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quarta-feira, 8 de setembro de 2021

SARS-CoV-2 afeta testículos, reduzindo hormônios e a qualidade dos espermatozoides, apontam estudos


Micrografia de amostra testicular de paciente com COVID-19, obtida por autópsia minimamente invasiva. A imagem denota infecção de diversos tipos celulares pelo SARS-CoV-2. As setas apontam antígeno do vírus marcado em vermelho, no citoplasma das células infectadas (crédito: Cristina Kanamura e Amaro N. Duarte-Neto/FMUSP e IAL)

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Ao acompanhar, desde o início do ano passado, pacientes homens que tiveram COVID-19, o andrologista Jorge Hallak, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) e coodernador do Grupo de Estudos em Saúde do Homem do Instituto de Estudos Avançados (IEA-USP), começou a observar que os resultados de exames de fertilidade e hormonais deles permanecem alterados mesmo meses após se recuperarem da doença.

Apesar de ser um teste inicial e não ter condições de diagnosticar fertilidade ou infertilidade, o espermograma de vários pacientes tem indicado, por exemplo, que a motilidade espermática – a capacidade de os espermatozoides se moverem e fertilizarem o óvulo, cujo índice normal é acima de 50% – caiu para entre 8% e 12% e permaneceu nesse patamar quase um ano após terem sido infectados pelo SARS-CoV-2. Já os testes hormonais apontam que os níveis de testosterona de muitos deles também despencaram após a doença. Enquanto o nível normal desse hormônio é de 300 a 500 nanogramas por decilitro de sangue (ng/dL), em pacientes que tiveram COVID-19 esse índice chegou a variar abaixo de 200 e, muitas vezes, ficou entre 70 e 80 ng/dL

“Temos visto, cada vez mais, alterações prolongadas na qualidade do sêmen e dos hormônios de pacientes que tiveram COVID-19, mesmo naqueles que apresentaram quadro leve ou assintomático”, diz Hallak à Agência FAPESP.

Alguns estudos feitos pelo pesquisador em colaboração com colegas do Departamento de Patologia da FM-USP, publicados nos últimos meses, têm ajudado a elucidar essas observações feitas na prática clínica.

Os pesquisadores constataram que o SARS-CoV-2 também infecta os testículos, prejudicando a capacidade das gônadas masculinas de produzir espermatozoides e hormônios.

“É muito preocupante como o novo coronavírus afeta os testículos, mesmo nos casos assintomáticos ou pouco sintomáticos da doença. Entre todos os agentes prejudiciais aos testículos que estudei até hoje, o SARS-CoV-2 parece ser muito atuante”, afirma Hallak. “Cada patologia tem particularidades que a prática e a experiência nos demonstram. O SARS-CoV-2 tem a característica de afetar a espermatogênese. Estamos descobrindo os mecanismos envolvidos, como motilidade progressiva persistentemente muito baixa e morfologia bem alterada, sem mudança da concentração espermática significativa”, diz.

Em um estudo com 26 pacientes que tiveram COVID-19, os pesquisadores verificaram por meio de exames de ultrassom que mais da metade deles apresenta inflamação no epidídimo – estrutura responsável pelo armazenamento dos espermatozoides e onde eles adquirem a capacidade de locomoção.

Os pacientes têm idade média de 33 anos e foram atendidos no Hospital das Clínicas da FM-USP e no Instituto Androscience de Ciência e Inovação em Andrologia. Os resultados do estudoapoiado pela FAPESP, foram publicados na revista Andrology.

“Ao contrário de uma infecção bacteriana clássica ou por outros vírus, como o da caxumba, que causa inchaço e comumente desconforto ou dor nos testículos em um terço dos acometidos, a epididimite causada pelo novo coronavírus é indolor e não é possível de ser diagnosticada por apalpamento [exame físico] ou a olho nu”, explica Hallak.

Por isso, segundo ele, seria interessante ensinar o autoexame dos testículos como política de saúde pública no pós-pandemia.

“É ideal que os adolescentes, adultos jovens e homens em idade ou com desejo reprodutivo, após serem infectados pelo SARS-CoV-2, procurem um urologista ou andrologista e façam uma consulta com mensuração do volume testicular, dosagem de testosterona e de outros hormônios, além de análises do sêmen com testes de função espermática, seguidos de um exame de ultrassom com Doppler colorido, para verificar se apresentam algum tipo de acometimento testicular que pode afetar a fertilidade e a produção hormonal”, sugere Hallak.

“Esses indivíduos devem ser acompanhados por um a dois anos após a infecção, pelo menos, pois ainda não sabemos como a doença evolui”, aponta.

Invasão de células testiculares

Outro estudo recém-publicado pelo mesmo grupo de pesquisadores e também apoiado pela FAPESP indicou que o SARS-CoV-2 invade todos os tipos de células testiculares, causando lesões que podem prejudicar a função hormonal e a fertilidade masculina.

Por meio de um projeto coordenado pelos professores da FM-USP Paulo Saldiva e Marisa Dolhnikoff, foram empregadas técnicas de autópsia minimamente invasivas para extrair amostras de tecidos testiculares de 11 homens, com idade entre 32 e 88 anos, que morreram no HC-FM-USP em decorrência de COVID-19 grave.

Os resultados das análises indicaram uma série de lesões testiculares que podem ser atribuídas a alterações inflamatórias que diminuem a produção de espermatozoides (espermatogênese) e hormonal.

“O que nos chamou a atenção de imediato nesses pacientes que morreram em decorrência da COVID-19 foi a diminuição drástica da espermatogênese. Mesmo os mais jovens, em idade fértil, praticamente não tinham espermatozoides”, conta Amaro Nunes Duarte Neto, infectologista e patologista da FM-USP e do Instituto Adolfo Lutz e coordenador do estudo.

Segundo o pesquisador, algumas das prováveis causas da diminuição da espermatogênese nesses pacientes foram lesões causadas pelo vírus nos vasos do parênquima testicular, com a presença de trombos, que levaram à hipóxia – ausência de oxigenação nos tecidos –, além de fibroses que obstruem os túbulos seminíferos, onde os espermatozoides são produzidos.

Uma das razões prováveis para a diminuição hormonal é a perda de células de Leydig, que se encontram entre os túbulos seminíferos e produzem testosterona.

“As funções dos testículos de produzir espermatozoides e hormônios sexuais masculinos são independentes, mas há uma interconexão entre elas. Se a produção de hormônios pelas células de Leydig estiver prejudicada, a fertilidade também será diminuída”, afirma Duarte Neto.

Alguns dos sintomas da deficiência de testosterona (hipogonadismo) são perda muscular, cansaço, irritabilidade, perda de memória e ganho de peso, que podem ser confundidos como efeitos de longo prazo da COVID-19.

“Uma parte importante desse quadro clínico seguramente está relacionada a uma baixa função testicular. Mas isso ainda não tem sido abordado porque os pacientes não têm dor e não se costuma dosar os hormônios e nem fazer análise dos espermatozoides após eles se recuperarem da COVID-19”, alerta Hallak.

Os pesquisadores pretendem realizar um estudo de acompanhamento de pacientes homens que tiveram a doença com o objetivo de avaliar em quanto tempo as lesões testiculares causadas pelo SARS-CoV-2 podem ser revertidas naturalmente ou por meio da administração de medicamentos.

“Ainda não sabemos se essas lesões testiculares poderão ser revertidas e quanto tempo levará para isso acontecer”, afirma Hallak.

As principais preocupações do pesquisador são em relação a homens em idade reprodutiva, adolescentes e pré-púberes, sobre os quais ainda não há dados sobre lesões testiculares causadas pela COVID-19. Não se sabe quais serão os impactos na puberdade em relação à capacidade fértil, se a produção de hormônios será afetada de forma transitória, prolongada ou definitiva e qual o grau de lesão residual irreversível.

Como não há dados de pré-infecção pelo SARS-CoV-2 de cada indivíduo, os estudos prospectivos deverão incluir um grupo controle para efeitos de comparação, sugere Hallak.

“Esses indivíduos podem ter problemas de infertilidade e alterações hormonais no futuro e não saberem que isso pode ter sido causado pela infecção pela COVID-19, porque apresentaram sintomas leves ou foram assintomáticos”, pondera.

Aumento da infertilidade masculina

O pesquisador estima que a COVID-19 poderá causar um aumento na infertilidade masculina. Atualmente, entre 15% e 18% dos casais enfrentam dificuldades para conceber – por problemas masculinos em 52% dos casos.

Esse cenário pode desencadear uma busca maior por técnicas de reprodução assistida que, de acordo com ele, é realizada por vezes de forma apressada no Brasil para causas masculinas, sem avaliação inicial adequada e padronizada e, muitas vezes, sem que seja estabelecido o diagnóstico causador inicial e sem tempo hábil para se propor condutas com base em melhor custo-benefício e a aplicação de tratamentos específicos que podem curar a causa ou restabelecer a capacidade fértil natural.

“Será preciso tomar muito cuidado com a reprodução assistida pós-pandemia de COVID-19, pois não se sabe as consequências disso nos meses subsequentes à infecção”, ressalta Hallak.

Uma vez que o SARS-CoV-2 tem sido detectado em todos os tipos de células dos testículos, que participam de todas as etapas da espermatogênese, não se sabe se o vírus também pode estar presente em espermatozoides de pacientes que tiveram COVID-19 e se permanecem quiescentes nos tecidos meses depois de terem se recuperado da doença.

"Esses espermatozoides podem ter sido afetados pelo vírus e, idealmente, deveria preventivamente se esperar, no mínimo, um ciclo de espermatogênese – ao redor de 90 dias – antes de prosseguir com técnicas de reprodução artificial, em que a seleção dos espermermatozoides é feita por análises por microscopia e não pelo processo de seleção natural testado ao longo de milhões de anos", avalia Hallak.

“Temos visto lesões de DNA causadas pelo novo coronavírus muito elevadas, ao redor de 60% a 80%, enquanto o normal é de até 25% e, o aceitável, até 30%”, compara.

Outra preocupação do pesquisador é com a reposição de testosterona nesses pacientes que tiveram COVID-19 e queda hormonal, que, segundo ele, é uma medida desnecessária no período imediato pós-COVID-19, principalmente para adultos jovens e em idade reprodutiva.

“A reposição de testosterona em um paciente já afetado vai inibir ainda mais a função testicular. Os testículos têm mecanismos de reparação para voltar a produzir hormônios e existem tratamentos medicamentosos que aumentam a produção natural dos hormônios esteroidais, restabelecendo progressivamente a função testicular intrínseca do indivíduo. Isso também vai depender se houve lesão às células de Leydig e em qual grau, que é algo que não sabemos ainda”, pondera.

"Na Faculdade de Medicina da USP, estamos reunindo especialistas de diversas especialidades médicas para estudar um grupo de 749 pacientes homens que tiveram COVID-19 que serão submetidos a uma primeira avaliação ao longo dos próximos quatro anos com o objetivo de obtermos mais conhecimento sobre a síndrome pós-COVID-19", diz Hallak.

O artigo Radiological patterns of incidental epididymitis in mild-to-moderate COVID-19 patients revealed by colour Doppler ultrasound (DOI: 10.1111/and.13973), de autoria de Felipe Carneiro, Thiago A. Teixeira, Felipe S. Bernardes, Marcelo S. Pereira, Giovanna Milani, Amaro N. Duarte-Neto, Esper G. Kallas, Paulo H.N. Saldiva, Maria C. Chammas e Jorge Hallak, pode ser lido em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/and.13973.

O artigo Testicular pathology in fatal COVID-19: a descriptive autopsy study (DOI: 10.1111/andr.13073), de Amaro N. Duarte-Neto, Thiago A. Teixeira, Elia G. Caldini, Cristina T. Kanamura, Michele S. Gomes-Gouvêa, Angela B. G. dos Santos, Renata A. A. Monteiro, João R. R. Pinho, Thais Mauad, Luiz F. F. da Silva, Paulo H. N. Saldiva, Marisa Dolhnikoff, Katia R. M. Leite e Jorge Hallak, pode ser lido em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/andr.13073.

O artigo SARS-CoV-2 and its relationship with the genitourinary tract: Implications for male reproductive health in the context of COVID-19 pandemic (DOI: 10.1111/andr.12896), de Jorge Hallak, Thiago A. Teixeira, Felipe S. Bernardes, Felipe Carneiro, Sergio A. S. Duarte, Juliana R. Pariz, Sandro C. Esteves, Esper Kallas e Paulo H. N. Saldiva, pode ser lido em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/andr.12896.

E o artigo Viral infections and implications for male reproductive health (DOI: 10.4103/aja.aja_82_20), de Thiago A Teixeira, Yasmin C Oliveira, Felipe S Bernardes, Esper G Kallas, Amaro N Duarte-Neto, Sandro C Esteves , Joël R Drevet e Jorge Hallak, pode ser lido em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33473014/.

 

Elton Alisson

Agência FAPESP

https://agencia.fapesp.br/sars-cov-2-afeta-testiculos-reduzindo-hormonios-e-a-qualidade-dos-espermatozoides-apontam-estudos/36763/

Setembro Amarelo e o estresse laboral na pandemia

Assédio moral, burnout e até mesmo medo do desemprego estão entre os fatores que merecem atenção especial das empresas

 

O mês de setembro é marcado pela conscientização e prevenção do suicídio. De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), a cada ano, cerca de 800 mil pessoas tiram a própria vida e um número ainda maior de indivíduos tenta suicídio. No Brasil, de acordo como Boletim Epidemiológico de Tentativas e Óbitos por Suicídio, cerca de 11 mil pessoas tiram a vida por ano, a maioria homens.

A pesquisa detectou também o aumento na taxa entre 2011 e 2015, bem como um crescimento nas lesões autoprovocadas — 69% das tentativas ocorrem entre mulheres ante 31% em homens, e os meios mais utilizados são envenenamento e intoxicação. Apesar dos homens serem minoria nas tentativas, são mais amplos entre as vítimas fatais por empregarem métodos mais letais, como armas de fogo e enforcamento.

“Hoje em dia, percebemos um movimento maior nas redes sociais, plataformas digitais e imprensa, mas ainda é pouco. Precisamos abrir as portas e estabelecer um diálogo mais aberto sobre este tema. É urgente quebrar este tabu e falar sobre suicídio.” – comenta Dr. Claudio Cohen, psiquiatra credenciado Omint, professor Associado da Faculdade de Medicina da USP e coautor dos livros “Bioética” e “Bioética direito e Medicina”.


Suicídio e trabalho

A ligação entre suicídio e ambiente corporativo é complexa. Entre 2003 e 2010, nos Estados Unidos, de acordo com o American Journal of Preventive Medicine, um total de 1.719 pessoas tiraram a própria vida no trabalho.  Fatores como lesões por esforço repetitivo (LER), dores crônicas, depressão, assédio, síndrome de burnout e até medo do desemprego podem levar o indivíduo a um ato extremo, se não diagnosticadas e tratadas adequadamente.

“Depressão é tratável e o suicídio pode ser prevenido. Devemos alertar as empresas sobre a importância do atendimento primário aos funcionários e, também, sobre a importância da promoção de um ambiente de trabalho saudável, seja ele presencial ou remoto. É urgente a criação de programas privados e políticas públicas robustas que fortaleçam a pauta.” – afirma Cohen.


Como identificar e lidar com fatores desencadeantes no ambiente de trabalho?

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o contato inicial com o suicida ocorre em clínicas, em casa ou no ambiente de trabalho. Ainda segundo o órgão, os sinais que merecem atenção são: comportamentos que denotam sofrimento emocional intenso, como quadros de depressão; comportamentos afastados e instáveis; mudanças drásticas de humor sem motivos aparentes; desesperança; avisos verbais que impliquem uma busca inconsciente de ajuda; entre outros.

Para prevenir o suicídio, a OMS explica que o primeiro passo é achar um lugar adequado onde uma conversa tranquila possa ser mantida com privacidade razoável e tempo necessário. “Conseguir estabelecer o primeiro contato e ouvir é, por si só, o maior passo para reduzir o nível de desespero suicida. O objetivo é preencher uma lacuna criada pela desconfiança, desespero e dar à pessoa a esperança de que as coisas podem mudar para melhor. Além disso e se possível, encaminhar a pessoa para um profissional de saúde mental ou a um médico para o atendimento primário, dentro ou fora da empresa, é fundamental.” – explica Dr. Claudio Cohen.

A Omint desenvolveu e aplica desde 2015 o Programa de Saúde Emocional nas empresas clientes, apoiando os RHs a propagarem a prevenção da saúde mental aos seus colaboradores, por meio do processo de fortalecimento da saúde emocional e que busque a conscientização dos fatores e níveis de estresse na vida dos participantes e, principalmente, como combatê-los. Por meio da ótica de que a saúde compreende o bem-estar físico, mental e social das pessoas, a Omint, nesse programa, identifica casos que necessitam de acompanhamento específico e busca desmistificar a saúde mental para as pessoas nos ambientes de trabalho, mostrando o quanto ela gera um impacto direto na produtividade e bem-estar de todos.

 

COVID LONGA - Uma Condição Muito Mais Prevalente e Com Um Leque Muito Variado de Sintomas , a Covid Longa Traz Muitas Perguntas e Poucas Resposta

Drama e Desafios Para Pesquisadores Em Todo Mundo Que Vem Se Debruçando Para Entender A Dinâmica Da Então Chamada Covid Longa.


Trata-se de uma condição da doença muito mais prevalente e com um leque muito variado de sintomas. Ainda não se tem um nome oficial, mas deverá ser definido pela OMS, que está estudando e reunindo informações pelo mundo. Sabemos que há um leque de sintomas, mas o principal é a fadiga acentuada; por volta de 62% dos pacientes tem apresentado esse sintoma. Fadiga essa que faz com que o indivíduo não consiga nem mesmo realizar as tarefas simples do dia-a-dia.

A Dra. Gesika Amorim, Mestre em educação médica, Pediatra pós graduada em Neurologia e Psiquiatria, com especialização em Tratamento Integral do Autismo, Saúde Mental e Neurodesenvolvimento, traz o seu testemunho:- Eu tenho recebido muitas mães de paciente com diagnóstico de covid, que vem trazer seus filhos para consultar, e acabam falando comigo sobre as complicações pós-covid, e mesmo aquelas que não tiveram covid grave observam sequelas cognitivas muito importantes depois da infecção.

Muitos pesquisadores acreditam que 01 para cada 10 pacientes da covid19 poderão apresentar os sintomas 12 semanas depois. Uma curiosidade é que enquanto algumas pessoas apresentam anomalias leves e de curto prazo, outras pessoas acabam desenvolvendo complicações graves, e existem aquelas pessoas que, aparentemente, não apresentam nenhuma condição.

"Toda essa incerteza com relação aos sintomas ainda está sendo discutida. Fato é que ainda não há um consenso de quem poderá ter as sequelas provocadas pela doença por um período de tempo longo." - diz Gesika Amorim

Outro ponto importante é que existe dois grupos de pacientes; os que foram hospitalizados e os que não foram. E cada grupo apresenta diferentes causas subjacentes.

1-No primeiro grupo, os pulmões ou o coração foram prejudicados pela infecção viral aguda ou pela explosão de citocinas, como resposta inflamatória extrema e pode obrigar o sistema imunológico de um paciente a atacar os próprios tecidos.

2-Já o grupo dos não hospitalizados, os sintomas aparecem e somem em três ondas distintas, começando com tosse seca e febre, depois a segunda onda com outros sintomas. Um mês depois da primeira infecção, surge uma terceira onda com dores musculares, erupções cutâneas, névoa cerebral e alergias.

 

Mulheres a Covid Longa

Vocês sabiam que as mulheres podem ter maior probabilidade de desenvolverem Covid Prolongada?

Pesquisadores como David Strain, da faculdade de medicina da Universidade de Exeter, no Reino Unido, tem apresentado indícios de que as mulheres são mais suscetíveis a desenvolverem Covid longa, ainda sem causas definidas. Segundo o instituto de estatísticas do país, a probabilidade está em torno de 74%.

A pesquisa ainda aponta que a maioria dos pacientes com a Covid Longa são mulheres com menos de 50 anos, ou seja, ainda jovens, enquanto os demais doentes se dividem entre homens e mulheres com mais de 50 anos.

No entanto, é preciso atentar que, em se tratado de cuidados com a saúde, as mulheres sempre estiveram à frente dos homens, o que significa que os homens podem não estar aparecendo nas estatísticas por não procurarem ajuda médica, isso deve ser considerado dentro das estatísticas e pesquisas – Alerta a Dra. Gesika Amorim.


Os Sintomas e Tratamento


Segue abaixo os principais sintomas:

  • Fadiga acentuada
  • Falta de ar
  • Dor de cabeça
  • Perda de paladar e olfato
  • Ansiedade
  • Depressão
  • Falta de memória
  • Insuficiência cardíaca
  • Palpitação
  • Perda de cabelo

 

A covid longa apresenta sequelas que, geralmente, persistem por mais tempo, causando desconforto. Ao se diagnosticar essa condição, se faz necessário acompanhamento médico para tratar ou minimizar os sintomas dessas sequelas.

 


Dra Gesika Amorim - Mestre em Educação médica, com Residência Médica em Pediatria, Pós Graduada em Neurologia e Psiquiatria, com formação em Homeopatia Detox (Holanda), Especialista em Tratamento Integral do Autismo. Possui extensão em Psicofarmacologia e Neurologia Clínica em Harvard. Especialista em Neurodesenvolvimento e Saúde Mental;  Homeopata, Pós Graduada em Medicina Ortomolecular - (Medicina Integrativa), dentre outros títulos.


Sanofi apoia projeto nacional que alerta sobre prevenção da saúde do coração dos brasileiros

 Promovido pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e pela Secretaria da Cultura, e com realização cultural da Malagueta Brand Live, o “Movidos pelo Coração” traz iniciativas que destacam a importância da prevenção de doenças cardiovasculares


Educação em prol da saúde é um dos pilares sociais da Sanofi e, pelo quinto ano consecutivo, a farmacêutica apoia o maior evento nacional com o propósito de conscientizar a população sobre a importância da prevenção de doenças cardiovasculares. Junto com o Ministério do Turismo e a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), realizado pela Malagueta Live Brand por meio da Lei Federa de Incentivo à Cultura, o projeto Movidos pelo Coração (www.movidospelocoracao.com) foi iniciado no último dia quatro e segue por todo o mês de setembro.

Totalmente on-line nesta edição, com transmissão em canal do YouTube (https://www.youtube.com/channel/UCuDAnCJWecPWgS8d0LtxivA), a programação cultural interativa contará com a realização de oficinas para crianças e apresentações artísticas.

 “Valorizamos como missão gerar impacto positivo na sociedade por meio de iniciativas de educação em prol da saúde, conscientizando e empoderando a população. Uma das ambições que temos na Sanofi é reverter o curso da epidemia de doenças crônicas até 2030, transformando inovação científica em soluções de cuidados com a saúde”, afirma Luciana Miranda, diretora de Comunicação e Responsabilidade Corporativa da Sanofi.

A iniciativa da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) tem o objetivo de valorizar as ações dedicadas à saúde do coração e contribuir para a diminuição dos casos de infartos, derrames e outras complicações cardiovasculares, que ainda são uma das maiores causas de morte no Brasil e no mundo (1,2,3). Em quatro anos, a iniciativa já percorreu diferentes cidades do país, como Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Campinas (SP), levando informação e conscientização por meio de cultura a diferentes públicos.


As doenças cardiovasculares no Brasil

O “Movidos pelo Coração” é motivado pela alta prevalência das doenças cardiovasculares no Brasil. Até o final deste ano, o Cardiômetro (www.cardiometro.com.br), indicador da SBC que contabiliza o número de mortes causadas pelas doenças do coração no país, deve registrar mais de 400 mil óbitos¹. As mortes causadas por doenças cardiovasculares representam o dobro das causadas por todos os tipos de câncer juntos, são 2,3 vezes mais que as por causas externas (acidentes e violência), 3 vezes mais que as mortes por doenças respiratórias e 6,5 vezes mais que todas as causadas por infecções, incluindo a AIDS¹. Segundo o Ministério da Saúde, 34 pessoas morrem por hora em decorrência de doenças cardiovasculares no país, que são a principal causa de mortalidade no Brasil e no mundo1.

 

Sanofi

 

Referências:

  1. Cardiômetro. Disponível em:  https://www.cardiometro.com.br/. Acesso em: 17 Ago.2021
  2. WHO Global Health Observatory (GHO) data. The top 10 causes of death. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/the-top-10-causes-of-death; Acesso em: 17Ago.2021
  3. Roth GA, Mensah GA, Johnson COet al. Global Burden of Cardiovascular Diseases and Risk Factors, 1990-2019: Update From the GBD 2019 Study. J Am Coll Cardiol. 2020 Dec 22;76(25):2982-3021. doi: 10.1016/j.jacc.2020.11.010. PMID: 33309175; PMCID: PMC7755038.

 

Hospital Paulista mantém serviços do Ambulatório de Olfato inaugurado para auxiliar pacientes com sequelas da Covid-19

 

Shutterstock

Levantamento da área indica que 84% dos pacientes conseguiram recuperação total dos sintomas após tratamento


O Hospital Paulista de Otorrinolaringologista decidiu manter os serviços disponibilizados pelo ambulatório especializado, inaugurado em meio à pandemia, para atender pacientes com alteração no olfato ou paladar e entender melhor os impactos da Covid-19.

O Ambulatório de Olfato, como é conhecido, tem como objetivo ampliar e qualificar o diagnóstico e o tratamento destes sintomas. Além disso, no atendimento, os pacientes são estimulados a sentir diferentes cheiros e sabores, como uma terapia para quem perdeu um ou os dois sentidos após contrair a doença.

"Na consulta, fazemos o questionário de Triagem de Olfato e Paladar (TOP) e um exame básico com um cheiro característico. Dependendo do resultado, complementamos com exames específicos, como o teste da Universidade da Pensilvânia (EUA), baseado em quatro cartelas com 40 odores diferentes. Assim, conseguimos identificar de forma precisa o tipo de cheiro que foi perdido e acompanhar, com a mesma cartela, a evolução da recuperação do paciente", explica o diretor clínico e responsável pela área, Dr. Gilberto Ulson Pizarro.

Segundo o especialista, o ambulatório foi acelerado pela Covid-19, mas já estava sendo desenvolvido há dois anos para atender a profissionais que utilizam o olfato e o paladar como instrumentos de trabalho, como degustadores, sommeliers e perfumistas, entre outros.

"O olfato já era algo que me fascinava e ver as pessoas perdê-lo é terrível. Estamos tendo muito trabalho, mas estamos conseguindo recuperar o olfato e o paladar das pessoas. Dos pacientes atendidos, apenas 2% permanecem inalterados após o tratamento; e temos ainda 14% com sequelas. Mas conseguimos a recuperação em cerca de 84%, em um ano de ambulatório", comemora.

Dr. Gilberto ressalta ainda que, apesar da diminuição nos casos de Covid-19 e dos avanços no diagnóstico dos sintomas, a permanência dos serviços do ambulatório é essencial porque o olfato e o paladar também são responsáveis pela segurança.

"Os dois sentidos estão intimamente relacionados. Alguns gostos podem ser reconhecidos sem a influência dos odores, porém sabores mais complexos requerem o olfato para serem identificados. Por meio deles, é possível identificar incêndios ou verificar se um alimento está estragado, por exemplo, evitando, assim, o seu consumo. O olfato e o paladar ainda nos dão prazer na alimentação e nos instiga sexualmente, ambos importantes para a qualidade de vida", reitera o otorrinolaringologista.

Os serviços do ambulatório continuarão a ser prestados pelo Centro Médico com Subespecialidades em Otorrino do hospital.

Causas que podem levar à perda de olfato

A perda de olfato é um dos sintomas mais característicos da contaminação pela Covid-19, mas o problema pode ser consequência também de doenças como H1N1, polipose nasal e traumas na região da cabeça, além de más formações, como meningoceles e meningoencefaloceles, e tumores específicos, como o esteioneuroblastoma.

A anosmia, como é conhecida, contempla dois tipos característicos de perda olfatória: condutiva, quando a passagem de ar no nariz é impedida, como em casos de gripe e rinite; e neurossensorial, resultado do comprometimento de células específicas ou nervos que levam a informação do cheiro para o cérebro.

"Caso o problema persista por cerca de 14 dias, o recomendado é procurar um otorrinolaringologista. O paciente pode buscar diretamente o ambulatório do Hospital Paulista, onde será atendido de forma mais completa, por uma equipe multidisciplinar apta, inclusive, para procedimentos clínicos e cirúrgicos, se necessário", explica o Dr. Gilberto.

Após o tratamento inicial da causa, se o problema persistir, ainda é possível administrar um tratamento utilizado mundialmente, conhecido como Treinamento Olfatório. "Importante saber que neste tipo de tratamento não há melhora imediata. É preciso que o paciente saiba disso, persista e não desanime ou desista. Ele deve encarar como uma fisioterapia olfatória", ressalta.

O médico alerta, no entanto, que a prática sem o acompanhamento de um especialista não é recomendada. "O uso incorreto de produtos e essências, diretamente no nariz, sem a concentração, distância e intervalos adequados, pode prejudicar o órgão, já que alguns componentes podem ser tóxicos e levar a lesões irreversíveis", finaliza.



Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


Novos modelos de telefones celulares e relógios inteligentes podem interferir em marca-passos e desfibriladores

Após relatos de smartphones e interferência de relógios em dispositivos médicos implantados, os investigadores afiliados ao Center for Devices and Radiological Health (CDRH) da Food and Drug Administration (FDS) dos EUA conduziram um estudo que apoia a recomendação da agência de que os pacientes mantenham todos os dispositivos eletrônicos de consumo que possam criar interferência magnética, incluindo telefones celulares e relógios inteligentes, a pelo menos quinze centímetros de distância de dispositivos médicos implantados, em particular marca-passos e desfibriladores cardíacos.

Suas descobertas aparecem no Heart Rhythm, o jornal oficial da Heart Rhythm Society.

Os investigadores testaram a saída do campo magnético de todos os modelos do iPhone 12 e Apple Watch 6 a diferentes distâncias dos dispositivos. Eles descobriram que todos os dispositivos têm campos magnéticos estáticos significativamente maiores do que 10G nas proximidades, altos o suficiente para colocar dispositivos cardíacos implantados no modo magnético. No entanto, quando uma distância de separação de 15 centímetros ou mais é mantida, os telefones e relógios não acionam o modo magnético.

"Por causa desses resultados, estamos tomando medidas para fornecer informações aos pacientes e profissionais de saúde para garantir que eles estejam cientes dos riscos potenciais e possam tomar medidas proativas e preventivas simples, como manter eletrônicos, como certos telefones celulares e relógios inteligentes, numa distância maior que 15 centímetros de dispositivos médicos implantados e não carregando eletrônicos no bolso sobre o dispositivo médico" ,explicou o investigador principal do estudo, Seth J. Seidman.

"Acreditamos que o risco para os pacientes é baixo e a agência não tem conhecimento de nenhum evento adverso associado a esse problema no momento. No entanto, o número de eletrônicos com ímãs fortes deve aumentar com o tempo. Portanto, recomendamos que pessoas com dispositivos médicos implantados conversem com seus médicos para garantir que compreendam esse risco potencial e as técnicas adequadas para uso seguro. O FDA continuará a monitorar os efeitos dos produtos eletrônicos na operação segura de dispositivos médico", observou Seidman.

 


Rubens de Fraga Júnior - professor titular da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná. Médico especialista em geriatria e gerontologia pela SBGG.


Fonte: Seth J. Seidman et al, Static magnetic field measurements of smart phones and watches and applicability to triggering magnet modes in implantable pacemakers and implantable cardioverter-defibrillators, Heart Rhythm (2021). DOI: 10.1016/j.hrthm.2021.06.1203

 

Porta dos fundos: um papo reto sobre o ânu

Anel, buraco negro, fiofó ou reto mesmo, com inúmeros apelidos, o orifício anal se tornou um tabu, mas seja por saúde ou prazer, precisamos esclarecer pontos importantíssimos sobre ele. E para uma conversa, sem constrangimentos, convidamos o coloproctologista, Dr. Euripedes Barsanulfo Borges dos Reis autor da obra Papo de Reto publicada pela Editora Pandorga.

Segundo o profissional pós-graduado em cirurgia minimamente invasiva pelo CETREX, este é um bloqueio que pode causar impactos enormes na saúde humana, uma vez que alterações no funcionamento das partes baixas do sistema digestivo podem resultar em doenças de potencial gravidade, como as doenças inflamatórias intestinais, o câncer de cólon - quarto mais prevalente no mundo, e até o HPV, que recebe pouca atenção quando relacionada ao câncer anal.

Leia com atenção as dicas do especialista, pois certamente aqui jaz uma de suas dúvidas mais secretas.


  1. Por que as pessoas temem tanto falar sobre este tema?

Por preconceito, desinformação, vergonha ou no caso dos homens, simplesmente por conta do machismo estrutural. A sociedade, com suas normas, tratou de proscrever nossos excrementos e ocultar as partes por onde eles saem, e assim nosso ânus, também chamado na língua portuguesa de “cu”, virou tabu. Falar disso é tido como falta de educação, mau gosto, e por aí vai. É preciso desmistificar algumas crenças referentes ao reto, e eu o faço, tanto no meu consultório quanto no livro, com bom-humor, dicas, recomendações e entendimento fisiológico a todas as pessoas.


  1. Proctologista não é uma especialidade voltada aos homens, assim como ginecologia é para as mulheres?

Não. Este é um erro bastante comum, e uma pergunta que quase todo proctologista já escutou. As pessoas tendem a confundir duas especialidades médicas, a Urologia e a Proctologia, talvez por ambas se valerem do toque retal no exame físico de seus pacientes. E também pelo fato de muitos pacientes ligarem o nome Proctologia à próstata. E aqui vai outra que poucos sabem, quem faz exame de próstata é o urologista. 


  1. Qual a funcionalidade deste buraco negro em nosso bem-estar?

Da mesma forma que muitos pensam que o apêndice não presta para nada, além de causar apendicite, carregam o mesmo conceito sobre o reto e estão errados. O mecanismo de formação de fezes e de sua eliminação são essenciais à vida, independentemente da idade, do sexo, da beleza ou de quanto dinheiro você tem.


  1. Quais doenças estão mais relacionadas a essa área?

O câncer colorretal, câncer anal– que pode ser proveniente do HPV, Síndrome do intestino irritável, Cisto pilonidal, Abscesso perianal, fístula anorretal, fissura anal e as hemorroidas, por exemplo. Vale lembrar que hemorroidas são terríveis, mas não viram tumores. Elas ardem, sangram e causam incômodos inimagináveis, como um singelo peidinho no pós-cirúrgico certamente vai te virar do avesso.


  1. Como é uma evacuação de respeito?

Se você precisa pensar em fazer cocô, eu terei que te ensinar a evacuar novamente. Tire cinco minutos do seu dia, melhor que seja pela manhã, para o seu intestino.  Sente-se no vaso sem distrações, é essencial que você esteja no comando, aliás, não sei se sabe, mas da boca até o ânus, temos mais neurônios do que na coluna vertebral. Fique esperto! Faça uma força leve, nada de se espremer, nos primeiros dias pode não sair nada além de gases, ou bolinhas de carneirinho. Não tem problema. Se limpa e vai cuidar da sua vida, você fará isso pela vida toda. Seu intestino, em algum momento, vai entender que aquele horário do dia, de acordo com seu ciclo circadiano, é o de se programar para jogar tudo para fora. É um treinamento eficaz. Outro hábito importante: beba muita água durante o dia, mais de dois litros, desta forma as fezes não ficam ressecadas e para melhorar a maciez do seu bolo fecal, aumente o consumo de frutas, verduras e legumes.

Por fim, para exercitar seu ânus, faça 5 contrações forçadas por 10 segundos toda vez que lembrar que o tem. Em sua obra Paro de Reto, o Dr. Euripedes Barsanulfo Borges dos Reis traz essas e muitas outras informações, afinal ele sabe bem que ser proctologista está além da fisiologia. É lidar com medos, fantasias, traumas e visões de mundo, com possibilidades, prazeres e tristezas.


Sobre a obra: Papo de reto é um livro tão útil quanto irreverente. O autor trata de temas que são motivos de angústia e sofrimento para muitos de nós. Dúvidas que se o leitor não tem agora, já teve antes, ou terá depois. Trata-se de um livro breve sobre cuidados e curiosidades relativos ao ânus. Traz informações relevantes sobre temas como hemorroidas, câncer retal, sexo anal, colonoscopia, entre outros. O livro é redigido em linguagem bem-humorada e divertida, buscando a superação de tabus relativos ao assunto. A leitura é fluida e instrutiva como uma boa conversa com um profissional de saúde disposto a esclarecer, sem constrangimento, tudo aquilo que o leitor gostaria de saber sobre seu ânus, mas tinha vergonha de perguntar.

 

Dr. Euripedes Barsanulfo Borges dos Reis - nasceu em Uberlândia, em 1981. É médico formado pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), possui título de Cirurgião Geral pelo Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo e foi Médico Residente em Coloproctologista pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia. Possui pós-graduação em Cirurgia minimamente invasiva pelo CETREX e em Coloproctologia pelo Hospital Sírio Libanês (SP). Atualmente realiza atendimento ambulatorial em cirurgia geral, coloproctologia e modulação intestinal. Também realiza colonoscopia, manometria anorretal e biofeedback anorretal em clínica própria. É médico concursado no HRSAM como cirurgião geral e está cursando pós-graduações em Nutrologia e Gastroenterologia.

 

Atividade física reduz risco de desenvolver glaucoma, aponta estudo

Declínio do risco poe chegar a 73%


A atividade física é fundamental para a saúde global. Mas, o que você pode não saber é que aqueles que fazem atividades físicas com intensidade moderada a intensa, têm menos risco de desenvolver o glaucoma. Essa foi a conclusão de um estudo feito pela Universidade da Califórnia, publicado pela American Academy of Ophthalmology (AAO).
 
Os pesquisadores relataram um declínio de 73% no risco de desenvolver a doença entre os participantes do estudo mais ativos fisicamente, em comparação aos que eram menos ativos.
 
“Embora anteriormente o estilo de vida não era considerado um fator importante para prevenir o glaucoma, as evidências mais recentes mostram que o exercício físico ajuda a controlar a pressão intraocular (PIO), principal fator de risco para a patologia”, comenta Dra. Maria Beatriz Guerios, oftalmologista especialista em glaucoma”.


 
Cegueira irreversível

O glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível no mundo. Dados da Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), apontam que o glaucoma afeta 2 milhões de pessoas com mais de 40 anos no país. A estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que, em 2040, surgirão mais de 112 milhões de novos casos de glaucoma, graças ao envelhecimento da população.

“Glaucoma é o nome dado a um grupo de neuropatias óticas degenerativas e progressivas. Trata-se de uma doença ocular causada por danos no nervo óptico. O glaucoma é caracterizado pela degeneração das células ganglionares e das camadas de fibras nervosas da retina. O resultado desses danos é a perda irreversível da visão”, explica Dra. Maria Beatriz.

A principal maneira de prevenir o glaucoma é medir a pressão intraocular (PIO), principalmente após os 40 anos. Isso porque é o aumento da PIO que dá início ao processo de degeneração do nervo óptico.


 
O que realmente conta

O lado positivo do estudo é que não é preciso correr uma maratona para ter os benefícios da atividade física na saúde ocular. A recomendação é dar 7 mil passos por dia, o que equivale a aproximadamente 30 minutos diários de caminhada. O ideal é realizar durante 5 dias da semana, de forma moderada a intensa.
 
“Outra descoberta do estudo é que na medida em que a pessoa aumenta a intensidade e o tempo gasto na atividade, a redução do risco de ter glaucoma é ainda maior. Portanto, para quem gosta de praticar corrida, por exemplo, é uma ótima notícia”, comenta a especialista.


 
 Alerta para quem tem glaucoma

Mas, Dra. Maria Beatriz chama a atenção de quem já tem o diagnóstico de glaucoma. “Embora a atividade física seja um fator de proteção contra o glaucoma, quem já tem o diagnóstico, deve ter cuidado na escolha do tipo de exercício”, alerta.
 
“Isso porque algumas atividades, como yoga e treinos de força, por exemplo, podem afetar o fluxo sanguíneo e aumentar a pressão intraocular. Assim, o ideal é sempre conversar com o oftalmologista, que vai orientar sobre a melhor atividade física para cada paciente”, ressalta Dra. Maria Beatriz.
 
Para começar, uma caminhada leve pode fazer muito bem para os olhos e para o coração, literalmente!
 
Dica: Há muitos aplicativos gratuitos para celular que medem a quantidade de passos dada por dia. Essa é uma maneira de medir quantos passos você dá por dia.

 

Médico aponta quais as características e benefícios da gastroplastia endoscópica

Por meio de live no Instagram, o Dr. Sérgio Barrichello, da Clínica HealthMe, aborda sobre o procedimento e ajuda para os pacientes

 

Um dos métodos mais conhecidos para o trabalho de perda e gerenciamento de peso, a gastroplastia endoscópica é uma cirurgia menos invasiva que reduz o tamanho do estômago sem realizar mudanças fisiológicas, baseada apenas na restrição de espaço disponível para alimentos.

Esse procedimento é feito por um aparelho de endoscopia com uma máquina de costura na ponta do aparelho e encaminhada do esôfago até o estômago. Ao chegar no estômago, o profissional faz uma sutura na parede gástrica para diminuir o espaço e, no processo de alimentação, diminui a quantidade de comida para o este se sinta saciado.

"Esse processo de sutura reduz o espaço estomacal e auxilia o emagrecimento em 20% a 25% comparado ao peso inicial do paciente. Além disso, é um procedimento totalmente seguro e não necessita de internação, após o trabalho, o paciente pode retornar para casa normalmente", conta o Dr. Sérgio Barrichello, cirurgião bariátrico da Clínica HealthMe, especializada em procedimentos de perda e gerenciamento de peso.

A gastroplastia endoscópica é formalmente indicada para quem tem o IMC (Índice de Massa Corporal) entre 30 e 40 e não se trata de um procedimento definitivo. A sutura dura em torno de 18 e 24 meses no organismo do paciente e, após isso, o estômago retorna aos moldes próximos do seu tamanho inicial por conta da alimentação, ou seja, não se trata de uma mudança fisiológica, o que torna um trabalho menos invasivo ao corpo humano.

No entanto, o Doutor também aponta que além do trabalho cirúrgico, existem fatores fora do âmbito médico que são fundamentais para o êxito do paciente em concluir seu objetivo após o procedimento. "A cirurgia é apenas um primeiro passo para a perda de peso, após isso, também é necessária uma reeducação alimentar, paciência, força de vontade e um alto nível de comprometimento do paciente. Pois a perda do peso não está atrelada apenas a redução do estômago, mas sim em todo um acompanhamento médico e cuidado do paciente em sua alimentação após o trabalho", completa.


Linfoma: 80% dos casos do câncer que afeta o sistema imunológico tem chances de recuperação quando feito o diagnóstico precoce

 Na última década o termo Linfoma ganhou as manchetes após uma série de personalidades dos meios artístico e político revelarem o diagnóstico da doença.


E não é à toa que ouvir falar sobre esse tipo de câncer está mais comum: no Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano sejam diagnosticados ao menos 15 mil novos casos da doença. E, segundo a entidade, por motivos ainda desconhecidos, o número duplicou nos últimos 25 anos, principalmente entre pessoas com mais de 60 anos.


Mas, do que se trata esse tipo de tumor?

De forma simplificada, os linfomas podem ser classificados como Hodgkin, mais raro e que afeta em especial jovens entre 15 e 25 anos e, em menor escala, adultos na faixa etária de 50 a 60 anos, ou não-Hodgkin, cujo grupo de risco é composto por pessoas na terceira idade (mais de 60 anos). Para Mariana Oliveira, hematologista do CPO Oncoclínicas, apesar de não haver prevenção por desconhecimento do que leva ao surgimento da neoplasia, a chave para deter a evolução progressiva do tumor é o conhecimento. "A boa notícia é o fato de os linfomas terem alto potencial curativo. O diagnóstico precoce é fundamental para alcançar o êxito no processo terapêutico, por isso o esclarecimento à população é essencial", afirma.

As chances de remissão em pacientes com linfomas de Hodgkin chega a superar 80% dos casos quando o diagnóstico acontece ainda no estágio inicial, enquanto os não-Hodgkin de baixo-grau (não agressivos) têm altas taxas de sobrevida, superando a marca de 10 anos.


Sintomas e Tratamento

Os sintomas em geral são aumento nos gânglios linfáticos (linfonodos ou ínguas, em linguagem popular) nas axilas, na virilha e/ou no pescoço, dor abdominal, perda de peso, fadiga, coceira no corpo, febre e, eventualmente, pode acometer órgãos como baço, fígado, medula óssea, estômago, intestino, pele e cérebro.
"As duas categorias - Hodgkin e não-Hodgkin -, contudo, apresentam outros subtipos específicos, com características clínicas diferentes entre si e prognósticos variáveis. Por isso, o tratamento não segue um padrão, mas usualmente consiste em quimioterapia, radioterapia ou a combinação de ambas as modalidades", explica Mariana Oliveira.

Em certos casos, terapias alvo-moleculares, que tem como meta de ataque uma molécula da superfície do linfócito doente, podem ser indicadas. "Estas proteínas feitas em laboratório atuam como se fosse um ‘míssil teleguiado’ - que reconhece e destrói a célula cancerosa do organismo", ressalta o médico. Ainda, dependendo da extensão dos tumores e eficácia das medicações, pode haver a indicação de transplante de medula óssea.

Diante dos desafios impostos pela crescente incidência da doença, novas alternativas terapêuticas vêm surgindo para combater os linfomas, especialmente para os que não respondem aos tratamentos convencionalmente indicados. "A medicina tem avançado nos últimos anos principalmente através da terapia celular", afirma a especialista.

Ela conta que o autotransplante ,tratamento no qual é realizada uma quimioterapia mais intensa seguida pela infusão da medula do próprio paciente é uma delas. A terapia com CAR T é outra, e a principal novidade da área. Altamente especializadas, foram desenvolvidas, a partir de uma modificação genética das células, para atacar especificamente o tipo do câncer do paciente e aprovadas pela FDA (Food and Drug Administration), órgão regularizador do setor nos Estados Unidos. As drogas utilizadas nestas situações obtiveram taxas de sucesso que variaram de 50% a 80% dos casos, o que é animador.

E o recente arsenal de combate aos linfomas também incluí a imunoterapia. Com bons resultados apontados por estudos e pesquisas de referência global, o tratamento estimula o organismo do paciente a reconhecer e combater as células tumorais. "De forma bastante simplificada, podemos dizer que os imunoterápicos desativam os receptores dos linfócitos e, assim, permite que as células doentes sejam reconhecidas. Isso faz com que o organismo volte a combater o tumor - e sem causar efeitos colaterais comuns a outras medicações habitualmente adotadas nos processos terapêuticos", finaliza Mariana Oliveira.


SETEMBRO AMARELO - Veja como a nutrição pode ajudar

Estudos sobre suicídio no mundo enfocaram o problema como sendo um transtorno mental, pois vai contra o instinto de sobrevivência do ser humano. Embora a depressão, bem como outras doenças emocionais, sejam um forte fator de risco para o suicídio, ambos estão relacionados à desesperança. Estudos mostram que depressão e risco de suicídio estão intimamente relacionados, pois a grande maioria dos pacientes que tentaram ou cometeram suicídio, na verdade tinham um diagnóstico de depressão ou outro transtorno de humor. Por isso, diagnosticar e tratar a depressão ou outro problema emocional é fundamental. As opções de tratamento abrangem medicamentos, terapia e autocuidado. O autocuidado inclui sono, atividade física e alimentação. Vale lembrar que a comida é tão importante quanto o remédio.


Dieta e bem-estar emocional

A nutricionista Adriana Stavro ressalta que um fator que contribui para a prevenção e melhora da depressão, são os hábitos alimentares. Na meta-análise realizada em 2016 com 21 estudos de dez países, onde avaliou padrões dietéticos e risco de depressão, concluiu que o padrão alimentar caracterizado por uma alta ingestão de frutas, vegetais, grãos integrais, peixes, azeite , laticínios com baixo teor de gordura, antioxidantes e a baixa ingestão de alimentos de origem animal, foi aparentemente associada a uma diminuição do risco de depressão. Já um padrão alimentar caracterizado por um alto consumo de carne vermelha e processada, doces, laticínios com alto teor de gordura , manteiga, batatas e molho industrializados ricos em gorduras, e baixo consumo de frutas e vegetais, está associado a um risco aumentado de depressão.

Em outra revisão sistemática e meta-análise de estudos prospectivos de 2018, sobre qualidade da dieta e risco de depressão, mostrou que a adesão a uma dieta de alta qualidade, foi associada a um menor risco de sintomas depressivos. Um índice inflamatório dietético relativamente baixo, também foi associado a uma incidência mais baixa de sintomas. Associação semelhante foi encontrada para o consumo de peixe e vegetais.

Em um ensaio clínico randomizado de melhora dietética para adultos com depressão realizado em 2017, com 67 indivíduos, divididos em 2 grupos, intervenção e controle. O grupo intervenção na dieta recebeu sessões de aconselhamento nutricional, e se alimentaram com uma dieta mais saudável por 12 semanas. O resultado indicou que, a melhora da alimentação pode ser uma estratégia de tratamento eficaz e acessível para o tratamento, cujos benefícios podem se estender a outras comorbidades comuns.

Veja alguns nutrientes fundamentais para a saúde emocional que a nutricionista Adriana Stavro destaca;

Selênio
Alguns cientistas sugeriram que aumentar a ingestão de selênio pode melhorar o humor, reduzir a ansiedade e diminuir sintomas de depressão. Alguns alimentos fontes de selênio são os grãos integrais, castanha-do-pará, frutos do mar e fígado

Vitamina D
A vitamina D pode melhorar os sintomas de depressão, foi o que mostrou uma meta-análise de ensaios clínicos randomizados, sobre a eficácia da suplementação de vitamina D envolvendo 948 participantes.
Além da exposição solar, alguns alimentos como peixes gordurosos, laticínios fortificados, bife de fígado e ovo também fornecem vitamina D.

Ácidos graxos omega-3 (ʷ3)
A literatura sobre ʷ3 e tratamento da depressão consistem em afirmações sobre a eficácia no tratamento. Comer fontes alimentares de ʷ3 pode reduzir o risco de transtornos de humor e doenças cerebrais, melhorando a função neural, preservando a bainha de mielina que protege as células nervosas. Boas fontes de ʷ3 incluem o salmão, sardinha, atum, arenque, cavala, linhaça, e sementes de chia.

Antioxidantes
Ansiedade e depressão são os transtornos psiquiátricos induzidos por estresse mais comuns. Existe uma defesa natural antioxidante no sistema biológico, para neutralizar as alterações bioquímicas que ocorrem neste período. A defesa secundária é feita por antioxidantes como a vitamina A, C e E, assim como o betacaroteno, selênio e o zinco, e aminoácidos, como cisteína e glutationa. Boas fontes de antioxidantes incluem a abóbora, beterraba, cenoura, couve, damasco seco, melão, ervilha, acerola, brócolis, caju, couve, espinafre, kiwi, laranja, limão, manga, melão, morango, papaia, tomate, arroz integral, amêndoa, amendoim, castanha-do-pará, gema de ovo, gérmen de trigo, milho, óleos vegetais, semente de girassol, aves, cereais integrais, feijões, leite, carne branca, atum, lentilhas, feijões, cebola e alho.

Folato - B9
A vitamina B9, pode ser eficaz no tratamento da depressão e outros sintomas psiquiátricos. O folato ou ácido fólico, também conhecido como vitamina B9, já é conhecido por ser importante para a saúde, e as evidências da relação entre a depressão e os níveis de folato vêm de vários estudos. A B-9 ajuda a proteger o sistema nervoso e reduz o risco e os sintomas de transtornos de humor e depressão. Os alimentos fontes de folato incluem os vegetais de folhas escuras, frutas frescas, nozes, feijões, grãos integrais, lacticínios, carnes e aves e ovos

Lembre-se, a qualidade é mais importante que a quantidade.

 


Adriana Stavro - Nutricionista Funcional e Fitoterapeuta. Especialista em Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) pelo Hospital Israelita Albert Einstein - Mestranda do Nascimento a Adolescência pelo Centro Universitário São Camilo.


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