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quinta-feira, 12 de maio de 2022

Viagem com segurança: saiba como evitar golpes na hora de comprar a passagem aérea

Aprenda dicas fundamentais para comprar passagens de forma segura

 

O Brasil é um dos países onde mais acontecem golpes na compra de passagens aéreas. Pesquisa feita pela Associação Internacional de Transporte Aéreo, em 2019, revelou que naquele ano o país liderou o ranking das nações onde mais ocorreram fraudes. De todas registradas, metade aconteceram no Estado brasileiro. 

A maioria dos golpes surge através de anúncios, sites e perfis falsos na internet, e muitas vezes são portas de entrada para clonagem de cartões de crédito. Apenas no segundo trimestre de 2021, as tentativas de fraude on-line no setor de viagens aumentaram 255% em relação ao ano anterior. 

Geralmente, os criminosos chamam atenção do consumidor ao oferecerem descontos muito chamativos e dão como única opção de pagamento o depósito bancário. 

“Desconfie de descontos expressivos para pagamento via Pix. Faça uma pesquisa de mercado dos preços das passagens para o destino desejado e use os sites de companhias aéreas, de agências de viagens e portais de comparação de preços”, recomenda Orsini Nascimento, proprietário da CAPO Viagens, plataforma de viagens especialista em milhas e passagens aéreas. 

Além disso, Orsini chama atenção para detalhes importantes. “O cliente deve verificar se o número com o que está conversando é o mesmo que está na página oficial da empresa. Esta precisa ter verificação de segurança e ser a mesma do Reclame Aqui”, ressalta. O certificado de segurança, como o SSL, é mais uma forma de verificar se o site é seguro ou não. 

O dono da CAPO Viagens destaca, ainda, outros pontos para se atentar ao comprar passagens. “Verifique se os dados do CNPJ da empresa batem com o site. Vale a pena conferir se a empresa ou o profissional está registrado junto ao Cadastur”, aconselha. 

Para garantir uma compra tranquila, a CAPO Viagens desenvolveu um sistema antifraude próprio capaz de evitar que a empresa tome golpes através de cartões clonados, por meio da análise do comportamento do cliente no site e outros dados sobre ele, como o Score no Serasa. 

Eles desenvolveram, também, outro sistema que verifica anúncios falsos na internet utilizando o nome da CAPO. A partir disso, eles fazem denúncias nas respectivas redes sociais para prevenir golpes em terceiros. 


Oito em cada 10 empresas brasileiras preveem aumento no investimento em segurança cibernética em 2022

Estratégias de customer experience também precisam prever cuidados para proteção de dados de consumidores e colaboradores

 

83% das empresas brasileiras preveem crescimento no investimento em segurança cibernética
Créditos: Envato Imagens

O alerta é geral. A segurança cibernética nunca esteve tão em destaque nas organizações. Oitenta e três por cento das empresas brasileiras preveem um crescimento nos gastos nessa área, em 2022. O percentual é maior do que a expectativa mundial, em que 69% das companhias esperam esse aumento. Os dados são da pesquisa Global Digital Trust Insights Survey 2022, que mostrou: 36% das empresas no Brasil buscam ter um crescimento no orçamento cibernético entre 6% e 10%. Já 33% preveem uma alta de 15% ou mais. 

Estudos refletem uma mudança na mentalidade corporativa no cuidado com os dados. No Brasil, esse movimento ganhou força a partir da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que obriga organizações de todos os segmentos a protegerem os dados dos consumidores de seus produtos e serviços. Uma preocupação que precisa se estender a todas as frentes da empresa e também da sociedade. “A LGPD é uma forma de conscientizar a população e também as empresas da importância de armazenar os dados, com foco na proteção e privacidade da pessoa e da corporação”, destaca Ricardo Zanlorenzi, CEO da Nexcore, empresa de tecnologia focada na comunicação entre marcas e pessoas. 

E as estratégias de CX (customer experience) estão intimamente ligadas a esse cuidado. No caso da plataforma omnichannel, desenvolvida pela Nexcore, apesar da empresa fornecer a solução digital, os dados são de propriedade da corporação que contrata o serviço. Dessa forma, todas as informações devem ser protegidas pela organização. 

“As empresas são proprietárias e controladoras dos dados armazenados em suas plataformas. Por isso, a empresa que nos contrata precisa disponibilizar um ambiente seguro para que os dados sejam armazenados”, explica Ricardo Zanlorenzi. De acordo com o CEO da Nexcore, isso permite que todas as informações sejam de propriedade da empresa contratante, respeitando a privacidade do cliente e dos funcionários. “Estamos adequados à LGPD e não armazenamos os dados, com o objetivo da total segurança e privacidade do cliente”, afirma. 

Envolvimento do alto escalão

Somente um terço das organizações no mundo tem práticas avançadas de confiança de dados, segundo o estudo Global Digital Trust Insights Survey 2022. Porém, nenhuma companhia está isenta do cumprimento dessa lei. Caso a empresa não respeite as normas da LGPD, há a possibilidade da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) abrir um processo que pode gerar uma advertência, uma multa ou o bloqueio dos dados referentes à infração. “Por isso, é essencial que a equipe da instituição esteja atenta às regras e à segurança cibernética da corporação”, reforça. 

O estudo indica que o envolvimento do alto escalão das empresas é essencial para os desdobramentos das políticas nessa área. De acordo com a pesquisa, os CEOs  com melhores resultados de segurança cibernética nos últimos dois anos têm 14 vezes mais probabilidade de dar suporte relevante ao Chief Information Security Officer (CISO). Apesar disso, 77% dos executivos brasileiros e 75% dos globais relataram a complexidade nas corporações que atuam com tecnologia, dados e ambientes operacionais. O levantamento mostra também que eles têm consciência que essa complexidade pode elevar a níveis preocupantes os riscos cibernéticos e de privacidade

De acordo com Ricardo Zanlorenzi, os CEOs precisam estar cientes sobre a LGPD e as ações contra ataques cibernéticos. “É uma via de mão dupla. Os empresários devem dar suporte à equipe de tecnologia para que as informações da corporação sejam protegidas e para que a privacidade de funcionários e clientes seja preservada. Ao mesmo tempo, em caso de ataque cibernético, é preciso que os CEOs possam contar com a equipe de TI para que o problema seja resolvido o mais rápido possível”, finaliza. 

 

Nexcore

www.nexcore.com.br

Abril registra a terceira alta consecutiva no Índice de Confiança das Micro e Pequenas Empresas

Levantamento mostra que os empresários de Serviços são os mais otimistas. Estudo é produzido pelo Sebrae em conjunto com a Fundação Getulio Vargas

 

Pelo terceiro mês consecutivo, o Índice de Confiança de Micro e Pequenas Empresas (IC-MPE) avançou em 2022, influenciado tanto pela situação atual quanto pelas expectativas de curto prazo dos empresários. No mês de abril, a alta foi de 4,7 pontos, o que alavancou em 1,6 ponto o acumulado quadrimestral. O levantamento, produzido pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, engloba os setores de Comércio, Serviços e Indústria de Transformação.

Segundo a pesquisa, o aumento da satisfação dos donos de micro e pequenas empresas deveu-se, principalmente, à recuperação da situação atual dos negócios, cujo indicador alcançou o maior nível desde outubro de 2021. O registro positivo está relacionado ao aumento da demanda, que também obteve o melhor desempenho desde julho do ano passado. Olhando para o futuro próximo, os empreendedores também estão mais confiantes: indicadores como a tendência dos negócios para os próximos seis meses e as perspectivas sobre demanda subiram.

“A melhora da confiança das micro e pequenas empresas, pela terceira pesquisa seguida, foi influenciada pela percepção mais favorável da situação atual, por conta do controle da pandemia e maior circulação das pessoas, anúncio da liberação de novo saque de FGTS, antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas e aumento das expectativas”, enumera o presidente do Sebrae, Carlos Melles. “O cenário macroeconômico ainda exige atenção. Existem incertezas no curto prazo, escassez de insumos, que podem piorar com o problema geopolítico entre a Rússia e a Ucrânia, alta da taxa de juros e inflação, componentes que reduzem poder de compra da população e limitam o crescimento e desenvolvimento das MPE”, complementou.


Serviços

O setor de Serviços foi o que puxou a elevação do IC-MPE em abril, acrescendo 6,9 pontos, seguido pela Indústria de Transformação (4,3 pontos). Na contramão, o Comércio cedeu 1,2 ponto em abril.

Os empreendedores que trabalham em Serviços demonstraram mais confiança pelo segundo mês seguido, repercutindo também em um saldo quadrimestral positivo. O estudo do Sebrae aponta que, apesar da variante Ômicron ter interrompido a sequência de retomada do setor no início do ano, os empresários de Serviços voltaram a se recuperar e têm se destacado dos demais.

Uma demanda que explica esse progresso é o de serviços prestados às famílias, em que há um predomínio de menores empresas. Há ainda bons números nos serviços profissionais, serviços de transporte e serviços de informação e comunicação. Pela ótica regional, empreendedores de todo o país se mostraram mais confiantes, em especial no Sudeste e Nordeste, onde houve uma programação mais intensa do Carnaval fora de época.


Indústria

Os pequenos negócios da Indústria também registraram recuperação pelo segundo mês consecutivo, atingindo 99,7 pontos (alta de 4,3 pontos), maior nível desde dezembro de 2021. O avanço decorre de uma maior satisfação das empresas em relação ao presente, relacionada ao volume da demanda interna e à situação atual dos negócios, bem como a um aumento do otimismo com os meses futuros.

O conflito entre Rússia e Ucrânia impactou positivamente a confiança das micro e pequenas empresas do ramo de fertilizantes, beneficiadas com a dificuldade da importação estrangeira, que redirecionou a demanda para o mercado doméstico. Alimentos, metalurgia e produtos de metal e vestuário também avançaram no mês passado.

Todas as regiões computaram ganhos no IC-MPE, apenas o Sul se manteve estável.


Comércio

Ao contrário dos demais setores, a confiança das MPE do Comércio caiu 1,2 ponto, influenciada por uma piora das expectativas em relação aos próximos meses devido, sobretudo, à diminuição do consumo das famílias. O cenário de inflação e juros elevados freiam as compras, dado o alto endividamento das famílias e o aumento das taxas de juros.

Empresas do ramo de veículos, motos e peças (lojas de autopeças e pequenas revendedoras) foram as que tiveram o maior grau de desânimo. Um dos possíveis motivos é ainda a escassez de insumos devido à pandemia. E a tendência é de piora nesse quadro em razão do conflito internacional, já que a Ucrânia é responsável por, praticamente, 70% da produção mundial de néon, o principal insumo para fabricação de chips semicondutores.

No recorte por regiões, o Norte e o Centro-Oeste foram, praticamente, os responsáveis pela queda no índice do Comércio. O Sudeste manteve a estabilidade e o Sul e Nordeste foram na direção oposta, subindo 3,3 pontos e 0,2 ponto, respectivamente.


Crédito

Os resultados do indicador de crédito em médias móveis trimestrais mostram que os setores de Serviços e Comércio sinalizam uma piora das condições para se obter crédito nos últimos meses. O único setor que está em tendência crescente é o da Indústria de Transformação, que fechou o trimestre no azul. Segundo análise apresentada pelo levantamento, a captação de crédito das micro e pequenas empresas junto aos bancos já era bastante rigorosa, mas tornou-se ainda mais desafiadora na pandemia – com a redução de demanda, muitas empresas reduziram drasticamente suas reservas e o risco de inadimplência se elevou, o que levou muitas delas a fecharem suas portas.


ViaQuatro e ViaMobilidade homenageiam profissionais no Dia Internacional da Enfermagem nesta quinta (12/5)

Estações das linhas 4-Amarela, 5-Lilás e 9-Esmeralda terão distribuição de chocolates e painéis para tirar selfies

Agente de Atendimento e Segurança da ViaQuatro distribui chocolates em estação da Linha 4-Amarela


No próximo dia 12 de maio é celebrado o Dia Internacional da Enfermagem e do Enfermeiro e para homenagear os profissionais da área, a ViaQuatro e a ViaMobilidade, concessionárias responsáveis pela operação e manutenção das linhas 4-Amarela e 5-Lilás de metrô e linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda de trens metropolitanos, respectivamente, irão realizar uma ação especial em algumas estações. 

Para incentivar os passageiros a compartilharem nas redes sociais suas homenagens aos profissionais da enfermagem, painéis instagramáveis personalizados para a data estarão disponíveis para tirar fotografias nas estações Oscar Freire (Linha 4-Amarela), Adolfo Pinheiro (Linha 5-Lilás) e Morumbi (Linha 9-Esmeralda). Além disso, colaboradores das concessionárias também irão distribuir chocolates entre 10h e 14h nas mesmas estações como uma singela lembrança pela data. 

“Essa ação é um gesto simbólico para lembrar aos passageiros a importância dessas pessoas que dedicam diariamente um tempo fundamental na linha de frente da Saúde e no cuidado com o outro”, diz Juliana Alcides, gerente de Comunicação e Sustentabilidade da ViaQuatro e da ViaMobilidade.

 

Sobre o Dia Internacional de Enfermagem 

O Dia Internacional da Enfermagem é celebrado mundialmente desde 1965. Porém, oficialmente esta data só foi estabelecida em 1974, a partir da decisão do Conselho Internacional de Enfermeiros. O dia 12 de maio foi escolhido como homenagem ao nascimento de Florence Nightingale, considerada a "mãe" da enfermagem moderna.

 

Serviço:

Dia Internacional de Enfermagem - Painel Instagramável e distribuição de chocolates

12 de maio, das 10h às 14h

Linha 4-Amarela: Estação Oscar Freire

Linha 5-Lilás: Estação Adolfo Pinheiro

Linha 9-Esmeralda: Estação Morumbi


Instabilidade dos insumos exige trabalho eficiente da porteira para dentro

Produtor rural tem tarefa de casa, principalmente falando em preparo e manejo do solo, apontam pesquisadores e especialistas

 

Com a instabilidade no mercado de insumos em que o agronegócio vive hoje, é importante que o produtor entenda a situação pela qual o setor passa, principalmente sobre oferta e preço, o que isso impacta em suas ações e na próxima safra também. Segundo o analista de fertilizantes, Jeferson Souza, da Agrinvest Commodities, palestrante do painel Solos do XXII Encontro Técnico Soja da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), realizado em Cuiabá/MT, é fundamental que a classe produtora tenha o discernimento do quão pesado o fertilizante ficou em sua conta final, ou seja, no custo de produção.

“Aí é que vai um link interessante que podemos traçar com relação ao solo. Na minha opinião, a principal coisa a se fazer hoje é da porteira para dentro”, destaca Souza. Em sua avaliação apresentada durante o evento, ele sinalizou que os preços dos fertilizantes, por exemplo, devem se manter em alta nos próximos meses, não havendo indícios de queda. “Pode até acontecer, mas o que recomendamos é que o produtor trabalhe esta situação com os mecanismos que possui”, indicou o consultor.

Mas, não é só aqui. O preço dos insumos segue o mesmo padrão nos Estados Unidos, na China e diversos países, todos eles hoje estão vivendo perto da máxima histórica de valores, de acordo com o profissional da Agrinvest, “Está caro para todo mundo, esse é o ponto. Podemos dizer que acabamos vivenciando um sofrimento maior, já que estamos em um momento crítico de compra, a nossa janela ainda está aberta, os EUA não mais, por exemplo. O produtor americano já está pensando na safra que vem, então ele já comprou tudo”, explica o analista.


E então, o que fazer?

Unanimidade do painel de Solos durante o Encontro Técnico da Fundação MT, os pesquisadores e especialistas concordaram de que a condição do solo é a chave que o produtor rural tem em mãos.

O pesquisador da Fundação MT, engenheiro agrônomo e mestre em Ciência do Solo, Felipe Bertol, que coordenou as discussões sobre o assunto, aponta quais são os três pilares que devem ser considerados pelos agricultores para qualquer tomada de decisão. O primeiro deles é a caracterização do sistema produtivo, que contempla a aptidão agrícola do solo; qual a sequência de cultivos da área e as características químicas, físicas e biológicas dos locais de plantio. O segundo pilar são as práticas de adubação, que incluem quantidade de nutrientes aportados, quais fontes e qual o modo de aplicação. Já o terceiro ponto é o histórico de produtividade, que diz o que está limitando-a, se há muita resposta à adubação e se há produtividade estável.

Uma das ferramentas que está disponível no lado de dentro da porteira é a redução da adubação. Segundo a Lei dos Incrementos Decrescentes do professor alemão Eilhard Alfred Mitscherlich, por exemplo, “à medida que um solo pobre recebe adições crescentes de um dado nutriente, os ganhos de rendimento são inicialmente mais elevados, mas diminuem sucessivamente com o aumento das doses aplicadas até atingir a estabilidade, quando a adição de mais fertilizante pode reduzir a produtividade ou causar toxidez”. Estudos da Fundação MT também demonstram que esse ajuste nem sempre desfavorece o solo e os resultados da lavoura, mas para isso há critérios a serem observados.

Tudo tem que ser realizado da forma correta. O primeiro passo, segundo Bertol, é ter uma assistência técnica de qualidade e basear todas as decisões no histórico de produtividade das culturas envolvidas no sistema produtivo da área, monitoramento dos teores dos nutrientes através de análise de solo de qualidade, aspectos físicos do solo (textura, densidade, infiltração de água) e boa distribuição de fertilizantes.


Poupança de outras safras

Uma orientação genérica para a decisão de reduzir a adubação, de acordo com o pesquisador, é a lógica da poupança. “Se na safra passada o produtor fez o manejo da adubação com a perspectiva de produzir mais, mas em razão das condições climáticas ele produziu menos, então nesta safra é possível aproveitar o que não foi exportado ano passado. Mas, tem que avaliar qual a dinâmica do nutriente a ser poupado, o papel dele na planta e as características do solo, e estando com sobras, a redução pode ser feita com tranquilidade, como é o caso de nutrientes como fósforo e potássio em solos de fertilidade construída”, explica o pesquisador.

O engenheiro agrônomo e diretor na Tec Fertil Agroconsultoria, José Francisco da Cunha, que também participou do painel de Solos, reforça que o produtor precisa adaptar para sua realidade todas as opções disponíveis hoje no sentido de amenizar o cenário vivido.


Gestão é importante também

Para o analista da Agrinvest, Souza, a maior lição que o produtor pode tirar do último ano com a instabilidade dos insumos no mercado, é a de ter um cuidado maior com a gestão da propriedade. “Não se pode só olhar o preço nominal, recentemente houve uma oportunidade quando a relação de troca melhorou e aumentou o preço da soja.  Muitos não acompanharam isso. Só focaram no preço nominal da matéria-prima, por exemplo”, detalha.

Cunha também compartilha da mesma opinião, destacando que apesar de que nesse momento da safra o preço parece não ser uma preocupação grande, deve-se ter atenção com relação aos suprimentos. “O produtor ainda está tendo uma remuneração alta, então entendemos que ele não deve procurar encontrar a melhor relação de troca agora, porque também está obtendo uma boa lucratividade, que foi alavancada pelos preços agrícolas. Então sugerimos que deixe isso um pouco de lado e foque no abastecimento, ainda mais que o tempo vai ficando curto”, ressalta o consultor.

Com o passar dos meses, pior vai ficando a situação e os riscos aumentam. “Temos que nos preparar bem para alocar o que tivermos disponível, da melhor forma possível. Se todo mundo fizer isso, no coletivo, conseguimos bons resultados para todos. Agora se só raciocinarmos individualmente - eu vou correr para garantir o meu - aí o cenário vai continuar complicado ou vai se complicar ainda mais”, completa o diretor da Tec Fertil.

Para o especialista da Agrinvest, temos no Brasil uma tecnologia gigante no setor, sendo uma referência global em produtividade e agricultura de precisão, mas que o país ainda peca na comercialização. “Todo esse trabalho acaba indo por água abaixo, é preciso ir com duas mãos, da porteira para dentro e para fora. É interessante o produtor saber o que realmente está acontecendo, aliar esses dois lados. Nesse caso, o problema é externo, mas se ele manejar bem na fazenda, com o auxílio de instituições como a Fundação MT, ele consegue ter bons rendimentos e passar por essa crise”, conclui o profissional.

 


Fundação MT

 www.fundacaomt.com.br


Desafios do mercado de trabalho

Se não tivermos uma política pública articulada e consistente voltada para a formação de mão de obra nos vários níveis, dificilmente o Brasil poderá ingressar na chamada economia 4.0

Um dos maiores desafios da economia brasileira na atualidade é o alto índice de desemprego, que atinge mais de 11 milhões de trabalhadores, com todos os problemas econômicos e sociais decorrentes. Frise-se que esse problema já existia antes da pandemia, revelando a incapacidade do País de gerar condições para absorver uma grande parcela da população no mercado de trabalho.

O desemprego de longa duração, mais de 2 anos à procura de trabalho, que em 2012 atingia pouco mais de um milhão de trabalhadores, passou para 3,6 milhões em 2021. Quanto mais tempo a pessoa fica sem trabalhar, mais se desatualiza, e tem maior dificuldade para recolocação, com a agravante de que a maior parte dos desempregados, segundo dados da FGV, têm baixo nível de escolaridade. De outro lado, a modernização das empresas e a evolução tecnológica criam exigências de maior qualificação da mão de obra. Nesse contingente, se encontra um número de estudantes que, por razões várias, abandonaram a escola durante a pandemia e, muitos deles, são os conhecidos como “nem nem”, isto é, que não estudam e nem trabalham, e que representam um peso para suas famílias e para a sociedade. 

O último dado do Caged, divulgado pelo Ministério do Trabalho e Previdência, refere-se a março, revelando que com o crescimento do emprego no primeiro trimestre, superamos ligeiramente o nível registrado em 2020, antes da pandemia, o que é uma boa notícia, mas não revela o quadro real da situação do mercado de trabalho no país.

Artigo da revista Conjuntura Econômica mostra que parcela significativa (8,9%) do crescimento do emprego se deu na informalidade, enquanto o aumento com registro foi de apenas 2,3% do total. Além disso, grande parte (cerca de 6,6 mil de trabalhadores) se refere a empregos precários, como trabalho intermitente, tempo parcial, ou sazonal, e o nível das remunerações, assim como dos reajustes dos trabalhadores em geral, não acompanhou os índices de inflação, medidos pelo IPCA.

Os mais de 4 milhões de MEIs, Microempreendedores Individuais, muitos dos quais perderam, ou deixaram, seus empregos para trabalhar por conta própria, como profissionais com alguma especialização, ou pessoas que viram na crise uma oportunidade para desenvolver alguma atividade remunerada, têm aliviado um pouco a pressão sobre o emprego.

O mercado de trabalho brasileiro apresenta um quadro em que convivem o elevado desemprego, com a falta de mão de obra para alguns segmentos, e que no caso de atividades ligadas à TI, se torna muito preocupante, especialmente para as empresas menores. Como têm mais dificuldades para recrutar no mercado, elas treinam e formam pessoas para suas necessidades, mas acabam perdendo para as maiores, que podem pagar maiores salários e benefícios. Segundo fontes do setor, até empresas do exterior têm recrutado técnicos no Brasil, seja para trabalhar on-line, ou nos seus países.

Se não tivermos urgentemente uma política pública articulada e consistente voltada para a formação de mão de obra nos vários níveis, dificilmente o Brasil poderá ingressar na chamada “economia 4.0”, que exige não apenas a tecnologia, como, também, o profissional capaz de utilizá-la de forma eficiente.  A formação de mão de obra qualificada passa pela melhora da educação desde o nível elementar. Sem uma boa formação em matemática, português e inglês, dificilmente o estudante poderá ser um bom profissional nas áreas de maior conteúdo tecnológico.

Sem pressão e participação da sociedade, contudo, essa política não será implementada pois seus resultados não são imediatos e não atraem a classe política. Devemos nos articular para cobrar dos candidatos aos vários cargos em disputa nas próximas eleições, compromissos com a educação de qualidade, para que o Brasil possa recuperar sua posição de protagonismo no cenário das nações.

 

Marcel Solimeo

https://dcomercio.com.br/publicacao/s/desafios-do-mercado-de-trabalho

 


Geração própria de energia solar no Amazonas atende cerca 4,6 mil consumidores e deve atrair mais investimentos com novo marco legal do setor

Segundo a ABSOLAR, desde 2012, o setor solar gerou mais de 1,7 mil empregos e trouxe mais de R$ 280 milhões em novos investimentos ao Estado 

 

Desde 2012, a geração própria de energia solar no Amazonas já proporcionou mais de R$ 280 milhões em novos investimentos na região e abastece atualmente cerca de 4,6 mil consumidores amazonenses, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). De acordo com a entidade, o uso da tecnologia fotovoltaica em telhados e pequenos terrenos gerou mais de 1,7 mil empregos e uma arrecadação de mais de R$ 82,9 milhões aos cofres públicos.
 
Com a publicação, em janeiro deste ano, do novo marco legal da geração própria de energia renovável, a Lei nº 14.300/2022, de autoria de Deputado Federal Silas Câmara (Republicanos – AM), a perspectiva do setor e do poder público é de elevar ainda mais a presença da fonte solar na região, com a atração de mais investimentos e ampliação das oportunidades de emprego e renda aos amazonenses. À época da elaboração e protocolo da primeira versão do Projeto de Lei nº 5.829/2019, o Deputado Federal Silas Câmara presidia a Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, tendo sido peça fundamental na realização de audiências públicas, reuniões e debates que viabilizaram o aprimoramento do projeto ao longo de sua tramitação no Congresso Nacional.
 
Depois de mais de dois anos de intensos debates e articulação entre representantes das fontes renováveis, consumidores, órgãos de governo, agência regulatória e o Congresso Nacional, o marco legal traz regras claras, transparentes e previsíveis, fortalecendo o desenvolvimento da energia solar e de outras fontes renováveis no Brasil. A lei garantiu o direito dos consumidores de gerar e usar a sua própria energia elétrica a partir de fontes renováveis, como sistemas solares nos telhados de residências, pequenos negócios, propriedades rurais e prédios públicos. Isso cria um ambiente mais estável e equilibrado para o crescimento da geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis no País.
 
“A nova Lei traz mais segurança jurídica aos consumidores e ao setor. Com isso, deve acelerar novos investimentos em energia solar fotovoltaica pelo território nacional, inclusive no estado do Amazonas”, comenta Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR.
 
“A geração própria de energia solar é atualmente uma das melhores soluções para os consumidores reduzirem seus gastos com energia elétrica, bem como para protegê-los do aumento das contas de luz e das bandeiras tarifárias. Por isso, a Lei ajudará os consumidores e os setores produtivos na retomada do crescimento econômico e sustentável no pós-pandemia. O setor solar fotovoltaico é reconhecidamente uma locomotiva para a geração de empregos de qualidade, a partir do maior uso desta fonte limpa, abundante e acessível”, acrescenta o deputado Silas Câmara.
 
De acordo com o mapeamento da ABSOLAR, o Amazonas possui atualmente 4,5 mil sistemas de geração própria de energia solar operacionais, espalhados por 39 cidades, ou 62,9% dos 62 municípios da região, que garantem redução na conta de luz, maior autonomia e sustentabilidade aos cidadãos amazonenses.
 
O estado possui atualmente 62,4 megawatts (MW) de potência instalada, somando sistemas em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos. Segundo a ABSOLAR, o território amazonense responde por 0,6% de toda a potência instalada de energia solar distribuída.
 
O setor projeta um crescimento acelerado em 2022 nos sistemas solares no Amazonas e no Brasil, devido ao forte aumento nas tarifas de energia elétrica em todo o País. “Este é o melhor momento para se investir em geração própria de energia solar. Os consumidores que aderirem a esta modalidade até o início de 2022 garantem até 2045 as melhores condições de compensação da energia elétrica”, diz Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR.

  

Como aproveitar melhor o potencial dos profissionais com mais de 50 anos

De acordo com Thaisa Batista, fundadora da abler, é necessária uma mudança no pensamento coletivo para evitar desigualdades


Com um mercado de trabalho cada vez mais concorrido, profissionais com idades mais avançadas, em alguns casos, têm passado por dificuldades em processos de seleção e entrevistas de emprego. Muitos apontam que o etarismo —discriminação contra pessoas baseadas em estereótipos de idade — é a principal razão para esse fenômeno.

De acordo com Thaisa Batista, graduada em Administração de Empresas pela UFPR e fundadora da abler, startup que visa trazer agilidade e efetividade aos processos seletivos, os profissionais de RH devem se atentar a esse ponto desde o início do processo de recrutamento. “Esse é um cuidado que tem que ser tomado desde o início da seleção e, até mesmo, na própria descrição da vaga. É importante não utilizar uma linguagem tão expressiva, repleta de gírias e dialetos voltados ao público mais jovem”, relata.

Para a empresária, as imagens de divulgação também devem mostrar uma diversificação no campo da idade. “Acredito que não seja intencional, mas é muito raro ver uma identidade visual de divulgação que utilize pessoas que aparentam ter uma idade mais avançada. Isso ajuda a aumentar pré-julgamentos em relação à idade, por exemplo, de que pessoas mais velhas não tenham habilidade em aprender coisas novas e se desenvolver no ambiente de trabalho. É importante ir na contramão desse movimento e acolher pessoas mais velhas nos processos de seleção”, pontua.

Plataformas de recrutamento podem acolher trabalhadores com idades mais avançadas com atitudes que, se aplicadas da maneira correta, podem aumentar o número de pessoas capacitadas sendo inseridas no mercado de trabalho. “O primeiro passo é que no campo de cadastro da vaga não conste uma idade específica para a oportunidade de trabalho. Além disso, é importante que as plataformas de recrutamento contem com uma usabilidade prática e intuitiva”, aconselha Thaisa.

De acordo com a especialista em processos seletivos, as empresas estão começando a valorizar seus colaboradores com idades acima dos 50 anos. “Recentemente pudemos notar que grande parte das organizações e startups têm tido um olhar mais acolhedor, entendendo quais são os valores e os recursos que um profissional mais experiente pode agregar. Então o mercado como um todo tem notado os ganhos ao se contratar pessoas com idades mais avançadas”, revela.

Uma das maiores reclamações dos profissionais acima dos 50 anos é a falta de um contato apropriado após o processo seletivo em caso de não ter sido um dos selecionados para a vaga. Para a fundadora da abler é preciso estar atento a isso e, se possível, fazer um contato individualizado para apresentar essa informação ao candidato. “Pode ser válido apresentar claramente quais são os critérios utilizados no momento de cada etapa do processo, revelando os motivos para a desclassificação em questão. É importante associar esse motivo a uma justificativa plausível, seja ele com relação à escolaridade ou algum conhecimento técnico relacionado ao cargo”, explica.

Na opinião de Thaisa, esses profissionais agregam conhecimento e experiência para diversos segmentos da indústria, sendo necessários em vários sentidos dentro de uma empresa. “Quando se pensa em profissionais de 50 anos ou mais, pensamos em indivíduos que tenham valores sólidos, com anos de experiências profissionais que os tornaram as pessoas que eles são hoje. Isso enriquece os princípios empresariais e a própria cultura da empresa”, finaliza.

 

 

Thaisa Batista - Graduada em Administração de Empresas pela UFPR, possui MBA em Gestão Empresarial pela UTFPR e atua no planejamento, controle e gestão de equipes em projetos e processos de Recrutamento e Seleção há oito anos. Curiosa por soluções que pudessem otimizar a produtividade de selecionadores e melhorar a experiência de candidatos, fundou o abler para ajudar a desenvolver o mercado de R&S, trazendo agilidade e efetividade nos processos seletivos.


Varejo de cigarro pode solicitar restituição de PIS e COFINS

Não é novidade que, no Brasil, muitas empresas recolhem tributos indevidamente, seja porque cometem equívocos contábeis e fiscais em virtude da complexidade das normas, seja porque são submetidas a exigências ilegais ou inconstitucionais. Esta última hipótese é o que acontece com as empresas varejistas que comercializam cigarros, que são obrigadas a suportar um recolhimento do PIS e da COFINS em valores muito superiores ao efetivamente devido.

Vamos entender melhor o porquê dessa exigência inconstitucional: a legislação atual estabelece que os cigarros e cigarrilhas revendidos no varejo se sujeitam ao regime de substituição tributária do PIS e da COFINS, através do qual os fabricantes e importadores devem recolher estas contribuições na condição de contribuintes e substitutos dos comerciantes atacadistas e varejistas. De acordo com o Art. 62 da Lei nº 11.196/2005, a base de cálculo do PIS e da COFINS, devidos pelos fabricantes e importadores de cigarros e cigarrilhas, é obtida mediante a multiplicação do preço fixado para a venda do produto no varejo, multiplicado pelos coeficientes de 3,42 e 2,9169, respectivamente. Ocorre que o preço de venda no varejo de cigarros é muito inferior à base de cálculo presumida, e isso faz com que a União receba um valor a maior, que não corresponde ao tributo realmente devido, pois os parâmetros fixados por estimativa não se concretizaram no ato da venda ao consumidor final.

Inconformados com esta exigência, muitos contribuintes recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF), discutindo a inconstitucionalidade dos valores de PIS e COFINS recolhidos indevidamente, uma vez que a venda dos cigarros é realizada por um valor muito menor do que aquele utilizado na presunção. Felizmente, o Plenário da Suprema Corte, por maioria, decidiu que “é devida a restituição da diferença das contribuições para o Programa de Integração Social (PIS) e para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) recolhidas a mais, no regime de substituição tributária, se a base de cálculo efetiva das operações for inferior à presumida”. A decisão foi proferida na sessão virtual encerrada em 26 de junho de 2020, no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 596.832/RJ, com repercussão geral reconhecida (Tema 228).

De acordo com a decisão, não tendo sido verificado o fato gerador,ou constatada a ocorrência de modo diverso do presumido, há o direito à devolução pois, tratando-se de antecipação, é inerente que, mais adiante, haverá um encontro de contas para saber se os parâmetros fixados por estimativa se tornaram concretos, como acontece relativamente ao Imposto de Renda. Assim, é impróprio potencializar uma ficção jurídica para, a pretexto de atender a técnica de arrecadação, consagrar “verdadeiro enriquecimento ilícito” por meio do recebimento de quantia indevida pelo ente público que está compelido a dar o exemplo. “Há vedação peremptória à apropriação, pelo Estado, de quantia que não corresponda ao tributo realmente devido, consideradas a base de incidência e a alíquota das contribuições, bem assim os regimes de arrecadação”, afirmou o ministro Marco Aurélio em seu voto, seguido pela maioria do Plenário.

Com base nesse julgamento, a Receita Federal do Brasil (RFB) emitiu a Nota COSIT/Sutri/RFB nº 446/2020, na qual concluiu que a decisão com repercussão geral exarada pelo STF é aplicável para o setor econômico de cigarros, onde existe a substituição tributária do PIS e da COFINS. Posteriormente, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) emitiu o Parecer SEI nº 2592/2021/ME, dispensando a PGFN de contestar e recorrer nesta matéria e reconhecendo que “é devida ao substituto tributário a restituição da diferença das contribuições para o Programa de Integração Social – PIS e para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS por ele recolhidas a maior, no regime de substituição tributária, se a base de cálculo efetiva das operações for inferior à presumida”.

Assim, diante do julgamento do STF (RE 596.832/RJ), da repercussão geral reconhecida (Tema 228), da Nota COSIT/Sutri/RFB nº 446/2020 e do Parecer SEI nº 2592/2021/ME, as empresas varejistas que realizam a venda de cigarros, como postos de combustíveis, padarias, lojas de conveniência e supermercados, desde que comprovem que os valores de venda foram inferiores aos presumidos, podem pleitear a restituição dos valores de PIS e COFINS recolhidos indevidamente nos últimos cinco anos. Em média, estes estabelecimentos conseguem recuperar cerca de 7% de toda a venda de cigarros ocorrida nesse período.

Um detalhe importante a ser considerado é que, em relação à restituição dos valores, a Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 1/2014 prevê a vinculação da RFB às decisões judiciais desfavoráveis à Fazenda Nacional proferidas em Recursos Extraordinários com Repercussão Geral (STF) ou em Recursos Especiais Repetitivos (STJ), após expressa manifestação da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). Como a PGFN se manifestou expressamente através do Parecer SEI nº 2592/2021/ME, é possível realizar os pedidos de restituição pela via administrativa.

É essencial, no entanto, que o levantamento dos créditos seja preciso para que o pedido de restituição tenha fundamentação e amparo. Fazer esse cálculo manualmente é extremamente lento, custoso e, na maioria das vezes, inviável. Somente uma solução que automatize a apuração dos valores pode fornecer planilhas exatas para que as empresas tomem as providências necessárias para restituir os créditos que lhes pertencem por direito.

 

 

Frederico Amaral - CEO da e-Auditoria, empresa de tecnologia especializada em auditoria digital.

 

e-Auditoria

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Dicas para driblar a inflação e os juros em alta

Identificar quanto entra e sai do caixa da empresa, avaliar a troca de fornecedores e cuidar do emocional podem ajudar os empresários a enfrentar o baque econômico, dizem especialistas

 

Há quase 30 anos no mercado Pet, Ana Luiza de Mello Viola diz que a dobradinha inflação e juros, em alta, está tornando “absurdamente difícil” manter a sua loja em Santo Amaro, zona sul da capital paulista.

Nos últimos dois anos, os preços de rações subiram até 50% e, de medicamentos, 20%. Faltam vacinas e produtos para animais. As vendas da loja caíram entre 30% e 40% neste ano.

Recorrer a bancos foi uma opção para Ana Luiza honrar compromissos com fornecedores e impostos num momento em que clientes mensalistas começam a atrasar os pagamentos. 

A dona da Pequenos Grandes Amigos não passa aperto sozinha. Passado o período mais crítico da pandemia do novo coronavírus, agora é a vez de os lojistas driblarem a inflação e os juros.

Como vender os mesmos produtos com aumentos de preços quase semanais e repassar os custos diante da tamanha queda do poder aquisitivo do consumidor?

Diário do Comércio recorreu a especialistas do Sebrae SP e de consultoria financeira para ajudar os lojistas com as suas finanças neste momento crítico da economia brasileira.


Veja algumas das dicas.

Para quem está sob a pressão de custos, o primeiro passo é organizar as finanças, isto é, identificar quanto entra e sai de dinheiro da companhia no mês, simples assim.

Com esses dados identificados, o passo seguinte é analisá-los, de acordo com Cibele Pestillo, consultora de finanças do escritório regional de Araçatuba do Sebrae SP.

“Quanto a empresa gasta com toda a sua infraestrutura, salários e encargos, taxas para uso de cartões de crédito, logística de entrega?”, diz.

Neste momento, afirma ela, o lojista precisa também prestar muita atenção nos contratos para entregas de produtos daqui a meses, como acontece no mundo da moda.

Geralmente, o empresário faz o pedido para os fornecedores mediante os preços já apresentados, sabendo que o seu público pode pagar com a margem que ele coloca.

E se os preços dos fornecedores sobem no meio do caminho em razão da inflação, o comerciante vai ter condição de vender a peça mais cara e ainda obter lucro?

“Tudo isso tem de ser muito combinado, até porque, para continuar atrativo, o lojista não consegue repassar todos os aumentos de custos para os preços dos produtos.”

Neste período, diz ela, o lojista precisa considerar a troca de fornecedores e ter um controle maior das despesas fixas, como aluguel, salários, água, energia, telefone e internet.

Toda a economia com cada um desses itens pode fazer a diferença no resultado no fim do mês.

Um ponto que o empreendedor evita discutir, diz ela, é o que trata do pro-labore, isto é, a retirada de dinheiro da empresa que ele faz todo o mês.

“Já vi caso de empresa que faturava R$ 20 mil por mês e o dono retirava R$ 10 mil. Num caso como este, a companhia fica com a capacidade financeira comprometida, não sobrevive.”

De acordo com Cibele, as despesas fixas de uma empresa não podem ultrapassar 45% da receita e com os fornecedores, 40%.

“Dos 15% restantes, o empreendedor tem de pagar impostos, frete, empresa de cartões, aluguel de maquininhas e ainda ter lucro.”

 

CAPACITAÇÃO

O pedido de ajuda dos empresários para tocar a empresa na crise levou o Sebrae-SP a formar um grupo de 50 empresas de moda da região de Araçatuba para dar um curso de capacitação.

Os empresários já participaram de quatro encontros e o último abordou justamente o tema que eles mais discutem neste momento, que é como lidar bem com as finanças.

“Não existe uma fórmula pronta. O que tem de ter é o controle financeiro da empresa. Quanto maior a inflação, maior tem de ser o controle”, diz.

Quando não há organização financeira, de acordo com ela, a primeira atitude do empreendedor é recorrer a bancos, elevando o endividamento, uma opção não desejável.

Diminuir a retirada dos sócios, muitas vezes, de acordo com Cibele, consegue resolver até 90% do problema financeiro da empresa.

 

SEM PÂNICO

Cuidar bem das emoções num momento como este é fundamental para quem é dono de empresa, na avaliação de Boanerges Ramos Freire, especialista em serviços financeiros.

“O empresário existe para atender a necessidades de pessoas, gerar renda para si e para outros, tem um papel muito importante na sociedade, mesmo sendo pequeno.”

Neste momento, diz ele, o empreendedor não pode deixar se levar pelas notícias negativas, entrar em pânico. “Se deixar, ele trava, não enxerga a situação com clareza.”

Se informar é bom, diz ele, e procurar sempre ouvir notícias e outros empresários do seu setor, que podem interpretar a mesma realidade de maneira diferente.

“Mexer na inflação e nos juros, o empresário não pode, mas tem muito o que ele pode fazer, como olhar para a gestão financeira da sua empresa”, diz Ramos Freire

Assim como a dona de casa que, nos últimos tempos, passou a pesquisar preço muito mais, o empresário deve fazer o mesmo em relação a seus fornecedores.

“Preço, qualidade e prazo são importantes. E prazo passou a ser mais importante com os juros do jeito que estão. É essencial o empresário não pagar antes de receber. Senão, se enforca.”

Para Ramos Freire, às vezes, é melhor vender menos do que vender com prejuízo. “É preciso ver o resultado que dá a venda de cada produto, não colocar tudo num bolsão.”

Questões básicas de gestão financeira, diz ele, são indispensáveis num momento como este.

“Quanto melhor a gestão, melhor as chances de atravessar este período difícil da economia brasileira, que deve ser longo.”

Para Ramos Freire, o cenário econômico do Brasil deve persistir por mais uns dois anos.

Não é o momento, portanto, de fazer investimentos, arriscar em novos negócios. “É hora de manter o básico e se preparar para uma longa travessia nos negócios.”

 


Fátima Fernandes

 

https://dcomercio.com.br/publicacao/s/dicas-para-driblar-a-inflacao-e-os-juros-em-alta


Diversidade é palavra-chave dentro das empresas

Vice-presidente da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), Alexandre Slivnik, aponta o quanto companhias vêm buscando a inclusão no ambiente interno


A polêmica recente em torno de uma propaganda automotiva tomou conta das redes sociais, ocupou as primeiras colocações nos Trending Topics (assuntos mais comentados) do Twitter e tornou-se motivadora para diversos memes que circularam em grupos de WhatsApp. Tudo porque a peça publicitária mostrou um casal homossexual formado por dois homens e o automóvel como parte da vida deles.

No entanto, apesar das piadas que circularam sobretudo em grupos formados por homens, a montadora pode ter cometido um grande acerto. Para Alexandre Slivnik, vice-presidente da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), que realiza cursos e palestras há vinte anos, empresas que buscam a diversidade têm mais resultados e o “barulho” provocado pela peça publicitária levou muita gente a conhecer o carro em questão. “Nesta empresa, além de fazer um grande barulho para as pessoas conhecerem o novo carro, ela teve o resultado”.

Há cinco anos Alexandre tem visitado empresas instaladas no Vale do Silício, localizado na parte sul da Baía de San Francisco (EUA) e a palavra que o especialista mais ouve dentro dessas companhias é “diversidade”. Foram mais de cinco visitas e, na maioria dessas ocasiões, a empresas de tecnologia, as quais normalmente contam com pessoas mais tradicionais em seus quadros de colaboradores.

“Pensamentos divergentes levam à inovação e a inovação leva ao resultado. E a partir do momento em que você tem, no mesmo ambiente, pessoas com pensamentos diferentes, com culturas diferentes, com realidades diferentes, você consegue promover um ambiente de inovação”.

O especialista gostou do que viu no comercial, justamente por vivenciar e estudar a diversidade dentro das empresas. Muitas palestras por ele ministradas acontecem dentro de companhias que lutam pela diversidade. “E esta é uma bandeira que eu vou levantar. Talvez no meu passado eu tivesse alguns traços de preconceito, mas eu evoluí. Tive uma formação religiosa e durante muitos anos entendi que a família era a tradicional, mas percebi ao longo dos anos que o mundo evolui, o ser humano evolui e a pluralidade e a diversidade fazem parte do ser humano, fazem parte da nossa sociedade. De sete, oito anos para cá, eu comecei a admirar a diversidade”.

Alexandre lembra este é um pensamento que tem cada vez mais ocupado o universo corporativo. “Se você ainda não entendeu que o nome do jogo da vida hoje é diversidade e inclusão, é melhor você se preocupar, porque pode ser que, em alguns anos, você seja excluído, assim como muitas pessoas foram nesses últimos anos. A diferença enriquece e o respeito une”.

 

 

Alexandre Slivnik - reconhecido oficialmente pelo governo norte americano como um profissional com habilidades extraordinárias na área de palestras e treinamentos (EB1). É autor de diversos livros, entre eles do best-seller O Poder da Atitude. É diretor executivo do IBEX – Institute for Business Excellence, sediado em Orlando / FL (EUA). É Vice-Presidente da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD) e diretor geral do Congresso Brasileiro de Treinamento e Desenvolvimento (CBTD). É professor convidado do MBA de Gestão Empresarial da FIA / USP. Palestrante e profissional com mais de 20 anos de experiência na área de RH e Treinamento. É atualmente um dos maiores especialistas em excelência em serviços no Brasil. Palestrante Internacional com experiência nos EUA, EUROPA, ÁFRICA e ÁSIA, tendo feito especialização na Universidade de HARVARD (Graduate School of Education - Boston / EUA). www.alexandreslivnik.com.br.

 

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