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sexta-feira, 20 de maio de 2022

Como evitar o agravo de alergias respiratórias e de pele no inverno

  Com a chegada do frio, é comum as pessoas alérgicas sofrerem com a piora das suas condições, tanto respiratórias quanto de pele.

 

O inverno é o tipo de estação "ame ou odeie". A queda das temperaturas é o amor de uns, mas o terror de outros, principalmente pelo aumento dos sintomas daqueles que lidam com alergias respiratórias e de pele.  

"As alergias respiratórias (como rinossinusites e asma) pioram nesse período porque é um momento de baixa umidade do ar, de alterações bruscas de temperatura e do aumento da poluição atmosférica", explica a Dra. Brianna Nicolette, alergista e imunologista pela USP.  

Essas condições climáticas, por si só, são mais irritantes para a pele e a mucosa de qualquer pessoa. No entanto, para os alérgicos esse efeito irritativo costuma ser pior, já que aumenta a exposição às proteínas alergênicas.  

Some-se a isso a vestimenta: no inverno, as pessoas costumam usar roupas de lã e cobertores - ou seja, tecidos que acumulam ácaros -, e que, muitas vezes, estavam a vários meses no armário. Também é habitual nessa época do ano ficarmos em ambientes fechados e com pouca ventilação, o que favorece o desencadeamento de doenças respiratórias e alérgicas.  

"As alergias de pele, como a dermatite atópica e a urticária, também têm impacto nos dias mais frios", explica a Dra. Brianna. "Nesse caso, os fatores mais prejudiciais nessa época do ano são a baixa umidade relativa do ar e o aumento na temperatura dos banhos, fatores que ressecam ainda mais a pele dos pacientes." 

Pacientes que já convivem com alergias de pele apresentam uma deficiência na barreira cutânea, que tem como função manter a água do organismo - isso significa que essas pessoas perdem mais água do que o normal.  

"Por isso, o banho quente, para essas pessoas, é altamente prejudicial, pois a água em altas temperaturas remove o óleo natural da pele, deixando-a mais ressecada e sem proteção", explica.

 

Dicas para evitar o agravamento de alergias 

Com tudo isso em mente, o que fazer para evitar a piora das alergias? A Dra. Brianna elencou algumas dicas essenciais e que podem fazer toda diferença nessa época do ano:  

  • Sempre que possível, abra janelas e portas para arejar o ambiente
  • Lave as roupas de inverno antes de usá-las
  • Não esqueça de tomar água para manter a hidratação do corpo (e da pele!)
  • Evite banhos muito quentes e muito longos
  • Use cremes hidratantes adequados para fortalecer a proteção cutânea
  • Evite que pets entrem nos quartos e durmam nas camas das pessoas alérgicas (já que o acúmulo de pelos pode aumentar alergias)
  • Sempre que possível, tome um pouco de sol para estimular a produção de vitamina D

 

Dra. Brianna Nicoletti - Médica graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2003); Residência médica em Medicina Interna pela Universidade Estadual de Campinas (2006); Residência médica em Alergia e Imunologia Clínica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (2009); Associada à Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia; Médica Especialista em Alergia e Imunologia do Corpo Clínico do Hospital Israelita Albert Einstein (desde 2013); Integrante da equipe de Qualidade da UnitedHealth Group (desde 2011).


Você sabia que o frio interfere no sistema cardiovascular?

Por conta do processo de vasoconstrição periférica, inerentes a baixas temperaturas, no inverno, aumenta a incidência de infarto, AVC e morte súbita

 

Em dias de frio, para ajustar a perda de calor, o organismo coloca em ação um mecanismo para manter a temperatura do corpo constante. Esse processo é denominado de vasoconstricção periférica.

“Sabiamente, o corpo humano diminui o calibre (a grossura) das artérias nas mãos, pés, orelhas, nariz, para diminuir a perda de calor. Isso ocorre para privilegiar e manter a temperatura adequada do coração, cérebro e outros órgãos nobres”, explica Dr. Caio Henrique, cardiologista e arritmologista pela Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas.

Como consequência da diminuição do calibre das artérias e veias, a pressão arterial aumenta, ou seja, ocorre o mesmo quando você aperta a ponta de uma mangueira e a água sai com mais pressão ao permitir que ela volte a fluir pela mangueira.

“Por essa razão, digamos, mecânica ou física, a pressão arterial tende a subir no frio e, por conta disso, no inverno, existe um aumento da incidência de angina (dor no peito causada pela diminuição do fluxo de sangue no coração), infarto e AVC”, alerta o cardiologista.


Dicas para seguir à risca e manter a pressão arterial normal em dias frios:

- Agasalhe-se bem. Evite exposição ao frio extremo, se possível;

- Mantenha alimentação saudável (evite os excessos típicos do frio e a ingestão de produtos industrializados);

- Mantenha seu peso adequado (não ganhe aqueles quilos a mais nesse período);

- Realize exercícios físicos regularmente, se possível, em ambientes com temperaturas mais controladas;

- Não fume;

- Caso tome remédios, mantenha o uso regular. 

“O desempenho cardíaco fica comprometido com as baixas temperaturas e, por isso, quem sofre maior risco são aqueles que já são doentes, com pressão alta, diabetes e, assim, devem medir sua pressão e se medicar corretamente”, insiste Dr. Caio.

O médico traz dados como o da American Heart Association (AHA), que indicam aumento de arritmias cardíacas e morte súbita, infarto agudo do miocárdio e Acidente Vascular Cerebral (AVC), que sobem em até 25% em períodos de queda de temperatura.

“Na capital inglesa, estudiosos do London School of Hygiene and Tropical Medicine confirmam que a queda repentina dos termômetros leva a uma relação em que para cada grau a menos, em um único dia, ocorrem 200 casos de infarto a mais. E, aqui em São Paulo, uma análise da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, com base em dados do Cadastro Nacional de Saúde, do Sistema Único de Saúde (SUS), de junho a agosto, indicou que sobem em 30% o número de internações em São Paulo causadas por infarto e arritmia, se comparada com os três meses de verão na capital paulista”, finaliza.
 

Saúde de crianças pede atenção com chegada do frio

Equilibrar benefícios da socialização com cuidados preventivos é desafio de escolas e famílias

 

Após um período longo em casa, com pouco ou nenhum contato social, as crianças retornam às aulas e ao contato com amigos e familiares. A socialização, no entanto, traz benefícios e também pede que cuidados sejam tomados. 

A coordenadora do Ensino Infantil do Colégio Marista Paranaense, Sibele Maria Dal Col Guimarães explica que o contato com outras crianças é essencial para o desenvolvimento infantil. “Tanto o aprendizado como o desenvolvimento social, cognitivo e psicológico tem a ganhar com a volta ao presencial. Por meio de debates, brincadeiras e conversas é que as crianças descobrem o mundo”, explica. 

Mas com a interação, voltam também algumas doenças que quase não foram vistas durante a pandemia, como resfriados, gripes e outras doenças virais e bacterianas típicas. Isso se deve a uma maior tendência na concentração de pessoas em ambientes fechados, ar seco e frio, de acordo com a Médica de Família e coordenadora do CEPI (Centro de Ensino Pesquisa e Inovação) do Hospital Marcelino Champagnat, Maíra de Mayo Loesch. “Com alguns cuidados básicos é possível auxiliar na manutenção da saúde de crianças e também adultos", orienta.

 

Prevenção ainda é o melhor remédio

É importante manter os ambientes bem arejados e com boa circulação de ar para evitar a transmissão de vírus. Seja em casa ou na escola, manter alguns hábitos adotados na pandemia ainda são a melhor saída. Sibele explica que o uso adequado de agasalhos, manter ambientes com pouca concentração de crianças e preferir áreas abertas quando possível são formas de ter ganhas educativos sem afetar a saúde, 

Em primeiro lugar, manter a vacinação da criança em dia e ter uma boa alimentação e hidratação são essenciais, de acordo com Maíra, pois: “a hidratação ajuda a manter as vias aéreas mais úmidas e protegidas do ar seco e frio”. Alimentos ricos em vitaminas como frutas, legumes e verduras, além da proteína encontrada em carnes, ovos e leite nutrem nosso organismo e auxiliam o sistema imune. Manter os cuidados de saúde e higiene como lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou usar álcool em gel.

Caso a gripe ou resfriado se instale, é recomendado fazer higiene nasal com soro fisiológico e evitando que a secreção se acumule. Nessa fase é comum que as crianças percam o apetite, então é importante oferecer comidas saudáveis ao longo do dia. A médica ressalta também que os pais devem ficar atentos para sintomas de febre alta que não alivia com antitérmicos, associada a dificuldade para respirar, prostração (quando a criança fica caidinha) ou manchas na pele. “Não medique seu filho por conta própria, fale com seu médico de confiança”, conclui.

 

Colégios Maristas

www.colegiosmaristas.com.br


Como fica a saúde bucal em situações extremas, como no reality show 'No Limite'?

Um bochecho com água até pode eliminar restos de alimentos, mas não elimina a comunidade microbiana que vive em nossas bocas.


Imagine estar em condições extremas e não poder escovar os dentes. Qual seria o maior desespero: a sensação de estar com os dentes “sujos”, ter de aguentar o próprio mau hálito ou estar vulnerável a possíveis doenças da boca e dos dentes?

É exatamente por isso que estão passando os participantes do reality global ‘No Limite’, que além de provas que desafiam o corpo e a mente também têm de lidar com a falta de escova, pasta de dente, fio dental e itens de higiene pessoal, produtos que só são adquiridos conforme as boas performances nas provas, e apenas pelo grupo ganhador, que recebe o tão esperado kit de higiene.

Mas, e quanto aos perdedores, tem algum jeito de eles fazerem a higiene bucal? “Não”, responde categoricamente o Dr. Ricardo Jahn, professor de Periodontia da Universidade Santo Amaro. Segundo ele, um bochecho com água até pode eliminar restos de alimentos, porém, não desorganiza e nem elimina a comunidade microbiana que vive em nossas bocas.

“Não existe uma forma alternativa de higiene. Claro que a sabedoria popular fala em escovar com gravetos, raízes, folhas de plantas ou ainda usar algum pedaço de tecido. Porém, estas alternativas não serão realmente eficientes”.

Até mesmo aquela “escovada com o dedo”, que muitas pessoas provavelmente devem ter feito em algum momento da vida por ter esquecido a escova de dentes, também não é aconselhável. “Não funciona. É puro mito”. A melhor opção é comprar uma escova e fazer a higiene correta assim que possível, destaca o cirurgião-dentista.

“Não imagine que limpar os dentes com os dedos será realmente efetivo. Isso é um mito. Não conseguiremos alcançar o espaço entre os dentes como fazemos com o fio dental e nem limpar a superfície dos dentes próximas à gengiva. Se você não consegue adquirir uma escova no exato momento, aguarde a próxima oportunidade, o mais breve possível, de acesso a uma escova e então realize a higiene oral adequadamente”.

Ele adverte que ficar sem escovar os dentes por mais de duas semanas pode deixar a saúde bucal frágil. “Um dos artigos científicos mais importantes na história da Odontologia foi escrito em 1965 (tem mais de 50 anos, portanto) por Löe, Theilade e Jensen e é conhecido como gengivite experimental em humanos. Nele, os autores suspenderam o uso da higiene oral em um grupo de 12 estudantes de Odontologia saudáveis. Todos eles desenvolveram gengivite (inflamação na gengiva) no intervalo entre 10 e 21 dias. Desde então, muitos outros estudos confirmaram esses resultados, que são consenso na Odontologia. Quem não realiza higiene oral tem alto risco de desenvolver doença inflamatória e também cárie dentária”.

Nem mesmo alimentos popularmente considerados “autolimpantes” têm alguma evidência científica de higiene bucal, ou seja, a boa escova de dentes e o creme dental são as únicas soluções.

Portanto, Ricardo Jahn reforça que a higiene bucal é imprescindível para a prevenção das doenças dentais e periodontais que, por sua vez, estão relacionadas a outras doenças sistêmicas dos indivíduos. Ele aconselha: “Se você estiver em uma situação em que não tem acesso a métodos de higiene oral, procure ter acesso o mais breve possível”.

 

Conselho Regional de Odontologia de São Paulo - CROSP

 www.crosp.org.br


Adeus, óculos: cirurgia de catarata pode eliminar o grau e prevenir o surgimento da doença

Tecnicamente igual à cirurgia de catarata, a chamada “troca do cristalino com finalidade refrativa” é feita quando o paciente ainda não desenvolveu a doença, e visa eliminar o uso dos óculos por meio do implante de lentes intraoculares

 

O cristalino é uma das lentes naturais dos olhos que, juntamente com a córnea, forma o sistema de focalização das imagens. O envelhecimento natural diminui a sua elasticidade e transparência, de forma que a perda progressiva do primeiro fator dificulta a focalização à curta distância, usada para ler e realizar tarefas manuais. Esta dificuldade é chamada de presbiopia e tem seu aparecimento, influenciada por fatores genéticos e ambientais, ao redor dos 45 anos, fase na qual poderá acontecer uma perda progressiva da transparência e a formação da catarata. De tratamento exclusivamente cirúrgico, ela exige a substituição do cristalino opacificado por uma lente intraocular. O procedimento, contudo, pode ser realizado antes mesmo do aparecimento da catarata, com o objetivo de tratar a presbiopia, reduzindo ou eliminando a necessidade do uso de óculos. Estamos falando da troca refrativa do cristalino, como prefere chamá-la o Dr. Marcello Fonseca. 

Para aqueles que não desejam usar óculos, as diversas modalidades de cirurgias refrativas são excelentes soluções para deixar o acessório de lado. As mais conhecidas são aquelas que utilizam o laser para corrigir a miopia, o astigmatismo e a hipermetropia. Contudo, quando o assunto é a presbiopia, o laser não é suficiente para restaurar a visão em todas as distâncias. Resta, então, a intervenção no cristalino com a sua substituição por lentes intra-oculares. 

Segundo o Dr. Marcello da Fonseca, apesar de utilizar a mesma técnica da cirurgia de catarata, o procedimento de troca refrativa do cristalino possui mais um objetivo. “A cirurgia de catarata moderna, com implante de lentes intraoculares, existe desde os anos 60, mas foi neste século que a técnica e a qualidade dos implantes a tornaram tão eficiente e precisa a ponto de mudar de categoria. O que antes se fazia apenas para restaurar a transparência perdida com o aparecimento da catarata assumiu um papel de correção precisa da refração, possibilitando uma visão focalizada em todas as distâncias”, explica o Diretor do Instituto da Visão de Curitiba (iVisão). 

No início dos anos 90, a chegada das lentes dobráveis e, logo depois, das lentes multifocais, fez com que a indicação da cirurgia de catarata acontecesse de maneira cada vez mais precoce. “No início dos implantes de lentes multifocais, operávamos apenas os pacientes com catarata. Mas, quando um paciente de 70 anos ou mais operava a catarata e acabava por se livrar dos óculos, era acompanhado meses depois por um filho que, também, gostaria de se livrar dos óculos”, relata o médico. 

Como toda inovação, essa expansão de possibilidades para uma cirurgia que até então tinha um único objetivo dividiu opiniões na área médica, com alguns oftalmologistas mais conservadores mantendo a indicação apenas nos casos de catarata. O Conselho Federal de Medicina (CFM), depois de longo debate, reconheceu a eficácia e a segurança da cirurgia em um parecer publicado em fevereiro deste ano, no qual orienta a sua inclusão na prática médica como procedimento seguro quando observadas as suas corretas indicações.

 

CIRURGIA ESTÉTICA DA VISÃO?

Uma vez que a cirurgia tem por finalidade a correção de grau, assume um compromisso com o resultado, aproximando-a de alguns procedimentos estéticos. Para o Dr. Marcello, contudo, a semelhança para por aí. 

“Quando realizamos a cirurgia de catarata, buscamos tratar uma doença, visando corrigir uma deficiência visual que prejudica a saúde ocular do paciente. Não raramente, depois da cirurgia, o auxílio de óculos para uma visão perfeita em todas as distâncias é necessário. Na troca refrativa do cristalino, a ideia é reduzir ao máximo essa necessidade e, de preferência, eliminá-la.”, esclarece. 

Para alcançar este objetivo, tudo tem que estar perfeito. Saúde ocular em perfeito estado, com córnea e retina normais, exames pré-operatórios realizados com muita atenção e uma detalhada explicação sobre as vantagens e desvantagens do procedimento. Nenhuma prótese substitui perfeitamente todas as características do órgão original e é fundamental manter as expectativas realistas. Por conta disso, o procedimento possui um grupo específico para o qual é destinado. São eles pacientes saudáveis acima dos 50 anos que tenham presbiopia (“vista cansada”), com a presença ou não de miopia, hipermetropia e astigmatismo. 

O procedimento é rápido e com anestesia tópica - colírios anestésicos. Normalmente se faz um olho de cada vez, com intervalo de 1 semana. A recuperação visual varia de acordo com cada caso, mas, em geral, alguns dias após o segundo olho operado a visão já está recuperada. Uma vez que as maiores alterações refracionais (do grau) acontecem no cristalino e a catarata não mais será um problema, o resultado obtido deve perdurar a vida toda. Isto, contudo, não elimina as chances de que outros problemas nos olhos venham a dificultar a visão e, portanto, o acompanhamento frequente faz-se necessário. 

Como toda cirurgia, esta também possui riscos. Sendo um procedimento intra-ocular, as consequências de uma infecção, por exemplo, podem ser muito graves. Por outro lado, a realização dos procedimentos em hospitais especializados, como o iVisão, bem como a evolução das técnicas cirúrgicas, tornaram o risco de infecção um acontecimento raro. Um recente estudo conduzido pelo Instituto Tadeu Cvintal de São Paulo e publicado na Revista Brasileira de Oftalmologia, mostrou 35 casos de infecção em mais de 27 mil cirurgias. Nesta amostra a incidência média entre os anos foi de 0,13%. 

“O reconhecimento da segurança deste procedimento para pacientes presbitas e sem catarata era algo aguardado por muitos oftalmologistas brasileiros, pois já é aceito em muitos países há muitos anos. Nenhum procedimento médico tem o respaldo de 100% da comunidade científica, mas acredito que vamos operar cada vez menos cataratas e cada vez mais presbiopias. A ideia de que o homem vai se fundir com tecnologias complementares já está acontecendo.”, finaliza o oftalmologista.


5 a cada 10 usuários da saúde suplementar estão satisfeitos com os serviços, aponta pesquisa inédita da Anahp

Estudo da associação revela que a grande maioria compromete até 33% da renda para pagar pela assistência
 

Uma pesquisa inédita da Associação Nacional de Hospitais Privados -- Anahp, em parceria com o PoderData, revela que 5 em cada 10 usuários dos serviços de saúde suplementar estão satisfeitos com o sistema. No recorte de usuários exclusivos do Sistema Único de Saúde (SUS), 45% aprovam a assistência. A avaliação “regular” é feita por 45% do público geral pesquisado, que reúne usuários dos serviços público e privado.

O levantamento faz parte da campanha da associação “2022: o ano de ouvir a saúde”, que visa pautar o setor público e privado. Ao todo, foram entrevistados mais de 3 mil brasileiros em 388 municípios que demonstraram suas percepções sobre os serviços oferecidos no país.

Antônio Britto, diretor-executivo da Anahp, acredita que durante o enfrentamento da pandemia de Covid-19, cresceu a preocupação das pessoas com a qualidade dos serviços de saúde. “O brasileiro agora tem mais propriedade e conhecimento sobre os sistemas, partes boas e ruins. Ele se sente mais participante das discussões sobre o tema”, afirma.

Os achados da pesquisa indicam ainda que o nível de instrução da população está diretamente ligado à percepção dos brasileiros sobre os sistemas. Quanto mais alta a escolaridade, maior a insatisfação, que chega a 50% entre os que têm ensino superior.



A saúde no Brasil em 2023

Para colocar o tema no centro das discussões que antecedem o calendário eleitoral, a Anahp reuniu lideranças políticas na saúde para debater as ações que podem otimizar os serviços de assistência.

Para Humberto Costa, senador e atual presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, a pesquisa é um roteiro para quem está pensando a política de saúde daqui para frente. “Apesar do estudo apontar investimento em desenvolvimento tecnológico como prioridade, é preciso colocar o tema recursos humanos em evidência. Nós precisamos ter médicos que atendam no SUS com qualidade. Essa questão é fundamental. Por exemplo, regulamentar a telemedicina pode ser fantástico para capacidade de resolução na atenção básica, na própria área de especialidades, e fazer uso disso com a preocupação profissional, de recursos humanos, é essencial.”

Trabalhar a meritocracia na saúde pode ser um caminho. É o que sugere Osmar Terra, deputado federal pelo PMDB-RS. “Deveríamos ter um prêmio pela diminuição de pessoas acometidas por doenças e não pelo tratamento. Os profissionais que trabalham na ponta devem ter mapeado de maneira adequada desde a promoção da saúde até o atendimento ultrassofisticado. Quanto melhores forem os indicadores na área geográfica que o médico atua, mais ele deve ganhar. Isso faz com que o profissional esteja mais presente. Afinal, médico sem dedicação exclusiva não tem tempo para atender com qualidade”, considera. Essa harmonia entre prevenção, promoção e atendimento médico hospitalar tem que existir no sistema, de acordo com Terra.

A falta de cuidado com prevenção é preocupante e envolve mudança de hábito de vida, o que é muito difícil, segundo Denizar Vianna, professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e ex-secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde. “Temos muitos desafios, esse é só um. Entender como fazer a integração dos setores público e privado e onde faz sentido que isso aconteça, é outro ponto relevante. Assim como telemedicina sem regulação gera mais gasto sem necessariamente entregar mais resultados. É um instrumental muito importante para dar acesso a mais de 5 mil municípios, mas precisamos do cuidado presencial também. Temos, ainda, que olhar para P&D com uma visão interministerial. Esses são os pontos principais para articular numa proposta.”

Para Leandro Piquet, professor e coordenador do Programa Partido Novo, na área da saúde é fundamental pensar a ideia de parcerias público privadas (PPPs) e a reforma do sistema previdenciário. “Passar para papel de prestador de serviço e não apenas de assistencialista para que não gere esse tipo de relação quase parasitária que existe também é uma preocupação. E, ainda, precisamos pensar de uma forma inovadora a importância fundamental nos gastos de saúde no setor privado, pensar a efetividade dos gastos e olhar o resultado final dos atendimentos”, completa.

Líderes das principais entidades do setor como Federação Brasileira de Hospitais (FBH), Conselho Nacional de Saúde (CNSaúde), Interfarma, Associação Brasileira da Indústria de Tecnologia para Saúde (Abimed), SindHosp, Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (ABIMO), Sindusfarma, Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) e Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) foram responsáveis por compor o debate.

 

Gastos com saúde suplementar

Sete a cada 10 brasileiros (73%) usuários da saúde suplementar gastam até 33% da renda mensal para pagar pela assistência. Na perspectiva da Anahp, esse índice não é sustentável, mas a diminuição dos custos com essa despesa e ampliação dos serviços de saúde suplementar, estão diretamente ligadas à geração de emprego e renda. Isso porque a associação estima que cerca de 70% dos planos de saúde contratados no Brasil são feitos de forma corporativa. "Se a economia, o volume de empregos, a renda e salários não crescerem, de onde as pessoas e as empresas vão tirar dinheiro para aumentar o número de beneficiários?", questiona o diretor-executivo.

O estudo acende um alerta com relação às atividades de prevenção. A saúde suplementar no Brasil deixa a desejar no quesito ao constatar que apenas 15% dos usuários participam das iniciativas preventivas oferecidas visando o cuidado e a promoção à qualidade de vida. Segundo Antônio Britto, esse é um dos dados mais preocupantes da pesquisa. O executivo prevê que “se não começarmos rapidamente a dar mais importância para prevenção, a corrida para oferecer saúde de qualidade será perdida, porque o número de doenças crônicas está aumentando assim como a expectativa de vida.”

Novo governo
Quando questionados sobre o que desejam que seja a principal prioridade do próximo governo na área da saúde, em primeiro lugar, os brasileiros esperam mais tecnologia e inovação, seguido de maior disponibilidade de medicamentos gratuitos fornecidos pelo SUS.

Na visão de Britto, é preciso definir uma política de inovação, consistente, coerente e continuada para o setor. “O potencial dos nossos cientistas, reconhecido mundialmente e a capacidade produtiva de instituições como a FioCruz e o Butantan não são acompanhadas de políticas públicas e interesse privado que ampliem o nível de inovação. Por consequência, nós dependemos dos chamados grandes insumos para produção de vacinas, medicamentos e equipamentos. Isso ficou evidente durante a pandemia quando passamos a ter carência de insumos básicos para serviços assistenciais”, avalia o executivo.


Metodologia

Os dados da pesquisa “O que pensam os brasileiros sobre a saúde no Brasil?” foram coletados entre os dias 1 e 8 de abril de 2022, por meio de ligações telefônicas, adotando seleção aleatória do discador e IVR (Interactive Voice Response). Foram entrevistadas 3.056 pessoas acima de 16 anos em 388 municípios nas 27 unidades da Federação, sendo que 83% são usuários do SUS e 17% da saúde suplementar, mesmos percentuais do universo pesquisado. A margem de erro é de 2 pontos percentuais e o intervalo de confiança é de 95%. Foi aplicada ponderação paramétrica para compensar desproporcionalidades nas variáveis de sexo, idade, grau de instrução, região e renda. Alguns resultados da pesquisa foram arredondados. Devido a esse processo, é possível que o somatório de algum dos resultados para algumas questões seja diferente de 100. Acesse o estudo na íntegra.


DIU: mitos e verdades sobre o método contraceptivo

Ginecologista da Criogênesis responde as dúvidas mais frequentes sobre o tema e ressalta a eficácia do dispositivo
 

O dispositivo intrauterino, popularmente conhecido como DIU, ao contrário do que muitos pensam, é apenas mais um método contraceptivo seguro, eficiente e reversível. Ele pode ser encontrado na rede pública de saúde e, mesmo no sistema privado, possui um ótimo custo-benefício. Contudo, dados do Ministério da Saúde, revelam que apenas 1,9% das mulheres em período fértil usam o DIU no Brasil. A justificativa para a baixa adesão está associada à falta de informações e o enorme número de dúvidas que existem sobre o método.

Pensando nisso, Renato de Oliveira, Ginecologista e Obstetra da Criogênesis, traz abaixo os principais mitos e verdades sobre o assunto e esclarece dúvidas frequentes que permeiam o uso do dispositivo intrauterino. Confira:
 

O aparelho pode prejudicar a fertilidade

Mito. "Desde que a mulher continue com o acompanhamento ginecológico regular e apropriado, a gravidez poderá ocorrer normalmente. O dispositivo só impossibilita a gravidez enquanto está sendo utilizado e, ao removê-lo, a paciente poderá engravidar naturalmente já no ciclo menstrual seguinte”, informa.
 

DIU engorda

Mito. O especialista explica que o DIU não provoca o ganho de peso e nem causa qualquer alteração do apetite, pois não utiliza hormônios para funcionar. “Apenas o DIU com hormônios, têm certo risco de causar esse tipo de alteração corporal. Porém, cada caso deve ser avaliado individualmente. Hoje em dia existem diversos exames capazes de fazer um mapeamento eficiente, nesse sentido”, afirma.
 

Não é indicado para todos os casos

Verdade. “Como todas as formas contraceptivas, o dispositivo também tem algumas restrições. Mulheres que possuem alguma malformação no útero, útero muito pequeno ou infecções uterinas recentes não devem fazer uso do aparelho. Ele também não é indicado para mulheres que ainda não começaram a vida sexual”, esclarece.
 

É 100% seguro

Mito. Renato comenta que, assim como os outros métodos anticoncepcionais, o DIU não descarta 100% a probabilidade de gravidez. Apesar do índice altíssimo de eficácia, que varia entre 99,5% para os de cobre e 99,8% para os hormonais, é indispensável ter consciência de que é possível engravidar mesmo fazendo uso do aparelho, já que a taxa de falha do dispositivo varia de 0,2 a 0,8%.
 

É normal sentir incômodos ou dor após a colocação

Verdade. “No primeiro mês, o DIU pode causar alguns desconfortos por ainda não estar totalmente acomodado dentro do corpo. Contudo, em caso de dores muito fortes ou se esses sinais não passarem após o período, é necessário voltar ao médico para examinar se a implantação do dispositivo foi realizada de forma correta”, finaliza.
 

Criogênesis


'Healthspan' está aumentando para pessoas com condições crônicas comuns

 

O número de anos saudáveis ​​que uma pessoa vive (Healthspan) está aumentando, mesmo para pessoas com condições crônicas comuns, de acordo com um novo estudo publicado na PLOS Medicine por Holly Bennett, da Universidade de Newcastle, Reino Unido. 

Nas últimas décadas, avanços na saúde mostram que muitas pessoas com condições crônicas estão vivendo mais. No novo estudo, os pesquisadores queriam determinar se essa extensão da vida envolve um aumento de anos com ou sem deficiência. A equipe analisou dados de dois grandes estudos populacionais de pessoas com 65 anos ou mais na Inglaterra. Os Estudos de Função Cognitiva e Envelhecimento (CFAS I e II) envolveram entrevistas de linha de base com 7.635 pessoas em 1991-1993 e com 7.762 pessoas em 2008-2011, com dois anos de acompanhamento em cada caso. 

Tanto para pessoas saudáveis ​​quanto para aquelas com problemas de saúde, a média de anos de expectativa de vida livre de deficiência (DFLE) aumentou de 1991 a 2011. No geral, os homens ganharam 4,6 anos na expectativa de vida (IC 95%: 3,7-5,5 anos. 

Entre 1991 e 2011, as mulheres experimentaram um aumento na expectativa de vida aos 65 anos de 2,1 anos (IC 95%: 1,1-3,0 anos. 

"Embora esses achados sejam principalmente positivos, encontramos um aumento na porcentagem de anos restantes passados ​​com deficiência para homens e mulheres com deficiência cognitiva. Dado que a deficiência cognitiva também foi a única condição de longo prazo em que a prevalência diminuiu, isso é motivo de preocupação e requer mais investigação", dizem os autores.

 

 Rubens de Fraga Júnior é professor de Gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR) e é médico especialista em Geriatria e Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).

 

Fonte: Holly Q. Bennett et al, A comparison over 2 decades of disability-free life expectancy at age 65 years for those with long-term conditions in England: Analysis of the 2 longitudinal Cognitive Function and Ageing Studies, PLOS Medicine (2022).


Cuidados com a higiene da casa evitam problemas respiratórios

Quando as temperaturas caem e o ar se mantém seco, o sistema respiratório é agressivamente prejudicado, sobretudo em ambientes fechados. Uma das doenças mais frequentes nesses casos é a rinite alérgica. Segundo dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI), o principal alérgeno, no Brasil, é o ácaro da poeira domiciliar, responsável por cerca de 80% das alergias respiratórias.

A dúvida para muitas pessoas é, justamente, como evitar esse mal, principalmente em períodos de baixas temperaturas, como nas épocas de outono e inverno. José Previero, especialista em higienização da Quality Lavanderia, indica algumas precauções simples no cuidado com o lar:

O principal local para começar a se precaver é com o quarto. Os colchões, travesseiros e almofadas devem ser devidamente higienizados periodicamente e trocados a cada cinco anos. As cortinas precisam ser lavadas pelo menos a cada seis meses, enquanto as roupas de cama podem ser trocadas uma vez por semana. Recomenda-se usar aspirador e pano úmido para limpeza do cômodo em vez de vassouras, que espalham o pó por todo o ambiente.

No frio, os primeiros itens que saem dos armários após longos meses sem uso são os cobertores e edredons, nesse caso, ainda antes do uso, é indicado a higienização das peças. Com isso, retira-se o possível odor de mofo e mantém a peça mais apropriada para uso.

Com os tapetes, outro item muito usado nessas épocas, a higienização deve ocorrer a cada seis meses, pois acumula número elevado de fungos e bactérias. Cada tipo de material do tapete, seja corda, algodão ou seda, necessita de um método diferente na limpeza para evitar o desgaste dos fios e manter a durabilidade da peça. A manutenção pode ser feita semanalmente, com o aspirador de pó. Já, os tapetes de banheiro, por conta da umidade, devem ser lavados semanalmente.

Com outros itens como poltronas, sofás e almofadas, tendem a acumular poeira, por isso devem ser higienizados adequadamente e com frequência, dessa forma, evita-se a proliferação de bactérias causadas pela poeira. As poltronas e sofás devem ser limpos, pelo menos, uma vez ao ano. Indica-se utilizar o aspirador de pó uma vez por mês para a manutenção. Já as capas das almofadas podem ser lavadas a cada dois meses. Se tiver pets em casa, deve-se usar o aspirador de pó duas vezes por semana em tapetes, por conta do acúmulo de pelos.

“Dessa forma, com pequenos cuidados, é possível manter a casa devidamente higienizada e livre do ácaro causador das alergias respiratórias”, ressalta Previero.

 

Quality Lavanderia

www.qualitylav.com.br


Número de exames de imagem para esclerose múltipla cresce 30% na rede pública, segundo dados de FIDI

Exame de ressonância magnética é fundamental no diagnóstico da doença

 

Um levantamento realizado pela Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI) -- gestora de serviços de diagnóstico por imagem em na rede pública -- aponta que, de 2020 para 2021, o número de exames com diagnóstico de esclerose múltipla cresceu 30% na rede pública onde FIDI atua (foram 262 casos em 2020 e 341 em 2021). Até o começo de maio de 2022, a organização fez 88 diagnósticos da doença.  

De acordo com o Ministério da Saúde, 2,8 milhões de pessoas vivem com esclerose múltipla no mundo e, no Brasil, aproximadamente 40 mil pacientes são acometidos pela doença.  

A esclerose múltipla é uma doença neurológica autoimune provocada por mecanismos inflamatórios e degenerativos que comprometem os neurônios do sistema nervoso central. A doença atinge geralmente pessoas entre 20 e 40 anos de idade, predominantemente mulheres, e as causas envolvem predisposição genética com uma combinação de fatores ambientais, como exposição ao sol, tabagismo e obesidade, que funcionam como um “gatilho” para a manifestação da doença. 

“Existem quatro graus de esclerose, sendo definidos pela quantidade e duração dos surtos clínicos, em que o paciente pode ter a perda de força de um ou mais membros, dormências e/ou formigamentos nos pés, mãos (distúrbios de sensibilidade) e tontura que pode estar associada a náusea, vômitos, tremores, alterações na fala, dificuldade para caminhar e desequilíbrio. Nos graus mais leves, esses surtos podem durar dias ou semanas e desaparecerem, com recuperação completa das possíveis sequelas. Já nos graus mais graves da doença, os surtos são mais frequentes e podem causar declínio neurológico constante do paciente, podendo ou não haver recuperação dos sintomas após os surtos”, alerta Igor Santos, médico radiologista e superintendente de FIDI.

 

Diagnóstico e Tratamento

Os primeiros sintomas da doença são sutis e geralmente desaparecem depois de alguns dias, o que torna difícil o diagnóstico na fase inicial da doença. O paciente pode sentir formigamentos, dificuldade de andar, falta de equilíbrio e visão turva. 

“O diagnóstico de esclerose múltipla é basicamente clínico, mas já existem exames laboratoriais e de imagem que ajudam a confirmá-lo e a acompanhar o seu progresso. A ressonância magnética (RM) é um exame de imagem fundamental para o diagnóstico da EM, pois permite a visualização das lesões no cérebro e medula espinhal”, explica Igor.  

Embora ainda não haja cura, há tratamentos eficazes que aumentam as chances de remissão da doença, ou seja, o paciente passa anos sem apresentar sintomas ou surtos clínicos. A esclerose múltipla é controlada com remédios, como os imunomoduladores e imunossupressores e a prática de exercícios físicos e reabilitação auxiliam na melhora da qualidade de vida e de possíveis sequelas.

 

FIDI - Fundação privada sem fins lucrativos que reinveste 100% de seus recursos em assistência médica à população brasileira, por meio do desenvolvimento de soluções de diagnóstico por imagem, realização de atividades de ensino, pesquisa e extensão médico-científica, ações sociais e filantrópicas.


Gripes e resfriados: automedicação pode mascarar sintomas e trazer riscos

 

Automedicação pode trazer riscos, como alergias e efeitos colaterais
Créditos: Envato

Casos aumentam nos dias frios; comportamento pode desencadear problemas de saúde mais graves

 

Mesmo faltando um mês para o início do inverno (21 de junho), a frente fria que chegou ao Brasil baixou as temperaturas, já mostrando a cara da próxima estação. Como o frio e os ambientes mais fechados favorecem a transmissão de infecções virais, muita gente tira, além de casacos e cobertores do armário, os medicamentos para gripes e resfriados. Mas é preciso cuidar, porque embora eles tenham livre acesso nas farmácias, podem trazer alguns riscos. 

Uma pesquisa do Instituto Datafolha indica que o número de pessoas com 16 anos ou mais que tomam remédios por conta própria passou de 76% em 2014 para 89% em 2022. E entre os medicamentos mais consumidos livremente estão os indicados para gripe, resfriado, febre, tosse e dores de cabeça e barriga. “A automedicação sempre é um risco e mesmo os remédios mais comuns podem provocar alergias, efeitos colaterais ou interação com outros medicamentos. O ideal é sempre conversar com um médico antes de recorrer a esses remédios”, explica a médica da família e coordenadora do Centro de Ensino, Pesquisa e Inovação dos Hospitais Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, Maira Loeisch. “Nos casos de sintomas como febre alta que não melhora, dificuldade para respirar, manchas na pele e fadiga, é fundamental procurar atendimento médico”, complementa.


Alerta

O frio não age diretamente no sistema imunológico, mas pode ser um fator importante para gripes e resfriados. Isso acontece porque em dias mais gelados, a tendência é que as pessoas se concentrem em ambientes mais fechados, o que, aliado ao ar seco e frio, facilita o aumento de doenças respiratórias. 

Para evitar gripes e resfriados, a médica orienta que é importante usar roupas adequadas para manter o corpo aquecido. Outro alerta importante é tomar  cuidados também em casa, que acaba ficando menos arejada, para evitar mofo e áreas úmidas. “É preciso seguir com as recomendações dadas durante a pandemia, como higienização constante das mãos com álcool em gel. Boa alimentação, hidratação e higiene nasal com soro fisiológico auxiliam a evitar quadros respiratórios”, acrescenta Maira. 


Curso gratuito para cuidadores de pacientes com câncer de mama está com inscrições abertas

Unaccam realiza capacitação virtual com encontros semanais durante os meses de junho e julho


Estão abertas as inscrições para a Capacitação em Saúde Mamária ofertada pela Unaccam - União e Apoio no Combate ao Câncer de Mama. O curso, gratuito e online, tem o objetivo de capacitar pessoas para cuidar de pacientes com câncer de mama. Será realizado de 13 de junho a 04 de julho, durante todas as segundas-feiras, das 18h30 às 21h30.

A programação contempla temas como o panorama sobre o câncer de mama no Brasil e no mundo; fisiopatologia; fatores de risco (prevenção); rastreamento e diagnóstico; genética; inovações e acesso aos medicamentos e tratamentos; papel da dieta e hábitos; o paliar (papel de médicos/psicológos/enfermeiros), direitos do paciente com câncer, entre outros. 

“Educar para a cura. Capacitar e atualizar voluntários, cuidadores e profissionais multidisciplinares sobre os cuidados para a saúde mamária, além de auxiliar no diagnóstico precoce do câncer de mama, o curso ainda traz conhecimentos importantes para o apoio ao paciente e para a redução da mortalidade”, esclarece Clarisia Ramos, presidente da Unaccam. A capacitação está em sua vigésima sexta edição e já formou mais de 2 mil pessoas. 

A terapeuta de família, Eneida Souza, que atua voluntariamente com famílias de pacientes com câncer, relata que o principal ganho do curso foi adquirir conhecimento aplicável em sua rotina de voluntariado. “Durante o curso temos a oportunidade de conviver com pessoas que possuem diversos tipos de relacionamento com pacientes com câncer e até mesmo os próprios pacientes que se inscrevem como alunos. Isso nos abre uma nova perspectiva”. 


Curso de Capacitação em Saúde Mamária – Unaccam 2022: 

Quando: de 13/06 a 04/07

Horário: das 18h30 às 21h30

Realização semanal via Zoom

Taxa colaborativa: 1 mamografia

Inscrições:  https://www.unaccam.org.br/


Ligada à principal causa de morte do Brasil, a doença aterosclerótica é decorrente do colesterol LDL alto¹

O controle do colesterol LDL pode salvar milhares de brasileiros todos os anos²; A doença aterosclerótica, ou o entupimento de artérias, pode levar ao infarto e AVC isquêmico³

 

No Brasil, a principal causa de morte são o infarto agudo do miocárdio e o AVC (Acidente vascular cerebral)[4]. Ambas estão relacionadas à doença aterosclerótica, responsável pelo bloqueio das artérias, que, parcial ou totalmente, pode levar ao infarto ou AVC isquêmico. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), no Brasil anualmente morrem 400 mil pessoas em decorrência de doenças do coração[5].

A doença aterosclerótica é caracterizada pela obstrução arterial, que diminui a quantidade de sangue oxigenado distribuído para as células, levando-as à morte. A obstrução nas artérias que nutrem o coração – artérias coronárias – são graves e podem levar à morte[4], e o fator principal que induz ao entupimento das artérias é o descontrole dos níveis de colesterol LDL[6].

“No corpo humano circula o colesterol LDL – abreviação de Low density Lipoprotein. O LDL é responsável por levar colesterol para as células do corpo[7], mas se presente em excesso ou em combinação com outros fatores de risco, como pressão alta, tabagismo, diabetes ou obesidade, pode danificar a delicada estrutura das artérias e desencadear o fenômeno de aterosclerose[8]. Uma forma de evitar ou atenuar este processo se dá pela adoção de um estilo de vida saudável, diminuição no consumo de gordura de origem animal, atividade física regular, controle do peso e abolição do consumo de cigarros4”, comenta o Dr. Sergio Kaiser, cardiologista e professor adjunto de medicina interna da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Entretanto, em muitos casos apenas o estilo de vida saudável pode não ser suficiente havendo necessidade de uso de medicamentos para reduzir os níveis de LDL no sangue. O descontrole do colesterol LDL é responsável por cerca de 100 mil óbitos por ano[9]. Apesar da necessidade de haver mudança na dieta, ela é responsável por apenas 25% dos níveis de colesterol[10].

É de extrema importância realizar o controle do colesterol LDL. Não seguindo com o tratamento, é possível que doenças do coração se desenvolvam e levem o paciente a óbito. Embora seja perigoso o não controle, 62% dos pacientes de alto e muito alto riscos cardiovasculares possuem níveis descontrolados[11]. O tratamento é baseado em uma vida saudável, medicamentos e acompanhamento médico.

“Idealmente o controle adequado das taxas de colesterol no sangue implica visitas regulares ao médico especialista e acompanhamento dos exames se sangue. Cada organismo possui suas singularidades, as pessoas possuem percepções distintas sobre o risco à saúde. Portanto, não obstante a existência de metas gerais de controle do colesterol - e também de pressão arterial, peso e glicose no sangue - definidas por diretrizes, há de se levar em conta uma avaliação individualizada”, diz o especialista.

O descontrole dos níveis de colesterol LDL e suas potenciais consequências, como infarto e AVC isquêmico pode não resultar em óbito, mas mesmo assim pode deixar sequelas e aumentar as chances de recorrência do episódio[12],[13].Um dado a ser levado em consideração é que cerca de 50% dos pacientes diagnosticados com doenças cardíacas, vão a óbito em até cinco anos após a descoberta da doença[14]. “É importante ressaltar que pacientes que já tiveram um evento cardiovascular, como infarto e AVC isquêmico, são considerados de muito alto risco e para estes, a meta de colesterol LDL a ser atingida, conforme orientação das diretrizes brasileiras de prevenção cardiovascular[15], é igual ou inferior a 50 mg/dL, uma das diretrizes mais avançadas do mundo”, completa.

Para salientar esse fato para a comunidade médica, será realizado, no dia 28 de maio, em Porto Alegre, o “Summit Continuum Cardiovascular”, cujo objetivo é promover a atualização de especialistas com foco no cuidado contínuo com a saúde do coração.

 

 

Referências:

[1] III Diretrizes Brasileiras Sobre Dislipidemias e Diretriz de Prevenção da Aterosclerose do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Disponível em: http://old.scielo.br/scielo.php?pid=S0066-782X2001001500001&script=sci_arttext. Acesso em 04 mai. 2022.

[2] https://bvsms.saude.gov.br/08-8-dia-nacional-de-prevencao-e-controle-do-colesterol-2/

[3] Aumenta o número de mortes por doenças cardiovasculares no primeiro semestre de 2021. Disponível em: https://www.portal.cardiol.br/post/aumenta-o-n%C3%BAmero-de-mortes-por-doen%C3%A7as-cardiovasculares-no-primeiro-semestre-de-2021. Acesso em 03 mai. 2022.

[4] Caracterização do perfil epidemiológico da mortalidade por doenças cardiovasculares no Brasil: um estudo descritivo. Disponível em: https://portalatlanticaeditora.com.br/index.php/enfermagembrasil/article/view/5030. Acesso em 04 mai. 2022.

[5] Aumenta o número de mortes por doenças cardiovasculares no primeiro semestre de 2021. Disponível em: https://www.portal.cardiol.br/post/aumenta-o-n%C3%BAmero-de-mortes-por-doen%C3%A7as-cardiovasculares-no-primeiro-semestre-de-2021. Acesso em 03 mai. 2022.

[6] Padrão lipídico discordante e placa aterosclerótica carotídea. Importância do Colesterol Remanescente. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abc/a/YCxvMVV4q4SVbJRRtCdrTfB/?lang=pt. Acesso em 04 mai. 2022.

[7] 08/8 – Dia Nacional de Prevenção e Controle do Colesterol. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/08-8-dia-nacional-de-prevencao-e-controle-do-colesterol-2/. Acesso em 03 mai. 2022.

[8] Padrão lipídico discordante e placa aterosclerótica carotídea. Importância do Colesterol Remanescente. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abc/a/YCxvMVV4q4SVbJRRtCdrTfB/?lang=pt. Acesso em 04 mai. 2022.

[9] https://bvsms.saude.gov.br/08-8-dia-nacional-de-prevencao-e-controle-do-colesterol-2/

[10] WebMED. Cholesterol Overview. Accessed July 2021. Available from https://www.webmd.com/cholesterol-management/ss/slideshow-cholesterol-overview.

[11] Machline-CarrionMJ, SantucciEV, Damiani LP, BahitMC, Málaga G, Pontes-Neto OM, Martins SCO, ZétolaVF, Normilio-Silva K, Rodrigues de Freitas G, Gorgulho A, De Salles A, Pacheco da Silva BG, Santos JY, de Andrade Jesuíno I, Bueno PRT, Cavalcanti AB, Guimarães HP, Xian Y, BettgerJP, Lopes RD, Peterson ED, BerwangerO; BRIDGE-StrokeInvestigators. Effectofa QualityImprovementInterventiononAdherencetoTherapiesfor PatientsWithAcuteIschemicStrokeandTransientIschemicAttack: A Cluster RandomizedClinicalTrial. JAMA Neurol. 2019 Aug1;76(8):932-941. doi: 10.1001/jamaneurol.2019.1012. PMID: 31058947; PMCID: PMC6692700

[12] lll Diretriz sobre tratamento do infarto agudo do miocárdio. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abc/a/J9pQBbtX8gfhXFTGgSRBpTz/. Acesso em 04 mai. 20222.

[13] Acidente vascular cerebral (AVC). Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/avc-acidente-vascular-cerebral/. Acesso em 03 mai. 2022.

[14] https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estrategias_cuidado_pessoa_doenca_cronica.pdf

[15] Arq Bras Cardiol. 2019; 113:787-891


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