Do clássico ao moderno, aprenda harmonizar as peças com os ambientes e entre si
A sala de estar assinada por Karina Korn é praticamente uma galeria, repleta de quadros e esculturas. Foto: Eduardo Pozella
Uma residência pode ter a decoração
mais incrível do mundo. Mas, se não tiver ao menos uma obra de arte, é uma casa
sem vida. Exagero ou não na afirmação, as obras de arte são capazes de
adicionar personalidade e exclusividade aos ambientes,
complementando o décor quando unidas em sintonia com o mobiliário e os demais
elementos utilizados.
Se existe um item considerado
democrático este, é sem dúvida, a peça que evoca variadas formas, gostos,
referências, estilos e valores. Apaixonada pela expressão artística, a arquiteta
Karina Korn, à frente do escritório que leva seu nome, acredita
que, isolada em um ambiente ou acompanhada por outras, a curadoria de arte é
capaz de transformar o estilo e astral de qualquer espaço.
Primeiramente, um mito a
ser desfeito é a relação que liga a arte a um expressivo
desembolso financeiro. Tanto para quem busca peças assinadas por artistas
renomados ou para aqueles que admiram a expressão artística, mas não buscam a
profundidade de quem faz dela um hobby, telas, gravuras e fotografias são as
escolhas que propiciam beleza aos ambientes.
Quando falamos em obras de arte,
existe uma afirmação equivocada de que a classificação só compete aos trabalhos
de artistas famosos e de altos valores. “Sabemos que a afirmação não é verdadeira. O
conceito de arte é algo relativo, pois depende do olhar de quem produz e de
quem vê. Não há rigidez, a regra é olhar e gostar”, explica a
arquiteta.
Nos projetos de clientes admiradores
de determinados nomes ou de estilos e movimentos artísticos, o profissional de
arquitetura de interiores trabalha para promover a comunhão das peças com a
decoração proposta. O mesmo acontece quando Karina encontra obras de artistas
ainda sem tanto reconhecimento no mercado, mas que impressionam pelos trabalhos
que realizam. “É uma satisfação me deparar com novos nomes e criar composições
incríveis”, afirma Karina.
Nas ocasiões em que atuou com clientes
menos conectados com a cena artística, ela gosta de
apresentar profissionais brasileiros em uma curadoria que
segue a percepção e o gosto do indivíduo para quem está
trabalhando. “Tudo isso acontece por meio do briefing que realizamos lá no início.
Na conversa, gosto de entender se ele gosta de arte, se tem alguma peça em seu
acervo ou se reservou uma verba para tal. Muitas vezes, uma saída muito
interessante são obras de urban art que expressam um viés mais
contemporâneo”, detalha. Para quem já galgou alguns passos na
arte, mas não dispõe de um orçamento mais robusto, a dica de Karina para
garimpar a tela dos sonhos é frequentar leilões e galerias.
O tipo de obra de arte ideal para cada tipo de ambiente
Segundo Karina, o ponto
de partida para incluir obras de arte em um ambiente é analisar o estilo do
espaço, que dirá se a peça será única ou acompanhada por outras
– desde que haja convergência entre elas. “Existem pessoas que gostam tanto de arte
que fazem de suas casas verdadeira galerias”, relata.
Em vias de regra, um décor
clássico abre frente por escolhas mais sóbrias –
geralmente, telas que revelam paisagens, retratos ou mesmo obras
abstracionistas. Além disso, costumam ser acompanhadas por molduras, fechando a
unidade com o restante da decoração.
Para os ambientes
minimalistas, as mais indicadas são as obras com menos
elementos e mais discretas, dispensando a presença das molduras. Segundo
Karina, as telas registram pinturas com cores sólidas – normalmente com uma ou
pouco mais de uma cor. Fotografias também costumam condizer com um décor
pautado nessa proposta.
No ambiente minimalista, o destaque fica todo dedicado ao icônico retrato da menina com olhar marcante, assinatura da premiada fotógrafa Adriana Duque. | Foto: Eduardo Pozella |
Para os amantes de arte, os estilos
moderno e contemporâneo são os mais permissivos e é, por
meio deles, que a criatividade pode – e deve! – entrar em ação para valer.
Desde as cores, até as formas, praticamente tudo está liberado. A arte pode
unir telas e fotos do seu acervo e até mesmo o lado afetivo, como uma ilustração
feita pelo filho do cliente em um trabalho escolar. “Aqui
podemos ousar sem medo. As cores podem ser discretas, marcantes, misturadas.
Outra opção muito bacana também é misturar com outros estilos. Peças clássicas
comungadas com minimalistas podem exteriorizar espaços magníficos”,
finaliza a arquiteta.
Karina Korn Arquitetura
@karinakornarquitetura