambiente escolar pela primeira vez, enquanto outros buscam novas metodologias e soluções que casem com suas expectativas. Nesse momento, muitos fatores devem ser considerados.

 

Cada aluno e responsável deve levar em conta suas necessidades e exigências com cautela e, para auxiliar nesse processo fundamental, Letícia Nunes, psicóloga escolar do Colégio Master, indica quais tópicos e prioridades devem ser analisados pela família e pelo próprio estudante durante esse movimento.


 

Alinhar valores entre escola e família

 

Para a psicóloga, a primeira pergunta que deve ser feita ao considerar uma instituição de ensino é “qual tipo de educação eu quero oferecer para o meu filho?”. A família é a primeira esfera em que a criança é inserida, desse modo, é a responsável por formar crenças e valores, que devem se alinhar aos do colégio em que vai estudar.

 

Essa análise deve sempre considerar as vontades e necessidades do estudante. Avaliar se os objetivos e a visão de mundo dele se alinham aos da escola é fundamental para uma formação plena e agradável. Assim, informar-se sobre as disciplinas, seu corpo docente e suas metodologias, como também sobre atividades e projetos proporcionados pela escola, permite uma visão mais apurada da instituição.


 

Visitar a escola

 

Segundo Nunes, o espaço físico da instituição também precisa ser observado, pois o ambiente escolar deve ser agradável para aquele que passará grande parte de seu dia lá. Na visita à escola, é possível observar pontos como: quantos alunos ocupam a mesma sala, quantas turmas compõem um mesmo ano letivo e se existe a presença de ambientes diversos – como jardins e outros espaços ao ar livre que proporcionam contato com a natureza.

 

A psicóloga também recomenda a análise de como os funcionários recebem as famílias, devendo-se entender como é a relação aluno-funcionário e como a escola trata cada jovem, com uma abordagem mais pessoal ou não, por exemplo. Isso inclui uma análise da qualificação da equipe de professores, entendendo como ela atua, se apresenta uma educação continuada – com um corpo docente atualizado frente as novas práticas de ensino – e se há acompanhamento pedagógico para trabalhar as dificuldades dos novos ingressantes.


 

Entender o projeto pedagógico da instituição

 

Um projeto pedagógico bem desenvolvido é essencial para a aprendizagem. Carga horária, distribuição das aulas, material didático utilizado e diferentes propostas de ensino são fatores a se considerar, além de levar em conta quais atividades físicas são oferecidas pela instituição e se os programas são monitorados ou livres, por exemplo.

 

A presença de projetos socioemocionais, que desenvolvem competências e habilidades para além de aspectos cognitivos, é outro diferencial. “Atualmente, pais não se preocupam apenas com os conteúdos tradicionais, mas também se interessam em como a escola prepara seu filho para a vida”, comenta Letícia Nunes.


 

Considerar localização e mensalidade

 

Certos aspectos mais práticos também devem ser avaliados, como localização e valor da mensalidade. A distância da residência para a escola é essencial, sobretudo para as crianças. A psicóloga escolar do Colégio Master avalia que grandes deslocamentos podem cansar os pequenos antes mesmo da chegada à escola e, na volta, a demora para chegar em casa pode causar estresses desnecessários. Quanto à mensalidade, ela afirma ser necessário analisar quais instituições se encaixam no orçamento familiar.


 

Para os pequenos, avaliar as diferentes necessidades

 

As dicas anteriores se aplicam a todos os níveis escolares, da Educação Infantil ao Ensino Médio, mas os alunos mais novos apresentam necessidades específicas. “Poder ‘ser criança’ no espaço escolar é fundamental”, explica Letícia Nunes. “No Infantil, os pais devem priorizar escolas que prezam pelo brincar e pelo desenvolvimento lúdico, buscando instituições com quadra esportiva, parquinho e momentos de lazer programados, por exemplo”.

 

Um currículo diverso também é essencial, de forma que se explorem novas áreas de conhecimento, como artes, música, teatro, expressão corporal e contação de histórias, trabalhando-se os desenvolvimentos cognitivo, motor, emocional, criativo, entre muitos outros. O incentivo à leitura, mesmo antes da alfabetização completa, com o fornecimento de livros de imagens, coloridos e estimulantes, também deve ser levado em conta.

 

Por fim, a escola que estimula o protagonismo enriquece a formação da criança e do adolescente, uma vez que permite ao estudante o desenvolvimento da autonomia e da compreensão de si como parte de um todo.

 

 

Colégio Master

https://www.colmaster.com.br/


Namoro ou união estável?



Quem se recorda do famoso questionamento “é namoro ou amizade”? Já faz algum tempo que essa pergunta pode ser feita de outra forma: “é namoro ou união estável?”. Porém, como saber se o relacionamento deixou de ser considerado namoro e passou a ser união estável? Quais são as consequências jurídicas dessa relação

 

Pois bem, no Brasil, a união estável é regulada pelo Código Civil de 2002, que em seu artigo 1.723, traz o conceito de união estável e indica os elementos necessários para sua caracterização, quais sejam: “convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família”. Todos os elementos devem estar presentes para a caracterização da união estável de fato. 

 

Apesar de não haver previsão legal de prazo mínimo para configuração da união estável, a lei exige que a convivência seja duradoura, em período suficiente para demonstrar a intenção de constituir família, permitindo sentimentos de alegria e tristeza, assistência financeira e emocional, projetos de vida, portanto, é necessário um tempo razoável de relacionamento para tanto. 

 

Se perante a sociedade o casal passar a conviver de forma contínua, duradoura e com o objetivo de constituir família, a união estável está configurada, podendo ser formalizada através de escritura pública de união estável lavrada pelo tabelião de notas mediante a concordância de ambos ou reconhecida judicialmente. A escritura de união estável pode ser lavrada no início do relacionamento ou no seu decorrer. 

 

A união estável é facilmente comprovada através de documentos, tais como, comprovante de endereço comum (não só contas de consumo e bancária), convites de festas e eventos dirigidos ao casal, fotos, redes sociais, oitiva de testemunhas e depoimento das partes, que poderão atestar inclusive a assistência mútua financeira ou emocional dos envolvidos. 

 

Outro ponto a ser esclarecido é que constituir família não significa necessariamente ter ou querer ter filhos, animais de estimação ou um lar em comum. Há inúmeros exemplos de casais maduros que vivem em casas separadas por uma questão de preservação da individualidade, mas que são vistos pela sociedade como companheiros ou como se casados fossem. 

 

Juridicamente, a união estável tem efeitos muito semelhantes ao do casamento civil, embora sejam institutos distintos sob o aspecto de sua constituição. Na união estável os conviventes preservam o estado civil, ou seja, continuam sendo solteiros, viúvos ou divorciados e o reconhecimento é feito como dito acima, através de uma escritura pública ou decisão judicial. Por outro lado, na celebração do casamento há um rito próprio a ser observado e é celebrado no cartório de registro civil. 

 

Lembramos ainda, que o regime de bens previsto na união estável é o regime da comunhão parcial de bens, assim como no casamento. Isso significa que se as partes não estipularem um regime diferente (comunhão universal de bens ou separação total de bens, por exemplo) através de uma escritura de união estável feita no cartório de notas, os bens adquiridos de forma onerosa na constância da união serão considerados do casal e partilhados em igualdade. 

 

Além disso, com o falecimento de um dos companheiros, a união estável terá efeitos sucessórios e previdenciários. Dependendo do regime adotado pelo casal, a parte será considerada herdeira, concorrendo com os demais herdeiros, filhos e pais, se houver.   Caso o falecido seja segurado de algum plano de previdência, o companheiro (a) terá direito ainda ao benefício de pensão por morte. 

 

Ao contrário da união estável, no namoro não existe obrigação de mútua assistência, os envolvidos não assumem responsabilidades decorrentes da união, não há intenção de constituir família propriamente dita, em alguns relacionamentos de namoro duradouros há mera expectativa de uma convivência familiar futura, inexiste o dever de fidelidade conjugal e a relação não produz efeito jurídico algum. 

 

Por essas razões é sempre bom olhar para o relacionamento e questionar: é namoro ou união estável

 

 

Elisângela Lima dos Santos Borges - especialista em Direito de Família e Sucessões e sócia no Gaudêncio Advogados, escritório multidisciplinar com unidades em São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), João Pessoa (PB) e Nova Iorque (EUA) 

www.gaudencioadvogados.com


A importância do gerenciamento de serviços de TI para o setor educacional

Atualmente, a tecnologia se faz presente em todos os setores de mercado, e seu uso vem crescendo cada vez mais nos ambientes de trabalho e com usuários individuais, especialmente depois da pandemia. Nas instituições de ensino, a adoção da transformação digital vem aumentando e possibilitando que novas maneiras de educação ou formas mais eficazes sejam empregadas, a fim de expandir o conhecimento e seu alcance. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (CETIC), 82% das escolas brasileiras possuem acesso à internet e 66% das escolas urbanas utilizam plataformas para suas atividades de ensino e aprendizagem. 

Com tamanha demanda por novas tecnologias e ferramentas digitais, a adaptação a mudanças exige que as instituições aprimorem sua capacidade de flexibilidade, agilidade e proatividade. Para isso, o Gerenciamento de Serviços de TI (ITSM) surge com o intuito de que a instituição esteja sempre preparada para resolver as principais questões relacionadas a área de TI. Desta forma, o conceito de ITSM consiste na união de ferramentas, processos, softwares e hardwares para o gerenciamento de todo o ciclo de vida dos serviços de TI de determinada organização, visando uma melhor experiência dos usuários destes serviços.

 

O gerenciamento de serviços de TI na educação 

Em uma instituição de ensino, o aluno é considerado mais do que um mero usuário da tecnologia, mas sim um cliente, que é impactado por ela direta e indiretamente, seja nos computadores ou ferramentas utilizadas para a aprendizagem, como também nos sistemas de administração de notas, entrega de atividades, pagamentos e outras informações. Portanto, o ITSM no setor educacional se faz necessário pelo volume de usuários atendidos, pela demanda de manutenção e atualização constante nos serviços de TI, e pela exigência de uma melhor comunicação tecnológica entre alunos, instrutores, coordenação escolar e pais. 

Sendo assim, o Gerenciamento de Serviços de TI nas instituições educacionais proporciona inúmeras vantagens, tais como o aumento da produtividade dos processos tecnológicos, operações conectadas, maior segurança e proteção aos dados pessoais dos estudantes, funcionários e corpo docente aptos para realizarem tarefas mais estratégicas, além de uma experiência otimizada aos alunos. Por outro lado, os pais também se tornam mais engajados, há a possibilidade do crescimento da base de alunos pela experiência positiva compartilhada, a garantia da disponibilidade de serviços full-time, como portais EAD, laboratórios virtuais e aulas on-demand, bem como uma visão 360º dos sistemas e de seu funcionamento além das fronteiras técnicas.

 

Os desafios do ITSM no sistema educacional 

Um ponto importante a ser considerado é o aumento exponencial do ensino remoto nos últimos anos, o qual gerou a necessidade para as instituições de educação entregarem, por meio de tecnologia, o ensino onde o aluno está. Com tal mudança, os sistemas tornaram-se mais distribuídos e os períodos de aprendizagem, em muitos casos, deixaram de ser conforme o horário de funcionamento das instituições. Desta forma, os serviços foram obrigados a acompanhar a nova rotina e serem suportados 24 horas por dia, 7 dias por semana, todos os dias do ano, além de se modernizarem e também se distribuírem. 

Um dos maiores desafios encontrados pelo ITSM com essas mudanças foi o suporte e monitoramento de sistemas legados e ao mesmo tempo, novos sistemas distribuídos em diferentes tipos de cloud. Para solucionar este desafio, novas ferramentas de gerenciamento e novos modelos de atendimento vêm sendo desenvolvidos. 

Além disso, com o ensino híbrido, houve um aumento drástico da dependência de sistemas, equipamentos e serviços de TI, fato que chama a atenção para os potenciais impactos no negócio e na experiência dos alunos quando associados aos ativos e sistemas de TI das instituições de ensino. A adaptação do setor de Educação, pós-pandemia, não passa apenas pelo corpo docente, mas também pelo time de TI e na maneira como a tecnologia será aplicada na gestão da experiência dos nativos digitais. 

Neste sentido, o trabalho do Gerenciamento de Serviços de TI é garantir a máxima otimização dos equipamentos e sistemas, reduzindo os tempos de paradas, especialmente as inesperadas, repensar os SLAs e oferecer sistemas de atendimento que permitam o acesso remoto e seguro. Desta maneira, a instituição ganha não apenas mais segurança, confiabilidade e agilidade, como também aumenta sua colaboração entre equipe e alunos, e obtém uma eficiência de custos.

 

Tecnologia também é educação 

As instituições de ensino precisam da capacidade de ver e medir todos os pontos de contato com seus alunos, desde uma função de recrutamento inicial, seu desenvolvimento educacional, até a formação acadêmica. Assim, a única maneira de abordar uma iniciativa tão grande é aumentar a agilidade em toda a instituição, da comunicação à colaboração e à implementação de recursos. Por este motivo, a transformação digital e todos os recursos tecnológicos por ela trazidos estão cada vez mais enraizados no dia a dia das instituições. E, com um gerenciamento de serviços de TI (ITSM) bem implementado, o setor educacional brasileiro se tornará cada vez mais competitivo. 

 

Rodrigo Brandão


Eduardo Valverde - Diretor Executivo para o portfólio IBM e Rodrigo Brandão é Diretor da unidade de Negócios ServiceNow, ambos na Digisystem, empresa 100% brasileira com 31 anos de experiência em serviços especializados em TI.

 

Sebrae e BNDES criam fundo garantidor com potencial de gerar R$ 15 bilhões em crédito aos pequenos negócios

Iniciativa marca parceria histórica, com investimento inicial de R$ 150 milhões de cada instituição

 

O Sebrae e o Banco Nacional Econômico e Social (BNDES) firmaram, nesta terça-feira (12), um acordo de cooperação técnica para a criação do fundo garantidor BNDES FGI Sebrae, voltado exclusivamente para operações de crédito dos pequenos negócios, com perspectiva de aportar R$ 1 bilhão, o que resultaria em até R$ 15 bilhões em crédito para os microempreendedores individuais (MEI), donos de microempresas e empresas de pequeno porte de todo país. Com aporte inicial de R$ 150 milhões de cada instituição, e a perspectiva de ampliar para R$ 500 milhões cada, o BNDES FGI SEBRAE poderá alavancar em um primeiro momento cerca de R$ 4,5 bilhões em créditos para os pequenos negócios.

A previsão é que o aporte de cada instituição aconteça até dezembro deste ano, com ampla gama de instituições financeiras parceiras. O Sebrae também oferecerá o suporte do Crédito Assistido que já atendeu mais de 70 mil empreendedores. Entre janeiro e maio de 2022, 37 mil empresas foram acompanhadas pela iniciativa, que oferece informações, diagnósticos, ferramentas digitais, conteúdos, capacitações e consultorias com o objetivo de reduzir os riscos de inadimplência e ampliar a sustentabilidade financeira dos negócios.

O presidente do Sebrae, Carlos Melles, lembra que o acordo marca os 50 anos da instituição e 70 anos do BNDES, destacando que o crédito é essencial para os pequenos negócios. “Esse evento tem uma marca histórica e disruptiva, é o nosso presente para as micro e pequenas empresas. Essa é uma parceria de ganha-ganha que vai mitigar o risco dos pequenos negócios ampliando consideravelmente as operações de crédito. O mais importante é que o Sebrae oferecerá o crédito assistido para todos empreendedores que obtiverem crédito a garantia do BNDES FGI SEBRAE.”, completou Melles.

Já o BNDES disponibilizará sua expertise de mais de 20 anos em gestão de fundos garantidores e sua plataforma de gestão, um sistema totalmente digital, escalável e com elevado grau de compliance, testado com sucesso na operacionalização de fundos garantidos que já viabilizaram mais de R$ 100 bilhões em crédito, por meio de mais de 40 agentes financeiros parceiros.

Durante a assinatura do acordo, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, destacou o novo posicionamento da instituição, comprometido com o desenvolvimento multidimensional do país. Segundo ele, o potencial desse fundo garantidor é transformador devido ao impacto socioeconômico. “O valor agregado desse crédito é muito mais importante para o Brasil do que outros empréstimos. O Real que vai para as MPE é multiplicado na alavancagem nacional ao aliviar o balanço dos pequenos negócios e seu efeito na ponta é o maior ativo do país”, frisou.

O ex-secretário especial do Ministério da Economia, Guilherme Afif, que também participou do encontro, ressaltou que o papel do Sebrae no crédito orientado e que o BNDES está a serviço dos campeões nacionais da renda e trabalho que são os donos dos pequenos negócios. “O que estamos fazendo agora é uma verdadeira democracia econômica, dando oportunidade a todos”, comentou.



Entenda

Os fundos garantidores têm potencial para reduzir o risco das operações de crédito das instituições financeiras pois atuam justamente em um dos fatores que mais dificulta o acesso a financiamentos para este setor: a falta de garantia na hora de tomar empréstimos.

Um olhar sobre a região metropolitana de SP

 

Embora o Estado de SP seja o mais rico do país, as cidades contam com grande quantidade de problemas. Na região metropolitana de SP não é diferente. Da Saúde ao Transporte, há pontos de melhoria e irritação por parte da população.

Moradora de Osasco, a jogadora da Seleção Brasileira de Vôlei, Tandara Caixeta, está atenta aos problemas dos municípios vizinhos que compõe, juntos, a maior região metropolitana do país. Segundo ela, as autoridades municipais, estaduais e federais deveriam se atentar mais aos detalhes, proporcionando bem-estar a seus milhões de moradores.

- “Nós sabemos que há muitos pontos de melhoria. Nossos políticos deveriam observar de forma criteriosa nossas cidades. Eu mesma, que sou do esporte, acredito que neste âmbito há muito a ser feito”, explicou.

Segundo Tandara Caixeta, um assunto de suma importância e que deve ser trabalhado em âmbito federal, é a reestruturação do esporte nas escolas, tornando, por exemplo, obrigatória a prática da Educação Física, disciplina que hoje faz parte da grade, mas que obriga o aluno apenas ao estudo teórico, deixando a parte prática como facultativa.

- “Isto deve ser revisto. Estamos falando de saúde! Seja criança, adolescente ou jovem, a maioria está muito sedentária. É preciso que algo seja feito, incluindo a reforma de quadras para dar condição aos alunos treinarem”, observou.

A jogadora de vôlei lembrou que muitos professores de Educação Física compram materiais esportivos do próprio bolso, já que há escolas que não disponibilizam equipamentos na quantidade necessária.

Na opinião da atleta, e agora pré-candidata a Deputada Federal, as cidades possuem joias que precisam ser lapidadas. São alunos com potencial esportivo e que, se lapidados, podem representar o Brasil em jogos olímpicos no futuro.

- “Nosso país precisa de políticos que entendam deste setor. É de fundamental importância que haja incentivo para a prática do esporte nos municípios, lutando pela formação de novos atletas de ponta. E isto passa, além das escolas, por ONG’s e Institutos que trabalham a parte esportiva. Se houver o devido reconhecimento por parte do governo, novos atletas serão formados e isto se refletirá em saúde, medalhas e formação de caráter”, reforçou.

A atleta também disse sobre o quanto um trabalho bem desenvolvido neste sentido poderia beneficiar a região metropolitana.

- “Penso que quando a classe política olhar para a região metropolitana com o mesmo carinho que eu e os demais cidadãos olham, as cidades serão impactadas de forma bastante benéfica. A Educação Física de qualidade, além do devido investimento nas escolas e no Terceiro Setor, significam menos sedentarismo, hospitais menos lotados, pessoas mais felizes e claro, mais medalhas para o nosso país! Isto tudo é possível!”, finalizou.

 

ENEL DISTRIBUIÇÃO SÃO PAULO REALIZA TERCEIRA EDIÇÃO DO ENEL FACILITA PARA NEGOCIAÇÃO E PARCELAMENTO DE DÍVIDAS

 

·        Clientes poderão negociar e parcelar os débitos em até 12 vezes;


·        Ações acontecem aos sábados nas lojas de atendimento da concessionária e por meio dos canais digitais;


·        Demais serviços como cadastro na tarifa social, transferência de titularidade, religação e esclarecimento de dúvidas sobre a fatura também estarão disponíveis

 

 

A Enel Distribuição São Paulo, concessionária que atua em 24 municípios da Grande São Paulo, realiza neste sábado (16/07), mais uma edição do Enel Facilita, ação especial de negociação e parcelamento de dívidas, nas lojas de atendimento da concessionária, das 9h às 16h. O quarto e último evento está confirmado para o dia 23 de julho. 

A terceira edição acontece neste sábado (16/07), em 7 lojas: duas delas na capital, nos bairros de Santo Amaro e Freguesia do Ó, uma na região do Grande ABC, no posto de atendimento de Rio Grande da Serra e nas lojas de Barueri, Itapecerica da Serra, Juquitiba e Pirapora do Bom Jesus, na região metropolitana.  

Os atendimentos serão realizados com horário marcado, e os clientes interessados podem efetuar o agendamento por meio do site da empresa  https://atend.workfacilit.com/app/prod/agenda/?e=sp# na loja de sua preferência.  Em seguida, o cliente receberá uma mensagem via SMS com a confirmação e senha que deverá ser apresentada no local. No dia, o cliente deve apresentar documento com foto que comprove a titularidade e uma conta de energia do imóvel que possui a dívida. 

“Essa é uma ótima oportunidade para os clientes quitarem seus débitos e ficarem em dia com a concessionária. Para as contas em atraso acima de 61 dias, os consumidores poderão parcelar a fatura de energia em até 12 vezes, (entrada + onze parcelas com juros de 1% ao mês)”, afirma André Oswaldo do Santos, diretor de Mercado da Enel Distribuição São Paulo.  Essa opção é válida apenas para clientes que não possuem outro plano de negociação ativo. “Os clientes que já são cadastrados com o benefício da Tarifa Social de Energia Elétrica (baixa renda) com contas vencidas também têm a opção de parcelar a fatura de energia em até 36 vezes, com pagamento de 10% de entrada, sem cobrança de encargos e juros”, explica o executivo. 

As negociações também podem ser feitas pelos canais digitais de atendimento, sem a necessidade de se deslocar até uma loja. Os clientes podem acessar o Portal de Negociação (https://portalhome.eneldistribuicaosp.com.br/#/login), Call Center (0800 72 72 120) e Aplicativo Enel São Paulo (https://www.enel.com.br/pt-saopaulo/atendimento/Aplicativo_Enel.html).  Os clientes que optarem pela negociação via aplicativo podem efetuar o pagamento por meio do cartão de crédito, à vista (sem juros) ou parcelado, com juros de 2,39% ao mês. 

“A última edição do Enel Facilita será realizada no dia 23 de julho em outros endereços, de forma a atender todos os clientes da área de concessão”, finaliza André Oswaldo. 

Durante a ação, os clientes também terão a possibilidade de realizar outros serviços, como cadastro na tarifa social, transferência de titularidade, nova ligação, pedido de religação e esclarecimento de dúvidas sobre a fatura de energia. Todos os colaboradores da Enel Distribuição São Paulo envolvidos na ação estão seguindo os protocolos de higiene e segurança para prevenção à COVID-19, como o uso de máscaras e álcool em gel. 

 

Serviço:

 

Enel Facilita

Data: 16 de julho (sábado)

Horário: das 9h às 16h

Locais: lojas da Enel Distribuição São Paulo

 

            São Paulo, capital:

·        Santo Amaro (Rua Barão do Rio Branco, 425)

·        Freguesia do Ó (Avenida Santa Marina, 2523/2525)

 

 

Grande ABC:

·        Rio Grande da Serra (Rua José Maria Figueiredo, 130 A – Vila Figueiredo)

 

Região Metropolitana

·        Barueri (Avenida Henriqueta Mendes Guerra, 604 – Vila São João)

·        Itapecerica da Serra (Rua Felipe Calieira, 50ª – Jd. Tereza Maria)

·        Juquitiba (Rua Vereador João Aquino Soares, 180 – Centro)

·        Pirapora do Bom Jesus (Rua José Bonifácio, 64 – Centro)

 

Para agendar o horário de atendimento, basta acessar https://atend.workfacilit.com/app/prod/agenda/?e=sp#, clicar em Agendar Atendimento Presencial e escolher a loja mais próxima.



Argentina explode inflação e compromete ainda mais as relações comerciais com o Brasil

Ao anunciar um pacote de medidas econômicas, a recém empossada ministra da Economia da Argentina, Silvina Batakis, afirmou que o governo tentará retomar o "equilíbrio fiscal" do país. De acordo com Leonardo Trevisan, professor de economia e relações internacionais na ESPM, a Argentina afunda ainda mais na crise após troca no ministério da economia. Para ele, o quadro não é diferente na relação comercial da Argentina com o Brasil. 

“No curto prazo, pouco vai mudar. Principalmente, porque já mudou ao longo dos últimos três anos. O Brasil perdeu para a China o posto de maior exportador para a economia argentina em 2021, quando Pequim dominou 21,4% das importações argentinas. O Brasil diminuiu 20%, é a primeira vez na história”, aponta Trevisan. Para o especialista,  o setor que estará mais exposto será o automobilístico. “Todo o processo de integração de cadeias produtivas com o país vizinho está cada vez mais ameaçado. Reduzir o alto déficit fiscal do país e acalmar os mercados financeiros, em meio à crise financeira e política que o país atravessa é a meta do governo argentino.

Trevisan ressalta que a Argentina trocou o ministro, mas não trocou de problema: a confiança de que o governo cumprirá com seus compromissos, internos e externos, se não sumiu, ficou bem menor. “A nova ministra da Economia, Silvina Batakis, garantiu que seguirá o mesmo caminho do anterior, vai preservar a meta de respeitosos 2,5% de déficit público. Não vai aumentar o imposto de exportação, para ‘arranjar’ dólares, e não vai desvalorizar o câmbio. Ninguém acreditou. No fim de semana, todos os preços na Argentina tinham subido 20%. A ministra jurou que vai manter todos os compromissos com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Mas, é possível perceber que o mercado, interno e externo, já precificou uma catástrofe”, finaliza. 

 

Fonte: Leonardo Trevisan, professor de economia e relações internacionais na ESPM.


40% do potencial das crianças é desperdiçado no ensino tradicional brasileiro

Especialistas em educação explicam vantagens do modelo nórdico, que chega a Goiânia em 2023, e pode aprimorar resultados da educação formando pessoas e profissionais mais felizes e capazes

 

O ensino tradicional brasileiro corre o risco de se tornar obsoleto. De acordo com o Relatório de Capital Humano Brasileiro, estudo inédito do Banco Mundial, uma criança brasileira nascida em 2019 deve alcançar em média apenas 60% do seu capital humano potencial ao completar 18 anos. O objetivo do levantamento é alertar governos sobre a necessidade de investir em pessoas, e a educação é parte fundamental desse processo, por isso é preciso criar alternativas.

 

Diante disso, Luciana Pinheiro, mestre e doutora em linguística e uma das diretoras da Winsford Global Education, destaca a importância de adotar um novo modelo de ensino que faça com que as crianças se tornem boas em aprender, mas também em viver. “As aprendizagens que acontecem dentro da sala de aula devem ter muita conexão real com o mundo das crianças. Fazer essa ligação é fundamental para que o aprendizado tenha significado real para elas”, pontua.

 

Isso é confirmado por dados do relatório The Future of Jobs (O futuro dos empregos), do Fórum Econômico Mundial. No futuro, é estimado que 65% das crianças que estão começando os estudos hoje realizarão trabalhos que ainda sequer existem. Colocando em números puramente econômicos, o Banco Mundial estima que o Produto Interno Bruto (PIB) nacional poderia ser 158% maior se as crianças brasileiras desenvolvessem suas habilidades ao máximo. Essa conclusão deriva do Índice de Capital Humano (ICH), calculado pela entidade, que tem a escolaridade e os resultados de aprendizagem como um dos fatores principais.

 

O foco no futuro que essa busca por inovação leva em consideração tanto o desenvolvimento para o mercado profissional como para uma vida feliz. Afinal, embora tenha um dos IDHs mais altos do mundo, o Japão decidiu criar um “Ministério da Solidão” para lidar com a saúde mental de seus jovens e o elevado índice de suicídios.

 

Modelo finlandês 

Os esforços para corrigir os resultados da educação nacional devem começar de imediato e, para isso, o modelo pedagógico finlandês é uma ótima opção do que se seguir. Dados mostram que o ensino do país nórdico alcança o primeiro lugar em rankings como o de melhor educação primária, melhor educação para o futuro, maior letramento e bem-estar e felicidade. Esse formato tem registrado crescimento em todo o mundo e defende um ensino menos padronizado em relação a avaliações que alimentam a competitividade, como as provas, e mais focados na cooperação e na adoção de novas tendências para o desenvolvimento de habilidades.

 

Dentre as principais mudanças no formato estrangeiro, que chega a Goiânia para o ano letivo de 2023, está a transformação na arquitetura das salas de aula, que não possuem fileiras de cadeiras voltadas para uma lousa, e no fim do foco na competitividade e no controle para favorecer o aprendizado mútuo. “Não se trata de impor o conhecimento às crianças, mas sim de adaptar o conhecimento que é necessário a todas elas para aquilo que elas consideram interessante, para que elas queiram aprender”, reforça Luciana.

 

A especialista acredita que para que esse novo modelo de educação seja eficaz é melhor que seja construída desde a base ao invés de reformada no futuro. “Queremos que as crianças se desenvolvam sabendo expressar suas ideias de forma complexa, mas também inovadora, tangível e rigorosa. As crianças sabem o que querem realizar e é por isso que acreditamos que a educação precisa ser significativa. Nós queremos empoderar cada aluno para ter confiança para escolher seu próprio caminho”, defende Luciana.

 

A pedagoga e diretora da Winsford, Rosariane Campos, explica que cada atividade que faz parte da rotina do aluno precisa se conectar com um propósito. Assim, se a criança pratica uma arte marcial, ela pode também aprender mais sobre a língua e a cultura do país onde ela teve origem, se ela tem uma alimentação natural no almoço, ela pode acompanhar o processo de plantio e colheita das verduras, por exemplo. 

“Queremos oferecer uma experiência transformadora. A criança precisa aprender a estabelecer vínculos autênticos com sua cultura, e com as outras também, para que elas possam expandir suas visões de mundo. Queremos que elas se inspirem dentro da nossa escola para já visionar seus futuros, seja em uma universidade brasileira ou no exterior e que elas saibam ousar no pensar e no agir, mas que sejam respeitosas por si e pelos outros. É importante formar crianças livres e confiantes para serem, simplesmente, crianças”, finaliza a especialista.


Na direção do outro: como tornar a escola um ambiente de carinho

“Geral! Geral! Geral!”. Esse era o grito que eu ouvi muitas vezes no ensino médio (na verdade, no colegial, porque isso era nos anos 80), quando meus colegas de escola, com livros didáticos nas mãos, juntavam-se em volta de outro e lhe batiam na cabeça. A bem da verdade, podia-se “dar geral” com as mãos abertas, mas nunca com as mãos fechadas. Se não, era falta de respeito...

Certa vez, em uma aula de química orgânica, depois de eu responder algo errado em voz alta, o professor olhou sorrateiramente aos demais e disse “bem, meus queridos, só uma palavra pode ser dita diante desta resposta ridícula: geral!” E lá fui eu cobrir a minha cabeça, para me proteger daquela bordoada autorizada que os demais vieram aplicar em mim.

De maneira geral, a experiência de sala de aula era ruim, para mim e para muitos outros alunos. Eu estudava e tirava boas notas, mas, muitas vezes, me sentia fazendo algo que não entendia e estudava exclusivamente para meus pais e professores não ficarem bravos comigo. E, para não levar geral dos colegas. E você? Também sofreu bullying? E soube, no momento, identificar que isso estava acontecendo? E os teus filhos? Como você sabe que não estão sofrendo bullying na escola?

Em 2018, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) fez uma investigação sobre bullying, com estudantes com 15 anos de 79 países que fizeram o exame de proficiência internacional do PISA em leitura, matemática e ciências. A OCDE perguntou aos estudantes coisas como: quantas vezes os outros estudantes te deixaram fora das atividades de propósito?, quantas vezes zombaram de você?, quantas o ameaçaram?, tiraram ou destruíram suas coisas?, te agrediram fisicamente? ou espalharam boatos desagradáveis a teu respeito?

Quase um terço (29%) dos estudantes brasileiros relataram ter sofrido bullying pelo menos uma vez por mês, contra quase um quarto (23%) em média nos países da OCDE. Além disso, 12% dos estudantes brasileiros foram classificados como sendo vítimas frequentes de bullying (contra 9% em média nos países da OCDE).

Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), entre os alunos do 9º. ano do Ensino Fundamental (antiga 8ª série do ginásio) que reportaram sofrer bullying, a maioria é constituída por meninos, de minorias étnicas e de origens humildes, tendo como principais causas declaradas a aparência física, raça e etnia, religião, orientação sexual e local de origem. Esses dados constam do relatório “A Educação no Brasil: Uma perspectiva internacional” da OCDE.

Do ponto de vista acadêmico, a investigação da OCDE indicou que estudantes que vivenciaram o bullying como vítima, agressor ou observador tiveram piores resultados educacionais. Em média, os estudantes brasileiros que reportaram ter sofrido bullying algumas vezes por mês pontuaram 24 pontos a menos do que os estudantes que sofreram menos bullying, considerando perfil socioeconômico dos estudantes e escolas. Para fins de comparação, a média dos estudantes em leitura foi de 413 pontos em leitura e, portanto, 24 pontos a menos é muito expressivo.

Mais importante do que isso, o efeito do bullying na saúde mental, emocional e física dos jovens é muito negativo. Estamos no mês de setembro, do movimento Setembro Amarelo, uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio. Como mostram as pesquisas no mundo todo, suicídio entre jovens (nem sempre está), mas pode estar associado à ocorrência de bullying.

A vulnerabilidade ao suicídio entre os jovens é um problema complexo, que pode estar relacionada a uma série de causas biológicas, emocionais e sociais interdependentes (e não a uma só razão), incluindo-se, dentre outros, exposição à violência dentro e fora da escola, perda de um ente querido, conflitos familiares, falta de significado, desamparo e desesperança, uso de drogas, ansiedade, depressão, esquizofrenia e outras condições psiquiátricas. Comportamentos típicos de jovens em situação de maior risco incluem o isolamento social, mudanças bruscas de humor e automutilação.

O impacto do tratamento preventivo é alto. Na escola, isso inclui educar os estudantes sobre o bullying e seus efeitos, ter uma cultura que expressamente não aceite esta prática, diferentemente daquela que tínhamos nos anos 80. Inclui ter um relacionamento próximo com os alunos, ajudar o jovem em risco a conectar-se às pessoas e ao ambiente, valorizar seus atributos e características, interessar-se pelas suas atividades, ouvi-lo individualmente e com muita proximidade e disponibilidade emocional, e encorajá-lo a tomar parte em atividades extracurriculares engajadoras.

De maneira geral, ter uma pedagogia ativa que estimule os alunos a interagir com os demais em sala (e fora dela) também diminui o risco de isolamento e de não-identificação com o projeto e ambiente escolar, assim como atividades que desenvolvam competências sócio-emocionais como auto-regulação, empatia, comunicação e criatividade.

Se os alunos são vistos e tratados como robôs que reproduzem conteúdos, eles terão dificuldade de compreender e comunicar suas questões humanas. É também muito recomendável formar a equipe pedagógica e administrativa da escola para identificar e lidar com esses indícios, e contratar uma equipe de especialistas para orientar a escola e as famílias nos casos concretos.

Mais do que tudo, o diálogo construtivo e a parceria entre pais e escola faz muita diferença na prevenção e solução dos casos. Jovens inseridos em ambientes de carinho, atenção individualizada, afeto e cuidado tendem a se sentir mais vistos e respeitados como indivíduos, e podem ser melhor apoiados.



Fernando Shayer - co-fundador e CEO da Cloe, plataforma de aprendizagem ativa.

Moçambique: mais de 800 mil pessoas foram forçadas a se deslocar desde o início de um conflito que parece estar longe do fim


Em junho, a violência provocou o maior número de deslocados internos desde o início do ano; Mais de 30 mil pessoas fugiram de áreas antes consideradas estáveis


A província de Cabo Delgado é uma das regiões mais voláteis de Moçambique, palco desde outubro de 2017 de um intenso conflito armado que já resultou na fuga de cerca de 800 mil pessoas de suas casas. Ao longo do mês de junho, o medo da violência seguido de ataques confirmados provocou pânico e deslocamentos em larga escala em áreas próximas da capital da província, Pemba, que anteriormente eram consideradas relativamente estáveis, como os distritos de Ancuabe e de Chiure. Estima-se que mais de 30 mil pessoas estejam em movimento devido à violência em curso.

Este é o maior movimento de pessoas deslocadas registrado neste ano. Muitas pessoas fugiram múltiplas vezes e, a cada fuga forçada, viram-se obrigadas a deixar para trás os seus poucos pertences e meios de subsistência.

Durante o último ano, as forças armadas moçambicanas e as forças aliadas regionais aumentaram sua presença em algumas zonas. Os focos de violência mudaram geograficamente, e as pessoas começaram a regressar aos locais que haviam sido atacados anteriormente, ou que estiveram sob o controle de grupos armados não estatais.

A situação permanece muito instável. As equipes de MSF estão distribuindo itens de primeira necessidade em diversos locais onde as pessoas se abrigaram logo após a ocorrência de ataques recentes, como em Ntele, no distrito de Montepuez, região onde chegaram mais de mil famílias no final de junho. A maioria das pessoas chegou ali com pouquíssimos ou nenhum pertence e em grande estresse psicológico. Até o momento, equipes da MSF distribuíram 701 kits contendo artigos essenciais de ajuda, como tendas, vasilhames, panelas e mosquiteiros. As equipes da organização continuam oferecendo assistência em áreas onde há projetos estabelecidos, como nos distritos de Macomia, Mueda e Palma.           

As necessidades humanitárias das pessoas são enormes, mas a ajuda é escassa

Algumas áreas da província de Cabo Delgado já acolhiam um grande número de pessoas deslocadas, e agora estão tendo que se adaptar a um novo fluxo de chegadas com impacto nas comunidades locais. Na maior parte dos locais, a ajuda humanitária disponível é insuficiente diante das necessidades das pessoas.

De forma geral, há um grande número de pessoas vulneráveis com necessidades humanitárias substanciais, desde cuidados de saúde, água e saneamento até alimentos. Em algumas das zonas de mais difícil acesso, especialmente nas partes ao norte e no centro da província, a assistência é muito limitada.

Equipes de MSF estão atuando em distritos onde as pessoas tiveram suas vidas dominadas pelo medo de ataques, contra-ataques e da possível eclosão de uma violência imprevisível. Em alguns casos, MSF é a única organização humanitária internacional que está atuando nesses locais de forma permanente, mesmo estando evidente a necessidade por uma maior oferta de assistência.

Muitas pessoas temem passar as noites nas vilas, porque sentem que estarão mais seguras nos campos de cultivo ou no meio da mata. No entanto, enfrentam outros perigos, como a malária, que é um grande problema na região. Em Macomia, por exemplo, quatro em cada dez adultos que passaram por consultas nas nossas clínicas em maio, e oito em cada dez crianças, testaram positivo para esta doença mortal.

Em toda a província, os cuidados especializados para problemas de saúde crônicos, como o HIV, costumam não estar disponíveis, apesar da prevalência dessas doenças na região. Em Mueda, uma vila montanhosa no Norte da província de Cabo Delgado, onde equipes de MSF trabalham no hospital local e operam clínicas móveis, a organização tem observado o estado de saúde de alguns pacientes se agravar após a interrupção de seus tratamentos.

A crise também está afetando profundamente a saúde mental das pessoas. Praticamente todas as pessoas na região passaram por eventos traumáticos de algum tipo por terem testemunhado ou vivido episódios de violência, a perda de entes queridos ou mesmo de suas casas.

Enquanto a segurança das equipes de MSF estiver garantida, a organização continuará dedicando esforços para chegar às pessoas mais vulneráveis na província de Cabo Delgado. Diante das enormes necessidades humanitárias, é vital que as pessoas tenham acesso à assistência.

 

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