Pesquisar no Blog

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Hospital Nove de Julho alerta para o crescimento de casos de Aids entre jovens

Apesar da queda no total de casos da doença no País, números estão em ascensão em algumas faixas etárias.

No Dezembro Vermelho, o hospital compartilha informações sobre HIV e aids e fala do gap de cuidados na pandemia

 

As gerações que viram a epidemia de aids explodir, na década de 1980, estavam acostumadas com campanhas de conscientização, em especial quanto ao uso de preservativo. Para os mais jovens, que nasceram ou chegaram à idade adulta quando a doença já havia sido controlada, talvez não pareça fazer muito sentido um mês inteiro para falar de HIV e aids. No entanto, a campanha Dezembro Vermelho, criada para alertar sobre os perigos da doença e como preveni-la, continua atual e necessária.

De acordo com o Boletim Epidemiológico HIV/Aids 2020, do Ministério da Saúde, entre 1980 e junho de 2020, foram identificados 1.011.617 casos de aids no Brasil. O número vem diminuindo anualmente desde 2013. Apesar disso, houve um aumento da doença entre jovens. Comparando 2009 e 2019, as faixas etárias de 15 a 19 anos e de 20 a 24 anos foram as que mais cresceram em casos: 64,9% e 74,8%, respectivamente. Atualmente, a maior concentração dos casos de aids no Brasil está entre os indivíduos com idade entre 25 e 39 anos, em ambos os sexos.

"Há décadas as instituições de saúde do mundo todo têm dedicado esforços a conscientizar a população sobre os perigos da aids, mas ainda precisamos falar sobre isso. O melhor tratamento é a prevenção e hoje há novas opções, como a PrEp HIV (Profilaxa Pré-Exposição) e a PEP HIV (Profilaxia Pós-Exposição)", afirma a infectologista do Hospital Nove de Julho, Sumire Sakabe.

A médica explica que a PrEP consiste na ingestão de um comprimido que permite ao organismo se preparar para combater uma possível interação com o vírus, antes da relação sexual. É indicada para pessoas com maior risco de se infectar, como aqueles que têm múltiplos parceiros, profissionais do sexo, pessoas trans, entre outros. Quando as estratégias de prevenção falharam, há mais uma alternativa para diminuir o risco de infecção pelo HIV, a PEP, que consiste em fazer uso de medicação adequada em até 72 horas após exposição de risco.

"Esses medicamentos devem ser utilizados sob rigoroso acompanhamento médico e são fornecidos gratuitamente pelo SUS, inclusive para pessoas que se consultam na rede privada de saúde. É muito importante que os jovens se protejam e que, se necessário, busquem por essas alternativas, para frearmos o número de novos casos", alerta Sumire.

Ela destaca que o uso do preservativo continua sendo essencial, por prevenir, além do HIV, a disseminação de outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), como a sífilis, e de hepatites. "É uma estratégia eficiente e barata, não podemos nos dar o luxo de esquecer dela", afirma.


Sobre o HIV e a aids

HIV é uma sigla em inglês para Vírus da Imunodeficiência Humana. Trata-se de um retrovírus que é transmitido por meio de fluídos corporais. Sem o tratamento adequado, a infecção pelo HIV pode levar à aids, estágio mais avançado da infeção, que é quase sempre fatal, pois destrói o sistema imunológico. O nome aids vem de outra sigla em inglês, para Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.

"Os tratamentos disponíveis controlam a reprodução do vírus, mas ainda não é possível eliminá-lo definitivamente. Isso significa que, uma vez que se contrai o HIV, a pessoa viverá com ele para o resto da vida", explica a médica do Nove de Julho.

Até hoje, apenas dois pacientes foram considerados curados da infecção pelo HIV no mundo: Tim Brown, em 2007, na Alemanha, e Adam Castillejo, em 2015, em Londres. Eles receberam transplante de medula óssea para tratar leucemia. Os doadores foram cuidadosamente escolhidos por possuírem uma mutação genética que impede o HIV de infectar as células do organismo. Ambos tiverem sucesso no tratamento da leucemia e também se viram livres do HIV, mesmo quando o tratamento antirretroviral foi suspenso. Em 2020, a leucemia de Tim Brown recidivou e ele faleceu em decorrência dela.

"É importante frisar que ambos sofriam (e muito) em decorrência da leucemia e que o transplante de medula óssea é um tratamento de alto risco, com inúmeras complicações. Assim, essa não é uma estratégia passível de reprodução apenas para tratamento de HIV", diz Sumire.

No Brasil, os medicamentos para tratamento de HIV/aids são fornecidos gratuitamente na rede pública. As pessoas infectadas pelo HIV que fazem tratamento adequado têm uma expectativa de vida quase igual a daqueles que não têm o vírus. Com tratamento adequado, a carga viral fica indetectável, permitindo a essas pessoas terem uma vida normal, inclusive sexualmente, e até terem filhos, pois pessoas com carga viral indetectável de forma continuada não transmitem o vírus para parceiros ou parceiras sexuais.


Diagnóstico

"A gente só resolve aquilo que a gente conhece. Diagnóstico precoce é um dos principais fatores para a maior e melhor sobrevida das pessoas infectadas pelo HIV", sustenta a infectologista, ao falar da importância de fazer o teste para a detecção do vírus.

A pandemia de Covid-19 trouxe um impacto nos diagnósticos e tratamentos de saúde como um todo e em se tratando do HIV não foi diferente. No estado de São Paulo, a média mensal de pedidos de testes rápidos para HIV caiu aproximadamente 50% em 2020, quando comparados os mesmos períodos no ano anterior.

A consequência direta de menos testagem é menos diagnósticos. "Uma pessoa infectada pelo HIV e não diagnosticada obviamente não será tratada e, quanto mais tardio o tratamento, maior o dano ao organismo. Além disso, pessoas não tratadas seguem transmitindo HIV para seus e suas parceiras", completa Sumire.

A médica lembra que os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) do Sistema Público de Saúde realizam gratuitamente a testagem para detecção de HIV, sífilis e hepatites B e C. Além disso, oferecem um autoteste em fluido oral, caso a pessoa prefira fazer o teste em casa.

 

Hospital Nove de Julho

Câncer de pele não melanoma atinge cerca de 175 mil pessoas ao ano no Brasil

Dezembro Laranja alerta sobre os cuidados necessários para a prevenção da doença.


O câncer de pele tipo não melanoma é o mais frequente na população brasileira, correspondendo a 95% dos tumores malignos de pele e 30% do total dos casos de câncer. A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) é de 175 mil novos casos a cada ano.

Esse tipo de câncer de pele é menos letal que o melanoma, mas no local acometido pode causar destruição ao longo dos meses/anos. Seus subtipos mais comuns são os carcinomas basocelular e espinocelular.

De acordo com o dermatologista e cirurgião de Mohs, Dr. Felipe Cerci, autor/co-autor de 48 artigos científicos, a maioria deles sobre carcinoma basocelular e cirurgia micrográfica de Mohs, essa técnica é um método de tratamento extremamente eficaz e indicado para casos no rosto. "O procedimento menos invasivo é capaz de retirar completamente as raízes do câncer de pele e preservar ao máximo a pele sadia. Isso é possível pois o cirurgião faz uma análise das margens cirúrgicas no microscópio imediatamente após remoção da lesão", afirmou.

A preservação da pele sadia proporciona ao paciente menor cicatriz e, em muitos casos, é importante para questões funcionais. Por exemplo, a remoção desnecessária de pele devido a um câncer nas pálpebras ou no nariz pode levar a prejuízos na visão e na respiração.

Por essas razões, essas áreas consideradas "nobres" têm indicação da cirurgia de Mohs como tratamento. "São localizadas na face e têm importância estética e funcional. Estamos falando do nariz, pálpebras, orelhas e na região ao redor da boca", explicou.

Diversos estudos apontam a segurança e a eficácia da cirurgia de Mohs. "Quando realizada sob anestesia local, conforme preconizado pela Academia Americana de Dermatologia e Colégio Americano de Cirurgia de Mohs, os índices de complicação são extremamente baixos (0,72%), inclusive casos de infecção da ferida cirúrgica, representando um total de apenas 0,39% dos casos", afirma o especialista.

A cirurgia de Mohs é indicada principalmente para os carcinomas basocelulares e espinocelulares localizados na face. Entretanto, outros tumores mais raros como dermatofibrosarcoma protuberans, carcinoma anexial microcístico, carcinoma sebáceo e fibroxantoma atípico também podem ser tratados com a técnica.

Um estudo americano realizado com pacientes submetidos à cirurgia de Mohs demonstrou que 97% dos pacientes ficaram satisfeitos com o procedimento e que, se necessário, se submeteriam novamente a ele.

É importante ressaltar que grande parte dos carcinomas não são localizados na face e, por isso, não têm indicação de cirurgia de Mohs e podem ser adequadamente tratados com cirurgia convencional, curetagem (similar a uma raspagem) e eletrocauterização, entre outros tratamentos.



PREVENÇÃO - Alguns cuidados são essenciais para evitar a ocorrência do câncer de pele, confira algumas dicas essenciais para o verão:

- Utilize filtro solar de alta proteção em todas as áreas expostas ao sol;

- Escolha se expor ao sol antes das 10 horas e após às 16h;

- Use sempre óculos escuros;

- Acessórios como chapéus e bonés são fundamentais.




Referências:
- Mohs micrographic surgery: a review of indications, technique, outcomes, and considerations.
Bittner GC, Cerci FB, Kubo EM, Tolkachjov SN. An Bras Dermatol. 2021 May-Jun;96(3):263-277.

- Patient Outcomes and Satisfaction After Mohs Micrographic Surgery in Patients With Nonmelanoma Skin Cancer. Erica B Lee, Aubree Ford, Dillon Clarey, Ashley Wysong, Adam V Sutton. Dermatol Surg. 2021 Sep 1;47(9):1190-1194.


Você já ouviu falar em rinoplastia pós-traumática?

Procedimento é adotado quando o trauma é profundo e causa deformidades ou prejuízo na respiração


O nariz é uma parte muito sensível do rosto, por isso, qualquer acidente com carro ou moto, agressões físicas, traumas sofridos durante a prática esportiva e inúmeras situações cotidianas podem causar uma fratura nasal. Se o trauma for muito profundo, uma rinoplastia pós-traumática pode ser recomendada.

Esse procedimento também é conhecido como rinoplastia reconstrutiva e é indicado quando a lesão impacta no formato ou função do nariz, causando deformidades ou prejuízo na respiração.

"Essa é a principal diferença para a rinoplastia estética, pois o especialista não precisa lidar com distúrbios funcionais, corrigindo apenas o que incomoda o paciente”, explicou o otorrinolaringologista da Clínica Dolci em São Paulo e professor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Dr. Eduardo Landini Lutaif Dolci.

Quando uma pessoa sofre uma lesão, o especialista irá fazer o diagnóstico por meio do exame clínico e de imagem. A cavidade nasal também será avaliada para identificar possíveis obstruções, desvios do septo e sangramentos ativos.

“Uma vez identificado o tipo de fratura, o especialista irá determinar o procedimento, que pode envolver mais de uma questão, como rinoplastia e septoplastia”, concluiu o otorrinolaringologista.

A rinoplastia pós-traumática é feita dias após a lesão, porém, em alguns casos, a cirurgia corretiva pode ser feita depois de anos. Isso acontece quando a respiração é comprometida ou a aparência incomoda o paciente. 

 

Dr. Eduardo Landini Lutaif Dolci - sócio da Clínica Dolci  Otorrinolaringologia e Cirurgia Estética Facial, em São Paulo; Professor Instrutor de Ensino do Departamento de Otorrinolaringologia da Santa Casa de São Paulo; Membro titular da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial; Membro eleito da Comissão de Residência e Treinamento da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial; Membro titular da Academia Brasileira de Cirurgia Plástica da Face. www.facebook.com/clinicadolci

Dia do Fonoaudiólogo: conheça as múltiplas funcionalidades da profissão

Shutterstock
Tratar os distúrbios da linguagem e proporcionar o aperfeiçoamento vocal estão entre as habilidades da especialidade; saiba mais!


Além de treinar e aperfeiçoar voz e dicção, o fonoaudiólogo tem como função estudar, tratar e prevenir os distúrbios da linguagem humana. No Dia do Fonoaudiólogo, lembrado em 9 de dezembro, o Hospital Paulista chama a atenção para a importância desta especialidade.

Segundo a fonoaudióloga Christiane Nicodemo, existem muitas formas de comunicação e a fonoaudiologia está inserida neste vasto campo da linguagem, com importantes funções. Entre elas, estão a de avaliar e detectar questões que afetem o desenvolvimento da linguagem.

"A fono pode perceber rapidamente alterações na aquisição de linguagem, quando existe algum estranhamento. Seja por um atraso de linguagem ou por uma alteração de fala, o fonoaudiólogo é o profissional capacitado para diagnosticar e tratar essas alterações", afirma.

A especialista destaca ainda a importância do fonoaudiólogo no ato de ensinar as pessoas a ouvirem a fala do outro, bem como respeitar o seu silêncio, para uma compreensão melhor do que foi dito. "Algumas situações geram discussão por não darmos a devida atenção, não refletirmos sobre a fala do outro", explica.

"Somos seres sociais e como tais, precisamos nos relacionar e interagir para gerar vínculos empáticos e harmoniosos. Em nosso país, por exemplo, temos as diferenças regionais, de modos, usos e costumes. Saber identificar essas diferenças minimizam e muito os impactos negativos que possam ocorrer nas relações pessoais e profissionais e a fonoaudiologia tem uma importante função nesse sentido", reitera a fono.

Habilitação e reabilitação fonoaudiológica

A habilitação e reabilitação são procedimentos que visam aplicar métodos, técnicas e/ou abordagens que recuperem ou melhorem a comunicação do paciente de acordo com as suas limitações.

Conforme a especialista, é necessário sempre se atentar às diferenças entre uma e outra. "Para habilitar, precisamos instrumentalizar a criança, para que haja a percepção de várias formas do ato de comunicar. Avaliar a linguagem é o primeiro passo. Para tanto, precisamos realizar também avaliações da audição que estão diretamente relacionadas a este processo."

Christiane destaca que, em casos de neonatos com diagnóstico de perda de audição, a habilitação deve ser iniciada o quanto antes.

Tabela de desenvolvimento de linguagem


 

A reabilitação, por sua vez, acontece quando o indivíduo que já apresentava tal função e por alguma razão sofra algum comprometimento. "O problema é comum em crianças que têm alguma dificuldade escolar ou que apresentam algum atraso no desenvolvimento de fala, por exemplo. É necessário que os pais fiquem atentos, pois, já no primeiro ano de vida, elas devem apresentar algumas vocalizações", explica a fono.

Vale ressaltar que o diagnóstico precoce é um fator diferencial à habilitação, bem como o início do tratamento após a perda de uma função, seja por acidente ou doença.

O Hospital Paulista conta com um Centro de Diagnóstico e Reabilitação para os distúrbios da audição e linguagem. Nele, são realizados exames audiológicos, como BERA (Brainstem Evoked Response Audiometry); audiometria tonal; audiometria vocal; impedanciometria; audiometria em campo; ganho de inserção, usado para realizar ajustes precisos aos usuários de prótese auditiva; emissões otoacústicas e avaliação de linguagem, entre outros.



O poder da linguagem

Segundo Cristiane, a linguagem está inserida num amplo contexto de sinais - gráficos, linguísticos, sonoros, ambientais, verbais e não verbais -, que fazem dela abstrata, enquanto a fala é concreta. Porém, a relação entre elas é essencial.

"A linguagem transforma e é transformada por todos e a fonoaudiologia auxilia fazendo a ponte entre uma e outra (linguagem e fala), promovendo objetividade e clareza para expressar nossas ideias e torná-las compreensíveis."

A especialista encerra reiterando a importância do fonoaudiólogo também às empresas, independente de hospitais ou consultórios.

"Nossa especialidade pode trabalhar junto ao RH, Marketing e outras especialidades, levando um olhar para além das funções orgânicas, estabelecendo uma ponte com as diferenças transgeracionais e culturais, adequando e personalizando a comunicação. Nunca vivemos em tempos com diversas gerações convivendo tão próximas", finaliza.



Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


A importância do acompanhamento psicológico para mulheres com Síndrome de Rokitansky


Com o diagnóstico da Síndrome de Rokitansky é fundamental encontrar apoio entre os familiares e amigos, afinal, a descoberta da doença pode mudar alguns planos, como a maternidade realizada pelo método tradicional, além de comprometer a autoestima feminina. Por isso, durante o processo, é importante encontrar profissionais da saúde especializados para seguir as recomendações das formas mais seguras possíveis.

Quando uma menina, ou uma mulher, recebe o diagnóstico da síndrome, uma das primeiras perdas é, justamente, da imagem que tinha. Ela sofre por si e pelo outro, pois a imagem que fazemos de nós se constrói a partir do olhar da outra pessoa. Para tratar dessa ferida será necessária uma ressignificação e possibilidade de identificar-se com outras meninas na mesma situação. Dessa maneira, o acompanhamento terapêutico se faz essencial para a reconstrução da autoestima das pacientes.

E esse processo é delicado; a forma que a autoestima foi construída ao longo da vida depende das experiências individuais. Por exemplo: o sofrimento se regula pelos sentimentos que a menina tem de si. O modo como sua estima está estabelecida pode determinar uma intensidade maior ou menor de dor ao receber o diagnóstico e como vai lidar com a doença.

Apesar das reações não serem estáticas, alguns estados emocionais são recorrentes após receberem o diagnóstico, como: choque, ansiedade, angústia, raiva, rejeição, confusão, dúvidas a respeito do próprio corpo e de sua identidade, vergonha, constrangimento, culpa, sentimentos de inferioridade, desespero, tristeza profunda, isolamento familiar e social, dentre outros.

Com isso, o primeiro passo a ser trabalhado nas sessões é identificar o sofrimento pela perda irreparável. Antes de passar pela etapa seguinte, se faz necessário vivenciar o luto para conseguir abandoná-lo e abrir um novo espaço para construções. A perda do órgão genital, das fantasias construídas em torno dele, de uma imagem, de um ideal perdido e as emoções desencadeadas precisam ganhar palavras, o que possibilitaria algum escoamento e alívio da dor.

Outro ponto importante é conciliar o acompanhamento médico com o trabalho terapêutico, preferencialmente com profissionais que tenham domínio sobre o assunto ou que tenham interesse em pesquisá-lo. Tenho percebido que as pacientes em atendimento psicoterápico têm uma resposta mais efetiva aos tratamentos com o uso de dilatadores na construção do canal vaginal, bem como de maior assimilação e aceitação de seu quadro clínico.

O terceiro passo seria uma integração e maior sociabilidade com a terapia em grupo. No Instituto Roki, por exemplo, ela é dividida em subcategorias: mulheres diagnosticadas recentemente, mulheres que descobriram o diagnóstico há mais tempo, e também os grupos de familiares e somente de pais ou mães. Essa atuação tem se mostrado uma ferramenta fundamental de ajuda e suporte para as pacientes. No grupo, elas encontram apoio, fazem amizades, trocam experiências e vivenciam realidades semelhantes.

Sabemos que cada indivíduo é um, mas o coletivo traz a força da união por uma causa. Aconselho a todas as mulheres que tenham esse diagnóstico procurem ajuda de profissionais comprometidos, fale e busque por especialistas da área. Criar uma rede de apoio é diminuir as incertezas e aflições. Com apoio, temos o poder de construir novas narrativas com luta, força e superação. A união e empatia, sem dúvida, são os principais pontos a serem tratados.

 

Daniella Bauer - psicóloga e psicanalista, parceira do Instituto Roki e Membro do Departamento de Psicossomática Psicanalítica do Instituto Sedes Sapientiae .


Dezembro Laranja: especialista responde principais dúvidas sobre o câncer de pele

De todos os diagnósticos cancerígenos no Brasil, o câncer de pele compõe uma parcela considerável de 33% deles. Apesar das campanhas de conscientização, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra anualmente cerca de 185 mil novos casos. Com o intuito de celebrar o Dezembro Laranja, campanha pela prevenção ao câncer de pele, a Doctoralia junto com o dermatologista Vinicius Lippi respondem às principais dúvidas sobre o assunto.

Para saber sobre os tipos, tratamentos, prevenção do câncer de pele e cuidados essenciais no dia a dia, não deixe de conferir!


ABC do câncer de pele

Existem dois tipos de câncer de pele: o não melanoma e o melanoma. O primeiro, que corresponde a 95% dos casos, é menos agressivo pois ocorre principalmente nas áreas do corpo mais expostas ao sol, como rosto, pescoço e orelhas, podendo comprometer estas estruturas. Já o segundo tipo, apesar de serem mais raros, apresentam grande risco de metástase e mortalidade se não forem detectados e operados precocemente.

Além disso, a identificação do tumor pode ser difícil de ser feita. Isso porque, ele pode parecer uma "espinha que não cicatriza’’ ou uma manchinha, não dói e nem sempre sangra ou causa irritação. De acordo com o Dr. Vinicius, "o surgimento destes tumores podem vir em diversos formatos, como uma pinta que se altera, mancha vermelha com aspereza ou casquinha que não cicatriza, verrugas que formam crostas ou sangram".


Tratamento

"Na maioria dos casos realizamos a cirurgia, que já é curativa, sem a necessidade de outros tratamentos adicionais como radioterapia ou quimioterapia", afirma o dermatologista. Nos casos de lesões pequenas, a cirurgia pode ser realizada em consultório, com anestesia local e o paciente retorna para casa logo após o término do procedimento. A recuperação costuma ser rápida e com poucas restrições.

A prevenção do câncer de pele é fundamental, afirma o Dr. Vinicius, e deve ser feita através do uso frequente de protetor solar com FPS 30 ou maior, o uso de chapéus, bonés, roupas com proteção UV (ultravioleta) e evitar exposição solar entre os horários das 10h as 16h. "Quanto mais clara a pele e maior for a exposição solar na vida, maiores são os riscos de desenvolvimento dos cânceres. As queimaduras solares, mesmo que esporádicas, principalmente na infância e juventude, aumentam o risco do surgimento de câncer de pele na vida adulta". Além disso, a consulta anual com dermatologista, para o check up geral da pele, auxilia bastante na detecção precoce de lesões potencialmente perigosas.No dia a dia, como devemos cuidar da pele?

Para cada tipo de pele existem os produtos mais adequados, mas geralmente a limpeza facial deve ser feita com sabonete líquido duas vezes ao dia e o uso da solução micelar, já que é o único produto que remove poluição. O uso de hidratante é fundamental para todos os tipos de pele e deve ser aplicado sempre pela manhã antes do filtro solar. Já o período noturno é ideal para o uso de cremes anti-idade como vitamina C, ácidos, antioxidantes e clareadores. Evitar banhos quentes e longos, buchas abrasivas e excesso de sabonete, pois podem contribuir para ressecamento e dermatites. Vale lembrar que hábitos alimentares saudáveis, prática de exercício físico regular, ingestão de água e boas noites de sono contribuem para a saúde física, mental e da pele. Quanto antes for iniciado o devido cuidado da pele, menor será o envelhecimento, o surgimento de manchas e rugas além da prevenção do câncer de pele.

 

Doctoralia 

Doenças mentais que vieram com a Covid-19: como lidar com elas?

A pandemia da Covid-19 teve toda uma série de consequências inesperadas, algumas das quais, como níveis crescentes de sofrimento mental, merecem um melhor gerenciamento e, em alguns casos, atenção imediata.

 

No Brasil, estamos finalmente começando a superar essa pandemia. Os casos estão diminuindo significativamente, as vacinas estão em alta e muitas pessoas estão cautelosamente começando a retomar algo como uma vida normal.

 

Mas a pandemia deixou muitas pessoas com problemas de saúde que precisam de atenção urgentemente, e esses problemas abrangem cuidados físicos de rotina e novos desafios de saúde mental. Novas evidências mostram que em cada cinco sobreviventes da Covid, um é diagnosticado com um problema de saúde mental três meses após o diagnóstico.

 

Isso significa que os problemas de saúde mental são duas vezes mais comuns entre os sobreviventes de Covid-19 do que na população em geral.

 

Ansiedade e insônia são dois dos diagnósticos mais comuns. Não é surpreendente, já que alguns desses sobreviventes chegaram perigosamente perto da morte. Outros podem ter perdido familiares ou amigos devido à doença. E, ainda, alguns ainda lutam com sintomas persistentes, como a perda de paladar e/ou cheiro.


 

A pandemia e a tecnologia como aliada para as doenças mentais

 

Milhões de pessoas perderam empregos ou sofreram uma queda na renda, o que as coloca em maior risco de doenças mentais. Segundo pesquisas, os problemas com o uso de diversas substâncias (entre elas o álcool) estão aumentando.

 

O acesso aos cuidados de saúde mental já é um grande problema de saúde pública neste País, pois a maioria dos indivíduos com doenças mentais não recebem nenhum tratamento. E, infelizmente, o estigma ainda impede muitas pessoas de buscar ajuda para problemas de saúde mental.

 

Se milhões de pessoas a mais precisam de ajuda hoje, seja porque sobreviveram à Covid e continuam batalhando pela recuperação, perderam o emprego ou simplesmente lutaram contra o isolamento social, nosso sistema de saúde pode se esforçar para atender às necessidades da nossa população.

A telemedicina e a telepsicologia hoje são uma realidade para ajudar a manter os cuidados com os pacientes durante e pós-pandemia.

 

Dado o nível de necessidade pós-pandemia, os profissionais devem continuar a usar ferramentas de tecnologia para acompanhar a demanda, visto que elas podem ajudar os pacientes que vivem em áreas rurais ou que simplesmente moram longe da ajuda especializada de que precisam, tendo, assim, acesso aos cuidados necessários com urgência.

 

Essas ferramentas permitem que os profissionais de saúde possam monitorar os pacientes entre as consultas, identificando os problemas antes que se tornem graves. A tecnologia tem desempenhado um papel importante para garantir que todos os pacientes que precisam de cuidados possam acessá-los.

 

Os bloqueios e o isolamento associados à falta de contato pessoal face a face e a sensação de perder eventos importantes da vida alimentaram questões como solidão, ansiedade, depressão e abuso de substâncias, especialmente em grupos vulneráveis. Embora tais desafios estejam agora sendo discutidos abertamente, com reduções notáveis nos níveis de estigma em alguns países, a ação para implantar soluções não tem recebido o mesmo nível de atenção globalmente.

 

Obviamente, a maioria dos sistemas de saúde e cuidados ainda está totalmente concentrada em tentar controlar ondas de infecções pela Covid-19 e todos os cuidados e hospitalizações concomitantes que se seguem, portanto, isso não é surpreendente.

 

No entanto, isso não desculpa a falta de urgência para encontrar soluções para uma crise iminente.


 

Dicas para gerenciar suas emoções e ansiedade

 

- Eduque-se para reconhecer sintomas da sua ansiedade e como lidar com eles, caso sinta algum no trabalho;


- Faça listas de trabalho e agende tempo suficiente para concluir cada tarefa;


- Antecipe os problemas de trabalho para evitá-los;


- Peça ajuda se você estiver sentindo-se sobrecarregado;


- Organize seu ambiente de trabalho;


- Evite colegas de trabalho tóxicos;


- Faça pausas com alguns minutos de respiração profunda, isso pode ajudar a clarear as ideias;


- Defina limites, procure não trazer trabalho para casa;

- Reserve um momento para comemorar seu bom desempenho antes de passar para a próximo atividade.

 

Rosangela Sampaio - psicóloga (CRP06/130574) especializada em Psicologia Clínica e Positiva, atua com mentorias para o público feminino no projeto “Mulheres em Flow”, apresenta um programa semanal com o mesmo nome, é palestrante e escritora. Dentre suas obras estão “Sem Medo do Batom Vermelho” e “Mulheres Invisíveis”. Saiba mais em @rosangelasampaiooficial


Sistema privado de saúde é ineficiente no atendimento a pacientes com câncer de pulmão

Maior estudo já publicado sobre o tema mostrou que a sobrevida de quem sofre com a doença está décadas atrás de outros países


O câncer de pulmão é uma das doenças que mais mata no mundo. Em 2020, foram registradas 1.794.144 mortes, segundo o levantamento Globocan 2020, realizado pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse número pode chegar a 3,01 milhões em 2040 (66,7 % a mais), se nada for feito para mudar o quadro atual. No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados 30.200 casos em 2021, sendo que, anualmente, são registradas cerca de 30 mil mortes por câncer de pulmão no país. E esse quadro parece que não irá mudar tão já.

Um estudo publicado mês passado no jornal JCO Global Oncology (JCO GO), avaliou como é a trajetória de um paciente com o de câncer de pulmão de células não pequenas (responsável por 80% dos casos) no Sistema Privado de Saúde brasileiro no período de 2011 a 2016. "Os objetivos principais foram descrever a jornada e as taxas de sobrevida de pacientes com este tipo de câncer de pulmão atendidos no Sistema Privado de Saúde brasileiro. Os resultados mostram um alto número de diagnósticos de doença metastática, baixas taxas de sobrevida e altos custos relacionados à assistência médica", afirma o oncologista torácico e presidente do Instituto Oncoclínicas, Carlos Gil Ferreira, que liderou o estudo.

É o maior estudo em tamanho de amostra já publicado referente ao tema no Brasil e também um dos maiores de dados do mundo real sobre câncer, conduzidos globalmente em países de renda média. Foram estudados 5016 pacientes, a maioria tinha entre 60 e 69 anos (33,6%) e ensino fundamental completo (52,2%). Havia uma proporção maior de homens (58,1% x 41,9% mulheres). O estudo mostrou que o perfil de sobrevida de pacientes com a doença no ambiente privado de saúde é de 6,5 meses nos casos mais graves. Esse número é comparável às taxas de sobrevida de outros países de décadas atrás.

Isso significa que as baixas taxas de sobrevida mostradas na pesquisa são comparáveis com as anteriores à chamada oncologia de precisão, desenvolvida a partir dos anos 2000, que representa uma sobrevida global mediana de 8-12 meses. Para o oncologista, os motivos da alta mortalidade devem ser investigados e discutidos para melhorar a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes. "O que se revelou foi que o perfil de sobrevida de pacientes com a doença no ambiente privado de saúde - no período analisado - é comparável às taxas de sobrevida de outros países, mas de décadas atrás", afirma.

Outra descoberta do estudo foi que entre a primeira consulta até o início do tratamento são decorridos dois meses. O que acontece é um intervalo médio de 31 dias para o estabelecimento do diagnóstico e mais 30 dias para o acesso ao tratamento, o que não pode ser considerado um padrão de atendimento e pode afetar a mortalidade no Brasil.

 


Dr. Carlos Gil Ferreira - graduado em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1992) e doutorado em Oncologia Experimental - Free University of Amsterdam (2001). Foi pesquisador Sênior da Coordenação de Pesquisa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) entre 2002 e 2015, onde exerceu as seguintes atividades: Chefe da Divisão de Pesquisa Clínica, Chefe do Programa Científico de Pesquisa Clínica, Idealizador e Pesquisador Principal do Banco Nacional de Tumores e DNA (BNT), Coordenador da Rede Nacional de Desenvolvimento de Fármacos Anticâncer (REDEFAC/SCTIE/MS) e Coordenador da Rede Nacional de Pesquisa Clínica em Câncer (RNPCC/SCTIE/MS). Desde 2018 é Presidente do Instituto Oncoclínicas e Diretor Científico do Grupo Oncoclínicas.


Prevenível, câncer colorretal avança no Brasil e gastos do SUS com tratamentos podem chegar a R$ 1 bilhão ao ano

Em 2030, a despesa do Sistema Único de Saúde (SUS) com os pacientes diagnosticados com câncer colorretal e que desenvolveram a doença devido a fatores de risco evitáveis, será 88% maior do que o valor gasto em 2018. Há três anos, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), o SUS desembolsou aproximadamente R 545 milhões com procedimentos hospitalares e ambulatoriais para atender pacientes com câncer colorretal. Para 2030, a projeção e de que esse gasto alcance R 1 bilhão.

Considerado o terceiro tipo de câncer com maior incidência sobre a população, com cerca de 40 mil novos casos diagnosticados por ano, a doença motivou a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) a inaugurar, e 2021, o Março Azul, iniciativa inspirada em ações semelhantes realizadas em outros países.

"Aumentar as chances de cura e de sobrevida são fundamentais. Por isso, é necessário detectar os sinais da doença o mais cedo possível, já tomando as providências para alcançar sua cura e reduzir danos", ressalta o presidente da Sociedade, Ricardo Anuar Dib. As estatísticas indicam que cerca de um terço dos casos de câncer colorretal podem ser evitados com alimentação saudável, prática rotineira de atividades físicas e pelo não uso de bebidas alcoólicas.

Tumor maligno que ataca o colo e o reto, a doença tem registrado aumento da incidência e do número de óbitos no País, chamando atenção dos especialistas para a necessidade de novas abordagens no diagnóstico, tratamento e, principalmente, na prevenção. A neoplasia é associada a inflamações decorrentes de mau hábito alimentar, consumo de álcool e sedentarismo, fatores que aumentam o risco de desenvolvimento da doença.


Despesas crescentes - Durante o webinar Cenário do câncer de intestino no Brasil, promovido pelo INCA, na quinta-feira (25/11), os pesquisadores informaram que os fatores de risco relacionados à alimentação, nutrição e inatividade física foram responsáveis por cerca de R 160 milhões das despesas da União com câncer colorretal, em 2018.

Os maiores gastos atribuíveis foram com baixo consumo de fibras alimentares (R 60 milhões), atividade física insuficiente (R 47 milhões), consumo de carne processada (R 28 milhões), de carne vermelha acima do recomendado (R 19 milhões), de bebidas alcoólicas (R 15 milhões) e excesso de peso (R 12 milhões). A projeção mostra que, em 2030, essas mesmas causas poderão ser responsáveis por até R 395 milhões de desembolso federal somente com este tipo de câncer.

De acordo com o INCA, a expectativa é que haverá um aumento dos casos de câncer no Brasil: até 2040, 66% mais casos e 85% mais mortes 85% no período. Se nada for feito, a estimativa é de que o País também perca quase US 13 bilhões em produtividade de 2021 a 2030, decorrentes das mortes provocadas especificamente por este tipo de câncer.


Campanha permanente - Como formas de prevenir o surgimento de novos casos, a SOBED ressalta a pertinência de campanhas que orientem os brasileiros sobre o combate ao tabagismo, alcoolismo, sedentarismo, consume excessivo de carnes vermelhas e dieta pobre em fibras, entre outros. Todos esses fatores são considerados de risco para o câncer colorretal, sendo que sua eliminação do cotidiano dos indivíduos constitui medidas de primeiro nível para a proteção.

Além dos hábitos de vida, outros fatores aumentam o risco de desenvolvimento do câncer colorretal. Eles incluem casos de câncer colorretal na família, predisposição genética ao desenvolvimento de doenças crônicas do intestino, história pessoal de outros tipos de câncer e idade, pois tanto na incidência quanto na mortalidade, observa-se aumento nas taxas a partir dos 50 anos.

"As ações de conscientização englobam a participação de toda a sociedade, especialmente dos profissionais da saúde. Os médicos devem estar em alerta para os sinais e sintomas e capacitados para avaliação dos casos suspeitos. Da mesma forma, os serviços de saúde precisam estar preparados para garantir a confirmação diagnóstica oportuna, com qualidade, garantia da integralidade e continuidade da assistência", destacou o presidente da SOBED.


Projeto de lei - Para incluir o Março Azul no calendário oficial das comemorações relacionadas à saúde no País, a SOBED pediu ao Congresso Nacional e ao Governo Federal que estabeleçam aquele mês para a realização de ações conscientização sobre a importância da prevenção do câncer colorretal, vinculando a ele a cor azul.

Atualmente, a Sociedade apoia a aprovação do Projeto de Lei nº 5024/2019, Projeto de Lei (PL) 5024/2019 , que visa estabelecer março como o Mês Nacional de Conscientização sobre o Câncer de Cólon e Reto, já chancelado pela Câmara dos Deputados, e que agora aguarda votação no Senado.

"Muitas pessoas acabam não realizando exames de rotina ou investindo em prevenção, simplesmente porque não possuem informação qualificada sobre saúde. A ideia de instituir oficialmente um mês dedicado a esse tema pode parecer simples, mas é uma ação imperativa e de extrema relevância. Se, anualmente, em todo mês de março, o câncer colorretal for amplamente debatido pela imprensa, autoridades e sociedade em geral, certamente maior será a prevenção e mais vidas serão salvas", arrematou o vice-presidente da SOBED, Herberth Toledo.

 


Com informações do INCA


45 minutos de atividade física todos os dias pode ajudar a diminuir risco de câncer

Estudos mostram que a atividade física diminui riscos de pelo menos 13 tipos de câncer e pode impactar o sistema imunológico, aumentando a capacidade do corpo de lutar contra o tumor

 

Um estudo publicado nos Estados Unidos avaliou a incidência de câncer e os hábitos de quase 600 mil pessoas e concluiu que existe uma estreita relação entre o sedentarismo e doenças malignas. Segundo a descoberta, cinco horas semanais de atividade física moderada poderiam evitar mais de 46 mil casos de câncer por ano naquele país. “Temos diversos estudos, inclusive em pacientes já diagnosticados, que mostram mudança do prognóstico da doença quando comparamos pacientes sedentários e ativos”, afirma a médica oncologista Danielle Laperche.

Segundo ela, o que se sabe hoje é que a atividade física regular tem o poder de controlar a cascata de inflamação dentro do nosso corpo. “Esse processo diminui a produção de substâncias inflamatórias que vão se acumulando em um corpo sedentário, melhora o controle metabólico de gasto energético, de produção e de acúmulo de gordura. Isso culmina no controle da parte endócrina, com diminuição da secreção exagerada de alguns hormônios com efeito favorável ao surgimento de tumores. O exercício é como um regulador endocrinometabólico do corpo”, diz.

Laperche explica que os principais tumores relacionados ao estilo de vida são os tumores de mama, endométrio, colorretal, próstata e câncer de pulmão. “Não por coincidência, esses são também os tumores mais incidentes. Temos um estudo sobre câncer de mama que mostra claramente que as chances de retorno do tumor em pacientes que se mantém ativas são muito menores do que em pacientes sedentárias. O papel do exercício físico na prevenção de tumores é enorme”, explica a oncologista.

Segundo matéria do jornal O Globo, em 2016, uma revisão de estudos no JAMA Internal Medicine concluiu que ser fisicamente ativo diminui os riscos para pelo menos 13 tipos de câncer, e um relatório publicado em 2019 mostrou que essas reduções poderiam chegar a 69%. “Os hábitos de vida impactam fortemente na incidência de câncer no mundo hoje e a população precisa se conscientizar que a atividade física vai muito além de mera questão estética. Se manter ativo é uma medida mínima para aumento da saúde e da expectativa de vida e para prevenção de doenças, desde problemas cardiovasculares e diabetes, como também o câncer”, finaliza Laperche.


Dia do fonoaudiólogo: a importância do profissional para saúde

Além da fala, os especialistas da área também cuidam da audição 

 

Em 9 de dezembro é comemorado o Dia do Fonoaudiólogo. Muito se engana quem acha que o especialista cuida apenas da fala. O profissional também é especializado nos cuidados com a audição.  “A perda auditiva pode ocorrer em qualquer momento da nossa vida, seja por fatores genéticos ou por problemas de saúde, o ambiente ao qual a pessoa está exposta, traumas e alguns medicamentos. É nesse cenário que o fonoaudiólogo atua também, para prevenir e tratar esses casos”, explica Gilvânia Barbosa, especialista em saúde auditiva da clínica Microsom.

Segundo Gilvânia, os problemas de audição podem surgir conforme a idade for avançando. “À medida que envelhecemos, vamos perdendo a capacidade de ouvir determinados sons suaves, sons mais distantes e até, por exemplo, o canto dos pássaros. Esta perda de capacidade é normal e está relacionada com o processo natural de envelhecimento do organismo”, diz.

Outras causas também impactam o sistema auditivo, sendo fatores que prejudicam e podem até antecipar algum problema na audição. “Um dos muitos fatores responsáveis pela perda de audição é a exposição contínua a sons elevados acima de 85 decibéis (dB). As células auditivas, quando expostas a elevados níveis de ruído, são destruídas e, consequentemente, perdem a capacidade de reagir ao som”, destaca a fonoaudióloga.

Para prevenir, é preciso ter alguns cuidados. Por isso, a especialista alerta e indica consultas médicas periodicamente. “Ainda que, aparentemente, não sofra ou ainda não perceba qualquer tipo de redução quanto a acuidade   auditiva, estar atento e fazer avaliações auditivas anualmente permite avaliar a evolução de eventuais perdas”, conta Gilvânia.


Posts mais acessados