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terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Prova de aptidão do Vestibulinho das Etecs será nesta terça-feira


Fase específica para selecionar classificados nos cursos de Canto,
Dança, Regência e Teatro será online; divulgação do resultado estará
na internet no dia 10

 

Os exames da fase específica do processo seletivo das Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) para os cursos de Canto, Dança, Regência e Teatro serão realizados hoje (4), pela internet. A relação de convocados está disponível no site vestibulinhoetec.com.br e na unidade onde o candidato pretende estudar. 

As provas de aptidão para Canto, Dança e Regência incluem etapa teórica com questões dissertativas e parte prática por meio do envio de um ou dois vídeos, de acordo com o curso escolhido. Já quem concorre a uma vaga no curso técnico de Teatro, terá exclusivamente a parte prática, com envio de vídeo. As orientações e conteúdos abordados estão detalhados na Portaria do Vestibulinho e no Manual do Candidato. 

O resultado do exame de aptidão, a divulgação da classificação geral dos demais cursos e a convocação para envio dos documentos de matrícula da primeira chamada serão divulgados na próxima segunda-feira (10), pela internet. 

É importante ressaltar que o acompanhamento das etapas do processo seletivo, a verificação das listas de convocação e demais divulgações são de inteira responsabilidade do candidato ou de seu representante legal.

 

Próximas datas do calendário do Vestibulinho para o primeiro semestre de 2022: 

10 de janeiro, a partir das 15 horas – Divulgação da classificação da prova de aptidão online e dos demais cursos; convocação para envio dos documentos de matrícula da primeira chamada pela página www.vestibulinhoetec.com.br; 

11 a 13 de janeiro – Matrícula dos convocados na primeira lista e envio de documentação de matrícula por meio digital; 

20 de janeiro, a partir das 15 horas – Divulgação do deferimento e indeferimento das matrículas – primeira lista de convocação, pelo site do Vestibulinho; 

21 a 24 de janeiro – Recurso da matrícula para correção da documentação e/ou envio da documentação para os candidatos que perderam o prazo inicial da matrícula – primeira lista de convocação, pelo site www.vestibulinhoetec.com.br; 

28 de janeiro, a partir das 15 horas – Divulgação do resultado correção/análise de documentação - 1ª lista de convocação, pela internet; 

Outras informações pelos telefones (11) 3471-4071 (Capital e Grande São Paulo) e 0800-772 2829 (demais localidades) e no site vestibulinhoetec.com.br.

 

Centro Paula SouzaAutarquia do Governo do Estado de São Paulo vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o Centro Paula Souza (CPS) administra as Faculdades de Tecnologia (Fatecs) e as Escolas Técnicas (Etecs) estaduais, além das classes descentralizadas – unidades que funcionam com um ou mais cursos, sob a supervisão de uma Etec –, em cerca de 360 municípios paulistas. As Etecs atendem mais de 228 mil estudantes nos Ensinos Técnico, Integrado e Médio. Nas Fatecs, o número de matriculados nos cursos de graduação tecnológica supera 94 mil alunos.


segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

Busca incansável por felicidade pode ser prejudicial

A felicidade também pode ter uma função tóxica para o ser humano quando se trata de uma emoção forjada. Na verdade, a prática dessa busca incansável por felicidade e positividade pode ser prejudicial. A ditadura da felicidade nega a natureza humana, que é composta por altos e baixos. A pessoa passa a se culpar por não ser sempre otimista e estar sempre feliz, o que gera mais negatividade.

Nosso corpo e nossa mente respondem pior ao estresse quando negamos o que estamos sentindo. É impossível estarmos bem quando estamos em guerra com nós mesmos. Todos sentimos dor, tristeza, raiva, inveja, ciúme. Essas são emoções transitórias que fazem parte da natureza humana. Mas a pressão para estar sempre bem, invalida a grande gama de emoções que experimentamos. Logo, quando sentimos qualquer tipo de desconforto emocional — como a raiva e a tristeza — está subentendido que fracassamos e que somos inadequados ou fracos.

A felicidade também pode ser nociva se estiver relacionada à chamada ‘positividade tóxica’. Positividade tóxica é a crença que um estado feliz e otimista é desejável, possível e apropriado em todas as situações. Ela resulta na negação, minimização e invalidação da experiência emocional humana autêntica, deslegitimando a existência de certas emoções e sentimentos, que fazem parte da nossa experiência genuína. Isso já existia antes das redes sociais.

O pensamento positivo é um bem de consumo que alimenta um mercado multimilionário de filmes, livros, treinamentos e palestras há muitas décadas. Mas, certamente, a positividade tóxica encontrou um aliado nas redes sociais. Porque quando o ser humano se expõe socialmente, é natural que exista um esforço para que o outro o veja com bons olhos. Fica mais claro se lembrarmos que, em termos evolutivos, a sobrevivência do indivíduo humano depende do suporte do seu grupo. Por isso, nosso cérebro desenvolveu um mecanismo, conhecido pelos pesquisadores como sociômetro, cuja função é julgar ou imaginar qual será a percepção dos outros ao nosso respeito. As pesquisas mostram que fazemos isso o tempo todo, inclusive sem termos consciência. Quando percebemos que somos admirados, a nossa autoestima aumenta, reforçando a atitude que gerou admiração. Quando percebemos que somos ou podemos ser mal vistos, nossa autoestima diminui.

E mais. Nós desejamos status, reconhecimento e aprovação social. As pessoas passam horas trabalhando em seus perfis sociais, construindo uma imagem que não condiz com quem realmente são. Já que a felicidade é reconhecida na nossa sociedade como um troféu, elas passam a divulgar apenas os momentos felizes. As redes sociais popularizam a ideia de que é possível ter uma vida livre de sofrimento. Raramente as pessoas publicam suas falhas ou destacam seus erros. Seguimos vidas artificialmente fabricadas e, como resultado, ficamos com a impressão de que todos estão lidando com tempos difíceis ‘melhor do que nós’, e isso promove uma sensação de solidão, vergonha e constrangimento. Quando o perfeito se torna normal, o bom se torna descartável.

Não tem nada de errado em vermos o lado positivo. Pelo contrário, é saudável entendermos a natureza multifacetada dos eventos e das pessoas. A positividade saudável reconhece emoções autênticas e rejeita o entendimento de que uma situação é necessariamente só boa ou só ruim. Emoções opostas podem acontecer simultaneamente. Ou seja, você pode ficar triste por perder seu emprego e ter esperança de encontrar um novo emprego no futuro. Algumas décadas de pesquisa mostram que a capacidade de ressignificar eventos é um dos principais fatores que suportam a resiliência humana. Ou seja, quando construímos sentido a partir das adversidades, tirando lições proveitosas do que nos acontece, conseguimos crescer a partir dos nossos desafios em vez de ficarmos piores por causa deles.

 

Adriana Drulla - Mestre em Psicologia Positiva, pela Universidade da Pennsylvania, é especialista em Compaixão e Autocompaixão. Estudou com Martin Seligman, psicólogo fundador da psicologia positiva, e outros pesquisadores referência neste campo nos Estados Unidos e no mundo.  Formada em Conscious Parenting por Shefali Tsabary, psicóloga referência em parentalidade e autora do método que une psicologia, parentalidade e espiritualidade, é também especialista em Mindfulness e Autocompaixão pela Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA) e pela USP.


Como não ser cancelado no BBB? Psicóloga dá dicas para os futuros participantes


As pessoas que aceitam entrar do Big Brother Brasil costumam demonstrar um medo constante do cancelamento. O sentimento de rejeição aumenta ainda mais quando esses participantes fazem parte do "camarote". Para eles, a oportunidade de alavancar carreira, ganhar seguidores e o receio de perder contratos pesam tanto quanto o prêmio de R$ 1,5 milhão na hora de guiar comportamentos e atitudes dentro do reality. A psicóloga Maria Rafart disse que existem estratégias para driblar a dor da rejeição e deu dicas para os futuros brothers e sisters não sofrerem com a cultura do cancelamento.

 

"O sentimento de rejeição ativa nossos circuitos cerebrais responsáveis por processar a dor. Portanto, nada pode evitar a dor inicial de se sentir rejeitado ou cancelado. No entanto, há estratégias que podem ajudar a processar essa dor: uma autoestima em dia, por exemplo, de certa forma pode amenizar o que os outros pensam de negativo sobre nós. Um trabalho nesse sentido antes de entrar na casa é fundamental para garantir saúde psíquica lá dentro e no pós-reality", explicou a especialista, que completou:

 

"Algumas pessoas possuem maturidade para absorver impactos e mesmo assim seguir adiante, é o que chamamos de pessoas resilientes. Trabalhar a própria capacidade de absorver impactos sem muitos danos seria a primeira coisa a ser trabalhada. Assim como a fama é transitória, os cancelamentos também são. A pessoa psiquicamente madura sabe dessa transitoriedade".

 

Segundo Maria Rafart, saber seu próprio lugar de fala, suas falhas e seus próprios valores é o que tornou muitos candidatos vencedores. "O público gosta de quem se conhece, quem sabe os próprios limites e os desafia. Além disso, a autoestima em dia pode ajudar muito nos momentos difíceis de conflitos de convivência na casa".

 

No BBB 21, por exemplo, o que os participantes mais fizeram na primeira semana foi sentir medo de falar demais e desagradar o telespectador. A psicóloga disse que esse receio é muito comum, por que hoje em dia o público está muito atento às falas que sejam ofensivas, não só às ditas minorias, mas ao politicamente incorreto em geral. 

 

"Uma boa repassada nos temas sensíveis pode ajudar. No mais, falar sobre os próprios erros e ‘podres’ pode ser até benéfico, como aconteceu com Rico na edição de A Fazenda", indicou Maria Rafart.


 

Cancelamento x crime

 

O BBB completou 20 anos. Ao longo desse período, houve situações que extrapolaram o cancelamento. Casos de assédio, intolerância religiosa e agressões já foram motivos para a polícia visitar a casa mais vigiada do Brasil. Para o advogado José Estevam Macedo Lima, especialista em direito do entretenimento, o fato do público não aprovar o comportamento de um ou outro participante, não dá o direito deles usarem as redes sociais para atacá-los. 

 

"A internet não é uma terra sem lei. É importante ter responsabilidade e cautela ao se manifestar nas redes. A liberdade de expressão não serve de escudo para a prática de atos ilegais e moralmente vedados. Nem tudo é liberdade de expressão, há um limite que ultrapassado implica em violação. As condutas que se enquadram nos tipos penais descritos nos crimes contra a honra e também na injúria racial devem ser levadas à análise do Poder Judiciário e não devem ser justificadas pela liberdade de expressão".

 

Dr. Estevam, que também é presidente da Comissão de Defesa ao Direito de Liberdade de Expressão da Anacrim-RJ, ainda disse que as pessoas que se sentirem atingidas por comentários que tenham um cunho difamatório e inverídico devem denunciar.


Ano começa com o desafio de preservação da saúde mental

Seconci-SP preconiza reflexão sobre a qualidade dos relacionamentos, hábitos saudáveis e lazer prazeroso

 

A campanha Janeiro Branco, que objetiva a promoção da saúde mental, acontece neste terceiro ano da pandemia justamente quando novos fatos contribuem para o aumento do estresse: a chegada da variante ômicron da Covid-19 e o surto da variante Darwin do vírus da gripe H3N2. 

“Janeiro foi escolhido para esta campanha por inaugurar um novo ano a ser vivido e as pessoas costumam fazer um levantamento das metas alcançadas no ano anterior e as não cumpridas. Somente essa reflexão pode causar um excesso de estresse. Neste momento, todo esse planejamento deixou de ser realizado. A pandemia nos trouxe um desvio da normalidade doméstica, social e profissional”, comenta a dra. Amara Alice Darros, psiquiatra do Seconci-SP (Serviço Social da Construção). 

Neste contexto, conscientizar-se sobre o estado da saúde mental de cada um torna-se uma meta prioritária. “As decisões e atitudes tomadas em todas as áreas de nossa vida são baseadas no nosso estado emocional”, comenta. 

Para preservar a saúde mental, a dra. Amara destaca a importância de hábitos saudáveis, como uma alimentação equilibrada, ter momentos de lazer prazeroso, refletir sobre a vida e a qualidade dos relacionamentos pessoais e profissionais, entre outros. “Tudo isso faz parte do bem-estar físico e emocional, a saúde mental. Se a pessoa tiver dificuldades em lidar com seus problemas, não precisa ter vergonha e deve procurar uma ajuda especializada”.

 

Escutar o outro 

De acordo com a dra. Amara, um passo relevante é conversar sobre o tema. “No trabalho, a chefia imediata precisa ter um olhar e/ou uma escuta em relação a seu funcionário. Deve observar se ele começa a apresentar um comportamento diferente do habitual, a ter dificuldade de se relacionar com os colegas; se está irritadiço, evitando realizar uma tarefa para a qual sempre teve habilidade. Todos esses são sinais de que ele pode estar em desequilíbrio”. 

O mesmo cuidado deve ser tomado em casa, prossegue a psiquiatra. “Os pais devem dialogar com os filhos, procurando avaliar os sinais apresentados no dia a dia. O diálogo precisa ter como fundamento querer entender os interesses dos filhos, buscando uma harmonização nas relações familiares. Isso facilitará a promoção do bem-estar emocional dos filhos”. 

A dra. Amara informa que o Seconci-SP, por meio de consultas individuais e rodas de conversa num encontro mensal em grupo, oferece psicoeducação, orientação, reflexão e informação. 

“Estamos sempre à disposição a fim de suprimir as dúvidas e incentivar as pessoas a pensarem a respeito da saúde mental e de sua importância na promoção real da qualidade de vida. Nossa preocupação maior é colaborar, prevenindo a ausência na atividade laborativa. Acreditamos que o equilíbrio emocional está relacionado a uma maior produtividade no exercício laboral”.


Ser avó não nos envelhece, pelo contrário!

 

Ser avó muda nossa perspectiva de mundo e de nós mesmas. Passamos a visualizar o tempo com mais atenção torcendo para ele não se apressar. Queremos aproveitar todos os segundos. Ser avó, ao contrário do que muitos pensam, não nos envelhece, pelo contrário, rejuvenesce!

O sentimento de acolhimento e a ternura presente nos olhares das crianças nos faz sentir uma força esquecida em meio ao cotidiano. Este estado mágico é algo que nunca havia vivido até ser avó e hoje sei que apenas as vovós sabem do que estou falando.

Ser avó, nem sempre é fácil, há de se ter sabedoria e cautela. Nossos netos não são nossos filhos. As responsabilidades e todas as decisões sobre as crianças são dos pais. Este precisa ser um exercício diário das avós.

Aconselho, às vovós mais ansiosas, não sufocarem a nova família com conselhos exagerados na tentativa de suprir todas as necessidades. Não é isso que as novas mamães e papais precisam. Menos ainda os netos.

Algumas dicas são sempre válidas. Algumas já sabia, outras aprendi na prática. O momento do nascimento da criança é deles, esteja presente se solicitada. A vontade é de ficar grudadinha, mas tente se segurar.

A família necessita de uma rede de apoio, isto é certo, mas cuidado com as invasões. Não tire da mãe ou do pai o prazer de dar o primeiro banho, por exemplo. Caso eles estejam inseguros, apoie e transmita segurança, mas não os substitua.

Uma mãozinha na organização da casa e na alimentação pode ser bem-vinda quando solicitada. Nada de sair invadindo o espaço alheio. Ofereça ajuda para cuidar do bebê entre as mamadas permitindo que a nova mamãe possa dormir.

Pergunte sempre como proceder com as crianças. Quase tudo que você aprendeu e fez quando foi mãe está ultrapassado. As condutas médicas e relativas à introdução alimentar mudaram totalmente.

Nunca dê chupeta, mamadeira, chuquinha ou qualquer outra coisa escondida da mãe. Importante frisar também que NÃO EXISTE LEITE FRACO, não atormente a nova mamãe com crendices.

Não tenha vergonha de nada. Sente-se no chão, cante cantigas, bata palmas, sorria e gargalhe com todas as forças. Compre livros, leia ou invente histórias para os pequenos. Dê cambalhotas se conseguir. Seja criança outra vez!

Entre amadurecer e virar avó, descobri uma nova mulher dentro de mim, cheia de energia e planos. Renasci e fiz da escrita uma nova profissão. Sonho com o dia em que, adultos, meus netos conhecerão a mulher que fui. Estarei eternizada nos versos e textos que escrevi.

Ah, uma última dica... Deixe a mulher que existe em você fluir com todas as suas nuances. Não é porque você se tornou avó que virou um ser assexuado e sem vida pessoal. Empodere-se e viva com plenitude e alegria!

  

Thelma Miguel - médica, escritora e poetisa carioca e acaba de lançar a coletânea de poemas O Silêncio e o Grito. 


Dia da gratidão (06/01): pacientes encontram nos corredores de hospitais motivos para agradecer


Com tantos internamentos, Lucas Camargo passou a considerar profissionais do HUC como parte da família
Divulgação

Cirurgias raras e atendimento humanizado em urgências fazem parte das histórias de quem recebeu dos profissionais de saúde uma nova chance de viver

 

Um vídeo, um bilhete, uma faixa, uma mensagem ou simplesmente um muito obrigado. A gratidão faz parte da rotina de unidades hospitalares, em que profissionais da saúde têm sido a única luz de esperança para muitos pacientes, principalmente durante a pandemia. Um sentimento que o curitibano Lucas Camargo, de 20 anos, conhece bem. O jovem passou a considerar como parte da sua família a equipe do hospital que o atendeu após ficar tetraplégico em uma queda de cama elástica. Desde novembro de 2018, tornaram-se recorrentes as suas idas ao Hospital Universitário Cajuru, de Curitiba (PR), 100% SUS e referência em traumas. 

Ele precisou se adaptar a viver em uma nova condição e, aos poucos, aprendeu a ser grato pelas pequenas conquistas. “Quando venho para o hospital sei que minha saúde não está bem, mas também sei que vou encontrar profissionais queridos que guardo no meu coração”, conta Lucas. ”Aprendi que, enquanto há vida, há esperança. Viver com a minha deficiência é difícil, mas isso não vai me parar. Eu continuo lutando pela vida e em todo lugar que vou espero levar apenas alegria”, se emociona.


Recomeços

No Hospital Marcelino Champagnat, também de Curitiba, aparecem novas lembranças de finais felizes para contar. Foi ali que, aos 31 anos, a curitibana Karina Andressa Rodini começou a escrever uma nova história, após realizar uma cirurgia delicada e não convencional para a retirada de um tumor de cerca de 35 quilos. A doença responsável pelos tumores gigantes é a neurofibromatose, que foi diagnosticada antes dos dois anos de idade e exigiu que ela fosse submetida a dez cirurgias de grande porte e várias pequenas entre 2012 e 2018.

A expectativa para a melhora da qualidade de vida começou a crescer quando ela conheceu o cirurgião plástico Alfredo Duarte, que passou a fazer contato com um cirurgião renomado e com vasta experiência na retirada de tumores causados pela neurofibromatose, o norte-americano McKay McKinnon. A cirurgia, realizada em novembro de 2021, permitiu que atividades simples como caminhadas e passeios pudessem voltar a fazer parte da rotina da jovem.

"Sentimento de gratidão e de alívio. Agora são novos passos. Nova Karina, nova vida, novos passos. Não tem como explicar. É o maior presente que eu ganhei", comemorou logo após o procedimento. “Quero que as pessoas saibam que é importante não desistir dos sonhos, por mais difícil que seja”.


Férias longe das telas

Dicas de como aproveitar mais o período de descanso com a família e amigos 


Brincar é uma importante ferramenta de expressão e comunicação e que deve ser estimulada no período das férias, conforme apontam as professoras Isabela Censi e Mayra Arantes, do Colégio Marista Champagnat de Ribeirão Preto, que incentivam os estudantes a substituir os celulares, tablets e afins por brincadeiras lúdicas e criativas.

 

Além de descansar a mente, brincadeiras e jogos – em casa ou ao ar livre - promovem união e aprendizado familiar. “Unir a família para uma partida de jogos de tabuleiro é uma ótima opção. Além de divertir, essa forma de entretenimento é muito eficaz para fortalecer os vínculos e os valores”, diz Mayra.

 

Não é segredo para ninguém que as crianças gostam de liberdade para criar e brincar à vontade. Por isso, especialmente nesse período, é importante que os pais dediquem um pouco do seu tempo para brincar junto e participar ativamente. “Para obter o máximo benefício, as atividades devem ser selecionadas e personalizadas com base na idade e nos interesses das crianças”, afirma Isabela. As crianças levam as brincadeiras a sério, conforme ressalta Mário Quintana: “As crianças não brincam de brincar, brincam de verdade”.


 

Confira algumas sugestões de atividades para as férias:

 

Contação de histórias: a imaginação e o faz de conta fazem parte do cotidiano infantil e, por meio das histórias, a criança desenvolve noções de sequência lógica de fatos e tempo, amplia o vocabulário, bem como seu repertório cultural. Essa é uma atividade que pode e deve ser realizada em família, garantindo momentos divertidos e significativos.

 

Montar cabanas: é possível criar brincadeiras utilizando os recursos disponíveis em casa.  Escolha dois móveis como, por exemplo, duas cadeiras ou dois sofás e cubra-os com um lençol. Sua cabana está pronta! Se preferir, decore o cenário utilizando objetos da casa e deixe aflorar a criatividade.

 

Fantasia: brincadeira bastante apreciada pelas crianças! Podem ser utilizadas fantasias prontas ou criados figurinos improvisados. Mais do que diversão, a fantasia infantil promove o desenvolvimento de diferentes habilidades, como: criatividade, imaginação e sociabilidade. Além de ser um recurso interessante para trabalhar as emoções, uma vez que, por meio do faz-de-conta, ao representar um personagem, as crianças costumam apresentar maior facilidade para expressar seus sentimentos e lidar com as frustrações. Você pode, ainda, montar uma peça de teatro utilizando sua fantasia.

 

Mímica: garantia de bons momentos de diversão. Brincadeira na qual os participantes devem descobrir o que está sendo representado por meio de expressões corporais, a única regra é não poder falar. Esse jogo promove o desenvolvimento da consciência corporal e da concentração, além de mobilizar a memória e os conhecimentos prévios.

 

Fazer uma horta no quintal ou plantar temperos em vasos: essa proposta é um bom passatempo e amplia o conhecimento sobre o crescimento das plantas, desde a germinação até o momento de colher e ir para a mesa. O contato e o cuidado com as plantas, promovem o respeito com a natureza e noções de responsabilidade, uma vez que será necessário, por exemplo, regar e observar se o local está adequado para o desenvolvimento desse ser vivo.

 

Mestre cuca: crianças adoram ajudar na cozinha, então, que tal convidá-las para selecionar receitas saudáveis e realizar uma oficina culinária? Você pode, inclusive, utilizar ingredientes da sua horta! Embora essa já seja uma vivência bastante apreciada, é possível transformá-la em brincadeira, escolhendo alguém para ser o “juiz” e avaliar os pratos seguindo diferentes critérios, como sabor, beleza e apresentação.

 

Jogos de tabuleiro: são uma excelente opção para brincar em família. Além de divertidos, desenvolvem habilidades, como compreensão de regras, raciocínio e auxiliam no processo de lidar com o sentimento de frustração.

 

Práticas de esporte: também são uma forma de brincar e deixar a saúde em dia. Por meio de atividades, como passear com o cachorro, andar de bicicleta, correr ao livre, nadar, entre tantas outras opções, há o estreitamento de vínculos e desenvolvimento de habilidades motoras.

 

Colégios Maristas

www.colegiosmaristas.com.br


Patrimônio de Ribeirão Preto ilumina fachada no mês Janeiro Roxo

Fachada do Theatro Pedro II
Arquivo Theatro Pedro II

Teatro Pedro II ilumina fachada de roxo em alusão ao mês de conscientização sobre a hanseníase


O Theatro Pedro II de Ribeirão Preto, terceiro maior teatro de ópera do Brasil, entra na campanha “Todos contra a hanseníase”, da Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH), durante o mês Janeiro Roxo, dedicado a ações de conscientização sobre a hanseníase. A doença está na lista de Doenças Tropicais Negligenciadas (DTN) e os especialistas alertam para a endemia oculta de hanseníase no país. A fachada do teatro ficará iluminada de roxo até o dia 10 de janeiro.

Segundo o médico dermatologista e hansenólogo, Claudio Salgado, presidente da SBH, existem de três a cinco vezes mais casos de doentes de hanseníase no Brasil sem diagnóstico. Isso porque o bacilo causador da hanseníase afeta os nervos e os sinais são confundidos com os de doenças como infarto, diabetes, problemas ortopédicos, artrite, artrose, fibromialgia, trombose etc. O diagnóstico é clínico – o médico avalia vários sinais e sintomas no paciente e pode solicitar exames adicionais. Por ano, cerca de 30.000 novos casos são notificados.

É comum o diagnóstico tardio da doença – o paciente convive com a hanseníase por vários anos sem ser percebido. Hanseníase é uma doença infecciosa, causada por um bacilo. A recomendação das autoridades de saúde é que todos os familiares e pessoas que convivem com um paciente diagnosticado com hanseníase sejam examinados. A chance de diagnóstico chega a ser até oito vezes maior entre os comunicantes.

O presidente da SBH alerta que é preocupante o índice zero ou próximo a isso de novos diagnósticos em inúmeras localidades brasileiras. “O Brasil um país de alta endemicidade para a hanseníase e a falta de diagnóstico em muitos municípios implica em pacientes não descobertos, transmitindo a hanseníase. É o que caracteriza a endemia oculta”.

Na grande maioria das vezes, o paciente chega com relato de dores no corpo, formigamento ou dormência nos pés ou braços. As manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na pele e que já apresentam diminuição de sensibilidade ao frio, ao calor, ao toque ou mesmo à dor – sinal importante da doença – não foram avaliadas nas inúmeras visitas anteriores a serviços de saúde públicos ou particulares. Os pacientes, geralmente, estão com hanseníase agravando dia após dia e transmitindo a seus comunicantes há vários anos – o paciente em tratamento regular não transmite mais a doença.


Theatro Pedro II

Para Nicanor Lopes, presidente da Fundação D. Pedro II, mantenedora do Theatro Pedro II, “é importante utilizarmos as ferramentas disponíveis para orientar a população sobre questões de saúde pública e o Pedro II é um instrumento cultural, educativo de inclusão e transformação social”.

O teatro foi inaugurado em 1930, sofreu incêndio em 1980 e, após cinco anos de restauração, foi reinaugurado em 1996, quando ganhou uma cúpula, com projeto assinado por Tomie Ohtake, e um lustre de cristal de 1.400 quilos. É tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo).

O Pedro II fica no Centro de Ribeirão Preto, no chamado Quarteirão Paulista.

“A utilização de um patrimônio cultural de tamanha importância na campanha ‘Todos contra a hanseníase’ acontece em um momento em que Ribeirão Preto registra aumento significativo de diagnósticos de hanseníase e a participação da sociedade civil em campanhas educativas é uma colaboração essencial no processo de aumento de diagnósticos para que consigamos chegar ao controle da doença na localidade”, diz o presidente da SBH.


Com estoque baixo, Maternidade de Campinas apela para mães contribuírem com a doação de leite

Bebê recebe leite materno no Hospital Maternidade de Campinas
Weverson Felipe


O Banco de Leite Humano do hospital conta apenas com a metade do estoque ideal para alimentar os bebês internados na UTI - Unidade de Terapia Intensiva - e na UCI - Unidade de Cuidados Intermediários - do hospital. Hoje, a média de armazenamento é de apenas 140 litros, em média, quando o volume para garantir o atendimento à demanda seria de, pelo menos, 200 litros. Por isso, o hospital inicia nova campanha para pedir às mães que façam a doação do leite excedente.


Com um estoque do Banco de Leite Humano de apenas 140 litros, em média, nos últimos meses, um volume considerado baixo do necessário para o atendimento de uma demanda de 40 leitos na UTI Neonatal (Unidade de Terapia Intensiva) e 22 na UCI (Unidade de Cuidados Intermediários) o hospital Maternidade de Campinas pede às mães que contribuam com a doação de leite excedente a fim de garantir o alimento para os bebês internados. Para as mulheres que residem em Campinas, a coleta é feita quinzenalmente nas próprias residências.

O volume ideal de armazenamento no Banco de Leite Humano é de, no mínimo, 200 litros, em média, por mês, para garantir certa tranquilidade no atendimento aos casos de hospitalização. Cada litro doado pode alimentar até 10 recém-nascidos por dia. O leite materno é o único alimento completo para nutrir os bebês por, no mínimo, seis meses de vida de forma exclusiva, e até dois anos complementado com outros alimentos.

Coleta do leite materno no Banco de Leite Humano do Hospital Maternidade de Campinas
Weverson Felipe


De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), aumentar a amamentação ideal de acordo com as recomendações poderia evitar mais de 823 mil mortes de crianças e 20 mil óbitos maternos a cada ano, no mundo,

Nascem, por mês, em média, no Hospital Maternidade de Campinas, cerca de 750 bebês, dos quais 60% são atendidos pelos SUS (Sistema Único de Saúde). Embora a média seja de 25 nascimentos por dia, atualmente contamos apenas com 56 doadoras cadastradas.

“O aleitamento materno é a forma mais natural e segura de alimentar a criança no início da vida. No leite materno são encontrados diversos componentes imunológicos, tornando esta prática essencial para alcançar o crescimento e o desenvolvimento infantil adequados, além de promover benefícios para a saúde física e psíquica da mãe e do bebê. A criança amamentada pela mãe apresenta menor incidência de infecções, menor tempo de hospitalização e menor ocorrência de reinternações”, explica a médica pediatra dra. Tereza Aparecida Fernandes Mathiazzi.

                     

 

Como doar

Para ser doadora é necessário que a mulher seja saudável, que esteja amamentando o próprio filho e que tenha uma produção excedente de leite após a mamada. O primeiro passo é fazer contato prévio pelo telefone (19) 3306-6039 para o cadastramento, agendar a realização da coleta de sangue receber as orientações e os materiais para a coleta e armazenamento do leite.

A realização do exame de sangue é feita no ambulatório da Av. Francisco Glicério, nº 1913 e necessária para a verificação de sorologias de Sífilis, Hepatites B e C, doença de Chagas, HTLV (Vírus Linfotrópico da Célula Humana) e HIV (Aids).

          processamento de leite materno no Banco de Leite Humano do Hospital Maternidade de Campinas
Weverson Felipe 
   


“A coleta do leite é feita pelas próprias mães, em suas residências. Elas tanto podem entregar os frascos no Banco de Leite do Hospital Maternidade de Campinas ou aguardar a retirada quinzenal feita pela instituição em suas casas, para aquelas que residem em Campinas”, orienta Giovana Batista de Souza, coordenadora do Banco de Leite do Hospital Maternidade de Campinas.

 Amamentação - Banco de Leite Humano do Hospital Maternidade de Campinas
Weverson Felipe


Conheça as cinco letras que podem ajudar a um diagnóstico precoce de câncer de pele, que afeta por ano 185 mil brasileiros

O verão chegou e, depois de meses de confinamento por causa da pandemia, todo mundo quer aproveitar os avanços obtidos com a vacinação contra a Covid para realizar atividades de lazer ao ar livre. Mas é preciso ter cuidado com os passeios no parque, as idas à praia e até mesmo com o futebol com os amigos — e não estamos falando do distanciamento recomendado para evitar o coronavírus. É durante a estação mais quente do ano, com exposição solar sem proteção, que aumentam as chances do surgimento do câncer de pele. Por isso, além de não esquecer do filtro solar, uma boa ideia é apostar no autoexame que ajuda a ter um diagnóstico precoce de possíveis lesões, diminuindo as chances de complicações e aumentando a possibilidade de cura. A ferramenta, muito usada para detectar nódulos nas mamas, é ainda deixada de lado nos cuidados com a pele, mas de fundamental importância.  É preciso observar a pele!  Surgimento de uma nova pinta ou de uma que fuja do padrão das demais, conhecida como sinal do ‘patinho feio’, especialmente em quem já possui muitas, é um sinal de alerta. Feridas que criam casquinha, sangram e não melhoram nunca também merecem atenção", diz a oncologista Flora Lino, do Hospital Marcos Moraes, no Méier, Zona Norte do Rio. 

Para facilitar o auto-exame, a médica indica que se recorra às cinco primeiras letras do alfabeto. O “ABCEDE” pode ajudar a identificar lesões suspeitas ainda em estágio inicial, salvando vidas. “O  ‘a' se refere à  assimetria, o 'b' mostra a importância de se observar as bordas, que não podem estar irregulares”, o 'c' é um indicativo de cor, quanto mais tonalidades numa mancha, pior.  Já o 'd' é de diâmetro. Sugere que novas pintas com mais de 5 mm sejam examinadas. E, por último, a letra 'e' é de evolução. O paciente precisa saber se aquela pinta que sempre teve, mudou de aspecto”.

 O uso do protetor solar, alerta Flora, também é imprescindível. E não só para quem sai de casa. Ele deve ser aplicado mesmo por quem trabalha em home office, já que a exposição à luz do computador e do celular também traz danos à pele. E não basta passar o filtro uma vez e esquecer dele pelo resto do dia. É preciso retocá-lo a cada duas horas. “Uma opção é usar produtos voltados para esportistas, que têm fixação maior, mas mesmo estes precisam de reforço”, diz Flora, lembrando que a exposição direta ao sol requer cuidados extras. “Chapéu, óculos escuros, roupas com proteção UV são recomendadas, sempre aliadas ao uso do filtro. Muita gente acha que a vestimenta é suficiente, mas não”. Áreas que geralmente são esquecidas, como orelhas, pescoço, lábios e asas do nariz também podem ter tumores, portanto, nunca descuide delas.

Quem não conseguiu se precaver ou, mesmo com cuidado, apresenta lesões, tem boas notícias. Novas drogas têm ajudado no tratamento do câncer de pele, responsável por 30% dos tumores malignos diagnosticados no Brasil. Entre elas, está a terapia-alvo, voltada para melanomas, o tipo mais agressivo da doença. Segundo Flora, metade destes tumores possuem mutações no gene BRAF, identificáveis através de análise em material de biópsia da lesão.  Nestes casos, é possível que remédios combatam uma alteração na proteína que faz com que as células do melanoma cresçam e se proliferem rapidamente.  “Até pouco tempo atrás, não se tinha o que fazer em relação a um paciente que teve um melanoma ressecado, mas apresentava ainda alto risco de recidiva. Agora, é possível reduzir bastante ou até evitar o surgimento de novos tumores”, diz Flora.

A médica acrescenta que grande avanço se deu com a incorporação da imunoterapia, que anula os mecanismos de defesa das células tumorais, fazendo com que o sistema imune do paciente consiga combater o melanoma. “Pacientes que até então viviam meses quando havia metástase agora podem alcançar sobrevidas de anos e anos quando respondem bem ao tratamento”, diz.

Entre os tipos de câncer de pele existem os não-melanoma, que podem ser classificados em carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular. O primeiro é o tipo mais frequente, com crescimento normalmente mais lento. O diagnóstico se dá, usualmente, pelo aparecimento de uma lesão nodular rosa com aspecto peroláceo na pele exposta do rosto, pescoço e couro cabeludo. Já no carcinoma espinocelular, mais comum em homens, ocorre a formação de um nódulo que cresce rapidamente, com ulceração (ferida) de difícil cicatrização. Já o tipo melanoma é o mais agressivo. São geralmente os casos que se iniciam com o aparecimento de pintas escuras na pele, que apresentam modificações ao longo do tempo. Por ano, devem surgir 185 mil novos casos dos três tipos no país, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).


Brincar ao ar livre faz bem para os olhos

Estudos apontam que a luz solar é essencial para prevenir o crescimento alongado do olho, fator de risco para a miopia


As crianças estão de férias e esse é um ótimo motivo para incentivá-las a brincar ao ar livre, já que os benefícios são inúmeros. Mas, além de fazer bem para a saúde física e mental, passar mais tempo ao ar livre também contribui para a saúde ocular, especialmente em relação à miopia.

De acordo com a oftalmopediatra Dra. Marcela Barreira, especialista em estrabismo, a explicação é que além de tirar as crianças das telas, cujos malefícios já são bem documentados, a prática de atividades ao ar livre promove o contato com os raios solares.

“Estudos ao longo do tempo mostraram que os raios solares estimulam a produção da dopamina. Trata-se de um neurotransmissor que previne que o olho cresça alongado. Um olho alongado leva à distorção do foco de luz que entra no globo ocular, causando a miopia”, explica.  

Outro benefício relatado pela oftalmopediatra é que em lugares abertos, a criança usa a visão de longe, o que também é benéfico para a saúde ocular.

“Vale lembrar que a recomendação de estimular atividades ao ar livre também é voltada para quem já tem a miopia instalada. Nesses casos, a ideia é prevenir o aumento do grau”, explica Dra. Marcela.



Casos de miopia aumentaram na pandemia

Nos últimos anos, o aumento dos casos de miopia tem chamado a atenção dos especialistas. A principal causa é o uso prolongado dos dispositivos eletrônicos. Desde março de 2020, devido à pandemia, a incidência da miopia duplicou, passando de 11,6% a 29,6%. Essa foi a descoberta de um estudo com 1.800 crianças em Hong King, publicado no British Journal of Ophtalmology.

Outro estudo, publicado no Journal of the American Medical Association chegou a conclusões parecidas. Nessa pesquisa, os autores apontaram que em comparação com os cinco anos anteriores à 2020, a chance de uma criança desenvolver a miopia era três vezes maior.



Mudança de hábitos

Para Dra. Marcela, é preciso mudar alguns hábitos no dia a dia das crianças. Caso contrário, o aumento de casos de miopia será exponencial nos próximos anos.

“Tudo é uma questão de hábito. Podemos notar que nas gerações anteriores aos dispositivos móveis não havia tantos casos de miopia. Ou seja, agora precisamos mudar o hábito de passar horas nas telas, fazendo um movimento oposto ao que estamos acostumados”.  



Bom senso e equilíbrio

Como não é possível eliminar as telas do dia a dia das crianças, é preciso chegar num equilíbrio entre o tempo voltado para o uso dos dispositivos eletrônicos e as atividades ao ar livre, os esportes, a leitura etc. “Vale lembrar que crianças menores de 2 anos não devem ser expostas a tablets e celulares”, finaliza Dra. Marcela.


Quais são as características de um cérebro com TDAH

Divulgação / MF Press Global
Estudo do neurocientista Dr. Fabiano de Abreu aprovado pelo comitê científico e publicado na Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, avalia as diferenças funcionais dos cérebros com o transtorno

 

 

O transtorno do déficit de atenção e hiperatividade é uma desordem crônica, complexa e multifacetada do neurodesenvolvimento. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estimam que, em 2019, cerca de 2 milhões de adultos apresentavam o transtorno no Brasil. Os sintomas podem incluir desatenção, impulsividade e hiperatividade.

 

A combinação de desatenção, hiperatividade e comportamento impulsivo em crianças foi reconhecida como uma síndrome desde o início do século XX. Avanços no campo da neurociência cognitiva levaram a novos conceitos acerca da atenção da hiperatividade relacionados aos circuitos cerebrais.

 

De acordo com o neurocientista, PhD e biólogo Dr. Fabiano de Abreu, nos estudos foi possível perceber uma redução de volume e funcionamento da substância branca e cinzenta do cérebro de pacientes com TDAH, relacionadas a funções de atenção, planejamento cognitivo, processamento e comportamento. “Recentemente, o papel do córtex pré-frontal foi relatado como de extrema importância devido a sua interconexão com outras áreas vitais, como núcleos caudados e o cerebelo, que juntos estão envolvidos na regulação da atenção e do comportamento”, explica o neurocientista.

 

Ao longo dos anos, a fisiologia do transtorno foi sendo refinada. Assim, imagens cerebrais e biologia molecular começaram a revelar anormalidades no funcionamento cerebral das pessoas atingidas. Porém, a diversidade e a especificidade das patologias cognitivas dificultam o diagnóstico. “É imprescindível que sejam realizados trabalhos com diferentes profissionais que usem metodologias de pesquisa padronizadas e que possam ser comparadas com outros grupos de pesquisa”, defende o especialista.

 

Atualmente, a teoria mais aceita para as causas do transtorno é a de que há uma disfunção da dopamina cerebral, neurotransmissor envolvido na regulação motora e circuitos motivacional e atencional. No entanto, não há consenso entre a classe médica sobre uma definição exata e nem na quantificação das diferenças entre as atividades neuronais presentes em pacientes com ou sem o TDAH.

 

Link para o estudo: https://periodicorease.pro.br/rease/article/view/2712/1095

 

 

 

Fabiano de Abreu Rodrigues  - PhD, neurocientista com formações também em neuropsicologia, biologia, história, antropologia, neurolinguística, neuroplasticidade, inteligência artificial, neurociência aplicada à aprendizagem, filosofia, jornalismo e formação profissional em nutrição clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International e membro da Federação Européia de Neurociências e da Sociedade Brasileira e Portuguesa de Neurociências.


Burnout agora é doença do trabalho pela OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a Síndrome de Burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, como uma doença ocupacional, isto é, relacionada ao estresse da rotina de trabalho. O termo foi incluído na 11ª versão da Classificação Internacional de Doenças, a CID-11, que passou a vigorar em 1º de janeiro de 2022.

 

A Síndrome foi oficializada como “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”. No texto anterior, ela era considera ainda como um problema na saúde mental e um quadro psiquiátrico.

 

De acordo com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o número de solicitações de auxílio doença quintuplicou entre março e abril de 2020. Estes foram os dois meses de evolução do contágio da covid-19 no Brasil. Os dados apontam que entre um mês e outro, os pedidos saltaram de 100 mil para 500 mil.

 

“De fato, o número de requerimentos de benefícios previdenciários no INSS de natureza psiquiátrica está entre os primeiros colocados. Os pedidos de auxílio doença e benefícios assistenciais, em decorrência de transtornos mentais, só possuem menor incidência em relação aos de natureza ortopédica”, diz Carla Benedetti, advogada, mestre em Direito Previdenciário pela PUC-SP e associada ao IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário).

 

Pesquisa da Microsoft apontou um aumento de 44% de brasileiros com esgotamento profissional. “A Síndrome de Burnout, consequência do excesso ou sobrecarga de trabalho, se agravou na pandemia. Nesta condição, a pessoa se sente literalmente exausta, esgotada física e psicologicamente, seja por causa do número de horas trabalhadas, seja pelo estresse provocado pelas condições de trabalho”, explica a Dra. Danielle H. Admoni, psiquiatra na Escola Paulista de Medicina UNIFESP e especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).

 

O home office, por exemplo, se tornou uma rotina para muitos profissionais. No entanto, nem todos conseguiram se adaptar com a junção do ambiente de trabalho ao de casa. “Pacientes relatam desânimo, dificuldade de raciocínio, ansiedade, irritabilidade, sensação de incapacidade, diminuição da motivação e da criatividade, entre outros sintomas”, conta Dr. Adiel Rios, Mestre em Psiquiatria pela UNIFESP, pesquisador no Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP e Membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

 

A privação do sono também é um forte gatilho para a Síndrome de Burnout. “Quando o profissional não dorme o suficiente para ser produtivo ou trabalha até tarde da noite, prejudica a rotina do sono, desregulando seu relógio biológico. Isso resulta em uma extrema exaustão, pois o organismo, que já está habituado com um determinado padrão de sono, sofre um forte impacto, precisando de tempo e resistência para se adequar às mudanças”, reforça Adiel Rios.

 

Uma consequência frequente da Síndrome é o uso de drogas (álcool, tabaco, além das drogas ilícitas) como forma de alívio. “É importante estar alerta a esta situação que agravará ainda mais a condição física e mental do indivíduo. O mesmo pode ser dito da automedicação”, frisa a psiquiatra Danielle H. Admoni. 

 

Nos casos em que a Síndrome de Burnout já está instalada, recomenda-se buscar auxílio médico especializado para avaliação do quadro e orientação quanto ao tratamento. “Especialmente no caso das pessoas cujas características de personalidade as tornam mais propensas ao Burnout, a psicoterapia é um complemento importante, pois o problema está, muitas vezes, dentro da pessoa, e não tanto em suas condições de trabalho”, avalia Monica Machado, psicóloga pela USP, fundadora da Clínica Ame.C, pós-graduada em Psicanálise e Saúde Mental pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein.

 

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