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segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

6 coisas que te falaram errado sobre relacionamentos

Imagem: Liza Summer


“A pessoa de Deus para você” e outros conselhos para reconsiderar.


1 - Existe uma pessoa específica para você 

Frio na barriga, mãos suadas. Sensações de formigamento por entusiasmo por todo corpo quando você encontra o potencial “aquele”. “Talvez seja esse alguém específico que Deus separou para mim”, você pensa. 

A maioria de nós tem ouvido, de uma maneira ou de outra, que Deus tem uma pessoa específica planejada para nós, o que nos leva a uma crise debilitante de ansiedade e medo de escolher a “pessoa errada” – ou sentir que podemos ter perdido no “prêmio da vitória” quando um relacionamento fracassa. 

Mas a Bíblia nunca disse que Deus separou essa “uma pessoa” para nós. Em vez disso, temos a liberdade de decidir com quem nos casar, mas por meio da Bíblia, da oração e com a ajuda de nossa comunidade, o Senhor nos dá a sabedoria de que precisamos para discernir se alguém seria um bom parceiro de vida em potencial (Tiago 1:5).

 

2 - A única unidade de medida é a felicidade 

Vocês explodem o telefone um do outro com mensagens de texto fofas, noites de encontro são passadas com você em lágrimas de tanto rir, e vocês mal podem esperar até que possam passar mais tempo juntos novamente. O encontro de vocês os deixa incrivelmente felizes. 

Ainda que haja espaço para felicidade num relacionamento saudável, não é uma medida confiável quando se trata de descobrir se a pessoa é certa para nós. Uma maneira melhor de avaliar isso seria pedir conselhos ao nosso grupo de amigos de confiança. Eles têm alguma preocupação sobre o caráter da pessoa com quem estamos querendo nos relacionar, ou com a forma como o relacionamento está se desenvolvendo? 

Provérbios 12:15 diz que a pessoa sábia ouve conselhos, e quando se trata das áreas de amor e namoro, não há nada de tolo em dar atenção às potenciais bandeiras vermelhas ou pontos cegos que nossos amigos podem nos ajudar a ver.

 

3 - É preciso ter uma conexão espontânea 

Você encontrou alguém em quem está interessado e sente que há compatibilidade entre vocês dois. Mas, nos primeiros encontros, você não se sente conectado. Você não tem certeza se deve desistir nesta fase. 

A realidade é que precisamos investir tempo em conhecer a outra pessoa para que uma conexão mais profunda possa se desenvolver. 

Isso pode ser construído com o tempo, à medida que temos conversas centradas em Deus sobre nossos medos, pensamentos, esperanças e prioridades na vida ou vivenciamos diferentes situações juntos. Em breve, você verá que a conexão é solidificada quando o ferro afia o ferro (Provérbios 27:17), nos momentos de motivar um ao outro (1 Tessalonicenses 5:11, Hebreus 10:24), e conforme vocês ajudam um ao outro (Gálatas 6:2). Isso não apenas nos dá um vislumbre do caráter e da capacidade da outra pessoa de lidar com situações difíceis, mas também nos ajuda a decidir melhor se estamos prontos para buscar uma parceria para a vida toda.

 

4 - Encontre alguém que o ama mais do que você ama a pessoa 

Os seus sentimentos por aquela pessoa especial aumentaram, assim como suas expectativas em relação a essa pessoa. Incentivado por seus amigos, você começa a avaliar o tipo de presentes que ele lhe dá ou o que ele faz para impressionar você. “Vocês foram a algum restaurante romântico à luz de velas ou você se surpreendeu com uma visita?” Você começa a se perguntar se ele está realmente interessado, caso não tenha feito nada de especial para mostrar o quanto se importa. 

Todos merecem ser genuinamente amados e receber amor. Esperar que alguém “nos ame mais” do que nós os amamos pode correr o risco de brincarmos com suas emoções, suas vulnerabilidades e generosidade para nossos próprios ganhos e garantias. 

Em 1 Coríntios 13:3-8 lemos que o amor não é egoísta, mas sempre protege os interesses da outra pessoa. Como podemos honrar a pessoa com quem namoramos e dar mais do que recebemos?

 

5 - Tem que ter aquele brilho no olhar 

Aquela onda de eletricidade quando suas mãos se tocam. O som do seu coração batendo forte nos ouvidos. A visão daqueles olhos expressivos e sorriso fofo é o suficiente para derreter você. 

Embora a atração física inicial ou a faísca seja importante, ela desaparecerá com o tempo. Como Provérbios 31:30 diz: “Os encantos são enganosos, e a beleza não dura para sempre, mas a mulher que teme o SENHOR será elogiada.” E vamos precisar de mais do que apenas a sensação de perna de gelatina para atiçar as chamas de um relacionamento por um longo período de tempo. 

Em vez de focar no brilho do olhar, aqui estão alguns outros traços mais atraentes a serem observados: Ele tem um coração generoso e gentil? Ou talvez uma fé que resiste às tempestades da vida e teme ao Senhor em suas decisões? Deixe que essas qualidades sejam o combustível que manterá seu relacionamento, mesmo depois que a faísca inicial tenha ido.

 

6 - Você merece o melhor 

Disseram que você é inteligente e engraçado e que qualquer pessoa teria a sorte de ser seu namorado. E quase sempre é seguido dessa frase: “Você merece o melhor.” 

Mas como é isso? Isso significa que você não pode namorar a pessoa que se oferece para limpar os banheiros da igreja todos os domingos porque você está na equipe de louvor? Significa abandonar seu namorado se ele não puder encher você de presentes caros? 

“Merecer o melhor” tem pouco a ver com o status de uma pessoa ou com os bens materiais que ela pode nos dar. Em vez de avaliar se alguém é “o melhor”, devemos escolher alguém cujos valores ou objetivos de vida se alinhem aos nossos, e encorajar uns aos outros a buscar a semelhança de Cristo em todas as áreas de nossas vidas (Hebreus 10:24). Que dons você vê na outra pessoa? Procure maneiras de ajudá-los a crescer no exercício desses dons. 

Mesmo que nossos amigos tenham boas intenções, seus conselhos podem ser egocêntricos em vez de Cristocêntricos. A melhor maneira de saber é avaliar o que ouvimos com o que a Palavra diz sobre o amor. Vamos convidar Cristo para nos guiar pelos altos e baixos do nosso relacionamento.

 

Retratação: se o que você leu aqui parece intimidante e impossível de alcançar, não se preocupe! O objetivo é ajudá-lo a evitar possíveis armadilhas em sua jornada de namoro e desfrutar de uma emocionante jornada com Cristo.

 

Originalmente publicado no @ymi_today, que faz parte de Ministérios Pão Diário, em inglês. Traduzido e republicado com permissão,

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PÃO DIÁRIO

paodiario.org


Educador físico lista cinco dicas para não cair em tentação durante o verão

Pixabay
Calor & atividade física: a temporada quente é uma inspiração, mas é preciso cuidados


Ah, o verão! Os dias mais longos são um período inspirador para dar atenção ao corpo e a saúde e é um bom momento para dar início a atividade física. O lema é se entregar, praticar para formar o hábito.

 

“Com a chegada do verão, a procura pela prática de exercícios físicos aumenta consideravelmente e as pessoas buscam por atendimento em academias e locais  de fácil acesso para a realização do treino. Existe uma grande preocupação em relação aos alunos que não praticam exercícios regularmente e quando chega essa época do ano exageram nas atividades com objetivo de estar em forma e apresentar uma melhoria estética rápida”, alerta Eduardo Netto, diretor técnico da Bodytech e membro do Conselho Federal de Educação Física (CONFEF).

Saiba quais são os cuidados essenciais para treinar ao ar livre durante o verão. Netto listou cinco dicas para deixar o treino seguro e manter a performance mesmo em nos dias mais quentes. Vem conferir:

 

1)     Moderação: é importante adotar estratégias que possam tornar os treinos menos intensos e cansativos, e por que não, mais confortáveis. Pequenas medidas preventivas, não irão afetar o condicionamento físico, pelo contrário, permitirão a melhor adaptação aos novos horários e às condições climáticas da nova estação. Com um pouco de moderação o treino fica mais produtivo e permite gradativamente, que seja mais intenso.

 

2)     Evitar os horários de pico de calor: a luz ultravioleta do sol é mais forte entre às 10h e às 14h. Evite esses horários para não ficar desidratado ou sofrer com a exaustão provocada pelo calor. Dê preferência para o início ou para o final do dia, quando as temperaturas são mais amenas e o calor do sol é menos intenso.

 

3)     Hidratação: para evitar a desidratação e outras doenças relacionadas com o calor, certifique-se de estar com a hidratação adequada e ter bastante água disponível. Faça a ingestão de líquidos antes, durante e após seu treino. Não espere a sede chegar.  Realizar exercícios no calor sem ter líquidos para restaurar e regular a temperatura corpórea pode dificultar o sistema de arrefecimento do corpo. Os líquidos devem ser mais frios que a temperatura ambiente (entre 8 e 18°C.) e podem ser também saborosos, porém não muito doces. Ingira 600ml de água antes dos exercícios físicos e 250 ml a cada 15 minutos durante a prática. A Adição de carboidratos e/ou eletrólitos devem ser realizados apenas para treinos de mais de 1hora de duração.

 

4)     Conheça os seus limites: sob temperaturas elevadas, procure aliviar na intensidade dos treinos, e procure sempre que possível a modalidade indoor, em ambiente climatizados. As academias possuem um ambiente ideal para a realização de atividade física.

 

5)     Sinais de alerta de perigo: a exaustão pelo excesso de calor acontece rapidamente, e pode facilmente progredir para insolação, uma condição perigosa que pode levar ao comprometimento de órgãos, convulsões, coma e até mesmo a morte. Caso perceba que está com sinais de exaustão: fadiga, náusea, tontura, dor de cabeça e confusão mental; pare o exercício mesmo se ainda não tiver terminado o treino. Tome medidas urgentes de resfriamento, que devem incluir: algum lugar fresco com sombra e hidratação imediata.

 

Os cuidados valem para todos, iniciantes e para aqueles que já incorporaram uma rotina regular de exercícios físicos. Condições de calor com certeza são mais desafiadoras para o organismo, a combinação da atividade física vigorosa e o calor excessivo é uma situação que requer muita atenção.

 

“Quando fazemos qualquer tipo de atividade física, existe uma produção de calor pelo corpo que é proporcional à intensidade do exercício realizado. O desafio nessa situação, é promover a perda deste calor produzido para evitar que a temperatura corporal aumente. A termorregulação é a forma como o corpo mantém a temperatura interna equilibrada. Quando expostos ao calor externo, o corpo esfria e mantém o equilíbrio através das trocas hidroeletrolíticas que ocorrem pela pele. A transpiração tem um efeito de resfriamento, porque remove o excesso de calor através da evaporação. A taxa de evaporação. Já a taxa de evaporação é dependente da umidade: quando a umidade é baixa, a evaporação aumenta, quando a umidade é alta, ocorre diminuição da evaporação e menos refrigeração ocorre”, orienta Netto.

Além das cinco dicas é importante prestar atenção à temperatura do corpo para reduzir o risco de condições graves relacionadas ao calor, incluindo a insolação, quando a temperatura do seu corpo for superior (à 40º C).  “Fique alerta a estes sintomas: câimbras musculares, náuseas, vômitos, desmaios, tonturas, dor de cabeça, sudoreses excessiva, pressão arterial baixa e problemas de visão, pois são sinais causados pelo excesso de calor”, alerta o educador físico.

 

Vamos esperar para realizar o que nos é importante?

 

Diante dos desafios individuais e sociais postos, muitos dos quais ainda não superados, o que esperar de um novo ano? O que 2022 pode proporcionar? Muito? Se pararmos para observar, culturalmente “dezembro” abre espaço mental coletivo para o redesenho de grandes metas... das literais “páginas em branco” de uma nova vida que se aproxima com a virada. 

Entretanto, uma percepção abrangente vai revelar que na maior parte das vezes também temos essa esperança em outros momentos do ano, talvez não com a mesma intensidade, porém a cada dia estamos diante de uma nova oportunidade, ou não? O que talvez nos falte com frequência é a tomada de consciência de que de fato podemos ter marcos temporais, como a virada de ano, para tomada de grandes decisões e planejamento, só que precisamos ainda mais de esperança ativa, isto é, agir de maneira constante na direção de nossos objetivos, acreditando que se realizarão. Precisamos nos engajar em nossas próprias vidas! 

Como então recomeçar bem e agora, aproveitando esse momento atual tido como o mais propício?  

Em primeiro lugar, é importante que pensemos com solidariedade. Enquanto há quem esteja neste momento começando a executar os planos mais variados para o ano, outros estão em extrema vulnerabilidade social e mesmo em desespero, em busca de alimento, moradia e segurança, entre outros interesses -- e direitos -- básicos de sobrevivência e proteção de dignidade. Portanto, é ideal, que em cada recomeço de dia pensemos “como podemos contribuir socialmente?”; e façamos isso com todo cuidado e urgência. A contribuição social é uma importante área da vida e capaz de gerar transformações que efetivamente precisamos. 

Feito esse destaque, a segunda sugestão, já no plano individual, é que valorizemos os resultados já obtidos e a própria vida. Analise detidamente o ano que passou e mesmo anos anteriores e mapeie e intensifique as memórias das pequenas e grandes vitórias. Passe um tempo apreciando as conquistas e identificando o que sentiu em cada momento, como celebrou e que fatores potencializaram que cada uma viesse a acontecer. Inspire-se para então desenhar metas (com clareza de o quê, por quais motivos e como fará) para manter os resultados de suas conquistas -- afinal nem tudo é sobre mudanças e novos planos -- e estabelecer quais são novas metas. 

Ao pensar em novas metas, faz sentido também dedicar um tempo para analisar as coisas que saíram parcialmente da forma como você queria e as que não se realizaram. É importante mapear e definir se as metas não atingidas ou atingidas parcialmente ainda merecem continuar na sua agenda. Perceba que talvez alguns fatores externos tenham atrasado ou mesmo impediram a realização de algo importante. Esse algo ainda é relevante? Que você decide fazer a respeito?  

Novamente tome consciência e estabeleça suas prioridades (reais necessidades) executáveis (sonhe alto, só tenha dimensão das etapas) observando com cuidado cada área de sua vida: família, desenvolvimento amoroso, vida social, criatividade, felicidade, espiritualidade, saúde, desenvolvimento intelectual, equilíbrio emocional, realização e propósito, recursos financeiros e contribuição social.  

Ao desenhar seu plano de ação para 2022 -- ou aprimorá-lo, o que pode ser feito sempre que necessário --, evite comparações. Pense em pessoas em quem se inspirar e não pessoas para se comparar! Além disso, acolha o momento presente e o potencial dele, isto é, alguns objetivos podem até se realizar rapidamente, ainda esse dia, semana ou mês... outros levarão tempo e por isso você deve ser capaz de reconhecer os resultados parciais e valorizá-los, isto é, mapeie sempre as evidências de que está no caminho para realizar seus objetivos e os celebre! Assim, colaborará para uma mentalidade mais positiva e perceberá que a felicidade não estará presente apenas no final... 

Além disso, obrigatoriamente inclua em sua agenda tempo para pausas e descanso e melhore sua relação com o tempo, checando o que é urgente e importante e o que é menos importante e pode esperar, lembrando que teremos de lidar com desafios com bastante resiliência e criatividade. Em outras palavras, o seu melhor plano pode sofrer abalos e então no lugar de se frustrar, acolha sua tristeza, dor, raiva ou qualquer outro sentimento e emoção que emergir e responda da melhor maneira possível. Você terá de desistir do objetivo ou redesenhá-lo? Em caso de desistência, está certo de ser o melhor ou único caminho? Pense com cuidado, pois as vezes a questão envolve mais redesenho que desistência. Se for este o caso, todavia, agradeça e siga. 

Por fim, fica a sugestão de que sejam quais forem suas prioridades, caso possa dar destaque, que você inclua no seu repertório diário de metas as relacionadas com saúde, qualidade de vida e bons relacionamentos interpessoais. São esses os três elementos mais frequentemente indicados em pesquisas científicas como preditores de felicidade. Lembre-se: felicidade é também Direito e todos nós merecemos vivê-lo agora. Por favor, não espere janeiro de 2023.

 


Aline Freitas - especialista e cofundadora da Consultoria Felicidade Individual e Coletiva e professora de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas.

 

ESPECIALISTA FALA SOBRE O PESO DAS EMOÇÕES PARA O EMAGRECIMENTO SAUDÁVEL

 Entenda a relação entre os fatores emocionais e a obesidade, e como esses dois pilares podem afetar a conquista de uma vida saudável

 

Segundo dados da ABESO (Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica), a taxa de obesidade no Brasil teve um aumento de 72% nos últimos treze anos e o estigma enfrentado por pessoas que se encontram acima do peso contribui para o desenvolvimento de problemas fisiológicos e psicológicos, que podem levar ao desencadeamento da ansiedade, depressão e transtornos alimentares.

Para a especialista em emagrecimento saudável, Edivana Poltronieri, a busca por uma vida saudável deve estar alinhada com uma mente tranquila. A CEO do 5s – Estilo de Vida Saudável, enxerga o apoio psicológico como essencial no tratamento da obesidade e dos fatores emocionais associados a ela. “Estresse, excesso de responsabilidades e comparações se intensificaram e tudo isso tem afetado diretamente escolhas alimentares e bons hábitos. Toda essa sobrecarga pode ser a fonte de transtornos alimentares, sobrepeso e outros problemas de saúde”, comenta.

A pressão emocional e o sentimento negativo com a própria imagem são fatores de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares, por exemplo. Após um episódio de compulsão alimentar, é comum se deparar com a culpa, tristeza e até perda de controle. Por isso, Edivana sugere uma autoavaliação que vai além da estética. Para ajudar nesse sentido, a especialista dá duas dicas fundamentais. “Primeiro, respeite e enalteça as suas características corporais. Quando entendemos que somos indivíduos com biotipos diferentes, não nos limitarmos ao padrão estético do que vemos nas redes sociais”.

A outra dica é adquirir conscientização alimentar. “Estabeleça uma rotina, evitando comer a todo momento, estimulando a alimentação saudável, com menos alimentos industrializados e mais frutas e legumes”, explica.

Para a especialista, o resultado efetivo vem do autoconhecimento, que envolve controle do corpo e da mente. Dessa forma, é possível emagrecer sem passar fome, desenvolvendo consciência alimentar e de ter bons hábitos.

 

Mitomania: como lidar com crianças que mentem o tempo todo

Foto: Divulgação / MF Press Global
O neurocientista Dr. Fabiano de Abreu comenta sobre a alteração comportamental e suas características

 

Mentir é uma ação desenvolvida com o processo evolutivo do ser humano. De acordo com o neurocientista, PhD e biólogo, Dr. Fabiano de Abreu, ao mentirmos, deixamos claro que além da realidade em que vivemos, existe um outro mundo inacessível em cada um de nós. “Normalmente, mentimos quando há necessidade de alcançar algum objetivo. Ativando assim, o modo de sobrevivência, por medo de sofrer punições ou enfrentar consequências”, explica o especialista.

 

Porém, mentir de forma exagerada traz prejuízos ao cérebro, ao criar uma espécie de ciclo vicioso por conta da liberação do neurotransmissor dopamina. “Essa compulsividade altera a forma do cérebro trabalhar e, se isso acontecer na infância, a criança pode simplesmente não conseguir mais dizer a verdade e se tornar um adulto estrategista e frio, desencadeando desde cedo problemas como a depressão, a ansiedade e a negatividade perante a própria vida”, alerta o neurocientista.

 

Para Fabiano de Abreu, as crianças estão mais aptas a mentir por conta da fase de desenvolvimento cognitivo. “Com a sensação de prazer que algumas mentiras podem trazer, as crianças podem acabar desenvolvendo uma mania, gerando uma desregulação neuronal e criando distúrbios mentais”, pontua.

 

A mitomania pode ser tratada com uma intervenção clínica denominada Terapia Cognitiva Comportamental (TCC), que tem como objetivo trabalhar sobre a negatividade interiorizada pelo paciente e o desenvolvimento do pré-frontal oriunda da cognição. “Os estímulos  exteriores  são  vistos  como  fatores  negativistas  e  segregacionistas pelas  crianças  que  têm  uma  compulsividade  em  mentir,  ou  seja,  as  sinapses  são modificadas perante a realidade interiorizada pelas pessoas que já possuem um distúrbio neuronal”, detalha o especialista.

 

Segundo análises de especialistas, ao verificar a reação do cérebro humano na hora de mentir, existe uma alteração no córtex pré-frontal em conjunto com o giro do cíngulo anterior, onde a pessoa tenta inibir transparecer suas emoções para não sofrer punições. Com a prática constante da mitomania, a criança pode começar a criar estratégias de forma compulsiva para ludibriar as pessoas. “Em caso de mentira e a percepção dela, os pais deverão conversar com as crianças, mostrando que tal ato não deve ser repetido, sem criar algum tipo de receio traumático”, aconselha.

 

Link para o estudo: 

https://brazilianjournals.com/ojs/index.php/BRJD/article/view/42471/pdf

 

 


 

Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues - PhD em Neurociências, Mestre em Psicanálise, Doutor e Mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências com formações também em neuropsicologia, licenciatura em biologia e em história, tecnólogo em antropologia, pós graduado em Programação Neurolinguística, Neuroplasticidade, Inteligência Artificial, Neurociência aplicada à Aprendizagem, Psicologia Existencial Humanista e Fenomenológica, MBA, autorrealização, propósito e sentido, Filosofia, Jornalismo, Programação em Python e formação profissional em Nutrição Clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, diretor da MF Press Global, membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo, nos Estados Unidos. Membro da Mensa International, Intertel e Triple Nine Society (TNS), associações e sociedade de pessoas de alto QI, esta última TNS, a mais restrita do mundo; especialista em estudos sobre comportamento humano e inteligência com mais de 100 estudos publicados.

 

Você sabia que a dependência afetiva é mais comum do que você possa imaginar?

Sim, ela pode acontecer por muitos fatores, desde os culturais, os socioeconômicos, mas principalmente, os emocionais. 

Por exemplo, uma baixa autoestima, sentimento de solidão crônico, sensação irreal de abandono, traumas vividos na infância ou adolescência, dificuldade de se relacionar socialmente, medo de lidar com conflitos amorosos, hipersensibilidade, carência, instabilidade psicológica, ou seja, características que podem tanto estar presentes na personalidade ou vida de uma pessoa comum, como também podem ser sintomáticas de alguns transtornos mentais. 

Mas seja lá qual for o motivo, é importante que a pessoa dependente afetiva, principalmente do parceiro ou parceira, podendo também ser familiar, tenha auxílio psicológico ou até psiquiátrico para alcançar estabilidade mental e também desenvolver seus próprios mecanismos de defesa frente às dificuldades que surjam na sua vida para que não atrapalhem seus sentimentos e não desenvolva um ambiente de escravidão.

No entanto, apesar das evidências, na maioria dos casos, o dependente não nota que está preso a esse círculo vicioso, precisando de apoio e informação externa.

A medida que a pessoa vai fazendo a terapia, através das ferramentas utilizadas pelo psicanalista ou psicólogo, a pessoa eleva a auto estima, o amor próprio, elimina as inseguranças e gerencia suas emoções, através do autoconhecimento. Colocando-se no local de auto cuidado e empoderamento pessoal.

Afinal, ninguém precisa estar preso a nada e nem a ninguém. Essa limitação emocional pode e deve ser melhor apurada para se compreender e responder perguntas simples, como:

Porque preciso tanto da aprovação do outro?

Porque não confio em minhas intuições e nos meus desejos?

Porque me sinto seguro apenas quando alguém me valida?

O que quero provar a mim mesmo quando deixo a carência me dominar?

Vamos à reflexão?

 

Andrea Ladislau - graduada em Letras e Administração de Empresas, pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Possui especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. É palestrante, membro da Academia Fluminense de Letras e escreve para diversos veículos. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional de pessoas do Brasil inteiro.


Porque é importante ter saúde física e mental como meta para esse ano

Em toda virada de ano é comum as pessoas criarem listas com metas para o ano seguinte. Elas podem ser voltadas para área profissional, de relacionamento ou até mesmo financeira. Para aqueles que são habituados a se comprometerem com metas, há dois pontos que não podem ser deixados de fora da lista: a saúde física e mental.

Quando ambas estão em equilíbrio, consequentemente a qualidade de vida melhora. E não só isso: para conseguir realizar as outras metas do ano, é preciso que essas duas estejam em dia. Aqui estão 10 motivos para você incluir na sua listinha tanto a prática de exercício, quanto a busca por um acompanhamento terapêutico.



1 – Exercitar-se aumenta a disposição
Por trabalhar a musculatura e liberar uma série de hormônios durante a prática, o exercício físico faz com que o nível de energia no corpo aumente, melhorando a disposição e a sensação de bem-estar.



2 - Ter uma rotina de exercício auxilia a trabalhar o comprometimento

Para se exercitar com frequência, mantendo o ritmo proposto a si mesmo, é preciso ter comprometimento e disciplina. Essa força de vontade aplicada para realização da atividade física, pode ser inspiradora e usada em outras áreas da vida que também requerem comprometimento.



3 – A atividade física ajuda a fortalecer o sistema imunológico
Praticada com regularidade, a atividade física ajuda a aumentar o número de linfócitos no organismo, células responsáveis pela defesa do corpo, e que tem como função destruir vírus e bactérias. Ou seja, além de fazer bem para o físico, ainda ajuda o sistema imunológico.



4 – Exercitar-se auxilia no equilíbrio do corpo e mente

Vários estudos científicos comprovam a eficácia da atividade física na prevenção da depressão, ansiedade e estresse. Além disso, ela ajuda a fortalecer a musculatura e prevenir uma série de doenças. Sendo assim, a prática regular é capaz de auxiliar a alcançar o equilíbrio de ambos.



5 - É um momento para cuidar de si

A rotina de exercícios permite que você tenha um tempo só para você, de autocuidado. É um momento para se desconectar e focar em si. Numa rotina diária em que você se doa para uma série de pessoas, seja na área profissional ou pessoal, faz bem ter um momento só para você.



6 – Ajuda na ressocialização
Seguindo os cuidados necessários e respeitando as normas de distanciamento, ir à academia e se exercitar com frequência é uma oportunidade para conviver com outras pessoas e trabalhar a ressocialização. Após longos períodos de isolamento, voltar para a vida social pode ser um desafio, e, ao manter essa rotina de ida à academia, a ideia de partilhar um ambiente com mais pessoas, de forma cuidadosa, pode ir se tornando mais natural.



7 – Ter um acompanhamento terapêutico ajuda a ver as coisas com mais clareza e por outra perspectiva
Quando guardamos nossas ideias e pensamentos só para nós, vemos as coisas unicamente por um ponto de vista. Ao buscar ajuda profissional de um terapeuta ou psicólogo, ele irá auxiliar a enxergar as situações por outros ângulos e dar um direcionamento para que você possa lidar de uma forma melhor com as questões e desafios que está vivenciando, trazendo, assim, mais tranquilidade e clareza para sua vida.



8 – Com as ideias e sentimentos mais claros, é possível tomar melhores decisões
Ao perceber as diversas possibilidades e melhores maneiras de lidar com os desafios, a mente fica mais tranquila, auxiliando na tomada de decisão, seja em relação à própria situação ou a qualquer outra questão que demande escolhas.



9 – Ter um acompanhamento físico e mental ajuda a alcançar uma melhora na saúde como um todo

Quando corpo e mente estão fortalecidos e alinhados, a saúde melhora. E com ela estando em dia, é possível ter força e energia para aplicar a todas as outras áreas da vida e ter sucesso no cumprimento das outras metas.



10 – Aumenta a autoestima e a segurança

O acompanhamento terapêutico trabalhará questões pessoais em você e fará com que tenha mais convicção de quem é e do que é capaz, aumentando, assim, sua confiança. Unido à prática de atividade física, que irá te mostrar tudo que seu corpo é capaz de fazer e a se superar, será possível notar também um aumento na autoestima e segurança.

Os benefícios de exercitar corpo e mente são inúmeros. Por isso, se ainda não colocou essas metas na sua listinha, esse é o momento de incluir. Lembrando que, ao definir uma meta, é importante que ela não se torne um fardo, mas sim um incentivo para adotar bons hábitos. Por isso, não se cobre tanto e respeite os seus limites.




Isabelle Araujo - diretora de Operações da TotalPass, empresa de benefício corporativo que visa qualidade de vida.

 

Dia da Educação: o desafio de motivar o ensino em mais um ano de incertezas

Em dezembro de 2018, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou o dia 24 de janeiro como Dia Internacional da Educação. O intuito é reconhecer o papel fundamental da educação e aumentar a cooperação internacional em prol de sua efetivação. 

Os governos estaduais já anunciaram o retorno das aulas no mês de fevereiro de 2022. Entretanto, em alguns Estados, o sistema híbrido será mantido. Em nota, a Secretaria da Educação de São Paulo informou que o início do ano letivo está mantido para 02 de fevereiro, com aulas presenciais obrigatórias. Mas, segundo a Secretaria, os dados epidemiológicos ainda serão avaliados, havendo a possibilidade de repensar o planejamento previsto para o retorno às aulas. 

“Diante de mais um ano de incertezas, fica o desafio de amenizar os impactos da pandemia sobre o ensino, resgatando os alunos que se afastaram, desmotivados pelo formato online, e recuperar o nível de aprendizado”, afirma a Dra. Danielle H. Admoni, psiquiatra da Infância e Adolescência na Escola Paulista de Medicina UNIFESP e especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).   

Desde o início da pandemia, cerca de 244 mil crianças e adolescentes entre 6 e 14 anos estão fora das escolas no Brasil, segundo levantamento da organização “Todos Pela Educação”, em parceria com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua) do segundo trimestre de 2021. O estudo registrou um crescimento de 171,1% na evasão escolar em relação a 2019.  

“A questão foi percebida principalmente em classes de baixa renda. Crianças e adolescentes ficavam na rua, expostos à violência e à criminalidade. Outra situação preocupante é a falta da merenda escolar, já que muitos não têm essa alimentação em casa e dependem da comida na escola. De fato, a evasão escolar é uma urgência. Daí a importância destes alunos retomarem o seu direito de frequentar a escola”, afirma a Dra. Danielle H. Admoni, psiquiatra da Infância e Adolescência na Escola Paulista de Medicina UNIFESP e especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria). 

Segundo Stella Azulay, Fundadora da Escola de Pais XD, Educadora Parental pela Positive Discipline Association, especialista em Análise de Perfil e Neurociência Comportamental e Mentora de pais; a fase escolar é fundamental não apenas no quesito educação, mas envolve também a formação da personalidade, de amizades que podem durar uma vida, além de uma rotina agitada por momentos inestimáveis.  

“A brusca interrupção desta rotina escolar, e por tanto tempo, trouxe tristeza, desânimo e saudade, até mesmo das broncas dos professores. A escola é uma das fases mais importantes na vida de qualquer criança e adolescente, e a privação destas experiências traz diversos prejuízos sociais e psicológicos”, diz Stella.

 

Saúde mental dos jovens: suporte é fundamental

Além de comprometer o aprendizado, a pandemia afetou o emocional dos estudantes. De acordo com o estudo da UNICEF (The State of the World’s Children 2021; On My Mind: promoting, protecting and caring for children’s mental health), 22% dos adolescentes e jovens de 15 a 24 anos brasileiros entrevistados disse que, muitas vezes, se sente deprimido ou tem pouco interesse em fazer coisas. Além disso, mais de um em cada sete meninos e meninas com idade entre 10 e 19 anos foi diagnosticado com algum transtorno mental.  

De acordo com Danielle Admoni, houve um aumento de cerca de 40% nos quadros de ansiedade, tanto nos pequenos como nos mais velhos. “Identificamos muitos alunos quem nunca tiveram nenhum tipo de transtorno e passaram a apresentar quadros ansiosos ou até depressivos. Quem já era acometido por algum transtorno, teve uma piora significativa”. 

Portanto, independentemente de como se dará o ano letivo, ainda estamos em meio a uma pandemia sem prazo de duração. Mesmo que algumas crianças tenham mais facilidade em se expressar e maior preparo emocional, seja pela própria personalidade como por estímulos externos, o momento atual exige atenção redobrada com os pequenos. 

Sinais de estresse leve são muito frequentes e, quando identificados, podem ser abordados pelos próprios pais. “Reconhecer os sentimentos vivenciados e expressá-los é uma etapa inicial e muito importante, que deve ser estimulada pelos pais. Estabelecer formas de lidar com os sentimentos e resignificar os estressores (passando a enfatizar aspectos positivos envolvidos) podem ser estratégias úteis”, cita Danielle Admoni. 

Portanto, além de ter muita sensibilidade e observação, é fundamental dar espaço e oportunidades para a criança expor, à sua maneira, seus medos, sentimentos e suas milhões de dúvidas sobre o que está acontecendo ao seu redor.  

“Uma boa dica é motivar seu filho a praticar o autoconhecimento. Questione-o sobre suas ações, motivações e percepções sobre o mundo. Situações de conflito são ótimas oportunidades para autorreflexão. Em momentos de birra ou nervosismo, tente encontrar os gatilhos junto com seu filho. Questione-o sobre o que aconteceu que o fez ficar tão bravo e qual teria sido a melhor forma de contornar a situação. Estimular a criança a entender seus próprios sentimentos é fundamental para formar um indivíduo seguro, autoconfiante e com inteligência emocional, imprescindível nos tempos atuais”, aconselha Stella Azulay.


Doenças psiquiátricas estão entre as mais frequentes no mundo todo, diz especialista


Doenças psiquiátricas estão entre as mais frequentes no mundo.
Créditos: Envato

O começo do ano é sempre acompanhado por uma imensa lista de metas, e cuidar da saúde mental, desenvolver autoconhecimento, controlar as emoções estão sempre no topo das promessas de mudanças. Para isso, a campanha Janeiro Branco busca orientar e alertar sobre os problemas de saúde mental, tema que ainda envolve muito tabu, mas que precisa ser superado, dizem especialistas. 

Segundo Raquel Heep, psiquiatra e professora do curso de Medicina da Universidade Positivo (UP), é preciso desmistificar o assunto. “Ainda é um tabu falar sobre saúde mental, porém, temos que lembrar que é uma doença como qualquer outra e precisa ser tratada. É muito importante estar com a saúde mental sempre em dia, senão, nada vai bem", ressalta.

No Brasil, de acordo com pesquisa do Instituto FSB, 62% das mulheres e 43% dos homens afirmaram que a saúde emocional "piorou’" ou "piorou muito" durante a pandemia. Outro estudo, desenvolvido pelo Instituto Ipsos e encomendado pelo Fórum Econômico Mundial, concluiu que 53% dos brasileiros reconhecem que sua saúde mental piorou bastante no último ano. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo. “Com a pandemia, isso cresceu ainda mais. Os principais diagnósticos, além da ansiedade e depressão, são as dependências químicas, principalmente o alcoolismo. O grande problema é que muitas vezes as pessoas não buscam ajuda e, consequentemente, levam uma vida de má qualidade, que acaba afetando o trabalho, a família e pode chegar ao suicídio. O ideal é não deixar a tristeza ultrapassar 15 dias, mas se isso acontecer, é hora de buscar ajuda de um profissional de saúde mental para iniciar um acompanhamento e tratamento adequados”, orienta. 

Em outro estudo, realizado pela Fundação Oswaldo Cruz e mais seis universidades, enquanto 40% da população brasileira apresentava sentimentos frequentes de tristeza e de depressão,  50% manifestaram ansiedade e nervosismo. Em relação às faixas etárias iniciais da vida, pesquisa conduzida pelo UNICEF/Gallup mostrou que 22% dos adolescentes e jovens brasileiros de 15 a 24 anos se sentem deprimidos ou têm pouco interesse em fazer alguma atividade. 

Ainda segundo a psiquiatra, a orientação para quem sofre com algum transtorno mental é buscar ajuda, seja com psicólogo ou com psiquiatra, ou, ainda, ambos, em alguns casos. "Assim como qualquer especialista é procurado quando temos algum problema, seja cardíaco, ginecológico ou qualquer outro, é preciso criar o hábito de pedir ajuda quando sentimos que algo não vai bem. Sabemos que, infelizmente, muitas pessoas adiam esse cuidado pela dificuldade de acesso à saúde, mas hoje em dia há muitos serviços gratuitos oferecidos por hospitais e universidades”, ressalta. De acordo com a especialista, atualmente, as doenças psiquiátricas estão entre as primeiras no ranking das mais frequentes.

 


Universidade Positivo

up.edu.br/


AFETO, CARNE, AMOR

Consegui guardar um tempo, voltei aos livros... Talvez até escreva, assim, por escrever, dizer sobre as coisas, imaginar um pouco...


– Tempo... administrar o tempo, talvez a única administração que importe. A vida é tempo, não é?


– Logo terei ainda mais tempo... Fui ver o Jung... Um método perigoso.


– Rsrs... é, há que ter cuidado com o seu uso, emoções afloram, há quem não saiba o que fazer com o que emerge.


– Sabes? Fico com Freud, mas, talvez eu tenha medo de me aprofundar. Sei lá o que encontro em mim.


– Ah!, medo de te encontrar contigo, então?


– Ah!, pode ser terrível, né? Vai que me descubro e não me gosto.


– Terrível? E tens que te gostar em tudo? Ou haveria algo de fato terrível dentro de ti, te assombrando a consciência, rsrs? Não dou importância às minhas assombrações. Afinal, o que me poderia infundir terror senão aquilo a que eu mesmo atribua condição terrificante?


– É, sei, valores... nada é terrível em si. Bem... só o tempo, que não volta mais. Isso me assusta por demais.


– O tempo, não se pode deixá-lo passar, há que se gastá-lo, vivê-lo todo. Detesto o tempo; reverencio o tempo. Proclamo que o tempo é vida, mas me parto: odeio o tempo; amo a vida.


– Então... O que se faz dele? Ou não se faz?


– Impossível prolongá-lo, mas, ainda assim, prolongá-lo, como seja possível. E nada mais se pode.


– Pode-se inventar a vida eterna. Invejo os crentes. Amém.


– É tragicômico, a gente acaba. Difícil admitir.


– No sentido de envelhecer?


– Mais. No de fim, mesmo. Fim. A flor brota, cresce, acaba, some... E nós, igual: acabamos. Isso é mesmo assombrador. Daí as fantasias de não morrer.


– A gente não quer acabar. A gente quer ir para o céu.


– Imaginação de recusa: a mais extraordinária recusa da morte. É primitiva, mas eficaz... sobrevive. E é quase universal. Cada tribo vai ao seu modo, mas vai para algum céu.


– Eu nem quero céu... o inferno me parece mais animado... só não queria acabar... O ruim é acabar... e não vai dar tempo de tudo.


– Eis o fantasma: o tempo, sempre o tempo. Daí o imperativo das opções. Há que optar; não há, mesmo, tempo para todas as coisas.


– Catar o interessante... ter sabedoria para vivê-lo, ter gosto para fruir a vida.


– Mas há sempre a angústia das escolhas, as dores pelo abandonar o não escolhido. É terrível a sensação do abandono, a eterna nostalgia culpada do abandonado. Uma saudade do como seria, se tivesse sido, ou não sido. Vá lá saber! Mas fica a interminável dúvida.


– Feliz com suas escolhas? Faria algo diferente?


– Não me arrependo, nem cabe. Gosto de mim. Se não tivesse sido tudo como foi, eu não seria quem sou. A questão que me ponho é outra: minhas escolhas... elas não se realizaram de todo, o mundo interferiu, o outro interveio.


– O outro se recusa... Tem suas próprias escolhas. O mundo não está, mesmo, para nos servir... Não podemos nos esquecer disso. É muita presunção, querer submeter o mundo aos nossos interesses.


– É... mundo ingrato, não cumpre meus caprichos, rsrs.


– Rsrs, mas nisso está toda a graça: no negociar com o mundo, nos escambos da existência.


– Conformar-se, pois?


– Pode ser, não como resignação, mas como conciliação. Vivenciando as coisas, ajustando, regateando... Não é conformismo.


– Sei... adaptar-se à realidade.


– Isso: harmonizar-se, fazer a transação necessária, sem concessões de si, mas sem passar por cima dos fatos do mundo, até porque o mundo não permitiria.


– Bem... aqui... cuidado nessa negociação. Nós nos enganamos por demais. Para justificar o que queremos, não nos furtamos em nos acanalhar.


– Ceder além da conta? Creio que muitas vezes o mundo nem nos pede... cedemos para nossos interesses menores. Nos convencemos de que era imperioso, mas fazemos de graça, ainda que constrangidamente, e vamos levando, nos explicando, nos repetindo.


– É... há que solicitar consciência, estar com atenção.


– Concessão é a palavra. Cuidado com as concessões. São necessárias, ou a vida seria uma guerra, mas há limites.


– Entendo... Tenho que estar no cuidado de mim, no que cedo... Algo ético de mim para comigo mesmo.


– Alguma ética: um combinado subjetivo que me orienta, que tem que se fazer valer. A gente percebe... a consciência até que avisa, mas, na hora... um tanto indignos, fraquejamos.


– É que... Talvez... Só se vê depois, né?


– Sim... e não, não é tão simples. Nos pomos com olhos de não querer ver.


– Mas, haveria como saber? Estaríamos, realmente, sempre lúcidos das circunstâncias?


– Por menos, a gente intui... A gente sabe, mas, tantas vezes, a gente cede, rsrs. E nem me perguntes: cede a quê? São manobras vis... Cedemos a interesses que não confessamos nem a nós mesmos.


– Rsrs, dá um desconforto, né? Por dentro... dá uma agonia. Eu já senti isso, sim. Somos caras-de-pau...


– Ah! Mas não estamos sós. Somos a humanidade! Somos todos bichos que tropeçamos na ética e caímos... ou nos jogamos... em tentação.


– É... bichos... bichos carentes, carentes de afeto, rsrs.


– Rsrs, bichos carentes de carne.


– Carentes de afeto, carentes de carne: carência... Podemos chamar de amor?

 

Léo Rosa de Andrade

Doutor em Direito pela UFSC.

Psicanalista e Jornalista.


9 dicas para você ser feliz definitivamente em 2022

Ser feliz não é exclusividade dos bem-dotados, mas uma escolha pessoal. É habilidade a ser aprendida e exige treino diário que envolve esforço e garante recompensa.

 

Disponível para qualquer pessoa -- independentemente de circunstâncias e condições de vida -, o aprendizado da felicidade alcança números impressionantes pelo mundo. Só para se ter uma ideia, segundo dados publicados pela plataforma Coursera, “A Ciência do Bem-Estar”, oferecido pela Universidade Yale é o segundo curso mais procurado no mundo, com 3,45 milhões de inscritos. Além do imenso sucesso nas plataformas virtuais, passaram pelas aulas presenciais (antes da pandemia) 1,2 mil alunos, outro recorde para a universidade. O podcast de Santos “The Happiness Lab” tem mais de 35 milhões de downloads.

 

Ser feliz é uma questão de hábito 

O conhecimento é uma ferramenta, mas o que define o resultado de ser feliz é a mudança de comportamento. Segundo a Teoria Cognitiva Comportamental, criada pelo psiquiatra Aaron T. Beck, somos feitos de nossos hábitos, que, por sua vez, formam as nossas crenças e valores pessoais. Sob essa ótica, a pandemia trouxe uma oportunidade - Fomos obrigados a fazer mudanças para nos adequar às limitações impostas pela situação planetária. A crise sanitária nos obrigou a redescobrir prazeres esquecidos ou escondidos. Experiências geradoras de bem-estar como viagens, esportes ao ar livre, convivência em espaços públicos deixaram de ser uma opção. Nosso cérebro vem sendo forçado a rever conceitos. Trata-se de uma excelente chance de emplacar um gol em direção a uma vida feliz. 

A lista de atividades intencionais, que pode aumentar seu “bem-estar subjetivo” (termo cunhado pelo professor e pesquisador Ed Diener, cientista-sênior da Gallup, que nos deixou em abril) é longa. Porém, é simples de ser assimilada.

 

Lições para ser feliz

1 - Invista em autoconhecimento - Só quem se conhece sabe o que o faz genuinamente bem. Experimentamos prazer ao realizar algo que reflete o nosso talento. Ainda que os prazeres momentâneos, ou hedônicos, não garantam felicidade duradoura, provocam emoções positivas e estas são um dos pilares da felicidade. Cultive-os.

 

2 - Crie um registro de gratidão - As demandas diárias costumam nos tirar do foco do que já temos (de bom) e fixar no preenchimento do que falta. A professora Laurie Santos sugere que se escolha periodicamente alguém para agradecer com uma carta, um e-mail. De preferência uma pessoa que tenha nos beneficiados de alguma forma, abriu alguma porta, ofereceu uma nova perspectiva e que nunca agradecemos devidamente. Estudos da Chicago Booth School of Business e da University of British Columbia provaram em imagens que as pessoas se sentem mais felizes dando do que recebendo. Recompensas emocionais dos gastos sociais, como doar dinheiro para um banco de alimentos, foram até mesmo rastreadas em exames de ressonância magnética em um estudo da Universidade de Oregon. Seja cuidando de alguém ou ajudando financeiramente. Mais circuitos neurais são alcançados na doação do que no ganho. A regra do dividir para multiplicar, funciona.

 

3 - Tenha uma causa - A vida sempre precisa de um sentido e a química que suporta o bem-estar sabe disso. Um propósito não precisa ser uma ideia intangível e utópica. Qualquer maneira de assumir as responsabilidades por você e pelo mundo à sua volta fortalece a noção de integração mínima necessária para experimentar a felicidade.

 

4 - Ganhe tempo - Não gaste os dias apenas ganhando dinheiro para usufruir depois. Estudiosos relatam que a gestão do tempo é um dos fatores de maior impacto contra a ansiedade e o estresse. Invista seu tempo aproveitando o processo. A felicidade precede o sucesso.

 

5 - Cultive o otimismo - Pratique a observação do lado positivo de cada situação. É uma prática de foco: ter consciência do que não está bom é importante para a evolução humana. Emoções positivas e negativas fazem parte de uma vida feliz, quando não fixamos nossa atenção apenas nas negativas.

 

6 - Faça atividades físicas diariamente - Não importa o que, contanto que sejam feitas. A regularidade também é inegociável.

 

7 - Nutra relações qualitativas - Busque a convivência com aquelas pessoas que promovem o melhor em você, invariavelmente serão aquelas com quem você pode ser, quem você de fato é.

 

8 - Viva no presente, cultive a atenção plena - Existem inúmeras ferramentas: meditação, oração, contemplação. Quando estamos conscientemente vivendo “o aqui e agora”, não estamos ansiosos com a expectativa com o futuro, nem depressivos pelos nossos erros do passado.

 

9 - Desenvolva estratégias para lidar com problemas. Elabore e pratique maneiras de suportar ou superar um estresse, uma dor ou trauma recente. Aceitar o que você não pode mudar é uma sabedoria milenar e adotada pela Ciência da Felicidade. Aceitar não é sucumbir, mas estar consciente da mudança, prontos para decidir o que faremos a partir dela.

 

Sandra Teschner

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